The Cassandra Curse [cancelada] escrita por Marie Caroline


Capítulo 9
– Capítulo 8 –


Notas iniciais do capítulo

Gente não revisei o cap se tiver algum erro me avisem okays?
Espero que gostem e comentem *--*



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Quando a luz do dia começou a rarear, Jacob achou melhor me levar para casa. Eu sentia a cabeça estranhamente cheia. Como se meu cérebro tivesse atingido o limite de informações. Enquanto caminhávamos para a minha casa tentei organizar meus pensamentos, por que, em primeiro lugar, eu havia acabado de descobrir que havia outro tipo de criatura mítica que realmente existia; e, em segundo lugar, pensar nessas coisas era muito mais fácil do que analisar meus recém descobertos sentimentos por Jacob.

Ele também ficou muito quieto e eu me perguntei se ele estava pensando no que eu havia revelado mais cedo no bosque sobre a minha tentativa de suicídio. Tentei não me arrepender de ter contado, mas era quase impossível não pensar que ele talvez não quisesse lidar com alguém como eu. Pelo que vi Jacob já tinha o suficiente com que se preocupar, e eu não queria ser um fardo como estava sendo para os meus tios.

Nós saímos das árvores e atingimos a estrada estreita que levava até a minha casa. Jacob parou a alguns metros de distância da varanda; as luzes estavam acesas lá dentro e imaginei como iria explicar a tia Jane onde estive. Jacob parou atrás de mim e virei-me para ele.

– Bem, está entregue. – ele se balançou nos pés.

– Obrigada. – falei com a voz abafada.

Houve um momento de silêncio constrangedor. Era estranho. Nós havíamos compartilhado tanto nessa tarde, parecia que estávamos em nosso próprio universo particular. Agora que havíamos retornado ao mundo comum, porém, parecia que a magia havia sido desfeita. Com esse pensamento obscuro, tentei reaver um pouco do que tínhamos compartilhado.

– Eu posso ver?

Ele piscou os olhos sem entender do que eu falava.

– Você como um lobo. Quer dizer eu já vi, mas ao vivo deve ser bem mais interessante.

Jacob deu um sorriso hesitante, me fazendo rir.

– Ah, qual é? Você já viu minha esquisitice em ação, agora é a minha vez.

Ele gargalhou, os cantos de seus olhos com rugas devido ao grande sorriso. Ele ficava muito mais bonito quando ria.

– Um dia, talvez.

Arqueei uma sobrancelha.

– Talvez?

Ele assentiu e, ainda sorrindo, me abraçou. Ele era um gigante perto de mim, mas de algum jeito eu me encaixava perfeitamente em seus braços. Eu o senti inspirar profundamente e então Jacob me soltou.

– Eu te vejo depois – ele disse.

Mas eu não o vi.

Na semana que se passou, Jacob apareceu na escola apenas duas vezes e eu nem tive tempo suficiente para falar com ele. Foi uma semana particularmente ruim. Kim agora só andava com Jared e nós mal nos falávamos. Era estranho, por que nós duas tínhamos conhecimento sobre o segredo dos Quileutes e mesmo assim não conversamos sobre isso. Jacob me disse que os lobos liam os pensamentos uns dos outros e então Jared sabia do meu segredo. Aliás, muita gente sabia agora, porém ninguém me olhou torto. Os garotos Quileutes ainda me cumprimentavam quando passavam por mim no corredor...

Tia Jane e o Lucas desenvolveram o hábito de perguntar tudo o que acontecia na escola. Era culpa minha devido ao meu pequeno passeio com Jacob na outra tarde. Quando eles perguntaram com quem eu estava, não quis mentir, então disse que estava com um colega. E estava mesmo, mas eles na precisavam saber dos pequenos detalhes tipo, que ele era um lobisomem que tinha uma missão de exterminar vampiros. Então eu fiz mistério e agora eles estavam curiosos. Não podia exatamente culpá-los.

