Sonhos E Delírios De Uma Mente Insana escrita por Capitã Sparrow


Capítulo 6
Duelo por amor


Notas iniciais do capítulo

Olá!! Então, mais um cap quentinho do forno, como prometi ^^
O próximo vai demorar um pouco mais para ser postado, pq antes revisarei o resto da fic :)
Boa leitura ^^



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– O que você quer? – perguntou Oliver.

Antes que Giovanni pudesse dizer qualquer coisa, Tamily tentou contornar a situação.

– Ele é apenas o meu alfaiate. – e, virando-se para ele disse: – Vá embora Giovanni, agora estou ocupada. – Ela tentou alertá-lo com seu olhar amedrontado, e Giovanni que percebeu a quantidade de “pessoas” ao redor de um homem com sangue escorrendo da mão, percebeu que poderia ser o vampiro que Tamily tinha dito que iria vir, mas acabou não vindo. O tal do Victor. Giovanni não tinha medo dele, e se precisasse lutar para salvar Tamily daquela situação, lutaria até a morte. Entrou na casa e viu um corpo no chão sobre uma poça gigante de sangue. Ao seu lado estava a cabeça deformada.

– Meu nome é Giovanni Auditore e eu não sou alfaiate, sou o líder do maior bando de ladrões de Veneza. – disse sério, mas com orgulho.

Victor olhou nos olhos de Tamily e depois olhou para Giovanni, e percebeu o que se passava.

– Um humano Tamily? Um humano? – disse Victor enfurecido. – Agora estou entendendo. Você achou que poderia protegê-lo não é? – Sua face estava retorcida pela ira. - Aparentemente o maior bando de ladrões de Veneza vai ter que se virar sem líder. – disse a última frase com risadas irônicas.

– Victor, por favor! Eu o amo! – implorou Tamily se colocando entre Victor e Giovanni.

– Você o ama? – a raiva de Victor aumentava mais e mais. Dentro da cabeça dele havia apenas explosões de raiva e nenhum raciocinio. Logo ela... Traindo-o com um humano! Estava cego de raiva. – O ama?

– Eu também a amo, e não deixarei que faça mal algum a ela! – disse pegando Tamily pela mão.

– Não me faça rir! Eu nunca faria mal a minha bambina. – Victor disse irado e sorrindo para provocar Giovanni com suas palavras.

Giovanni encheu-se de ciume ao ouvir aquilo e sacou sua espada.

– Te desafio a um duelo pela liberdade de Tamily. – Giovanni não deixaria nenhum homem chamar sua garota de bambina. Ele iria matar Victor ou morrer tentando. Giovanni sabia que vampiros eram fortes, mas não fazia ideia do quão fortes. Muito menos a força de um vampiro antigo como Victor.

– Não Giovanni! – Tamily agora estava tão desesperada, que queria chorar, coisa que não fazia desde que era uma humana. – Por favor, Victor! Eu imploro! Eu faço qualquer coisa, não mate Giovanni.

– Por quê? Vai ser divertido, querida! Já faz tempo que não participo de um duelo – disse com um sorriso sarcástico. – Vamos lá pra fora. – E pegou a espada que um dos vampiros ofereceu.

Todos sairam da casa e Giovanni se curvou sobre a vampira que havia caido no chão, desesperada.

– Fuja Giovanni, por favor! – ela tentava convencê-lo.

– Prefiro morrer defendendo a mulher que eu amo, do que fugir, como um covarde, abandonando todos os meus princípios.

– Mas... – Giovanni a interrompeu:

– Não importa o que aconteça, eu te amo – disse e beijou-a, um longo e apaixonado beijo, como se fosse o último. E foi.

Giovanni saiu pela porta e Tamily foi atrás dele, segurando-o pela mão, mas logo teve que soltá-lo.

Giovanni era muito bom com as espadas, já tinha participado de diversos duelos, além de suas diárias lutas com os soldados, mas Victor era um sangue puro. Era muito mais velho que todos os vampiros ali. E além de forte e agil, tinha sido guerreiro dos melhores exércitos das civilizações antigas. Tinha derrotado muitos povos com sua espada e derramado muito sangue. Levou morte à muitos oponentes com sua espada, tantas mortes que se igualavam às vidas que tinha tirado como vampiro.

Mandou que os vampiros ficassem alerta, e impedissem qualquer curioso que tentasse se aproximar. Eles estavam na calçada à frente da casa, e qualquer um poderia ver o duelo.

Giovanni sacou sua espada, sua mais antiga companheira, que fora presente do seu falecido pai. Seus olhos eram confiantes, mas em seu coração Giovanni sabia que tinha poucas chances. Pensou em sua familia. Seus irmãos teriam que tomar conta da sua mãe, e Jacobo assumiria a liderança do bando. O rapaz lutou contra tais pensamentos, talvez tivesse uma chance se conseguisse um pedaço de madeira afiada.

Victor se posicionou dez passos a frente de Giovanni. E mandou que trouxessem mais uma espada para Giovanni. Eles duelariam usando duas espadas cada um, para tornar o duelo mais interessante.

– Tamily deveria dar a partida, não concorda Giovanni? – Victor provocava, com seu sorriso usual, mas Giovanni apenas acenou com a cabeça, focado em seu oponente. Tamily se posicionou ao meio dos dois homens e, com um gesto, o duelo começou.

