Além Da Escuridão escrita por HawthorneMark


Capítulo 11
Capítulo 11 - Rumores de guerra


Notas iniciais do capítulo

Novo pov na história. Achei que deveria mostrar o que estava acontecendo por fora dos Jogos da Morte. Espero que gostem.



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O toque de recolher começou a soar no mesmo horário de todos os dias, as sete da noite em ponto. A sirene tocava e os guardas corriam pelas ruas com as armas em punhos, loucos a procura de qualquer coitado que tivesse transgredido o toque de recolher. Louis estava sentado no peitoril da janela, segurando uma fresta da cortina para poder ver a movimentação la fora. Estava tudo deserto, exceto pelos guardas. O toque de recolher tinha sido decretado desde de antes da nave que veio do desconhecido ser abatida pelo governo. Foi decretado quando os rebeldes do distrito industrial se reuniram para tentar transmitir um pedido de socorro via satélite, numa tentativa desesperada de conseguir ajuda, mesmo sabendo que não havia ninguém lá fora que pudesse ajuda-los. A mensagem foi enviada e o governo não conseguiu interceptar antes que acontecesse e então puniu todos os cidadãos por isso. Houve muitas mortes, motins e então o toque de recolher. Qualquer cidadão que transgredisse a regra do toque seria morto instantaneamente.
– O que você conseguiu ai, Philip? - Louis perguntou, deixando a cortina escapar entre os dedos e a brecha que antes existia para que ele pudesse olhar para a rua já não existia mais.
– Estou quase lá. - Ele disse, conforme terminada de soldar e ligar alguns fios de um pequeno relógio preto que ele havia encontrado no local da queda da nave que tinha vindo do desconhecido.
– Você sabe o que pode ser isso? - Louis perguntou, se aproximando do irmão e franzindo o cenho para o pequeno objeto.
Louis tinha os cabelos negros na altura do pescoço, lisos e sujos devido ao trabalho na fábrica. Seus olhos eram castanho claro e a pele era bronzeada. Seu nariz era fino e pontudo, um pouco maior do que o normal. Philip era quase parecido com o irmão, porém tinha os cabelos curtos e arrepiados para cima e o nariz era pequenino e redondo. Philip tinha as sobrancelhas grossas e arqueadas de forma que ele parecia sempre estar com um ar de bravo. Sua barba era uma fina camada negra de pelos no rosto.
– Quase lá ! - O irmão respondeu e por um breve instante parou o que estava fazendo com o pequeno relógio e encarou o irmão. - Liga a televisão, veja se o sinal voltou.
Louis então andou até uma mesinha de madeira que eles costumavam usar para almoçar e pegou o controle preto e velho da televisão. A casa era pequena e simples. Eles haviam reconstruído parte da casa que havia desmoronado há muitos anos atrás durante a grande guerra com madeira. Poucas partes da casa antiga haviam restado, somente a faixada da casa ficou intacta. Como todas as casas do bairro Industrial, ela era construída de madeira sobre as ruínas do que restara ali. Louis então ligou a televisão, porém nada passava. Estava sem sinal.
– Continua não funcionando, Philip.
– Desde que aquele homem que veio do desconhecido ameaçou eles publicamente dentro dos jogos e mandou todos se foderem, acho que cortaram a transmissão para tomar algum tipo de atitude. - Philip respondeu e então voltou a atenção para o pequeno relógio preto.
– Você acha que mataram todos eles? Acha que interromperam os Jogos pela metade nesse ano? - Loius parecia preocupado.
– Não sei, mas desde que ele apareceu e falou isso ele pode ter causado algum impacto na população. - Philip suspirou, abaixou o relógio e o maçarico e levantou o olhar até um relógio de parede. O relógio marcava sete e quinze da noite.
De repente ouviram-se 3 batidas rápidas na porta da frente e como um relâmpago, Louis correu e abriu. Uma figura encapuzada de preto adentrou rapidamente e a porta bateu atrás dela em seguida.
