O Filho Do Fogo & A Filha Da Água escrita por Latoya Lua, Glau Souza VI


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, ouve "problemas técnicos no site", então não conseguíamos entrar em nossas contas.

Mais como sempre... ESPERO QUE GOSTEM!



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POV SAMANTHA

Quando abri meus olhos rapidamente os tampei, colocando a mão em frente ao rosto. Pisquei várias vezes para tentar ver através do embaçado. Á minha frente tinham alguns quadros, pequenos quadros com fotos antigas, duas estantes de vidro com vários troféus cujo eu não consegui identificar de quê, a parede era de uma cor leve, parecia Salmon, algo perto disso, os móveis eram de cor escura e havia uma pequena mesinha de vidro a minha frente e um pufe de algodão ao meu lado, me sentei devagar no que pareceu ser um sofá e fechei os olhos algumas vezes, quando senti uma sensação de desconforto, abri os olhos e me remexi no sofá afobada. Foi quando percebi.

Eu estava em casa.

Na minha casa.

– Poseidon... - Consegui sussurrar – Obrigada - Suspirei olhando tudo ao redor. Olhei para a janela e percebi que o dia estava claro, uma claridade ofuscante ultrapassava as janelas, o que fez com que eu fizesse uma careta, eu estava tão acostumada com as caçadoras a andar pela noite, a idolatrar a noite, a lua, que o sol e tudo referido a ele me enojava.

E por falar nisso, será que as caçadoras, a Thalia um dia iriam me perdoar?

Fechei os olhos e respirei fundo para me concentrar no aqui e no agora, no que eu faria, na minha punição, nos meus erros e nas consequências que agora viriam. Me levantei do sofá e me espreguicei, parecia que eu tinha dormido ali por dias. Eu estava pensando em passar bem longe do espelho quando ouvi um estrondo no andar de cima e parei automaticamente, olhei para o teto, como se eu pudesse ver através dele, mas não havia nada.

Onde estava Nico e Percy? Queria os dois ao meu lado agora.

Mais um estrondo, dessa vez mais suave. Se é que um ''estrondo'' não pode ser ''suave''.

– Mãe? - Falei sussurrando. Sem resposta.

– Ai, deixa de ser idiota Samantha , você está em uma cena de filme agora, você é a vitima lembra? O assassino não vai te responder – Falei bem baixinho para mim mesma, tentando me acalmar.

Andei alguns passos em direção á escada e parei no primeiro degrau olhando o que dava para ver do corredor á cima.

– Meus deuses, eu não sabia como a minha casa podia ser tão assustadora - Subi o primeiro degrau e desci rapidamente no susto quando ouvi a batida de uma porta. Meu coração queria brincar de quanto tempo ele demora pra sair do meu corpo ultrapassando minha carne. Algo havia caído, nem muito grande nem muito pequeno e percebi que tinha sido o que antes era meu quarto.

– Ma- Mãe? - Tentei dizer com um pouco mais de coragem. Nada. Esperei alguns segundos.

– Ah cansei disso - Comecei a subir os degraus estufando o peito - Seja quem for, vai sair da minha casa, imediatamente - Pronunciei com coragem, mas minhas mãos estavam grudadas no corrimão da escada, meus dedos estavam brancos. Minha respiração e meu coração começaram a disputar aceleração. Subi os últimos degraus e quando cheguei ao ultimo pensei em me defender com a espada, mas eu não tinha a mínima ideia de onde estava. Olhei para os dois lado e não havia nada.

– Alguém tá brincando com a minha cara - Meu quarto era o último do corredor á direita. Meus passos me assustavam com aquele assombroso silencio. Chutei a primeira porta do corredor onde dava o banheiro e não havia nada a não ser uma toalha estendida no box, e um espelho cujo eu lembrei que não queria ver.

– Menos um.

Sai e andei em direção á próxima porta. Chutei. Nada. Parecia aqueles jogos de computador que você vai abrindo portas e mais portas por corredores até achar o suposto “inimigo”.

– Eles precisam me colocar pra fazer esses filmes de suspense, vou sair chutando tudo, vai virar comédia - comentei descontraindo. Era a hora - Meu quarto - Falei criando coragem pra andar em direção á ele - Vai Samantha, deixa de ser cagona, quem é a durona? Eu.

Nossa, que ridículo. ¬¬*

Depois de uns três minutos meditando o que já daria tempo suficiente para um assassino aparecer e me matar, resolvi acabar logo com tudo aquilo e coloquei a mão na maçaneta da porta. Respirei fundo e abri.

Meus olhos se arregalaram.

– O que você faz aqui? - Falei com rispidez até.

POV NICO

Entrei na primeira porta que me deu vontade. As paredes eram pintadas de azul claro, havia vários quadros seus e de seus amigos na parede acima de sua cama que estava forrada com um cobertor branco, ao lado da cama havia uma cômoda com aquário sem peixe nenhum.

Um telefone, um caderninho, uma caixinha branca que dentro havia vários colares, brincos etc, um perfume, e uma foto. Eu estava na casa da Samantha. Sorri. E naquela foto era Sammy e sua mãe. Ela estava com um bico como se não tivessem comprado o sorvete que queria e sua mãe ria descontrolada, ela parecia ter uns oito anos na foto. Havia uma tevê pendurada na parede. E um grande guarda-roupa branco. Ao lado do guarda-roupa havia uma estante com vários livros e alguns ursinhos.

Cara, ela gosta de ursinhos de pelúcia? Isso é tremendamente assustador.