Giovanni foi o primeiro a atacar. Ele sabia lutar com duas espadas, mas há muito não praticava. Estava se acostumando com o peso das duas espadas no primeiro golpe. Elas se movimentaram num mesmo sentido, e Victor usou uma para defender e outra para atacar. Giovanni conseguiu desviar o golpe violento que veio em sua direção, mas ainda assim a espada de Victor fez um corte profundo em seu braço. Giovanni era rápido. Se não tivesse conseguido desviar o golpe de Victor, teria perdido o braço na certa.

Aquele golpe fez com que Giovanni largasse a espada. Lutaria apenas com sua espada. Victor, vendo o que ele pretendia, jogou uma de suas espadas no chão também. Queria igualar o duelo. Queria uma vitória honrada.

Tamily sentiu seu coração gelado se apertar. Queria para tudo aquilo, mas se o fizesse Giovanni nunca a perdoaria. Tentava pensar numa solução, ter alguma ideia, mas não conseguia. Sua mente era apenas um borrão escuro, inundado de medo.

Giovanni usava tudo que aprendera com seu pai. Lembrava-se do que ele tinha ensinado sobre as espadas, sobre a honra que ele deveria ter para merecer a espada de seus antepassados, para se tornar um verdadeiro lider. O suor escorria pelo seu rosto e pingava no chão. Estava cansado. Precisava de muita força para aparar os fortes golpes de Victor. Ele mal conseguia atacar, apenas se defendia.

O sorriso de Victor demonstrava sua confiança pela vitória eminente. Os golpes eram agéis e fortes. Seus pensamentos rodeavam lebranças de um passado muito distante. Quando sua vida era sua espada e nada mais. Quando saia conquistar povos e aldeias. Atravessar o mar em busca de riquezas. Eram chamados de os homens do Norte. Viu os maiores impérios cairem com a sua ajuda, e lutara ao lado dos maiores reis da humanidade. Mas acima de tudo sentia falta do sangue da batalha. Da honra que a peleja trazia, da glória na vitória, sobre a derrota dos inimigos.

Giovanni tentava se defender como podia, desviava de alguns golpes, mas outros perfuravam-lhe a carne. Ele sangrava muito, deixando alguns vampiros sedentos e animados. Tamily estava pronta para impedir qualquer um que ousasse se aprossimar do seu amado. Do seu lado esquerdo, Caterina observava atentamente, rindo a cada golpe que Victor acertava em Giovanni. Finalmente Tamily sofreria, queria vê-la chorar e se contorcer de angustia e sofrimento.

Victor parecia um animal selvagem, sem arreio. Golpeava sem se preocupar com a defesa. Giovanni não o acertou nenhuma vez. Victor brincava com ele. O sangue escorria pelo rosto de Giovanni e ele mal conseguia se sustentar de pé. O corte em sua barriga parecia feio e sangrava bastante. Victor sorria cinicamente para ele. Giovanni sentia seus olhos ficarem cada vez mais pesados, mas resistia. A morte não o levaria enquanto não tirasse pelo menos uma gota de sangue de Victor.

– Devo admitir que você é corajoso rapaz. Por isso se desistir e implorar por misericórdia te darei algumas horas a mais de vida. – Victor sorria de um jeito maligno que Tamily havia visto poucos minutos antes. Ela não conseguia assistir o duelo, as lágrimas dificultavam sua visão. Não queria ver Giovanni sofrer. E Victor não parararia de golpeá-lo até que ele se rendesse e implorasse por sua vida, como um covarde miserável.

Em resposta a proposta de Victor, Giovanni usou de suas últimas forças para desviar de um golpe e girar para o lado pegando Victor de surpresa. Giovanni acertou um golpe nas costas de Victor, cortando-o de ponta a ponta. Furioso, Victor perdeu a vontade de se divertir. Apenas virou e arrancou a espada de Giovanni com as próprias mãos. Naquele momento o rapaz percebeu que estava acabado. Tinha feito o maldito sangrar e era isso que importava.

Victor soltou a própria espada segurando apenas a de seu adversário. Mataria-o com sua própria espada. O vampiro não fez cerimônias, apenas enfiou a espada na barriga de Giovanni, fazendo-o cair de joelhos.

Tamily gritou e jogou-se contra Victor, tentando segurar um de seus braços, em vão. Eleapenas forçou o braço para o lado fazendo a vampira cair no chão.

– Segurem-na! - gritou agressivamente para dois vampiros que observavam de perto, a atitude de Tamily só piorou o humor alterado de Victor. Voltou seus olhos para o humano ajoelhado aos seus pés e contemplou a cena. Mais um inimigo humilhado a sua frente.

Mas Giovanni não morreria ajoelhado. Buscou forças onde já não havia nenhuma e se pos de pé, desafiando Victor com o olhar. A essa altura o vampiro não tinha mais paciência.

– Morra verme imprestável! – gritou e mostrando-lhe as presas rasgou o pescoço de Giovanni, que caiu no chão sem forças. Sorrindo, Victor deu as costas ao seu oponente, deixando-o agonizando no chão.

Caterina foi atrás, sorrindo satisfeita. Assim como o resto dos vampiros.

Tamily, chorando, correu até Giovanni e segurou-o em seu colo. Tentava desesperadamente estancar o sangue vindo do pescoço, que jorrava. Ele apenas segurou a mão dela com aquele olhar carinhoso e reconfortante habitual dele, como se tudo fosse ficar bem.

E, sorrindo para ela, Giovanni morreu.


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Notas finais do capítulo

E ai??? Gostaram? Eu gostava tanto do Giovanni.. Foi triste ter que matar ele.. Não me crucifiquem, foi preciso para a continuidade da fic >.< rss
Comentem please *w*
XOXO