A equipe seguia correndo em direção à base central da organização Shin. Riley já sabia o lugar certo, então ele guiava o grupo.

— Estamos muito longe? – perguntou Tsuki sendo a ultima da fila. Como era a mais preguiçosa, era também a mais lenta.

— Estamos perto. Só faltam alguns metros – disse Riley.

— Essa floresta é bem estranha – disse Mateeus observando em volta.

— Este lugar se chama Pântano de óleo já que uma pequena faísca pode causar um incêndio devido à facilidade de combustão – explicou Riley, ele já esteve em um lugar como aquele.

— Droga, não gostei desse lugar. Por mais que adore fogo – disse Flame.

— Calma – Mitsary segurou a mão do garoto – Nada vai acontecer conosco.

— Gente! – Aoi grita de repente e muda de posição.

— Ei que está fazendo? – perguntou Tenma preocupado com a irmã. Ele a seguiu.

— Continuem, depois alcançamos vocês – pediu Luccas seguindo a dupla.

— Não demorem por favor – pediu Tsuki.

Aoi estava correndo com uma velocidade estranha e parecia assustada. Ela parou na frente de um rio feito de um líquido que marrom. Ela então entrou nele afundando aos poucos.

— Aoi! O que está fazendo? – perguntou Tenma.

— Mismagius tire ela desse óleo com a confusão – Luccas liberou seu Pokémon fantasma. Ele salvou a garota. Ela estava com o olhar diferente do normal.

— Idiota! Me solta! Pensa que manda em mim só porque teve a vida melhor? Eu faço o que eu quiser! – Aoi começou a se rebater.

— O que é isso? Porque ela age desse jeito de repente? – perguntou Tenma quase chorando.

— Parece que ela tem uma segunda personalidade. Eu me lembro o dia em que conversamos – disse Luccas lembrando-se de uma semana atrás.

“Luccas conversava com Aoi no refeitório do hospital. Mitsary dormira em seu colo e ele ficava mexendo em seu cabelo enquanto sorria.

— É muito legal descobrir que tenho uma irmã – disse Luccas olhando para a garota tão diferente dele – Nosso pai nos abandonou. Temos a história parecida.

— Eu meu irmão ficamos apenas alguns anos juntos – disse Aoi olhando para o teto. Quando tínhamos 4 anos, nossos pais viajaram. Levaram Tenma e me deixara com minha avó. Quando eu tinha 7 anos ela ficou doente e tive que cuidar dela. Aos 10 anos ela faleceu e eu tive que me virar em casa. Meus pais não mandavam mais dinheiro.

— Nossa. Isso é sério?

— Sim. Me senti tão abandonada – ela deixou uma lágrima cair em seu rosto – Um sentimento ruim acabou crescendo em mim e eu nem percebi. Só em alguns momentos da minha vida. Eu tive vários ataques de fúria, como se não conseguisse dominar meu corpo. Apenas fazia.

— Uma segunda personalidade?

— Talvez. Apenas sei que sempre estive atrás do meu irmão e estou feliz em encontra-lo. Mas agora, não sei se quero tanto isso.

— O que? Não quer viver com sua família?

— Não. Eu tenho medo desse meu outro lado. Tenho medo de machucarem quem eu amo.”

— Ela nunca me contou nada disso – reclamou Tenma quase chorando – Aoi se controle!

— Cala a boca idiota! Você não sofreu tanto quanto eu! Não passou pelas mesmas dificuldades que eu! Não teve que se virar para comer! Sempre teve tudo na mão com a maior facilidade! Porque você teve tanto privilégio e eu fui a esquecida? – Ela sendo carregada pela confusão lançou sua pokébola – Rapidash! Mate-os.

— Não faça isso! – gritou Luccas, mas já era tarde. Rapidash já estava livre. As labaredas de fog que percorriam seu corpo entraram em contato com a floresta que em poucos segundos já estava pegando fogo.

— Vamos morrer carbonizados aqui! – disse Tenma olhando as chamas se espalharem – Só tenho pokémons do tipo planta!

