As Estrelas Da Esperança escrita por Vaskevicius


Capítulo 31
Capitulo 31 - O Desejo Das Estrelas




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Templos Zodiacais

As centenas corvos passavam grunhindo por entre todos os templos com tamanha velocidade e sem serem restringidos por força alguma, pelo caminho pequenos seres de luz eram engolidos pela gigantesca escuridão criada pelo bando das criaturas negras aladas, sua formação assemelhava-se como de uma gigantesca flecha em ébano empalando todos os templos zodiacais. Os primeiros a verem a horda foram os gêmeos que desciam em busca das armaduras dos cavaleiros caídos, logo em seguida passaram por Chaffin que ainda estava próximo ao corpo de sua mestra, os animais pareciam não se importar com nenhum dos guerreiros, eles simplesmente passavam devorando os pontos de luz misteriosos espalhados pelo Santuário e seguindo cada vez com mais velocidade em direção ao topo das doze casas.

Entrada do Templo de Áries

O cavaleiro sentado nas escadas próximas à entrada vestia uma armadura dourada sem seu elmo mostrando seu curto cabelo, ele parecia entediado até que passos são ouvidos, então um sorriso aparece em seu rosto e imediatamente se levanta e começa a descer as poucas escadas que separavam o primeiro templo zodiacal do pátio do Santuário, e dentre as árvores próximas um homem alto em vestes escuras que o cavaleiro sabia exatamente a origem se aproximava caminhando rapidamente e seus olhos verdes não podiam ser vistos claramente por causa da escuridão mas seu cabelo levemente dourado se destacava na noite. Logo em seguida mais alguém sai de dentro da escuridão oriunda das grandes árvores com ainda mais velocidade parando na frente do homem que parecia estar muito determinado, o cavaleiro estava entre o atual representante de Odin e seu Mestre, ele sabia que teria que tentar a qualquer custo evitar o confronto dos dois, mesmo que ela parecesse eminente, porém uma batalha já havia começado, talvez a pior batalha, uma guerra interna entre sua mente, alma e coração.

O cavaleiro de prata ainda parecia estar cansado de sua última batalha no sexto templo, e aos poucos ele ia entendendo o porquê de tudo aquilo ter acontecido, ele sentia seu coração pulsar mais rápido e mais forte à medida que sua mente trabalhava.

– Não faça isso...por favor – Dizia Vaskes de cabeça baixa ainda entre os dois homens – Isso não precis...

– Sim, isso é necessário. – Respondeu ríspido o homem que veio do extremo norte interrompendo Vaskes.

– M-Mas... Eu não quero que vocês... – Dizia Grou temendo o que viria a seguir.

– Você voltará comigo, e viveremos em paz em Asgard – Respondeu Kazys sem deixar que Vaskes prosseguisse – Mas para isso, esta batalha é necessária.

– Nenhuma batalha é necessária!! – Retrucou o cavaleiro de prata.

– Afaste-se Vaskes! – Ordenou uma voz vinda de alguns metros atrás do cavaleiro. – Saia do campo de batalha se não quiser se machucar. – O cavaleiro dourado se aproximava, mas ainda assim se mantia há uma distância segura. – Não posso obrigar você a escolher um lado, então sugiro que saia daqui.

O cavaleiro perdia suas forças, apesar de sua posição, as duas pessoas mais importantes para ele estavam prestes a lutar até a morte, ele perdia as esperanças aos poucos, uma lágrima descia fazendo o contorno de seu rosto, suas pernas cediam e ele caia ajoelhado, seus braços perdiam as forças e ficaram abaixados, sua cabeça abaixa-se também. Por um momento tudo havia acabado, duas mãos quentes seguraram e levantaram o rosto do cavaleiro, à sua frente aquele que o amava, por um segundo eles se olharam, Kazys se aproxima e beija a testa de Vaskes, em seguida levanta-se e passa pelo cavaleiro ficando de costas um pro outro, então Grou percebeu que Kazys estava preparado para morrer ali mesmo apenas para provar para si mesmo que estava certo, em um segundo os cosmos do representante de Odin e do Defensor do primeiro templo tomam conta de todo o ambiente.

