O Conto De Zero Zephyrum escrita por Marjyh


Capítulo 17
Um Fim para um novo Começo


Notas iniciais do capítulo

Eai gente x333
Faz um bom tempo não é? D:
Sinto muito pela demora, mas meu notebook tinha pifado e teve ir ver o "doutor" e sofrer uma "lavagem cerebral". Felizmente, minhas histórias estavam seguras. Demorei mesmo para reaver minhas coisas e poder prosseguir a história. x_x

Enfim, acabei de reler o capítulo e fiz algumas pequenas alterações! Espero que gostem e boa leitura. c:



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Em meio a escuridão, duas figuras digladiavam violentamente. Sabendo que, em termos de poder entre eles, eram completamente compatíveis, e também o perigo que Zero corria, o herói teve que se submeter a lutar corpo a corpo contra aquele que jogava sujo a cada avanço que tentava fazer, criando uma barreira de espinhos para que um chute resultasse em furos múltiplos, ou que em meio sua corrida acabasse “caindo sem querer” e ser empalado por espinhos que surgiam do chão logo abaixo dos seus pés.

Grandark saltou para trás para desviar de uma dessas sequências de espinhos que surgiam do chão, e mal seus pés tocaram o chão quando teve que desviar do golpe que foi lançado em sua direção. Por pouco que sua barriga não fora atravessada pelo projetil em forma de espinho, deixando um arranhão profundo nos seus músculos. Um gemido dolorido escapou dos seus lábios enquanto pulava para trás, sabendo que ficar parado era perigoso demais.

Diferente do seu oponente, ele sangrava. Se ele morresse, morreria sozinho. Seu olhar furioso voltou-se para aquele que sorria de maneira sarcástica. Era inútil... Não podia lutar sozinho. Apertou a mão cheia do seu próprio e olhou para o rapaz que estava de cabeça baixa, pendurado pelas correntes. Uma poça de sangue se formava nos seus pés e um olhar dolorido encheu os olhos do homem que lutava por um rapaz que já havia desistido de viver.

– Qual o problema? Estamos no meio de uma coisa, sabe!

Assim que terminou de falar, seu oponente bateu o pé direito no chão. Um tremor passou pela terra, atravessando o chão até chegar ao seu alvo. Grandark sentiu insegurança em ficar de pé, e por pouco que pulou para desviar de uma estaca.

– Mas que droga..! – Murmurou o herói.

Ele sabia, seu oponente estava apenas brincando com ele. Enfraquecendo-o, cansando-o para apenas se divertir. Não pôde conter um sorriso.

Tinha se esquecido do quão babaca ele era.

Ajeitou sua postura, apesar de ainda se manter atento a tudo que acontecia ao seu redor, voltou o olhar para o rapaz que parecia inconsciente. Não, ele não podia estar... Zero precisava escuta-lo.

– Ei, Zero! Eu sei que você esta ai ainda!

– Ah, pelo amor de mim, desista! – Anunciou o homem que estava tentando mata-lo, suspirando. – Não percebe que ele desistiu?

Grandark apertou os punhos e virou o rosto para o homem que era o culpado de tudo aquilo. Droga, como havia se esquecido daquilo tudo! Todos tinham razão sobre o quanto era imbecil naquela época... Seu olhar furioso voltou-se a tempo de ver um pé atingindo com toda a força seu rosto. A dor foi gigantesca, apesar de saber que sobreviveria aquilo, não se lembrava da última vez que tomou um golpe tão doloroso!

Voou para o lado, coincidentemente, para perto do rapaz com quem tentava falar. Sentiu a cabeça bater com força no chão, seu corpo rodopiou no ar em seguida antes de vir a cair no chão. Ofegou, se levantando devagar e olhou para cima, vendo os olhos amarelos do rapaz e seu rosto banhado em sangue.

– Me escute, Zero! Você precisa reagir! Existe um guerreiro ai dentro... Lembre-se de quem você é!

Sem obter nenhum tipo de resposta que desejava, seu estomago pareceu querer sair para fora ao sentir o chute que recebeu na barriga, da mesma pessoa que vinha atingindo-o daquela forma violenta desde que chegou ali. Seu oponente, o outro Grandark, suspirou, apoiando as mãos no cinto.

– É sério isso? Você é um molenga agora por acaso? Tsch... Vejo que é melhor te matar mesmo do que permitir que alguém como você fique arruinando minha imagem.

Antes que outro golpe o acertasse, Grandark rolou para o lado, imediatamente apoiando o pé atrás de si e fechou o punho direito. Sem dar tempo para que seu oponente perceber direito o que estava acontecendo, avançou com toda a força que podia, mirando um soco de baixo para cima no queixo do seu oponente.

Talvez, pela surpresa do seu oponente, seu intento foi concluído com um sucesso gigantesco. O outro Grandark voou para trás com o soco que recebeu no queixo. Com os olhos arregalados, enquanto não podia ser observado, ele tinha certeza que se fosse qualquer outra pessoa, teria seu maxilar desencaixado agora.

E, ficou claro que realmente aquele golpe foi forte o suficiente para isso quando o corpo do Zero estremeceu se sua boca pareceu ficar meio solta... Apesar disso, o rapaz continuava a não exibir nenhum tipo de reação.

O herói estralou o ombro, bufando e olhou de canto para Zero, dando tempo para que seu oponente se levantasse.

– Certo... Então vou socar você até que acorde, seu imbecil.

Uma risada ressoou e Grandark nem precisou virar o rosto para saber quem era. Seu oponente se levantou, rindo.