Eu tentei não pensar em como a ausência de Jacob estava me afetando. De repente as horas pareciam mais longas e os assuntos da escola não conseguiam mais me distrair. Eu havia sido apresentada a um novo mundo, cheio de segredos e magia. Agora não estava sendo nem um pouco divertido voltar a mesmice de sempre. Até mesmo as premonições pararam, o que em outras circunstâncias seria ótimo, mas não agora. Eu queria saber do vampiro misterioso, queria saber dos ataques. No noticiário eles ainda falavam sobre o que as autoridades chamavam de atos de gangues. As pessoas estavam morrendo e desaparecendo e eu não podia fazer nada para mudar isso.

Quando abri meus olhos no domingo de manhã, decepcionei-me mais uma vez ao constatar que não tivera nenhum sonho. Levantei da cama, sentei-me na cadeira da escrivaninha em frente à janela, fechando os olhos e tentando me concentrar para ver alguma coisa. Eu nunca havia experimentado isso antes, por que as visões viam sem que eu precisasse fazer esforço. Aliás, eu não queria fazer esforço. Mas hoje fiz.

Com os joelhos grudados no peito, fechei os olhos, respirei fundo e ansiei pela sensação de completo abandono da realidade sobrevir.

Inspirei o máximo de ar que podia e ordenei meu cérebro para se concentrar no futuro.

Apertei os olhos e segurei a cabeça nas mãos com força.

– ARGH!

Levantei da cadeira e bati com as palmas das mãos na escrivaninha.

Por quê? Por que não funciona quando eu quero?

Olhei para fora. Havia um pouco de claridade opaca no céu, porém as nuvens se faziam presentes. Mas é claro que sim; isso aqui era Forks. Meus olhos baixaram para as árvores ao redor da rua e sobressaltei-me. Algo parecia estar se mexendo nas folhagens, porém quando ajustei meus olhos para ver melhor tudo ficou parado. Ainda intrigada, virei-me de costas para a janela apenas para encontrar um quarto que não era meu.

Alguém, um homem, vasculhava um quarto. Pegava peças de roupas, cheirava tudo como se quisesse guardar o odor na lembrança. Não havia mais ninguém no quarto, o ambiente estava muito escuro e o rosto do estranho estava encoberto. Ele pegou um travesseiro da cama e uma blusa vermelha dependurada no braço da cadeira e voou pela janela, silencioso e ágil.

Pisquei os olhos, voltando à realidade.

Aquele era o quarto da Bella, eu tinha certeza. Alguém estaria no quarto dela. E eu precisava avisá-la imediatamente.

Andei nas pontas dos pés até o quarto de Lucas. Ainda era cedo, portanto todos estavam dormindo. Abri a porta do quarto dele com o máximo de cuidado para não fazer barulho. O som da respiração lenta e profunda dele me informou que Lucas ainda estava em um sono imperturbável. Meus olhos correram para a escrivaninha dele, onde estava seu celular. Esperei que ele tivesse o número dela, mas se não tivesse eu não iria desistir. Precisava informá-la sobre o perigo.

Peguei o celular de Lucas e saí do quarto. Procurei rapidamente pela agenda dele. Nada. Nenhuma Bella ou Edward entre os contatos. Sem me abalar, coloquei o aparelho de volta à escrivaninha e voltei ao meu quarto em busca do meu próprio celular.

Sinto muito, Kim, mas vou ter que acordar você.

A voz sonolenta de Kim soou do outro lado da linha.

– Cass? O que aconteceu? Está tão cedo...

– Desculpa, Kim. Eu preciso de um favor.

Ele bocejou.

– Ok. O que precisa?

– Preciso do número de telefone do Jacob.

– O quê? Hmm, eu acho que não tenho...

– Então fale com Jared! – esganicei. – É muito importante que eu fale com Jacob! Preciso dele agora.

Agora sua voz demonstrou medo.

– Cass, o que aconteceu? Você está bem?