— Meu Mantyke não poderá fazer nada aqui! – Luccas foi impedido de continuar falando por uma parede de fogo lançado em sua direção. Por pouco não foi atingido.

— Vou matar você seu mimado! Você ficou com todo o privilégio, todo o amor! – Rapidash começou a girar seu chifre e avançou contra o treinador. Ele pulou para o lado quase batendo de ombro numa árvore que pegava fogo.

— Mismagius use a hipnose e coloca esse Rapidash para dormir! – O Pokémon não conseguiu encontrar o oponente graças ao sua incrível velocidade. Por isso foi atingido nas costas, o Pokémon estava entre chamas.

— Nós vamos morrer aqui! – disse Tenma quase desmaiando graças ao grande calor.

— Pokémons de fogo ficam mais fortes aqui! Pokabu, Vulpix, Charizard e Flareon, vamos fazer a festa! – Os vários pokémons de fogo estavam libertos no local quente.

— Mismagius tire-nos daqui! – ordenou Luccas. O Pokémon colocou Aoi no chão e usou a confusão para carregar os treinadores em direção ao ar para longe da floresta em chamas. Porém, o Charizard surgiu e atingiu o Pokémon com a cauda de ferro. Ele foi nocauteado e os dois treinadores caíram. Luccas caiu em cima de uma árvore pontuda e esta atravessou sua barriga. O sangue se espalhou para o lado enquanto o fogo dominava seu corpo. Tenma caiu no meio dos pokémons enquanto Aoi ria.

— Não tem para onde escapar. Vou fazer você sofrer como eu sofri! Usem o lança chamas nele! – Quando os pokémons iam atacar, uma sombra de repente surgiu por cima de suas cabeças cobrindo toda a floresta que quase estava consumida pelo fogo. Ela olhou para cima e viu o que parecia ser uma barriga branca. Debaixo dela, estavam Salamance, Pidgeot e o Charizard com seus treinadores.

— A floresta está pegando fogo! – disse Chino preocupada.

— Os outros já deixaram a floresta, mas não foram todos! Temos que encontrar as pessoas que faltam – disse Nero observando em volta.

— Olhem! – Mitsary apontou para 2 pessoas sendo levadas pelo confusão de um Mismagius. Logo depois do ataque do Charizard, os dois caíram. Todos presenciaram a horrível cena de Luccas sendo perfurado por um tronco – Não! – Gritou a garota ao ver o irmão ferido.

— Temos que apagar esse fogo! – disse Nero com uma pokébola na mão.

— Farei isso com um ataque só – disse Ariel novamente deixando energia fluir de seu corpo. Ele novamente usaria seus poderes – Warlord vai! – Ele jogou a pokébola para cima. Seu colossal Pokémon de água cobriu metade da ilha. Ele era imenso, maior Pokémon que qualquer um deles já havia visto – Confusão! – Ariel usava seu poder psíquico para flutuá-lo – Warlord use o hidro bomba!

— Você vai devastar tudo! – O aviso de Yuki não adiantou, o Pokémon lançou um ataque ralo de água, o suficiente para apagar o fogo da floresta. O mesmo carregou todos os treinadores dentro dela por alguns metros antes da água se dividir e espalhar pelo local transformando-o num pântano de verdade.

— Volte! – Ele retornou o Warlord para a pokébola e novamente ficou tonto.

— Salvem o pessoal! – pediu Ariel agarrando-se ao seu Pokémon. Salamance desceu em direção ao Luccas com metade do corpo queimado e uma ponta de madeira na sua barriga. Ele estava acordado, mas sentia muita dor.

— Calma maninho! – disse Mitsary pegando-o pela mão. Com a ajuda de Nero, eles tiraram o garoto da árvore.

— Vamos pegar os outros dois – disse Yuki com seu Charizard.

Tenma andou alguns metros antes de ver sua irmã caída respirando ofegantemente, todos os seus pokémons estavam fora de combate e voltaram para a pokébola.

— Aoi? Aoi? Você está bem?

— Fica longe de mim – disse ela sentando-se – Eu te odeio! – Tenma de repente abraçou a garota.

