Two Pieces escrita por Olavih


Capítulo 17
Começo de uma nova vida


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas. Perdão pelo atraso. Eu sei que deveria ter postado quarta, mas era natal poxa. Enfim, eu fiz esse capítulo curto só pra não deixar vocês sem nada, prometo que o próximo será melhor. Porém eu vou viajar e não sei quando vou poder postar novamente. Mas enfim, espero que todos tenham tido um bom natal e um feliz ano novo pra vocês *-*. Aproveitem o capítulo.



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Não havia tempo para chorar. Apesar de o meu corpo clamar para algumas lágrimas serem liberadas, eu sabia que não podia. Não tinha muito tempo e eu sabia que Geovanna chegaria em breve. Se eu a encontrasse aqui, minha coragem toda se perderia. E eu não podia me dar a esse luxo. Sequei uma lágrima solitária que saiu de meu olho e voltei a fazer a mala.

Corri até o guarda roupa. Entre o espaço desse cômodo e a parede havia pilhas de caixas velhas. Retirei todas com cuidado até chegar à desejada. Coloquei-a em cima da cama e dela retirei uma caixa menor, revestido de um tecido aveludado azul marinho. Abri para conferir o que tinha dentro. Nela, as joias da mãe de meu pai estavam num valor estimulado em 200 mil reais. Dava para passar algum tempo. Foi à única coisa que restou de meu pai e que foi salvo no incêndio por ele.

Depois de organizar as caixas novamente para não levantar suspeitas, peguei um pedaço de papel e uma caneta, escrevendo com letras trêmulas:

"Geovanna, eu sei que isso não é certo. Mas simplesmente não posso suportar a ideia de dizer adeus a você. Creio que me perdoe pelo que estou fazendo, mas tenho motivos verdadeiros. Eles voltaram. E voltaram cobrando aquela dívida. Ameaçaram fazer mal a Rafael e provavelmente a você também. Não posso deixar, portanto estou indo embora. Não me procure, e não conte a ninguém os verdadeiros motivos da minha fuga. Apenas você deve saber disso. E principalmente, não conte a Rafael. Ele provavelmente não vai querer saber de mim mesmo. Eu te amo Geo, e nunca vou me esquecer de nada que você fez a mim.

PS: Esse dinheiro é da Elisa. Diga que houve um engano e que não há nada para ser pago.

Beijos e vou sentir eternas saudades.”

Larguei a caneta com cuidado, vendo como meus dedos tremiam. Suspirei e peguei minha mochila. Antes de sair do quarto dei uma última olhada para o cômodo e sem hesitar fechei a porta.

Segui pelos corredores sem levantar suspeitas. Não sabia onde todos estavam, mas não me importava em saber. Fui para a parte mais afastada do jardim, onde uma vez a cerca elétrica estragou, porém ninguém deu moral. Não havia câmeras e sempre que queríamos fugir fugíamos por esse lugar. Pulei o muro sem dificuldades e logo estava indo para a cidade.

Duas horas caminhando. Meus pés estavam cheios de bolhas, porém a determinação me fazia prosseguir. Eu já estava na cidade, num lugar que conhecia. Perto de onde morava com meu pai. Continuei andando. Durante todo o caminho não chorei nenhuma gota. E nem senti vontade. Acho que o receio tomou conta de mim, não me deixando sentir nada a mais. Dentro de alguns instantes cheguei onde queria.

Rato estava lá. Sim, rato. Era o apelido de um pilantra que meu pai conhecia. Ele comprava coisas baratas e era cheio de falcatruas. Mas no fundo era gente boa. Aproximei-me de seu portão azul claro e bati com força. Depois de duas batidas como aquela ele abriu a porta com os olhos cansados e bravos.

Não havia mudado muito. Os cabelos ainda eram loiros como o sol, a pele bronzeada. A cabeça achatada e os olhos castanhos. Não prestei atenção em suas roupas apenas nas rugas que haviam se formado a mais em seu rosto. Ele arregalou os olhos a me ver e sorriu, se lembrando.

­-Kamilla! – ele saudou. – há quanto tempo. Soube do que aconteceu com seu pai. É uma pena. Mas o que houve?

–Olá Rato. Preciso da sua ajuda. – ele arregalou os olhos e permitiu que eu entrasse.

–Então, em que sou útil?

–Se lembra daquelas joias que você vivia tentando convencer meu pai a vender? – ele afirmou com um aceno. Prossegui. – bem, eu estou vendendo.

–Ora, nem esperou seu pai esfriar.

–Cala a boca. Preciso de dinheiro. Vai comprar ou não?

–Bem, não tenho dinheiro para todas. Posso comprar uma por 50 mil.

–Por mim está ótimo. – ele sorriu e então saiu para pegar o dinheiro. Em segundos estava de volta. Escolheu as joias que desejava e me entregou o pagamento. Conferi rapidamente.

–Obrigada. Sabe onde há algum quarto para alugar?

–No fim da rua. – agradeci e sai de sua casa.

Ao chegar rapidamente falei com o dono. Era um barracão de três cômodos, o aluguel era até barato. Por sorte, eu havia levado uma coberta fina, da qual forrei o chão empoeirado. Deitei sobre a mochila, só então pensando em tudo que aconteceu. Lentamente, as lágrimas começaram a escorrer.


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Notas finais do capítulo

Enfim, espero que tenham gostado. Eu fiquei triste escrevendo aquela carta pra Geo, não sei se vocês sentiram o mesmo. Espero que comentem, e eu vou fazer de tudo pra postar o mais rápido possível *-*. Beijo, feliz 2014 e muitos leitores nas suas fics *-*