– Agora sim! É disso que eu estava falando!

O herói cuspiu sangue para o lado e colocou os punhos fechados na frente do rosto, um pouco separados.

– Vem pra cima.

Eu sei que muitos de vocês devem estar se perguntando quem raios é esse segundo Grandark...

Existem diversas realidades alternativas, na teoria, claro. Essas realidades, são onde coisas que não deveriam ter acontecido, vieram a acontecer. Seja a morte de uma pessoa importante, ou um evento que não deveria ter permanecido...

Holy, quando foi atingida pelo Pesadelo, sua alma se separou parcialmente do seu corpo, até viajar para uma dessas realidades alternativas. Lá, ela conheceu diversas pessoas... Dentre elas, claro, Grandark que possuía o corpo do Zero.

Nessa realidade, aquele que normalmente seria o anti-herói veio a se tornar um herói, pois a sua escolha para tomar o corpo do seu portador não foi um motivo egoísta como provar que era o mais forte, mas salvar uma vida.

Uma vez que Grandark conheceu como era ser “bom”, ele não conseguiu voltar atrás: partilhava agora dos sentimentos bons do seu portador, mesmo que ele estivesse em um estado terrível.

Mas, o que veio a realizar esse acontecimento? Apenas a coisa mais egoísta e cruel que o mundo já conheceu: uma guerra.

Zero ficou enlouquecido durante uma guerra dessa realidade alternativa, e, para salvar seu portador, Grandark tomou-o.

Claro, o que a Holy tem haver com isso tudo? Que perigo eminente ela está correndo?

Talvez, em breve, essas perguntas poderão ser respondidas...

O oponente ergueu a perna, querendo atingir um chute no flanco direito do “herói”. Grandark abaixou seu antebraço rapidamente o suficiente para conter o golpe e, antes que seu oponente se afastasse, segurou sua perna com ambos os braços, girando-o ao seu redor para então se posicionar atrás dele. Com um único movimento, empurrou o homem, derrubando-o no chão com o rosto contra o chão.

Antes que ele pudesse se levantar, Grandark se sentou em cima das suas costas, agarrando os cabelos esverdeados com força e então começou a bater a cabeça do seu oponente contra o chão diversas vezes. Gritos de dor saíram da boca do homem quando o nariz quebrado do primeiro impacto começou a ser prensado diversas vezes, golpe por golpe. Mais sangue saiu do corpo do Zero.

– Acorda, seu filho da puta!

– Aaaaargh! – Gritou o outro Grandark.

Antes que pudesse perceber, seu braço foi contido por uma corrente, muito semelhante àquela que continha o corpo do Zero no ar. Grandark arregalou os olhos ao ver que estava sendo impedido.

Diversas correntes surgiram repentinamente, envolvendo seu tronco, pescoço e o outro braço. Com uma única puxada, sentiu seu corpo se erguer no ar.

O outro Grandark se levantou sorrindo de canto, limpando o sangue da sua boca com as costas da sua mão direita. Ele encarou então o “herói”, que se debatia em busca de liberdade. Patético.

– Você se esqueceu de uma coisa, seu pedaço de carne inútil. Esse é meu território.

Antes que pudesse receber uma resposta, as correntes apertaram seu corpo e o jogou com força contra o chão, como se um gigante estivesse manipulando-as na escuridão muito acima de suas cabeças. Um grito de dor escapou da boca daquele que era feito de marionete ao ser jogado no chão, sentia seus ossos reclamando do aperto que recebia ao mesmo tempo em que eram forçados até seu limite pelo impacto, que logo se sucedeu. Sentia que, apesar de seus esforços, não iria conseguir manter sua consciência por muito tempo.

O outro Grandark riu, movendo a mão para cima e preparando o terceiro movimento que provavelmente acabaria com aquele embate. Sua mão projetou um arco no ar, cheio de energia, como se mandasse que as correntes jogassem seu oponente no chão, mas, para sua surpresa seu comando não foi obedecido.

– Mas... O que?! – Exclamou abismado.

As correntes pousaram suavemente o “invasor” no chão enquanto recuavam na escuridão, deixando o outro Grandark simplesmente boquiaberto e com os punhos fechados. Estaria em fúria se não estivesse tão confuso.

– Que merda é essa?!

–x-

Uma tímida luz surgiu em meio às trevas no coração de Zero. Ele conhecia aquela cor... Aquela energia... Um dia fora tão frio com aqueles que simplesmente queriam ajuda-lo. Em meio a escuridão que o consumia, o rapaz se lembrou do dia no circo, quando perguntou o que era o medo e Holy lhe respondeu de uma forma confusa.

Apesar de nunca ter entendido o que ela quis dizer naquele dia, enfim entendia. Estava com medo agora. Mas, por quê?

Por que estava se importando tanto com uma pessoa que não era sequer quem ele buscava? Era apenas um inútil que sequer conseguiu salva-la quando estava em perigo, Grandark deixou isso bem claro quando lutaram: havia perdido até mesmo o direito de viver.

Sua força que parecia sumir cada vez mais e isso apenas afirmava o que sentia. Nunca iria dizer algo que nem mesmo conseguia entender, ou fazer perguntas para ela... Tudo iria desaparecer naquela mesma escuridão que começou. A criatura que profanava o nome de Deus pagou pelo seu pecado: existir.

Seus olhos se fecharam devagar. Desistia de tudo.

Aqueles eram os últimos pensamentos de Zero Zephyrum...

A cabeça do rapaz pendeu para o lado, deixando de existir.

Não... Aquele não podia ser o fim.


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