Sollua escrita por Rob Dan


Capítulo 3
Capítulo 2 - Bombardeamento do Sul


Notas iniciais do capítulo

Bom... Aí está meu outro capítulo. Espero que gostem (se lerem).



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“As pessoas lutam por o que acham certo, mas na verdade, a realidade é que nada é certo” – Artista Desconhecido

A neve cobria o pátio da escola Luar XV[i], e, apesar do frio, várias das salas espalhadas pelos corredores longos e esbranquiçados estavam com as portas e janelas abertas. Via-se, ao longe, grande parte dos alunos de cada sala, visto que as portas eram grandes, e de cor azulada. O chão dos corredores era de cerâmica bege, quando não estava coberto por neve, e as paredes em tons de cinza e marrom-claro. Um inspetor passeava no corredor, monitorando todas as classes, e, uma a uma, eram revistadas.

Em uma das classes, a última para ser exato, tinha uma pequena portinha, diferente das demais. Acima da porta, estava escrito: “Sala de reforço – Exatas”. Na última fileira das carteiras estavam sentadas apenas duas garotas, uma de cabelos compridos loiros, olhos azulados e pele clara, e a outra, que estava sentada atrás desta, tinha cabelos igualmente longos, indo até as costas, negros, e olhos avermelhados. Usava uma jaqueta marrom-clara, com botões dourados e uma calça jeans cinzenta. Após alguns minutos, o sinal tocou, e rapidamente as duas saíram da classe.

- Odeio matemática... – resmungou Maya, a de cabelos negros, enquanto andavam pelo corredor.

- Eu gosto... O problema é ter que estudar equação... – respondeu a de cabelos loiros, Esther.

- Eu prefiro matemática que o mundo que vivo... – comentou Maya, descendo pela escadaria e saindo pelo portão principal.

A rua também estava coberta de neve, assim como todas as ruas e cidades do Sul. Havia nevado na noite passada, e como previsto, tudo estava coberto por neve, e todos vestidos como esquimós. Após alguns minutos de caminhada, Maya já avistara sua casa. Logo abriu a pequena portinha que trancava o jardim da casa, e, despedindo-se de sua amiga, tocou a campainha. Após alguns instantes, a porta se abriu. Era uma mulher alta com cabelos negros e olhos avermelhados. Aparentava ser a mãe de Maya, não só pela aparência, mas pelo modo que recebeu sua filha.

- Querida! Estava com tantas saudades de você! – disse a mulher, abraçando a garota.

- Mãe... Eu só passei uma semana na casa da Esther... – disse Maya, empurrando um pouco sua mãe e entrando na casa.

A casa era simples, com móveis feitos de madeira e poucos cômodos. Entrando em um deles, Maya lançou sua bolsa em uma cama e logo se lançou nela.

- Que vida chata... – disse a garota.

Não demorou muito tempo, e logo um estrondo se fez, e antes mesmo que Maya pudesse levantar-se, sua mãe abriu a porta rapidamente.

- Maya! Saia da casa! Estão bombardeando a cidade! – gritou ela.

Maya, sem contestar, saiu correndo pela porta, correndo pelo corredor rapidamente, sendo seguida por sua mãe. Saíram pela frente da casa e logo entraram no porão da casa, trancafiando a porta de entrada. Ela estava trêmula, seus olhos estavam arregalados e segurava forte a mão de sua mãe.

- Iremos ficar bem! – disse a mãe de Maya, abraçando-a.

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O Sol já revelava que estavam em pleno meio-dia, e, em um dos mais famosos restaurantes de L’ vier[ii], Saori e Nahomi almoçavam. O restaurante era bem decorado, cheio de espelhos e papéis de parede vinho e vermelhos. Saori, uma universitária do norte, da faculdade de medicina veterinária de L’ vier, e Nahomi, estudante da universidade de arqueologia de L’ vier. A primeira era alta, cabelos loiros e olhos verdes, um pouco azulados. Usava um vestido não muito longo cinza com um bolero branco por cima. A outra, Nahomi, usava uma calça jeans cinza com uma blusa branca e uma jaqueta de couro preta por cima.

- Adoro estrogonofe... – comentou Nahomi, enquanto levava à boca um pouco de comida.

- Prefiro salada... – disse Saori. Por estudar medicina veterinária, Saori era vegetariana.

Após terminarem de almoçar, as duas saíram do restaurante, andando pelas ruas alegremente. Ao contrário das ruas do Sul, as no Norte estavam cobertas por areia. Logo, Saori avistou seu irmão mais velho, Robert, apelidado de Bob. Este, por sua vez, estava no ultimo ano de universitário da faculdade de Biologia. Vestia uma capa preta por cima de uma blusa branca e uma calça igualmente preta. Ambos adoravam animais, e também ambos eram vegetarianos.

- O que faz aqui à uma hora dessas? – perguntou Saori para seu irmão.

- Temos que sair daqui... Os Hunters estão vindo para cá! – disse Bob, puxando pelo braço de Saori, que por sua vez puxou Nahomi.

Após alguns instantes, um helicóptero desceu do céu, e Bob entrou nele.