– Quase fui pego por uns guardas. - Disse o homem encapuzado abaixando o capuz lentamente. Ele era alto e o rosto largo. Era extremamente musculoso e mesmo por baixo da capa era perceptível saber só de ver o tamanho dele. Seu rosto era coberto por uma enorme barba e o cabelo era raspado baixinho. Seus olhos negros refletiam a fraca luz que brilhava dentro da casa.
– Que bom que chegou, Arthur. - Philip disse, deixando os instrumentos que segurava em cima da mesinha de madeira e indo em direção a Arthur e cumprimentando o amigo com um apertar de mãos rápido.
– No caminho pra cá eu quase topei com dois guardas. - Arthur disse. Sua voz era grossa. - Eles conversavam e falavam sobre uma pequena rebelião que estava tendo no bairro das minas.
– Então é verdade? Está acontecendo de novo? - Louis perguntou, parecendo todo empolgado.
– Sim, mas dessa vez nós os rebeldes das Margens estamos preparados. Por anos vivemos escondidos e montamos nossos armamentos. Esse comunicador que você está tentando arrumar, Philip, pode ser a nossa chave para ganhar essa guerra. - Arthur disse, apontando para o pequeno relógio preto.
– Isso supondo de quem vai ter alguém do outro lado pra receber nossa mensagem! - Philip disse, parecendo meio cético com a ideia de que alguém os ajudaria.
– Muitas pessoas morreram para que a primeira mensagem que deu ignição a tudo isso fosse enviada e o que aconteceu? Uma nave apareceu e o governo não conseguiu esconder isso das pessoas. Com medo de sofrerem com rebeliões, acabaram jogando os sobreviventes dentro daqueles malditos jogos. - Louis disse, encarando o irmão e alternando olhar até Arthur.
– Louis tem razão. - O homenzarrão disse. - Seria bom se conseguíssemos resgatar o pessoal do desconhecido. Se tivéssemos eles do nosso lado, talvez eles conseguissem trazer mais deles para lutar ao nosso lado.
Philip pareceu pensativo por um momento e então concordou com o que Arthur disse.
– Sim, vocês lembram o que ele disse? - Philip perguntou e não esperou pela resposta. - Eles já venceram uma vez e iriam vencer de novo.
– O pessoal das Margens acreditam que eles deveriam ter uma espécie de governo e jogos igual os nossos - Arthur disse. Ele lentamente começou a tirar a capa preta e pendurou-a em um suporte atrás da porta. - Bom, o comunicador está pronto Philip?
– Sim, só falta liga-lo e tentar mandar a mensagem que queremos.
– Muito bem, mas não podemos fazer isso por aqui. O governo pode rastrear esse sinal desconhecido e nos encontrar, sem contar que devemos tentar encaminhar junto com o pedido de socorro um plano de invasão pra eles, mostrar como passar pelos detectores e as armas da capital. - Arthur disse, agora indo em direção ao comunicador, pegando e colocando no pulso.
– O conselho das Margens então acredita que há alguém lá do outro lado disposto a ajudar na nossa batalha? - Philip parecia não acreditar que aquilo fosse funcionar.
– Esperamos que sim, se eles mandaram uma nave de busca e se souberem que o povo deles está aqui preso e no meio de tudo isso, pode ter uma chance de que eles possam nos ajudar. - Arthur soava confiante. - Temos que ter esperança e ela não pode morrer e é por isso que o conselho das Margens decidiu agir logo depois que enviarmos a mensagem.
Louis olhou para o irmão e seus olhos arregalaram. Philip sentiu a empolgação do irmão e pela forma como Arthur falou que o conselho das Margens iria agir, parecia que a guerra finalmente ia ter início.
– O que eles pretendem fazer? - A voz de Philip pareceu sair bem fraca.
– Resgatar os desconhecidos e trazer eles para o nosso lado e isso daria esperança ao povo e eles lutariam ao nosso lado. - Arthur esboçou um pequeno sorriso aos dois amigos . - E então meus caros, é aí que entramos e atacamos! A guerra finalmente vai começar e espero que vocês estejam preparados para ela.


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Notas finais do capítulo

Comentem, por favor ;)