Reckless - Divergente escrita por Morgana Le Faye, Andiie


Capítulo 6
Abnegação


Notas iniciais do capítulo

Heey ^^Aqui estou eu novamente postando, tentando achar novos leitores .-. Bem...o titulo desse cap não tem nada haver com a hist mas sláa '-' me pareceu correto coloca-lo.
Bem, percebi que tenho 4 leitores e apenas 2 reviews...por favor comentem. Amo criticas, saber suas opiniões.



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O momento do dia mais esperado. O teste.


Estamos todos sentados em um longo corredor claro. Estou usando meus óculos e as roupas azuis da Erudição, mas me sinto deslocada de todo modo. Meus cabelos estão soltos e as pontas roxas brilham em tom violeta por causa da luz. Estou ao lado de James; somos da Audácia, seremos os primeiros. Ele esta com uma blusa azul, mas mantem a calça preta da Audácia.Ele mudou desde que chegamos aqui. Seu cabelo, antes loiro, está preto. - uma experiência engraçada no laboratório. Ele foi mexer em um experimento que Cara alertou a não mexer e cabum! Sua cara ficou preta, do rosto ele conseguiu tirar, mas permaneceu no cabelo. Suas pernas tremem em um ritmo engraçado, ora rápido, ora mais devagar.

O banco marrom claro onde estamos sentados é longo o suficiente para conter os doze nascidos na Erudição e os oito transferidos. Drezza é a única em pé. Ela caminha de um lado para o outro. Indo desde a porta, onde será nosso teste, até a esquina do corredor.

Todos estão em silencio. Até que a porta se abre. Dela sai Cara, Jeanine e um homem esguio e pálido, ele tem o cabelo arrepiado para todos os lados. Seu cabelo é grisalho assim como sua barba rasa. Seus olhos são de um castanho escuro.

– Hoje testaremos suas habilidades, QI e raciocínio rápido. – diz o homem. – Vocês serão submetidos á um teste de raciocínio rápido, enquanto vocês fazem isso testaremos o QI. As habilidades serão mostradas na simulação. Vamos começar com os transferidos em ordem alfabética. Amizade será primeiro. Josh Miles acompanhe–nos. – O menino com quem eu discutir para sentar na janela se levanta. Caminhando lentamente ate a sala. Não sei oque o espera. Não sei oque me espera.

Soube que poucos da Erudição se tornam sem–facções. Serei um membro. Viverei aqui, onde a informação é livre. Passarei em todo e qualquer teste que eles queiram aplicar. Serei uma Erudita.

Minutos longos se passam. Minutos torturantes em minha opinião. Até que Josh sai da sala. Ele esta com o cabelo bagunçado. Fico me perguntando oque tem nessa simulação para ele estar bagunçado. Será que é algo físico? Não é oque eu espero sobre a Erudição. Para mim eles são preguiçosos, nunca fariam um teste que envolva algo físico.

– Audácia. – chama Jeanine. – James Tucker.

Ele entra em passos decididos. Não me parece o mesmo menino que tropeçou na cerimonia de escolha. Ele parece decidido. Agora quem começa a tremer são os meus pés. De ansiedade.

Olho ao redor. Vejo que Josh não esta mais no corredor. Onde ele esta? Drezza senta–se ao meu lado.

–Oque acha que tem lá dentro? – ela perguntou

– Não faço a mínima ideia. – digo encarrando à porta.

Caleb estava ao lado de Drezza, passando as palmas da mão em sua calça. Percebo que deve ter havido um erro. Abnegação deveria ser primeiro que a Amizade. Mas a Erudição não comete erros assim, de letras. Oque será que Caleb e Jeanine conversaram? Não o conheço muito bem, mas pelo modo como ele agiu quando vimos o comunicado, presumo que ele tenha trocado informações com ela e ela tenha lhe dado à oportunidade de ser o ultimo a realizar o teste. Apenas presumo.

James sai da sala. Ele esta sem expressão. Seus cabelos curtos estão arrepiados e ele parece cansado. Olho com curiosidade. Seus olhos estão vermelhos como se ele estivesse chorando. Seu teste não demorou tanto quanto o de Josh. Ele também caminha até a esquina do corredor e se vai.

– Victoria Ruthless. – escuto meu nome ser chamado por Cara.