– Então foi por isso que você se vendeu à Hades?! – Disse Messura em um tom de deboche – Você acredita mesmo que ele deixara Asgard ileso?

– Isso é tudo em que eu posso acreditar no momento. – Uma breve pausa se estende – E ninguém ficará no meu caminho!

Então os cosmos dos dois guerreiros se chocavam brutalmente deixando o ar pesado, ainda haviam alguns corpos no pátio deixado pelos cavaleiros de prata que defendiam o santuário, a noite ficava mais fria, o vento passava levando as folhas consigo, a oitava chama do relógio de fogo começa a perder sua intensidade aos poucos, os guerreiros se encararam por um tempo, e vendo que os cosmos não iriam ceder para nenhum dos lados os dois partem para a luta. A velocidade era impressionante, Messura reagia a cada um dos golpes como um verdadeiro cavaleiro de ouro, velocidade e força impressionantes, porém nenhum dos lados nem se quer trepidava, se continuassem apenas com golpes básicos jamais terminariam a luta, então o campo foi coberto por um imenso cosmos como se uma dimensão começasse a ser aberta praticamente no pátio inteiro, curiosamente Kazys ao perceber isso apenas olhou de canto de olho para Vaskes, que permanecia imóvel, e viu que o técnica de Messura não o atingiria, então ele ficou parado com os braços abertos.

– Starlight Extintion!!!! – Messura invoca um poder devastador destruindo completamente todos os corpos dos espectros ali e engolindo Kazys.

Um grande vácuo negro se apodera do epicentro da técnica do cavaleiro de Áries – Odin’s Shield! – Toda a energia utilizada na técnica do cavaleiro dourado é absorvida e simplesmente desaparece no ar, assim como as vestes do guerreiro nórdico, mostrando assim que ele vestia uma armadura negra. – Hanuman... é a Sapuris que me foi concedida, e eu decidi usá-la ao invés de meu robe divino. – Explicou Kazys – Pois é com esta Sapuris que eu lhe vencerei! – Então uma grande energia oriunda de seus corpo puxa Messura que tenta resistir ao máximo – Odin’s Sword! – E como a mesma intensidade da técnica usada anteriormente, uma força gravitacional impressionante joga o corpo de Áries contra a escadaria destruindo parte da mesma.

Entrada do Templo de Libra

Urso e Cães de Caça prosseguiam com sua missão de chegar ao salão do Grande Mestre carregando as relíquias confiadas à eles por Grou, quando um som perturbador se aproxima dos dois, centenas de bateres de asas vinham em suas direções em uma velocidade absurda, então ambos se posicionaram para uma batalha mas os pássaros passaram por eles sem se incomodar com os cosmos dos guerreiros e adentrando o templo zodiacal que estava logo à frente dos dois cavaleiros.

– Mas...o que foi isso?! – Questionou Carlos pasmo.

– Não faço ideia – Respondeu Geovanne – Mas havia algo de muito estranho e...familiar nestes corvos. – Então ele se volta para trás – Não consigo mais sentir o cosmos de Vaskes...Nem do Sascha, o que será que aconteceu?

– Geovanne – Disse Carlos tocando seu companheiro nos ombros – Apenas lembre-se de nosso objetivo, ele nos prometeu que prosseguiria.

– Tens razão...

Então os dois voltaram-se para o templo que estava muito próximo e continuaram correndo pelas escadas indo em direção à entrada do próximo templo zodiacal sem entender o que estava acontecendo, e sem ter ideia do que estava acontecendo ao redor do Santuário, e o que estava prestes a acontecer.

Pátio do Santuário

Uma grande explosão cósmica joga cada um para um lado, ambos conseguem se mover no ar e evitar a queda, ainda não havia sinais de cansaço no rosto de nenhum deles.

– Apenas desista Messura – Disse Kazys sorrindo – Você jamais conseguirá me vencer, entregue-me sua vida que eu prometo ser rápido!

Messura riu do que seu inimigo havia dito – Não me diga que já está cansado?! Sabes muito bem que um cavaleiro jamais desiste, nós lutamos até o final, e você não está nem perto de me derrotar!