Eu estou! – respondi com impaciência. Estava perdendo tempo. – Jacob, Kim, preciso dele!

– Está bem, o que eu digo a ele?

– Diz para ele ir até a casa de Bella Swan. Diz que é urgente!

– Bella Swan? Mas o que...?

– Só faz isso, tá bem? Obrigada, Kim.

Eu não esperei uma resposta e encerrei a ligação. Corri até a sala e peguei as páginas amarelas. Folheei até a página da letra S. Lá estava: O chefe da delegacia, Charlie Swan, e o respectivo endereço. Troquei de roupa e joguei uma água no rosto e saí pela porta em desenfreada.

Não era longe daqui, poderia ir a pé. Corri, na esperança de que Jacob conseguisse o recado e chagasse lá a tempo, por que eu não poderia fazer nada a não ser morrer se enfrentasse um vampiro. Quando a falta de ar atingiu meus pulmões lembrei-me do dia em que correra tanto para salvar as vidas dos meu pais e, no entanto, falhara irremediavelmente. Afastei esse pensamento da cabeça rapidamente.

Hoje não.

Não precisei verificar o endereço para saber que havia chegado ao endereço certo. Lá estavam os três, parados na calçada. Eles viraram para mim quando me aproximei. Edward tinha o maxilar trincado, Jacob sorriu um pouco, mas Bella tinha a expressão de quem estava se recuperando de um enjoo. É claro que ela estava com medo.

– Avisei tarde demais?

– Ele esteve aqui. – confirmou Edward. – Mas muito obrigado por tentar nos avisar. Serei eternamente grato por seus esforços.

Eu sorri de leve.

– Está tudo bem? – perguntei a Bella.

Ela assentiu brevemente.

Jacob olhou para mim, um pouco pensativo, depois se dirigiu a Edward.

– Acho melhor deixarmos a Bella na reserva a partir de agora.

– Não vou deixá-la sair da minha vista. – Edward respondeu.

– Bem, você não está fazendo um trabalho muito bom não é? Se um vampiro esteve aqui e vocês foram incapazes de prever isso. Cass pelo jeito é melhor do que a sua vidente.

– Não é isso que está em questão, Jacob. – o outro disse, perfeitamente calmo.

– E o que está?

– Alguém esteve aqui. Precisamos seguir o rastro.

Era como uma partida de tênis. Cada um jogava um argumento na mesa. Eu e Bella apenas assistimos a partida. Por fim, eles decidiram que iriam caçar o vampiro juntos. Jacob entrou na casa dela para sentir o cheiro do visitante. Edward me perguntou se eu não havia visto o intruso, e respondi que infelizmente não havia podido ver.

– Acha que Alice pode ter visto? – perguntou Bella.

– Talvez. – ele respondeu.

Senti novamente a sensação de que Bella não confiava muito em mim.

– Cassandra – ele se dirigiu a mim. – Você acha que poderia nos fazer um favor?

– Claro. – respondi, um pouco surpresa.

– Será que haveria a possibilidade de você aceitar vir a nossa casa e nos contar mais sobre as coisas que você viu sobre o vampiro?

A casa deles. A casa da família de vampiros. Senti meu coração perder uma batida.

– Dá licença, nem pensar. – Jacob chegou.

– Garanto que estará perfeitamente segura. – Edward me disse sem se abalar ou dar importância a Jacob.

– Como você garantiu que Bella estaria segura no último aniversário dela?

Edward rosnou. Bella vacilou. E eu não entendi nada.

– Jacob, pára. – disse ela.

Ele revirou os olhos.

– Eu posso ir. – falei. – Está tudo bem.

Jacob riu sarcasticamente.

– Não, não está. Se você vai ir então eu vou junto para garantir mesmo que nada vai acontecer.

Olhei para Edward. Ele apenas suspirou e demonstrou que estava tudo bem.

E então nos dirigimos ao volvo prata.


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