Ice Prince Passion escrita por Annie ONeal


Capítulo 11
Atrás de Portas Fechadas


Notas iniciais do capítulo

Voltando à regularidade... Esse ficou até que grandinho hein u.u E espero que tenho ficado bom também ^^
Curtam ;D

Allen's POV



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Meu coração estava batendo forte, ele quase me vira. Tudo bem, eu sei, eu não devia estar espionando Yell por aí, ele já estava bem crescidinho para tomar conta de si mesmo, mas eu só queria ver se ele estava bem... Eu estava preocupado. Então eu meio que tinha seguido ele, me mantendo à distância, então não pude ouvir as poucas palavras trocadas entre ele e Manfred, mas tinha ouvido parte da discussão exaltada entre ele e Wine.

Ele não tinha exatamente me defendido, em dizer que eu era apenas o guarda era pra me proteger, eu sabia. Eu era mais que isso pra ele... Certo? Eu não gostava de pensar que Wine podia estar certa, mas na maioria das vezes ela estava. Decidi não pensar nisso, e continuei atrás dele. Yell estava abatido, e bem quando eu planejava ir falar com ele, ele começou a agir daquele jeito, como se estivesse sendo seguido. Ele estava, mas me apressei em me esconder.

E então, ainda mais cheio de mistério, ele entrou naquela porta. Esperei cerca de um minuto antes de ir até lá. Testei a maçaneta, mas estava trancada. Por que ele tinha que se trancar ali? E se acontecesse alguma coisa? Ele estava todo estranho desde que caíra da janela, e eu não estava gostando nadinha.

Encostei o ouvido na porta e tudo que pude ouvir foram sussurros. Uma luminosidade fraca escapava por debaixo da porta, indicando que ele devia ter acendido alguma vela. Eu me sentia mais confuso a cada segundo. Ele estava com alguém? Quem precisaria ser trancado num dos cômodos do palácio assim?

Me esforçando para ouvir, acabei notando outra coisa, outra conversa sussurrada, que vinha de um dos lado do corredor. Me encostei na parede oposta e fui deslizando silenciosamente até lá.

Quase não acreditei no que vi. Quer dizer, coisas estranhas aconteciam com cada vez mais frequência, e eu esperava que uma hora tudo fizesse sentido, mas aquilo era... Manfred estava conversando com Alyss, se bem que conversando não é bem como eu descreveria. Cortejando cairia melhor, por que ele estava mais próximo do que era necessário e falava num tom um pouco baixo demais. A princesa, por sua vez, estava com aquele sorriso bobo, levemente corada e ria como se ele tivesse contado a piada do século.

Ah, isso não era bom. Definitivamente não era nada bom. Por mais que Yell não gostasse dela como deveria, duvido que ele fosse gostar de saber que um dos guardas estava dando em cima da sua prometida. Eles passaram por onde eu estava e continuaram em frente e desistindo de esperar por Yell eu os segui a uma distancia segura.

Aquilo estava passando dos limites, era um cortejo explícito, se alguém os visse-...

Ninguém ia ver. É claro que não. Afinal Wine tinha que ter alguma serventia, e eu apostava qualquer coisa que ela estava mantendo os dois a sós. Observei mais um tempo só pra ter certeza do que eu estava vendo e fiz meu caminho de volta, bem a tempo de ver o príncipe saindo do tal quarto misterioso.

Ele estava pálido, mas por mais contraditório que pudesse soar, estava melhor do que quando tinha entrado. Ele trancou a porta e deixou a chave escorregar pra dentro da camisa. Escolhi aquele momento pra me aproximar;

- Yell? – Ele se virou pra mim como se tivesse levado um choque. Assim que me viu abriu um sorriso que não era nem de longe parecido com o que ele tinha dado mais cedo. Nada sincero. Sádico, doentio. Senti um frio na barriga.