Caminho com a postura ereta até a sala. Ela é clara e vazia. No centro há apenas uma cama, como aquelas de dentista. Ao lado tem aparelhos. Jeanine esta sentada em uma mesa a distancia, em frente á uma tela. O homem esta digitando algo nas maquinas. Cara caminha ao meu lado.

– Deite–se. – diz Cara. Obedeço. Ela coloca um fio ligado ao meu coração e outro em minha testa.

O homem vem por trás e enfia uma agulha em meu pescoço. A simulação começa. Paro de sentir o metal frio contra minhas costas e fecho os olhos.

Quando abro novamente os olhos vejo folhas e galhos. Uma floresta escura, esta a noite. Estou do lado de fora da cerca, sei disso de algum modo. Preciso pensar. Qual seria a coisa mais logica a se fazer? Voltar para a cerca. Como ver onde esta a cerca? Parei por um instante observando as arvores, se eu escalar poderei ver melhor.

Escolho a arvore mais alta e de aparência mais firme. Começo a escala– lá. Não é tão difícil. Nós da Audácia escalamos como forma de diversão, então é moleza para mim. Os galhos ásperos arranhão minhas mãos que já não eram tão macias, mas são ágeis.

Ao chegar à cima me apoio em um galho forte e procuro a cerca. Vejo uma linha e algumas luzes. É para lá que devo ir. Pulo da arvore, fazendo como faço no trem, correndo assim que atingi o chão para diminuir o impacto. Devo estar ficando fora de forma, pois meu calcanhar lateja. Mas não paro. Aumento a velocidade.

Corro rápido, quanto menos tempo ficar aqui, maior será minha pontuação, espero. As folhas e galhos arranham meu rosto, mas sorrio e lembro–me de descer pelas escadas com a Audácia. Sempre tinha alguém que esbarava em você.

Chego até a cerca, depois de correr e pular muito em linha reta. Vejo que James provavelmente tentou tirar a cerca, mas ele conseguiu fazer um buraco, não tão grande. Olho para cima. Alguém deve ter escalado a cerca.

Mas penso, ele saiu tão cansado, mas não cansado normal... Cansado como se tivesse acabado de receber um choque. Agacho e pego um galho. Jogo o por cima da cerca e o observo queimar. Escalar não é uma opção. Ele cai antes de queimar completamente. Penso rápido e uso a ponta em chamas para queimar os arames da cerca. Faço um buraco grande o suficiente para eu passar.

Assim que passo a simulação termina. Jeanine me examina por trás de seus óculos, estou parada no centro.

– Bom, Srta. Ruthless pode ir. Vá para o dormitório e não diga uma palavra sobre sua simulação á ninguém – um homem de jaleco branco me acompanha até o corredor.

Passo por Drezza e ela me olha pedindo informações, mas passo direto. Virando na direita, na esquina. O teste não foi tão difícil. Remonto–o na minha cabeça. Fiz tudo certo. Usei raciocínio rápido e minhas habilidades. Resta saber o quanto de QI.

Deito–me na minha cama sem olhar para James ou Josh. Estou cansada. Minhas pálpebras estão pesadas. Preciso dormir. Aproveito que estou sobre o efeito do soro da simulação e durmo. Isso fará com que eu não tenha pesadelos. Eu estava errada. O soro da simulação não fez com que eu não tivesse pesadelos. Fez pior. Fez–me pensar em minha família.

Fez–me sentir com saudades de casa.

Em meu sonho estou parada, em frente á um edifício. Eu o reconheço como sendo O edifício dos Níveis Superiores que abrigava a mais antiga das três escolas da cidade: Níveis Inferiores, Níveis Medianos, e Níveis Superiores. Esta tudo silencioso. É apenas mais um dia de aula. Então penso que não á nada demais.

O apito do trem toca alto e seu som ressoa em meu peito. O farol do trem pisca enquanto a composição se desloca violentamente e passa em frente à escola, com suas rodas rangendo contra os trilhos de metal. Ao passarem os últimos vagões, uma quantidade enorme de jovens com roupas escuras se atira do trem em movimento, alguns caindo e rolando no chão, outros pisando em falso rapidamente antes de recobrarem o equilíbrio. Um dos garotos coloca o braço em volta dos ombros de uma menina, rindo.

Meu coração se aperta. Essa menina sou eu. O cabelo bagunçado com as pontas coloridas. As roupas justas pretas, mostrando minhas curvas. Não sou magra, mas também não sou gorda; digamos que eu seja meio–termo. Por um instante me sinto estranha. Vendo–me passar rindo com Zeke.

