Acordei. Ja era dia, ei tinha perdido aula, percebi pela força do sol. Olhei o relógio: 11 da manhã. Em baixo do relógio, um bilhete que dizia
" Assim que ler isso vá para o bosque, você sabe onde me encontrar. Precisamos conversar,
Tony"
Desesperei. Será que Carol contou pra ele que eu sabia que ela mudaria, e ele ficou com raiva? Ou sera que apertei-o tanto que desistiu de mim?
Enquanto fazia essas perguntas ia apressadamente mudando de roupa. Cheguei no bosque e me deparei com Tony, sentado na mesma pedra de sempre, com sua música classica tocando alto em seu fone. Tinha olheiras grandes, e lutava para manter os olhos abertos.
– Acordei agora, desculpa. - disse. Sentei ao seu lado. Esperei um beijo, que não recebi.
– Eu vou... Direto ao assunto. - ele disse. Vi que lutava tambem contra as lágrimas que queriam cair.
– O que houve, Tony? - meu coração estava acelerado.
– Era pra eu ter contado de madrugada mas vi sua situação e não consegui. Mas... Não tem como esperar.
– Desembuxa, Tony.
Ele respirou fundo.
– Vou mudar.
Buf, meu mundo desabou.
Morri.
R.I.P Anne Garutty.
– QUE? COMO ASSIM? NÃO! VOCE NÃO... - ele me interrompeu.
– Meus pais me matricularam numa universidade particular em Nova York. Você sabe o quanto meus estudos são importantes pra eles.
– Você não pode me deixar, não agora - ja estava afogando em minhas lágrimas - sem você e o Louis eu...
– Não se apegue a mim. - sua voz era forte, grossa. Ja nao havia sinal de tristeza. - Vou pra mesma universinade que a Carol.
Arregalei meus olhos.
– Você planeja voltar com... - não terminei a frase, não consegui. Ele entendeu.
– É. Namorar a distancia não ia dar.
– Tony, o que aconteceu com você? - solucei - Em poucas horas você se transformou em outro!
– Meus pais me convenceram de o que eu preciso é um futuro bom.
– Esse não é você! - gritei - Você brigaria até o fim pelo que quer! Desafiaria seus pais porque quer jogar futebol e não ir pra uma universidade! Mais uma vez está agindo para causar o bem alheio, nunca o seu próprio bem! - minha tristeza se transformou em ódio. Abaixei o tom de voz - Desse jeito Tony, você vai ser um cara infeliz. Fazendo o que não quer para não ouvir xingo dos pais. O Tony que conheci xingaria os pais por eles fazerem o que você não quer.
Tony estava de cabeça baixa.
– E sobre a Carol... - senti um aperto no coração - Siga em frente. Não tenho como competir com ela.
Sai correndo pelo bosque, antes que ele visse que meu rosto quase desmanchava em lágrimas.
Sem Tony, sem Louis. Os dois, de uma vez só. Não dava.
Sai andando sem rumo pelas ruas. Fui parar na casa de Liz.
– Não achei que Tony era galinha assim. - Liz disse, assim que contei tudo.
– Eu sei! - peguei o 500° papel e limpei meu rosto - Mas não tem logica, numa hora ele está normal, outra completamente mudado! O que será que aconteceu?
– Ta mal contada essa história, amiga.
– E o que que eu vou fazer? Ir ate o aeroporto, invadir o avião e ir até ele perguntar o que houve?
– Não exagera.
– Ele ta escondendo alguma coisa, Liz. Ele não consegue esconder nada de mim, mas aquele olhar dele, ele pareceu estar falando verdade!
Novamente comecei a chorar, Liz me abraçou.
– O Louis e ele, Liz. É muito grande o vazio dentro de mim.
– Eu acho que entendo. - ela disse, baixinho.
Acabou que passei a tarde em sua casa, sentada em sua cama, conversando. Por instantes esqueci o que acontecia ao meu redor. Ela tentou me fazer comer, mas senti que pela minha garganta não desceria nada por muito tempo. Disse pra eu ir pra casa e descançar.
Foi o que eu tentei fazer. Mas olhei pro Kai's. Pensei na porção da madrugada. Era naquele bar que eu ia ser feliz.
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– Mais uma! - Gritei para Zak.
Eu estava na mesma mesa de sempre, ja sentindo a cabeça rodar.
– Anne, Anne. Essa é a quinta! Você não tem nem idade pra estar fazendo is... - Interrompi Zak.
– Mais... Uma! - Falei lentamente, num tom mais rígido. Ele me olhou com decepção, mas obedeceu. Trouxe mais uma garrafa de cerveja e colocou em cima da mesa.
Coloquei-a no copo e bebi. Tinha um gosto amargo, era realmente ruim. Mas depois da quinta garrafa, nem gosto eu sentia mais.
Sentia o mundo rodando, uma moleza no corpo que eu mal conseguia me sustentar sentada na mesa.
Apoiei meu braço em cima da mesa, depois abaixei a cabeça, olhando pros meus pés.
" Estou enchendo a cara por causa de meninos! " Ri desse fato, mas quando percebi ja estava chorando. " O que que vai ser da minha vida sem eles? "
Levantei e virei mais um copo.
Zak se aproximou.
– Anne, você não devia afogar as máguas assim. - ele deve ter visto minhas lágrimas.
Olhei para ele.
– Verdade, com os amigos fica melhor! - falei isso embolado, mesmo chapada, percebi.
Peguei meu celular e mandei mensagem pra Kat.
" Kat srou no kaid brbrndo uma aqyi sozunhs :c nai quet me acompsnhst? kkkk bdijod annr"
Depois do próximo copo eu não lembro de mais nada. Devo ter ficado chapada demais. Ou morri.
R.I.P Anne Garutty.