Uma estrela cadente responde ao cosmos do cavaleiro de Áries, em seguida mais algumas estrelas rasgam o céu e os cosmos do guerreiro dourado ia emergindo cada vez mais, Kazys se inclina para frente dobrando os joelhos em resposta à intensidade cósmica que estava por vir, as estrelas que dilaceravam o céu noturno pareciam cada vez mais próximas, quando Messura ergue seu braço esquerdo e arremessa uma grande quantidade de cosmos.

– Stardust Revolution!!! – Dezenas de estrelas cadentes douradas foram lançadas contra seu inimigo que apenas saltou para dentro da técnica e com tamanha velocidade conseguiu se aproximar do cavaleiro de Áries acertando um soco na direção do estomago do cavaleiro fazendo-o se inclinar um pouco para frente e com a outra mão acerta um soco direto no rosto do cavaleiro fazendo-o cair à cerca de cem metros de distância.

– Já vi sua técnica algumas vezes... E ela é falha!

Messura ao ouvir a frase pareceu incrédulo, por um momento perdeu-se em seus pensamentos tentando imaginar como ele conseguiria tal feito, nenhuma de suas técnicas faziam efeito sobre seu adversário, mas logo se recompõe, assim como o permanente sorriso de deboche em seu rosto. Os dois guerreiros continuavam a se estudar, a batalha não era fácil para nenhum dos lados apesar da sutil vantagem de um deles. O tempo que eles passaram se estudando não se prolongou, logo partiram novamente para o combate corpo-a-corpo, a batalha acontecia em uma velocidade impressionante, olhos treinados mal conseguiriam acompanhar os movimentos dos dois combatentes, entre alguns golpes pequenas rajadas de cosmos eram disparadas de sues punhos, mas devido à mutua habilidade não passavam de tentativas falhas de acertar o inimigo, os dois lados aguardavam o momento de utilizar suas técnicas, os punhos se cruzam chocando-se um no outro, e com a pressão causada pelo impacto fez seus corpos serem jogados em direções opostas.

– Stardust Revolution!! – Messura interpelava novamente pelas estrelas que dilaceravam o ar indo em direção ao inimigo.

– Um sorriso sombrio aparece no rosto de Kazys – Sekishiki Nyoi Rei Rin!!! – Uma Imensa abertura cósmica aparece no céu, e de dentro dela centenas de feixes de luz oriundos do poder das almas atravessam o golpe do cavaleiro dourado atingindo-o em cheio diversas vezes consecutivas e bloqueando cada uma das estrelas brilhantes que iam em direção à ele, Messura é lançado ao chão, mas com uma acrobacia consegue realizar uma manobra durante o impacto conseguindo levantar rapidamente.

– Já lhe disse que sua técnica é falha. – Disse o homem em preto – Eu posso ver através dela, cada fresta na sua técnica é uma abertura para você receber um golpe meu, assim não durará muito tempo.

– Você fala demais Kazys! – Respondeu Messura mostrando que apesar de ter sido atingido em cheio, o dano tinha sido muito baixo – Terá de fazer muito mais do que isso se quiser vencer.

Uma sombra maligna toma conta do pátio, uma energia nefasta começara a emergir do corpo de Hanuman enquanto ele gargalhava. – E é exatamente o que farei! O mundo será engolido pelas trevas!! – Respondeu com um olhar psicótico no rosto, uma estrela roxa aparecera em sua testa dando-lhe uma energia devastadora, então ele ergue o braço aos céus que se abrem novamente – Prepare-se para o seu fim. – Foi então que ele percebeu que havia uma presença, mesmo que pequena ao lado do cavaleiro de ouro, esta presença crescia gradativamente, ao prestar mais atenção, Vaskes estava de pé ao lado de Messura, ambos queimavam seus cosmos, as lágrimas no rosto de Grou escorriam como um cristal à luz da lua sem cessar.

– Você não é o Kazys... – Vaskes pronunciava cada palavra com um grande pesar no coração – Ele é uma pessoa boa e gentil, ele jamais se deixaria ser manipulado desta forma, não por um objetivo tão egoísta como este.

– Então você realmente escolheu um lado...

– Não escolhi lado algum – Interrompeu Vaskes – Foi você quem cruzou a linha que separa o bem e o mal.