- Allen. Justamente a pessoa que eu queria ver. – Ele devia estar bêbado, só podia ser. Ele estava com um cheiro adocicado, algum tipo de flor, um cheiro meio típico de mulher e por um segundo me preocupei que ele estivesse me trai-, estivesse escondendo de mim outra amante ou sei lá, outra noiva quem sabe? Não deu tempo de especular muito, ele jogou os braços ao redor do meu pescoço como se não tivesse ninguém no corredor, e sorte a nossa que não tinha mesmo.

- Você está bem? – Eu perguntei baixinho.

- Eu estou ótimo. Recebi uns conselhos ótimos. – Senti que ele se referia ao que ou quem quer que fosse que estivesse atrás da porta.

- De quem...?

- Não importa. – E ele me beijou. Assim, no meio do corredor. Do nada. Me afastei, corando loucamente.

- Yell... – Meu tom era uma advertência.

- Tem razão, vamos pro seu quarto.

- A-Assim? – Ele ergueu uma sobrancelha.

- Como é que você quer?

- E-Eu...

- A gente tem que ir hoje, que eu posso passar a noite fora. Por causa da recepção Meena não vai desconfiar e Alyss provavelmente vai beber até cair e Wine vai ficar cuidando dela. – Não senti necessidade de ressaltar que Meena praticamente já sabia, e Alyss já tinha companhia. Quanto a Wine, só Deus sabia.

- Hm, ok. – E a gente foi. Cautelosamente, só pro caso de esbarrarmos com alguém da corte ou algum criado, mas não tinha ninguém. Assim que entramos, fiz questão de trancar a porta, eu não queria arriscar. A escuridão do quarto estava quase palpável, então comecei a remexer nas gavetas em busca dos malditos fósforos.

Eu estava com um na mão pronto para acender, quando senti os braços dele à minha volta e meu coração deu um salto, e uma pequena chama se acendeu. Quase soltei o fósforo, tamanho o susto, eu não me lembrava de tê-lo riscado. Yell me deixava assim; perdido, aéreo, confuso e distraído.

- Apaga isso... – Ele soprou uma brisa gélida e apagou a tímida chama que eu tinha acabado de acender. Desisti de tenta iluminar alguma coisa, ao que tudo indicava eu não ia precisar de luz.

Yell me beijou transbordando de luxúria, e eu tive que me apoiar na cômoda atrás de mim para não perder o equilíbrio. Eu estava tenso, admito, e as coisas não pareceram melhorar quando a vela se ascendeu sozinha. Ele se afastou com um olhar confuso.

- Como fez isso? – Eu dei ombros por que eu não tinha feito aquilo. Ele imitou meu gesto e murmurou contra minha boca. – Deixa apagado vai...

Desceu os lábios frios para meu pescoço, e eu quase enlouqueci com a sensação. Eu permiti que ele me puxasse até a cama e dessa vez, quando senti o corpo dele ondulando debaixo do meu, eu não o impedi. Não interrompi.

- Eu quero você... – Ele murmurou e eu tentei ignorar como aquilo me excitava, como ver ele submisso pela primeira vez me deixava completamente sem ar. Mas as duas palavras que se seguiram atiraram qualquer resto de auto controle que eu tinha janela afora. – Por favor...

Ele nunca tinha pedido nada assim, com essas palavras, e era incrível o poder de duas palavras tão simples.

*¨*¨*¨*¨*¨*¨*

Ele tinha me dado um beijo de leve antes de sair, devia pensar que eu estava dormindo, mas eu estava de olhos fechados. Ele tinha passado a noite como disse que faria, mas mesmo assim achei cedo demais quando ele saiu. Já era quase meio dia quando me levantei, mas eu não estava preocupado.

Aliás, isso meio que me preocupava, o fato de eu não estar preocupado. Quer dizer eu tinha acabado de dormir com um príncipe, (e comprometido!) tinha me atrasado para meu turno, mas estranhamente eu não estava nem um pouco preocupado.

No entanto assim que saí do quarto descobri motivos para ficar preocupado. Senti uma mão gigante vinda do nada agarrar meu pescoço. Eu não precisava ver pra saber quem era, a força bruta e o rosnado logo indicaram que era o guarda mais amigável do palácio.

