Heavenly Hell escrita por Ju Benning


Capítulo 1
Creepy Night


Notas iniciais do capítulo

Essa é minha primeira fiction, sejam bonzinhos comigo! Amo Supernatural e acompanho desde a segunda temporada, essa ideia estava na minha cabeça faz tempo :D
Esse capítulo é experimental, se der certo eu continuo! Por isso, deixem seus reviews e opiniões.
bjs



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Melissa Denvers, era o que a bela jovem de olhos faiscantes e longos cabelos escrevia no chão de terra com um graveto.

Sim, ela escrevia seu próprio nome, era uma mania antiga, incontrolável.

Seu alazão, Noite, comia um pouco da grama fresca dos campos que ficavam nos limites do rancho onde morava com sua mãe, Andreia e irmã, Clarisse. Estavam naquelas terras há três longos anos, desde a morte de Simon, seu pai, este vivia sempre longe, viajando a negócios. Tinham uma bela casa na cidade grande, Melissa adorava cada detalhe de lá e apesar de ausente, Simon era um pai amoroso e sempre lhe contava suas histórias favoritas: as de horror. Como lembrança, ela sempre usava a pulseirinha que Simon lhe dera quando ainda era muito pequena, nunca tirava do pulso.

No dia do velório, não vira seu pai, o caixão estava fechado, sua mãe disse que ele havia sido atropelado por um veículo grande.

Mel se lembrava de sua mãe chorando abraçada a seus amigos Ellen e Bobby e podia jurar que ouvira Andreia dizer "Foi ele, aquele demônio desgraçado!". No entanto, depois desse dia, nunca mais ouvira nada a respeito e sua mãe negava tão ferrenhamente que Melissa acreditava que havia imaginado a coisa toda.

Sofreu com a mudança para o Rancho Solar, antes, apenas uma casa de veraneio da família. Melissa tinha muitos amigos na cidade grande e a distância a entristecia. Seu único consolo era a proximidade com o alazão, que muitas vezes parecia entender o que ela falava. Ali, naquele fim de mundo, Noite era seu único amigo.

Pelo menos, para seu consolo, a convivência com Andreia e Clarisse, mais velha dois anos, não era das piores e se não fosse pela sufocante constante preocupação e controle que as duas exerciam sobre Melissa poderia ser perfeita. Sempre faziam as refeições juntas e jogavam cartas a noite, só não tinham mais as histórias de horror, Andreia proibira desde a morte de Simon.

Tudo estava bem até a semana anterior, quando Clarisse, que saíra para a vila a poucos minutos na caminhonete, voltou em desespero...

"-- Mãe! -- Ela gritou, quando nem havia saído do veículo direito

—- O que foi, Clarisse? -- Andreia parecia deveras preocupada com o desespero da filha mais velha, ela, que estava na cozinha não tardou a aparecer com um prato e um pano nas mãos.

Melissa estava sentada na varanda, lendo um livro e assistiu a cena com estranheza.

—- Emanuel... -- Ela disse ofegante -- Sumiu. --

O prato estourou-se no chão.

—- Como assim sumiu? -- Melissa perguntou;

—- Sumindo, Mel, sumindo! -- Disse sua irmã impaciente, sem tirar os olhos de sua mãe, que tinha as mãos sobre o coração."

Desde esse dia, ninguém saia do rancho, nenhuma das três, havia toque de recolher, tinham de estar em casa antes do Sol ameaçar se pôr. Além de todas as vezes em que sua mãe a fazia repetir o número de Bobby Singer e insistia sobre o quanto era importante que ela não esquecesse e o quanto Bobby era confiável e blá, blá, blá.

Melissa via por sua janela, todas as noites sua mãe e irmã revesavam numa espécie de patrulha, rondavam o rancho com espingardas nas mãos, a garota parecia nem mais reconhecer sua família.

No sétimo dia daquela semana, Melissa não suportava mais o claustro, ignorando toda a guarda montada na sala, ela caminhou em direção a porta.

—- Aonde você pensa que vai, Mel? -- Clarisse bloqueou a passagem

—- Eu vou sair. -- Ela disse firme -- Isso é ridículo, nós nem sabemos porque Emanuel sumiu e estamos nos comportando como se estivéssemos em guerra e ninguém diz nem o porquê! --

—- Eu sou a mãe das duas e eu sei o que é melhor, ninguém sai de casa. -- Interveio Andreia.

—- Emanuel era maluco, com aquele papo de plano celestial e inferno e essas coisas que ele inventava. Ele pode simplesmente ter ido embora, sempre teve cara de nômade! --

—- Não fale assim dele. -- Disse sua mãe esfregando as têmporas -- Vá para o seu quarto, Melissa. --

A garota obedeceu, foi para o quarto, mas pulou sua sacada e correu para os estábulos.

Saiu cavalgando pela noite que acabava de cair, no entanto, algo aconteceu.

Um cheiro forte e esquisito entrou direto por suas nerinas, seu cavalo se agitou, andando sem direção certa de um lado para outro, dando coices e empinando, se Melissa não fosse experiente, teria caído feio.