Visualizei três gavetas na cômoda ao lado da cama. Hesitei por um momento e abrir a primeira gaveta me arrependendo na mesma hora. Nela, tinha varias calcinhas, sutiãs e absorventes. Fechei rapidamente envergonhado e sem jeito.

Abri a segunda, tinha uma camiseta preta com uma frase escrita ‘’Morte á Barbie‘’. Ri sozinho. Esse tipo de coisa é a cara dela. Dobrei novamente a camiseta e quando fui coloca-la no lugar vi que haviam vários papéis espelhados pela gaveta, peguei um e vi que na verdade eram cartas, cartas escritas para ela de um tal de “Samuel”.

“Quem é esse?” Perguntei em pensamentos.

Pensei em abrir a carta, mas seria uma total falta de respeito com a Sammy e eu estaria invadindo a privacidade dela, sem contar que a carta estava aberta então ela não teria como saber, só que não me sinto bem em ler isso, são coisas dela, não posso simplesmente chegar a seu quarto abrir suas coisas e...

– Ah, foda-se – Abri a carta rapidamente.

Primeiramente observei que a letra era horrorosa, um verdadeiro garrancho. Senti meu coração parar, engoli em seco. Senti ciúmes, raiva, rancor, ódio, decepção se ao menos começar a ler. Não queria ver o que estava escrito na carta, mas a curiosidade foi mais forte.

A carta dizia:

Samantha,

“Começo minha carta pedindo sinceras desculpas. Não foi minha intenção machucá-la, mas nosso relacionamento não estava indo muito bem, você é temperamental demais, ciumenta demais, sinto que não confia em mim. Gosto muito de você e sei que gosta de mim, mas percebi que nossa relação não nos levaria onde eu queria chegar. Você não me entende, só me julga. Não sabe dar valor do meu amor por você. Não me guarda em seu coração. Você é a garota estranha e linda da qual eu me apaixonei e a mesma que vacilou comigo inúmeras vezes e foi perdoada. Mas dessa vez eu não vou aceitar. Você foi longe demais. Coisas estranhas acontecem com você e nem mesmo você sabe o motivo. Você não me completa da forma que eu esperava. Não fomos feitos um para o outro, como dizem todos. Cansei de tudo isso. Meu coração já não aceita tantos curativos. Faça um favor a si mesma, você tem um problema. Um GRANDE problema. Psicótico. Cuide dele por mim e depois de ter feito isso, completamente, esqueça-me.’’

Demorei um pouco para ler já que a minha dislexia retorcia quase todas as palavras e tentar lê-las me deixava com dor de cabeça. Joguei a carta e fechei a gaveta. A fúria contagiava todo o meu corpo. Ela tinha sido jogada fora por coisas estranhas acontecerem com ela? Sim, coisas de meio sangue provavelmente. Ela tinha problemas sim, mas por que ser tão frio? Por que não tentou ser amigo? Tentou ajudar? Minha cabeça estava á mil. Vi-me pegando a carta novamente e rasgando-a em vários pedacinhos que caiam no chão. Minha respiração estava acelerada. Será que ela respondeu? Será que... Procurei na gaveta cheia de cartas, alguma em que ela pudesse ter escrito e não mandado, vasculhei e por sorte achei uma carta meio aberta com uma letra mais redondinha e inclinada. Abri-a completamente.

– Ah, Sammy... – Sussurrei, me sentindo um pouco culpado.

Olhei para dentro da gaveta novamente avistei outra folha, mas estava como se estivesse sido amassada e desamassada novamente, havia marcas redondas em algumas partes.

Lágrimas.

Em toda a folha havia somente duas palavrinhas escritas varias vezes.

“Me perdoa?”.

Minha frustração chegou tão rápido e fortemente que me assustei por completo quando ouvi uma voz.

– O que você faz aqui? - Virei-me rapidamente. A folha caiu da minha mão.

– Sammy! - Corri e a abracei. No primeiro instante ela ficou paralisada e não correspondeu depois deitou a cabeça no meu ombro e me abraçou.

– Também senti a sua falta - Ela disse no meu ouvido. Suspiros.

– Precisamos conversar minha linda - Falei quando a soltei, olhando em seus olhos e segurando suas mãos. Ela assentiu.

– Sim, nós iremos conversar depois que você me explicar o que estava fazendo no meu quarto - Ela disse, mas não demonstrava revolta. Sorri.

– Sammy, por favor...

– Por favor nada, responde - Olhei-a de cima á baixo.

– Hm, você tá bem gostosa hoje - brinquei. Ela fechou a cara mas manteve o sorriso.

– Me respeita - Ela falou dando um tapa no meu braço.

– Ai, sem brutalidade - Falei passando a mão no dolorido. Ela sorriu.

– Então? Vai responder ou...

Fomos interrompidos por um barulho no andar de baixo e descemos os dois rapidamente. Uma mulher de cabelos longos e alta estava parada em frente á porta virada de costas para nós.

– MÃE! - Sammy andou rapidamente em direção á mulher com um sorriso no rosto e a abraçou por trás.

– Olá minha princesa - A mulher respondeu. Eu conhecia aquela voz.

Vi Samantha se soltar rapidamente da mulher e a olhar completamente em pânico.

– Você não é a minha mãe - A ouvi dizer.

E então a mulher se virou e nos encarou. Agora ela parecia totalmente diferente.

– Natália - consegui dizer. Ela olhou para mim e sorriu. Agora seu cabelo e sua altura mudaram instantaneamente como mágica.

– Niquinho, sentiu minha falta? - Sua voz carregada de melosidade.


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Notas finais do capítulo

Bom, e aí, o que acharam?

Esperamos a opinião de vocês ok?

Até o próximo!



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