– Você não me deixa escolha... Se for para ficar do lado destes cavaleiros medíocres, eu prefiro que você pereça aqui mesmo!

O campo de batalha logo torna-se algo que se assemelha muito à uma grande galáxia, a galáxia que vive dentro dos guerreiros que se enfrentavam chocavam-se e fundiam-se mostrando o poder monstruoso que todos haviam libertado. Messura compreende os sentimentos de seu pupilo e se aproxima sem expressar absolutamente nada, Vaskes tremia, uma parte dele morreria ali.

– “Perdoe-me” – Sussurrou Vaskes que sem perceber morde seu lábio inferior fazendo o sangue fluir para fora de sua boca, discípulo e mestre realizavam movimentos espelhados um do lado do outro, Vaskes com o braço direito erguido e Messura com o braço esquerdo, Grou espelhando-se lança uma rajada de energia e em uníssono com seu mestre clamam novamente pelo poder das estrelas. – Stardust Revolution!!!!

– Sekishiki Nyoi Rei Rin!!!!

Milhares de estrelas colidiam-se brutalmente com a força das almas que eram invocadas, as estrelas intercalavam-se entre douradas e prateadas, sem deixar brecha alguma para um contra-ataque, era como uma parede invencível de absoluto poder, a técnica usada pelos Lemurianos se completava, e avançava cada vez mais em direção ao outro guerreiro. O campo inteiro fora coberto pelo poder das estrelas sem deixar nada de pé, Grou fraqueja por um momento e sem que percebesse o corpo de Kazys que recebia todo o impacto por um momento desaparecera não só por causa da intensa luz devastadora que cobria tudo, Áries pareceu aliviado e orgulhoso ao mesmo tempo, o corpo do guerreiro do Norte reaparecera caindo no chão no momento em que a técnica se esvaia fazendo com que não sobrasse nada da Sapuris que ele vestia, a estrela em sua testa havia se quebrado como vidro, a sombra maligna que cobria os olhos verdes do guerreiro havia sumido, Grou demonstrava extrema exaustão e quando estava prestes a cair fora segurado por seu mestre, apesar de inconsciente e de ter a armadura que cobria seu corpo completamente destruída, Kazys parecia ter sofrido apenas alguns arranhões e ferimentos mais leves. Os dois cavaleiros de Athena ficaram ali por um momento, até que pequenas pétalas roxas começaram a cair sobre eles e mais do que depressa Messura empurra Vaskes para longe com força fazendo-o voltar a si e sem entender a causa daquele movimento o cavaleiro de prata apenas observa incrédulo o que estava acontecendo, algo muito semelhante à uma gaiola de pura energia realmente muito semelhante à que estava dando poderes à Kazys, cercava seu mestre, e antes que pudesse fazer qualquer coisa ele sente um peso em seu peito ao ver o sorriso de despedida de seu mestre que desaparece deixando apenas o object da armadura de Áries em seu lugar.

Entrada do santuário

Os pedaços do corpo do antigo cavaleiro de corvo caiam na frente de todos que presenciavam a cena de extrema brutalidade, deixando apenas algumas pequenas flores roxas no ar, delas uma imensa força surge e cobre os corpos dos dois cavaleiros dourados que por conta disso estavam imobilizados, os demais cavaleiros haviam sido repelidos pelo Juiz da Morte e não podiam fazer nada contra o que estava acontecendo. Pandora sente uma forte pontada no peito, o que a faz levar a mão ao local da dor e a faz curvar-se também, enquanto duas grandes gaiolas envolvidas de flores de papoula arroxeadas materializavam-se ao redor de Sagitário e Capricórnio, os dois já haviam entendido o que havia acontecido, Capricórnio simplesmente fechou os olhos e se deixou levar pelo grandioso poder que o envolvera, Rodrigo olha para os restos de Ito e volta seu olhar aos demais cavaleiros movendo seus lábios como se falasse algo, em um segundo apenas os object dourados das respectivas constelações foram deixados para trás, mas nenhum sinal dos corpos dos cavaleiros, três constelações desapareciam no céu, e em seu último momento um sussurro ecoava no coração dos cavaleiros ali presentes, as últimas palavras de Rodrigo:

– “Perdoem-me.”


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