Trovão Do Leste escrita por T I Wright


Capítulo 1
Cheada, Quase


Notas iniciais do capítulo

Primeira parte da história: As Terras do Leste. É a manhã depois da despedida de Eragon e Arya.

Espero que gostem!!



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Prólogo

Partida

Nós não estamos sozinhos, pequenino, disse Saphira.

Um sorriso surgiu lentamente no rosto dele.

E o navio seguiu navegando, deslizando serenamente pelo rio banhado pelo luar em direção às terras mais além.

***

Chegada, Quase

Raios de sol já quebravam a tênue linha do horizonte nas primeiras horas da manhã, acompanhadas pela luminosidade laranja meio ofuscada pelo céu ainda azul escuro, quando Eragon acordou.

No quarto escuro no convés inferior do Talíta, a única lúz disponível vinha de uma vela por morrer dentro de uma lamparina de vidro e da porta semiaberta que dava para a escada e o convés. Esfregou os olhos e afastou as cobertas para se sentar. Depois da despedida dolorosa da noite anterior, o Cavaleiro não queria nada mais no mundo que chegar logo às terras do leste. Agora que chegara, não fazia idéia de onde se fixar.

O melhor que poderia fazer era fazer um vôo de reconhecimento com Saphira para conhecer melhor a área e saber onde iriam se instalar com os Eldunarí e os ovos. Seus inúmeros debates sobre localizações com Saphira, Glaedr, Nasuada e muitos de seus amigos já haviam lhe dado uma ideia de possíveis estruturas que seriam seguras para abrigar a nova geração de Cavaleiros.

Eragon se levantou e se arrumou para sair do quarto. Chegando ao convés superior, encontrou Blödhgarm encarando o horizonte, as mãos apoiadas nas bordas do barco. Saphira estava nadando ao lado do navio, seu pescoço arqueado parecendo com o de um cisne. Blödhgarm conversava com ela:

- ...e se nós encontrássemos um lugar como uma cordilheira. As Beor se prolongam um pouco até o Leste.

Não... Ainda estão muito perto dos anões...

- Argetlam - o elfo o cumprimentou, com um aceno sutil de cabeça.

- Blödhgarm - Eragon retribuiu o elfo. Ele apostava que se Blödgarm não tivesse pelos no rosto, haveriam olheiras profundas sob seus olhos. Mesmo assim, sua postura meio caída traía a insônia do dia anterior. Todos têm limites.

Bom dia, pequenino, Saphira cumprimentou meio sonolenta, uma lertargia se apossava de sua mente, deixando tudo meio lento e desfocado. Estávamos discutindo se um lugar nas montanhas não seria melhor para criar os outros pequeninos.

É, poderia ser, mas precisamos ser imparciais em relação às raças as quais estaremos usando os territórios. Eu conheço um certo rei que adoraria reclamar da posição geográfica de nosso ninho...

Ah!, que ele queime no inferno de minhas chamas! Temos que dar prioridade à um lugar que seja uma escolha segura para os pequeninos, e não à questões políticas com as quais somente governantes tem que se preocupar.

Saphira, você esqueceu-se que agora somos os líderes da mais nova ordem de Cavaleiros de Dragões? Isso não é pouco poder de forma alguma, e Orrin com certeza vai protestar contra nossa iniciativa, se ainda não o fez.

Saphira rosnou em concordância, ainda que contrariada.

- Argetlam, temo que esteja certo sobre o rei Surdano, mas, como disse Saphira, os dragões vêm primeiro. Temos que achar um ninho logo, não importa na frente de quem teremos que passar.

- Você está certo. Mas até lá, temo que um ou dois dragões tenham resolvido dar uma espiada no mundo aqui fora, e não teremos condições de os alimentar ou os treinar. E também não acho que seria fácil treinar um cavaleiro e seu dragão num barco sem destino. - ele apoiou os cotovelos na amurada do barco e esfregou as têmporas - Isso está sendo mais difícil do que eu imaginei.

Os próximos dias foram ocupados com vôos de reconhecimento sobre o terreno em volta do rio manutenção constante dos ovos e seus pequeninos.

A vegetação em volta do rio não tinha nada de interessante, apresentava somente uma relva alta e dourada, pontilhada aqui e ali por árvores baixas e de casca grossa. A fauna também não apresentou surpresa, bandos ocasionais de gazelas magras e rápidas, pássaros com o canto doce como mel, alguns porcos encouraçados e com focinhos retorcidos em caretas de desgosto. A pobreza da fauna local preocupou Eragon; ele não achava que dragões gostavam muito de couro no espeto ou tiras de carne de gazela em palitos, pois era tudo que havia lá para ser caçado. Ele só podia esperar que os quilômetros à frente trouxessem terras mais fartas.

Algo que também preocupou os viajantes foram os ovos. Suas pequenas consciências começaram a se remexer, inquietas e ansiosas para quebrar a casca que fora sua prisão por tantos anos e explorar o admirável mundo novo que lhes seria apresentado. O porém era a falta de preparação que as mães adotivas apresentavam. O mais preocupante de todas as preocupações era a urgência de chegar às Terras dos Dragões, que não parecia querer se revelar facilmente aos marinheiros do rio. A tensão no convés era quase palpável.

A mente de Eragon constantemente se voltava a mesma pergunta que coçava no fundo de seu ser.

Estou fazendo a coisa certa?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gotado... comentem!

— T. I. Wright



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