Entramos na escola. Não quero seguir para lá dentro. Não quero entrar e me ver. Isso causaria mais dor. Sento–me na base da escultura de metal em frente ao prédio. Quero acordar. Belisco–me, sinto a dor.

Estou acordada? Acho impossível. Minha cabeça começa a girar. Uma simulação? Não duvidaria.

Não sei quanto tempo fiquei lá, parada, pensando em oque era aquilo. Apenas sei que foi tempo o suficiente para ouvir o barulho do sino. Acabou o primeiro período.

Sei oque esta por vir, então me levanto e vejo a multidão negra vindo em direção á escultura. Escuto a voz de Zeke, mas não o vejo. A multidão se dispersa perto da escultura. Afasto–me, desviando de seus olhares fixos. Eles não parecem me ver.

Atravesso a rua. No momento nenhum carro passa, então tenho plena visão do que esta acontecendo do outro lado. Levo a mão ao rosto. Estou sem óculos. Como eu estou conseguindo enxerga–los? Meu problema é tão grave que não estaria conseguindo reconhecer seus rostos, mas mesmo assim os vejo como se estivessem ao meu lado. Estou começando a achar que minha suspeita de que isto é uma simulação esta certa.

Alguém grita. Sua voz é embaraçada, não consigo reconhecer da onde vem. Mas me soa familiar.

– Quem vai tentar bater o recorde desta vez? – perguntou a voz. Vejo um braço no meio da multidão se levantar.

Gritos. Meu nome sendo gritado ao redor. Meu braço. Eu irei escalar.

– Não!– grito. Mas eles não me escutam. Isso já aconteceu. É uma visão de algo que já aconteceu. Minha perna lateja ao lembrar–me do que esta vindo a seguir. Vejo–me segurando em algumas falhas do metal. Mais alto e mais alto. Mais gritos. Zeke levanta o punho em saudação quando chego á metade. Os outros imitam seu gesto gritando mais e mais alto, na medida em que eu vou subindo.

Tento gritar para que eu pare, mas não adiantará. Tudo acontece muito de repente. Eu erro uma das falhas. Meu corpo pesa, me puxando para baixo. Meus dedos tremem e eu tento desesperadamente achar algo para apoiar meus pés, mas nessa parte a escultura é lisa.

Os gritos continuam. Eles ainda não perceberam. Tento levantar a outra mão, mas algo acontece. Minha mente se torna nublada e vejo–me caindo. Um grito estridente sai da minha boca. Mas percebo que não somente da minha. Vicky– minha eu na Audácia. – também esta gritando. Ela cai e um amontoado se junta ao seu redor.

Ao longe observo uma figura cinzenta se aproximando. A reconheço. Beatrice Prior esta vindo coma enfermeira da escola. Não quero permanecer aqui. Quero acordar. Quero acordar.

– Quero acordar. Chega! – grito.

Abro os olhos. As luzes acima me cegam. Tento me acostumar. Viro a cabeça para o lado. Cara me encara assustada. Ela esta balançando negativamente a cabeça. Olho para o resto da sala. Jeanine esta atrás da mesa. O homem esta digitando algo. Levanto–me.

– Oque... Oque houve? – estou confusa. Mas as coisas começam a clarear em minha mente. O teste ainda não havia acabado como eu pensei.

– Como você fez isso? – perguntou Jeanine ameaçadoramente controlada.

– Fiz oque?

– Isso. Acordou. Como?

– Eu... Não sei. Acho que já havia acabado certo? – sua expressão era de raiva. Ódio até. Cara foi na direção dela. Continuei sem entender olhando–as. O homem não parava de digitar oque quer que fosse. Não o via, mas ouvia os barulhos do teclado.

Cara disse algo em tom baixo á Jeanine. Ela acenou com a cabeça minutos depois.

Cara veio em minha direção e fiquei em pé. Meus pés estavam doloridos.

– Vamos. – ela disse para mim. Caminhamos, juntas, lado a lado, até a porta. Ao se abrir vejo a fila de iniciados do lado de fora.


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Notas finais do capítulo


As ideias para o teste eu tirei da fic Faction Before Blood - gleek mcginty. Foi permitida o uso de trechos da fic como base para esse cap.