Lágrimas escorriam por aquele rosto.

Todos nós olhamos para o portão aberto.

Aquele cenário estava amedrontador.

Vimos a vila de uma forma diferente.

Estava vazia.

Sem ninguém.

Completamente hostil.

O time Tobirama estava em frente ao portão de Konoha. Tobirama, Naruto, Sakura, Sasuke, Hinata, Karin e Suigetsu olhavam desolados para a vila. Naruto estava chorando desesperadamente. “Onde estão todos?” ele se perguntava.

A vila estava absolutamente fazia. Sangue espalhado por todo o lado. Várias coisas quebradas, casas e prédios com vidros quebrados. Mas a vila estava normal, sem contar com isso. Aparentemente nenhum grande dano foi feito a ela. Naruto pensou em seus pais, e correu em direção a vila. Tobirama usou seu Hiraishin para interceptá-lo.

– Espere, Naruto!

– Me largue! Eu preciso ver meus pais.

– É perigoso ir agora! Se você for imprudente, coisas graves podem acontecer a você! Não sabemos de nada ainda! Espere!

Naruto se acalmou um pouco. Tobirama foi até a banca da entrada da vila. Izumo e Kotetsu estavam caídos lá, com duas garrafinhas d’água caídas perto deles, com a água derramada por todo o local. Tobirama se assustou, e viu se estavam vivos. Respiravam muito fraco, e estavam aparentemente desmaiados. Tentou acordá-los, sacudi-los, mas nada. Voltou para onde seu time estava, e disse que eles estavam ali. Depois pensou em algo, e lembrou-se do Byakugan:

– Hinata! Use seu Byakugan para ver se há alguém na vila!

– Sim, Tobirama-sama. Byakugan!

Hinata olhou por toda a extensão da vila, mas não viu nada. Nada de chakra, nem mesmo em Izumo e Kotetsu. Achou que estivesse algo errado consigo mesma, mas Karin disse que não sentia o chakra de ninguém também. Tobirama então continuou:

– Por que não tem ninguém na vila? Por que não há chakra naqueles dois?

– Se questionar não vai adiantar nada. Precisamos entrar na vila e ver o que aconteceu. –Sasuke interrompeu os pensamentos de Tobirama.

– Tem razão. Precisamos entrar.

– Por favor, Nidaime, vamos primeiro para minha casa! Quero ver se meus pais estão lá. Por favor!

– Sua casa é relativamente perto do prédio da Hokage. Precisamos chegar até lá. Esse é nosso objetivo. Iremos usar sua casa como um ponto de encontro. Iremos por ruas diferentes até chegar lá. Tomem cuidado, todos, deve haver armadilhas por ai. E se encontrarem alguém, não deixe verem vocês, e sejam cautelosos. Se alguém ver vocês, pergunte o que aconteceu, mas evitem isso. Estejam preparados para qualquer coisa. Naruto, tome cuidado. E vocês, acham melhor irmos sozinhos ou em duplas?

– Eu não quero ir sozinha. – Karin estava com os olhos arregalados. Konoha parecia uma cidade fantasma para ela.

– Eu vou com você, Karin. – Sakura disse firme, dando um passo a frente.

– É, creio que teremos que nos dividir em duplas. – Tobirama suspirou. – Dividam-se.

Naruto foi ao lado de Sasuke, e Suigetsu junto de Hinata. Tobirama decidiu ir sozinho. Eles se separaram e cada um foi para um lado. Sakura e Karin pelo lado oeste, Sasuke e Naruto pelo lado leste (o mais rápido de se chegar ao ponto de encontro) e Suigetsu e Hinata pelo norte, e Tobirama seguiu ao norte também, porém tomou uma rua diferente dos dois.

Todos estavam realmente tensos, principalmente Naruto. O que havia acontecido? E seus pais? Estavam bem? Era o que pensava. Mas a cada vez que se perdia em seus pensamentos, se alertava para que prestasse mais atenção no que estava fazendo. Tobirama se escondia pela rua principal, a maior. Ele olhava para o prédio da Hokage que ainda estava longe, para ver se conseguia ver alguém. Não havia nada lá.

Karin e Sakura estavam cada uma em um lado da rua, e olhavam rasteiramente enquanto se escondiam em quaisquer lugares. Entraram juntas numa casa de dois andares com a janela quebrada. Verificaram se não havia ninguém, e subiram até o telhado. Deitadas, elas olhavam para todos os lados para ter uma visão periférica do local. Desceram, e retornaram a casa. Depois saíram pela janela e voltaram às ruas, cautelosas.