—- Calma, garoto! -- Ela cochichou no ouvido do animal -- Não há nada aqui. --

Um vento estranhamente frio a pegou de surpresa, Melissa engoliu em seco, olhou ao redor, mas não viu ninguém, não havia ninguém. Ela estava prestes a sair dali, quando ouviu algo que a paralisou.

Uma voz fria, rouca, num tom calmo e perigoso, recitava no nada.

—- Onde está, onde está você, feiticeira? --

Entrou em pânico, a voz estava em todo o lugar e não vinha de lugar nenhum, repetindo a mesma frase.Latidos grotescos pontuavam o final de cada uma delas.

Melissa paralisou montada no cavalo que relinchava sem parar, como se cobrasse alguma atitude de sua amazona, de repente, sem mais esperar, Noite avançou por conta própria correndo, quase voando, em direção a casa grande,

E por mais que não houvesse mais som algum, a voz ecoava na sua cabeça.

"Onde está, onde está você, feiticeira?"

Sua casa estava pequena no horizonte quando dois tiros de espingarda ecoaram pelo silêncio da noite. Melissa apertou as rédeas e Noite respondeu acelerando ainda mais o passo, como se fosse possível...

A garota desceu num pulo do cavalo, não gostou do que viu, havia sangue na janela. Sem nenhum tipo de estratégia Melissa empurrou a porta.

Sentiu que fosse morrer, seu coração parou e as pernas falharam. Todas as paredes e móveis da sala estavam tingidos de um vermelho vivo, que não era tinta, o cheiro metálico denunciava, era sangue.

Zonza pelo choque, Mel caminhou a passos tortos para o interior da casa e como se já não bastasse todo o sangue, restos, do que um dia haviam sido corpos humanos, jaziam espalhados pelo centro da sala.

Melissa sentia que era sua família, sua mãe e irmã, mortas, espalhadas pela casa... caiu de joelhos, chorando compulsivamente. Não tinha a mínima ideia do que faria em seguida, sentia a adrenalina correr em suas veias, levantou sua cabeça e como se não bastasse todo o pesadelo, no espelho da sala de jantar, do qual ela tinha uma visão privilegiada, escrito à sangue em toda a extensão do objeto, Melissa leu.

"Catarina."

A garota não entendeu e nem teve tempo para isso. Estalos no assoalho, algo semelhante a passos. As doses de adrenalina em seu corpo a fizeram reagir, os assassinos ainda poderiam estar ali, levantando rápida, pegou o primeiro aparelho celular que encontrou, pertencia a sua mãe e correu para onde sabia que estaria segura.

Abriu a porta do quartinho embaixo da escada, entulhado de objetos como sempre, habilmente, Melissa encontrou um chave escondida em uma caixa de sapatos. Empurrando um pouco a estante, uma pequena fechadura se revelou, a garota encaixou a chave e girou, revelando então uma passagem secreta.

Fechando a porta atrás de si, acionou todas as fechaduras. Melissa nunca havia estado lá antes, mas sabia que existia.

Para emergências.

Era o que dizia Andreia sempre que pedia para as filhas repetirem aonde ficava escondida a chave do lugar.

Acionando a lanterna do aparelho, Melissa iluminou as paredes no pequeno recinto, que lhe lembrava um quarto do pânico, rústico, mas ainda assim muito seguro. No entanto, ela não entendeu as pinturas das paredes, eram símbolos, de variadas formas e tipos, totalmente desconhecidos para ela.

Apesar de tudo se sentiu segura ali e quando o efeito da adrenalina passou, Melissa voltou a sentir todo o mal estar, a sensação de desmaio. Mas ainda havia algo que precisava fazer, prometera a sua mãe que ligaria para Bobby se alguma coisa acontecesse.

Discou o número que sabia de cor, não atendeu, caiu na caixa postal. A mensagem era curta, mas indicava um número alternativo em caso de emergência. Melissa insistiu, ouviu a mensagem da caixa postal mais cinco vezes, até que, percebendo que iria perder os sentidos em breve, discou o número alternativo indicado pela voz de Bobby.

O bipe de chamada ecoou várias vezes e Melissa perdia as esperanças de ser atendida, quando uma voz masculina e grave atendeu.

—- Alô? -- Disse a voz que Melissa nã reconheceu, mas também não tinha tempo para perguntar de quem se tratava.

—- Quem quer que você seja... -- Ela disse com a voz fraca.

—- Eu sou Dean Winchester -- Disse o homem em tom zombeteiro.

Melissa ignorou a piadinha.

—- Minha família foi assassinada, estou no Rancho Solar, num esconderijo, meu nome é Melissa Denvers, avise a... -- sua voz falhou.

A respiração de Dean havia se tornado mais pesada desde que notara que a garota falava sério.

—- Avisar a quem?—- Exclamou com tom preocupado.

—- Bobby Singer. -- Se esforçou para dizer antes de sentir seus olhos se fechando.

—- Merda! -- Ouviu ao longe a voz urgente do homem dizer -- Sam! -- Chamou.

O celular escapou de suas mãos. Melissa teve a impressão de ouvir um relincho alto vindo do lado de fora. Seus olhos se fecharam, ela perdeu a consciência.


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Notas finais do capítulo

E aí? Reviews?