— Eu sei que não é verdade. Sei que nada que você disse é verdade. Você é uma boa pessoa – disse Tenma apertando ainda mais forte. O olhar de Aoi mudara, ela acabou voltando ao normal.

— Desculpe-me. Não queria fazer nada daquilo – disse começando a chorar.

— Tudo bem.

— Mas tudo que eu disse. Aquilo que sinto é verdade – Ela também o abraçou – Desculpe, mas passei por tanta coisa que acabei alimentando esse meu outro lado. Me desculpa.

— Já falei que tudo bem – disse Tenma mais uma vez impressionando sua irmã – Nós somos gêmeos. Tudo que eu quero é te ver bem – Os dois começaram a brilhar, foi nesse momento que Saaya e Yuki aparaeceram.

— Eles acharam a chaves deles! – disse Saaya tentando ler as letras que surgiram em volta de seus corpos.

Chave: “Perdoar os erros e finalmente viver em paz”

— O garoto era parte da chave dessa menina – disse Yuki tirando sua conclusão – Ele nem estava participando do jogo.

— Eles estão brincando com a vida da gente – disse Saaya irritada – Vamos derrubar essa organização maldita.

Ali perto, Ariel abrira novamente seu terceiro olho, ele estava usando suas habilidades de cura para fechar o ferimento de Luccas.

— Não se esforce tanto! Você vai acabar desmaiando! Você não é um Pokémon – disse Touko.

— Eu ainda posso muito mais! – disse Ariel conseguindo finalmente curar o treinador.

— Muito obrigado – disse Luccas com a voz calma.

— Ele vai continuar sentindo dores por um tempo – disse Ariel quase perdendo a consciência.

— Descanse. É a minha vez de usar os poderes para nos ajudar – disse Nero deixando sua energia negra escapar do corpo – Vamos chegar na base da organização Shin em segundos! Voar! – Ele ficou de pé deixando suas asas escaparem de suas costas enormes asas negras. Uma marca branca surgiu em volta de seus olhos idêntico ao de Lugia – Vou leva-los daqui! – Seus olhos brilharam. Com seu poder eles deixaram o chão e Nero os carregou consigo enquanto ganhava enorme velocidade. Saaya e Yuki viram um flash negro passar e também foram levadas pouco depois do Charizard voltar para a pokébola sozinho.

— Você é incrível – disse Mitsary.

— Agora sei o que Ariel sente. Estou com um mal estar terrível – disse Nero mantendo-se forte levando os treinadores.

Riley finalmente chegou à entrada de uma base subterrânea. Um alarme tocava alto, e a porta da frente estava bloqueada por uma porta de metal. Eles conseguiam ouvir o som do alarme dentro do local. Jake, Malu, Lilith e Saeko estavam causando um grande estrago.

— Como vamos entrar? – perguntou Misaki.

— Eu resolvo isso! – Flame tomou a frente do grupo – Se afastem! – Ele ganhou uma área vermelha. Sua testa ganhou um símbolo estranho, ele estendeu a mão e disse – Explosão vulcânica! – no solo, surgiu um pequeno vulcão já em erupção. De dentro dele, foi lançada uma pedra de magma em chamas que estraçalhou a porta facilmente. Ele respirou fundo e voltou ao normal. Nesse momento uma ventania forte passou no local e diante deles, Nero pousou com seus amigos.

— Chegamos – disse Nero ajoelhado. Ele estava muito cansado por ter usado muita energia numa quantidade considerável de tempo. Ariel e Mitsary seguravam Luccas para que este não caísse.

— Quem são essas duas? – perguntou Mateeus.

— Cadê Aoi e Tenma? – perguntou Tsuki.

— São muitas perguntas e não temos tempo para responder – disse Saaya correndo em direção à porta – Vamos destruir essa organização.

— Desculpem, mas já passamos por tanta coisa nessa ilha que ela age dessa forma – disse Yuki sorrindo envergonhada – Eu me chamo Hikijkata Yuki e esta é Saya.

— Aoi e Tenma conseguiram suas chaves – disse Luccas conseguindo andar sozinho – Vamos acabar com esse jogo de uma vez por todas.