Suigetsu e Hinata estavam mais cautelosos que os outros, porque estavam nas mais movimentadas ruas de Konoha. Era estranho ver elas vazias. Eles andavam se escondendo entre os vãos das casas e prédios. Olhavam pelas janelas, mas não havia ninguém. Logo chegaram ao Ichiraku Ramen. Os atendentes estavam lá, mas estavam como Izumo e Kotetsu. De uma forma estranha, o corpo da jovem se levantou, de forma que seu tronco subiu primeiro, e depois o peito e a cabeça para que se alinhassem. Em um movimento rápido, Suigetsu segurou a boca de Hinata para que o som do grito dela não saísse. Eles saíram de lá e se esconderam entre duas casas. Viram Izumo e Kotetsu vindo por aonde vieram, de olhos fechados, caminhando de forma esquisita, como se estivessem cambaleando. Assim como aqueles que estavam no Ichiraku Ramen.

Sasuke estava ao lado de Naruto, que andava atordoado, e por isso, atrapalhado. Tombava em várias coisas quando se distraía, e Sasuke lhe dava um sermão. Não demorou muito para que pudessem ver a casa de Naruto, que não estava tão longe assim. Ao longo do caminho, entraram em algumas casas para ver se não havia ninguém. Realmente, estavam todas vazias. Abriram a porta do prédio onde Naruto morava, e ele estava vazio também. Subiram as escadas de madeira, tentando fazer o menor barulho possível. Sabiam que ninguém tinha chegado lá ainda. Naruto pegou a chave do seu apartamento, abriu e girou a maçaneta. A porta deu um leve rangido.

Eu tirei os sapatos sem ao menos olhar para o chão. Estava sendo o mais silencioso possível. Eu entrei na sala, e olhei para o lado. Não contive meu enorme sorriso.

– Pai, Mãe!

– Naruto! Ainda bem que você está aqui! – Kushina correu para abraçá-lo.

Minato foi em direção aos dois para abraçá-los também. Sasuke havia percebido que dois pares de sapatos estavam na entrada da casa, além dos do Naruto e os dele. Ele entrou na sala e viu Minato, Naruto e Kushina abraçados. Teve que confessar para si mesmo que se sentiu triste, e um pouco nostálgico. Após alguns minutos, Hinata e Suigetsu entraram na casa. Tobirama quase na mesma hora. Alguns minutos mais, Sakura e Karin. Todos se sentaram, e Minato começou a falar:

– Eu sei que vocês estão assustados, e querem saber o que aconteceu. Nós também queremos. Parece que somos os únicos que não estamos como os outros. Estávamos em uma missão, e quando voltamos hoje de manhã, por volta das oito horas, Konoha estava assim. Viemos direto para nossa casa. Ficamos aqui discutindo e descansando por causa da missão, mas não procuramos realmente saber por que tudo isso aconteceu. Mas nós sabemos de mais algumas coisas que nos contaram.

– O que? Quem lhes contou? - Tobirama foi direto.

– Alguém que não fora infectado, mas que acabou morrendo. – Todos ficaram surpresos. – Este foi Kabuto Yakushi.

– Como? Ele não estava preso? – Sakura estava indignada.

– Sim. Eu vou lhes contar o que aconteceu.

Flashback On:

– Kushina, eu vou te levar para casa e vou sair para investigar o que aconteceu, tudo bem?

– Não, Minato! Eu quero ir com você!

– Mas pode ser perigoso!

– Minato... – Aquela cara de satanás de TPM voltou a me assombrar. Não demorei para pegá-la pela mão e levá-la comigo.

Nós traçamos o caminho para casa, e olhamos por todos os lados e casas. Muitas pessoas estavam caídas, e jogadas no chão. Algum tempo depois nós estávamos perto de casa, sem ter visto ninguém vivo. Foi quando vi Kushina querendo dar um berro – e eu nem sabia por que – mas tapei a sua boca antes que fizesse isso. Segui seus olhos e vi o corpo de Kabuto se rastejando em nossa direção. Tratei de pegar uma kunai para atacá-lo, mas vi que ele não nos machucaria no estado em que estava. Escorria tanto sangue de sua boca, que não se via mais seu queixo, estava completamente vermelho. Seus olhos lacrimejavam tanto lágrimas quanto sangue. Estava sujo e com a roupa rasgada. Sua barriga estava sangrando muito, com um grande ferimento. Eu não entendi quando ele simplesmente abaixou a cabeça ao nos ver. Ele sorriu e disse:

– Finalmente eu pude encontrar alguém para quem eu possa contar…

– Contar o que?

– Os planos de... Orochimaru-sama.

– O que? Mas do que você está falando?

E então ele começou a nos explicar sobre os verdadeiros planos de Orochimaru.