Cheguei em casa, por mais incrível que pareça, estava exausta. 

Além disso, eu podia ouvir barulhos da sala ao lado, oque significava que eu havia um novo vizinho, ou vizinha. Então decidi ir dá-los as boas vindas, porque quando não faço isso, fico de castigo.

Bizarro da parte da minha mãe.

Bati na porta uma vez. Duas vezes. Na terceira eu abri.

Lá estava Jooh, estava com botas, segurando (Pisando) nos dedos de um menino.

-Jooh?

-Que bom que você chegou! -Ele falava em um tom sarcástico.

-Oi? Que?

Ele soltou o menino e me abraçou.

finge que é minha namorada.

O menino olhou com raiva para mim.

-Que é você garota?

-A N-namorada d-do J-Jooh.

Ele riu.

-Jooh não tem namorada!

-E se ele houver?

Ele me encarou. Veio na direção e puxou a argola de Jooh. Estavam perto demais. 

Fiquei apenas observando.

O garoto foi beijar Jooh, mais eu puxei sua camisa antes disso.

-Viado desgraçado!

-Ofendeu...

-Bah!

-E Jooh não tem namorada!

-Mais que porra! Você não entende que ele não é gay?

-Mais tem cara.

-Tem cara o caralho, ele não te quer não!

-Prove.

Parei um instante pra pensar. Mais Jooh não pensou, ele estava enfurecido.

Colocou a mãe em meu rosto, me puxou para frente e me beijou. Ele estava um pouco agressivo. Eu podia ver o garoto frustrado com o canto do olho. Jooh parou e se afastou.

-Jura mesmo que são namorados? Muito sem sal!

-Vou quebrar sua cara, garoto nojento!

-Você quer o que? Que a gente transe na sua frente?

-Quer que eu te mostre?

-Ai cara... Quem é ele em Jooh?

-Bruno... Ele vive me perseguindo!

-Garoto, vai em bora.

-Não!

-Tá, então... Vamos pro quarto Jooh...

-Quê? Por que o quarto?

-Você não quer nos ver transar, quer?

-Não saio daqui. Sei que não vão fazer nada!

-Ok.

Segurei na mão de Jooh e fui até o quarto. Tranquei a porta e fiquei conversando com Jooh em sussurros.

Qual é o problema dele?

E você vem perguntar isso pra mim?

E se ele te estuprar?

Para de jogar praga!

Como vamos se livrar dele?

Cookie seria útil, ou até mesmo Luke.

Quando saí da casa de Minato, Luke estava dormindo e Cookie está com Hime.

Fodeu!

Ela não pode trazer Hime pra cá...

Ou talvez, Hime ajude!

Não vai dizer que ela é nossa filha, vai?

Não! Ele pode.. Sei lá.. Ter consideração por ela.

Para de ser ridículo!

Quê?

Vou te bater!

Vou ligar pro Luke.

Manda mensagem!

Tá né..

Ele pegou o celular e mandou uma mensagem para o Luke.

Demorou vinte minutos até Luke chegar lá. Podíamos ouvir oque estavam falando.

-Cadê o Jooh?

-Trancado no quarto com uma menina que diz ser namorada dele.

-Namorada dele?

-É!

-O Jooh tem...

Eu abri a porta antes que ele terminasse a frase.

-Esqueceu de mim Luke?

Ele olhou meio confuso, esperou um tempinho e finalmente entendeu.

-Putz, perdão...

-Ah, tudo bem...

-E você garoto, quem é?

-Bruno, prazer. -Disse ele olhando Luke de baixo para cima.

Luke se afastou um pouco.

Bruno passou a mão no cabelo e chegou perto de Luke. Estava perto demais. Pelo menos do meu ponto de vista.

-Então Luke... Você é o que  do Jooh?

-Amigo!

-E dessa garota aí?

-Hum.. Amigo..

-Interessante... E você.. Namora?

-N-não..

-Hum...

Bruno começou a passar a mão no peitoral de Luke. Quando Luke se afastava ele ia junto.

Eu não estava gostando dessa ideia. Cerrei os punhos e observei.

Bruno empurrou Luke no sofá.

-Você é hétero?

-P-por que a p-pergunta?

Bruno se sentou no colo dele. Luke o empurrou. Bruno voltou a se sentar no colo de Luke, dessa vez colocando as mãos de Luke contra o sofá.

E o beijou. Luke fez uma expressão de desespero misturado com nojo.

Eu já estava cansada. Puxei Bruno pelos cabelos e bati sua cabeça na parede.

-Eu estou avisando e você continua brincando...

Jooh olhou para mim com uma expressão de medo.

-Você não pode... Não encoste no meu amigo, e muito menos...

Soltei seus cabelos.

-Beije meu namorado.

O nariz do garoto sangrava. Eu não estava me importando. Passei pela porta a batendo com força e voltei para casa.

Meus pais já haviam chegado.

-Onde estava?

-Dando boas vindas ao novo vizinho.

Subi as escadas e me tranquei no quarto. Minha cabeça estava doendo. Mais eu pude ouvir alguém batendo na porta. Desci o primeiro degrau e fiquei sentada lá mesmo, para ninguém me ver e para eu poder saber quem era.

Meus pais abriram a porta. Eram Luke e Jooh. Eu sentia que estava ferrada.

-Quem são vocês?

-Jooh, amigo da sua filha.

-E eu sou Luke...

-Luke? -Perguntou meu pai, confuso.

Luke olhou para cima e pôde me ver, eu balancei a cabeça, esperando que ele não dissesse nada.

-Amigo da sua filha.

-Hannah não tem amigos, digo, garotos.

-Por que ela não pode, ou por quê não quer?

-Não pode, e nem quer.

-Como você sabe?

-Porque meninas devem ser delicadas e meninos não colaboram!

-Delicadas?

-Sabe, ela tem uma amiga que é um amor!

-Cookie?

-Exatamente, Channel Cookie!

Jooh e Luke riram.

-Jura? E a senhora usa logo Cookie de exemplo?

-Claro. O que tem ela?

-Não digo nada.

-Vocês a conhecem?

-Claro, ela que nos apresentou Hanna..

-Hannah -Disse ela como se estivesse jogando uma indireta.

-Bom, acho que não é muito próprio deixar dois garotos e uma garota em um quarto sozinhos, não é?

-Peça a Hannah para descer!

-Hannah! -Gritou meu pai.

-Morri! -Gritei de volta.

-Venha cá, você conhece esses sujeitos?

-Mandem-os em bora!

-Desça aqui!

Eu desci. Cruzei os braços de frente a Luke e Jooh.

-Pensei que havia dito que não queria você de papinhos com garotos!

-Cara, qual o problema?

-Cara não, pai! -Disse minha mãe.

-Você sabe que...

-Primeiro, eu não vou ser estrupada, Segundo, ah, não tem segundo! Eles são meus amigos!

Minha mãe me lançou um olhar furioso.

-Olha, minha cabeça tá doendo e eu não quero ficar discutindo..

Me virei para voltar ao meu quarto e Luke segurou minha mão.

-Ok, você sabe que...

-Não vai ficar com raiva da gente, vai?

-Minha cabeça só está doendo!

-Por favor... Pelo menos invente uma desculpa que preste!

Meus pais nos olhavam confusos.

-Tá bom gente, não tô brava com vocês...

-Passa lá em casa depois?

-Depois do jantar.

-Eu vou também... -Disse Luke olhando para o chão.

Ele me soltou. Eu subi as escadas correndo.