- O que é isso?! – perguntou Saori

- Entrem! – disse Bob, e sem contestar, as duas entraram, e logo o helicóptero sobrevoou o céu.

- Então essa é sua idéia? – perguntou Saori, virando-se para Bob.

- Sim... Este é o único jeito que temos para fazer algo funcionar direito nesse mundo! – disse Bob, e logo o helicóptero já estava sobre as nuvens.

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O tempo estava quente, e a temperatura alta. Os corredores da Solar XI, o melhor colégio de Sollar, a capital do norte, estavam repletos de alunos enfardados. O sinal já tocara, e em fileiras os alunos saíam da escola. A escola era a mais rígida do Norte, e caso algum dos alunos infligisse as leis, seria severamente punido.

- Por que eu tenho que estudar nessa prisão? – resmungava Thaty, enquanto saia do colégio.

Thaty tinha 16 anos, vestia uma calça jeans preta, blusa rosa alaranjada e uma jaqueta de tecido jeans. Seus cabelos eram castanho-escuros, olhos igualmente castanhos e pele esbranquiçada.

Ao chegar à frente de sua casa, tocou na campainha. Logo a porta foi aberta, por um garoto pequeno, de cabelos loiros e arrepiados.

- Thaty chegou, Thaty chegou! – gritou o garoto, abraçando Thaty.

- Nino... – disse Thaty, abraçando o garoto.

- Finalmente chegou Thaty! O Nino não me deixou nem preparar o almoço chorando pra eu levá-lo à sua escola. – disse uma mulher, de cabelos negros e olhos azul-escuros.

O garoto era irmão de Thaty, e a mulher, sua mãe. Logo Thaty entrou na casa, e entrou em seu quarto, o primeiro do corredor longo que tinha na casa. Lançou sua mochila na cama, e logo saiu do quarto, andando pelo corredor longo em direção à cozinha. Ao entrar na cozinha, logo se sentou à mesa com seu irmão e seu pai, que tinha a mesma aparência de Nino.

- Aqui está! Tive que fazer encomenda, já que Nino não me deixou fazer nada hoje... – disse a mulher, sentando-se em uma das várias cadeiras vagas que estavam espalhadas pela mesa de mármore marrom.

- Demos graça! – disse o homem, fechando os olhos e começando a pronunciar algumas palavras de gratidão. Mas mesmo antes que ele terminasse, o chão tremeu, e rapidamente os quatro levantaram-se da mesa e correram em direção a uma escada que levava para o porão da casa.

- Meu comida! Meu comida! – gritou o menino, visto que era pequeno e ainda não sabia falar corretamente.

- Volte Nino! – gritou Thaty da escada, mas já era tarde. O estrondo se fez novamente, derrubando o telhado da casa em cima dos dois.

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Chad abriu os olhos lentamente. Estava com o corpo dolorido, e mal conseguia ficar de pé. Olhou em volta, e nada achou, senão ruínas sobre ruínas. Procurou desesperado por sua mãe, mas nada achou. Começou a ficar desesperado, gritando por socorro. Mas nada recebeu, senão o silêncio por toda a cidade. Encheu seus olhos de lágrimas ao perceber que mais sonhos seus foram destruídos: universidade, família, amigos. E mais uma vez, suplicou por ajuda, recebendo mais um simples assobio do vento. Ajoelhou-se, e quase que automaticamente, começou a chorar angustiado.

- Não chore meu rapaz... – ouviu uma voz dizer, ao mesmo tempo em que uma mão repousou em seu ombro. Rapidamente virou-se, encarando a estranha figura que o tocara. Era um homem alto, de cabelos longos e negros. Usava um terno, e abaixo do pescoço usava uma gravata com um símbolo estranho, em forma de “S”.

- Quem é você? – perguntou Chad, enxugando os olhos.

- Sou Hank Sthiler, mas pode me chamar de Hank. – respondeu o homem, estendendo a mão para Chad, que até então ficara ajoelhado.

Chad estendeu sua mão, e logo se levantou, batendo em suas roupas em uma tentativa falha de limpá-las ao menos um pouco.

- Sou... – disse Chad, sendo interrompido por Hank.

- Chad! Eu já o conheço. Sempre o conheci! Mas agora não há tempo para explicações, entre! – disse Hank, apontando para um helicóptero que estava pousado a alguns metros de distância dos dois.

Chad pensou um pouco, mas ao ver que não tinha mais nada em sua vida, não ligara para o que aconteceria se entrasse, e logo caminhou até o helicóptero, que tinha um símbolo parecido com o da gravata de Hank. Após entrarem, um homem vestido com um terno branco começou a pilotar o avião. Chad apenas olhava para baixo, vendo que Roksgove estava destruída.

- Ainda temos que chamar uma garota, então não vá muito longo em nosso passei, Billy. – disse Hank, voltando sua atenção para Chad – deixe-me me apresentar melhor!

[i] A melhor escola de Roksgove, Maya mora em Roksgove.

[ii] Uma das poucas cidades que nunca foi atacada pela força adversária.


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Notas finais do capítulo

Bom... Gostaram? Caso não, digam o que preciso melhorar.