- Como vai pequeno Allan? – Manfred estava tão próximo que eu podia sentir seu bafo de hortelã. Eu nuca mais ia conseguir sentir esse cheiro sem lembrar dele. Não me importei em corrigir meu nome, estava preocupado demais tentando respirar. – Se intrometendo muito na vida dos outros?

- E-Eu não sei do que você está falando... – Minha voz não passava de um sussurro forçado.

- Ah, não sabe? Bem, considere então isso um aviso amigável. Cuide da sua vida ratinho, ou eu vou começar a espionar você também e eu não acho que você ia gostar muito disso.

Ele abriu a mão e eu finalmente pude sentir o oxigênio entrar nos meus pulmões de novo. Ele deu outro rosnado antes de se afastar e eu fiquei ali pensando em como diabos ele tinha-...

- Tsc, tsc, tsc... Eu já não tinha te falado que era pra você parar com esse habito horrível de espionar as pessoas? Nem todo mundo é culpado como você gostaria que fosse. – Essa voz gelou meu sangue. Me virei para Wine que estava apoiada numa das paredes mais adiante, com um vestido ouro deslumbrante e uma expressão misteriosa como sempre.

- O que você disse pra ele? – Eu tossi um pouco.

- Eu não disse nada. Por que está me acusando assim? Por que eu estava passando por aqui por acaso quando ele veio te ameaçar? – Ela riu. – Vê se cresce Allen. Só estou te alertando por que gosto de você inteiro. E porque eu não gosto que ninguém te ameace ou brinque com você. – Ela passou a mão nos cabelos escuros e em seguida jogou algo pra mim que peguei no ar. Um grampo. – Um presente. Sei que você sabe o que fazer com isso.

Ela piscou como se tivesse contado uma piada e eu estreitei os olhos pra ela e me virei, tentando sair o quanto antes da presença intoxicante dela. Por algum milagre ela não me seguiu. À caminho do meu posto eu tentava clarear os pensamentos. Talvez ela estivesse certa e eu estivesse apenas sendo paranoico. Olhei para o grampo em minha mão que parecia pedir para ser usado.

No fundo eu sabia que não devia, era uma grande invasão de privacidade, Yell ia ficar furioso, mas eu não conseguia mais aguentar de curiosidade pra saber o que havia atrás da porta. Chequei rapidamente para ver se ele estava no quarto e ouvi brevemente antes de entrar.

Ia ser só uma olhadinha rápida, apenas para satisfazer minha curiosidade, eu não ia nem entrar, só precisava saber o que havia ali... Wine sabia que meu ponto fraco era ser curioso demais. Me aproximei da porta com o coração a mil, sabendo que qualquer deslize podia significar algo bem ruim.

Parei um segundo para pensar no que estava fazendo, não apenas em Yell, mas quando eu me tornara tão ousado a ponto de sair por aí arrombando fechaduras no palácio? Isso era mesmo necessário? Eu podia simplesmente perguntar para ele e... Tolice, ele não responderia.

Senti o grampo soltar a trava da porta com relativa facilidade, e simples assim, a porta estava aberta. Respirei fundo e abri só um pouquinho, apenas o suficiente para-...

O aroma me atingiu com toda a força e foi como se fosse algo magnético que me fez entrar. Eu não ia entrar, mas... Empurrei a porta eu se abriu lentamente e sem fazer barulho como se fosse um convite. Era hipnotizante. Eu fiquei sem fôlego com o que vi. A luz do sol que entrava pela janela dava uma aura quase irreal ao ambiente, e eu estava tão absorto que não ouvi a porta se fechar atrás de mim.

- Como você... – Me virei e dei de cara com Yell, mais pálido do que nunca, e temi ter passado dos limites.


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Notas finais do capítulo

Eu me esforcei nesse gente ><
Ficou muito súbito? Faltou detalhe? Reviews please!!

Até o próximoo
o/