O Filho Do Fogo & A Filha Da Água escrita por Latoya Lua, Glau Souza VI


Capítulo 32
Capítulo 32




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Primeiramente eu me perguntava como havia conseguido tal ato, sempre que eu viajava nas sombras com outra pessoa nunca conseguia entrar diretamente no submundo, no máximo parava cara a cara de caronte, servidor do meu pai. Então lá estavamos nós nos aposentos de Hades. Para ser mais específico, na sala de estar dele. Era grande, extensa e escura.

Eu e Percy estávamos lado a lado perto olhando para Hades que estava sentado em sua poltrona e ela, que estava ao seu lado com uma posição ereta, queixo erguido, olhar superior, bem típicos de filhos de Afrodite. Natália estava diferente, parecia ter amadurecido suas feições, parecia um pouco mais forte, cabelos ainda longos e olhos ainda mais penetrantes, já que fazia um tempo que eu não a via.

– Bom, então vamos lá, diga o que houve - Hades pronunciou, seu timbre de voz era forte.

– Primeiro, quero saber porque mandou Luke no acampamento machucar Annabeth? – Percy disse encarando meu pai, punhos cerrados.

– Percy... - susurrei perto de seu ouvido, tentando acalmá-lo.

– Luke? Para que motivo eu mandaria este garoto para machucar a filha de Atena?

– Não sei, é por isso que eu vim até aqui. Não vou deixar que toquem nela, eu mato um por um deste lugar se precisar, mais ninguém encosta nela e no meu filho. – Estava realmente crescendo algo paterno dentro de Percy.

Um brilho estranho em seus olhos e um sorriso maquiavélico surgiu em meu pai.

– Não, eu não mandaria Luke ir lá machucar uma... Semideusa gestante. Tem certeza que era Luke? – Meu pai perguntou estreitando os olhos.

– Porque? Era outra pessoa? – Eu pronunciei encarando meu pai.

– Não, eu não quis dizer isso. Mais pelo visto, vocês não tem certeza de quem era, vai que é outra pessoa? Desculpe criancinhas... Mas eu não posso ajudar vocês nisso. – Meu pai estava com uma voz estranhamente calma.

Segundo, meu pai estava calmo demais. Bonzinho demais.

– Aham. – Eu disse desconfiado. – E você estava montando uma frota de defesa em pontos estratégicos porque... pai? – Eu disse a palavra com desgosto.

– Para segurança! Ora meu filho, é melhor prevenir do que remediar. – Ele disse se levantando da poltrona. Natália não desfocava os olhos da gente.

– Então você tem certeza que não foi à seu comando que apareceram lá no acampamento? Ou você está querendo tirar seu nome da reta? – Percy disse estreitando os olhos.

Enquanto Percy falava, Hades pegou um cálice de um ferro escuro e despejou o que parecia vinho dentro.

– Blasfêmia! – Hades pronunciou alto que chegou um pouco de liquido a cair no chão. – Eu já disse que eu não tenho nada a ver com isso. Mas pelo rio Stige, ninguém acredita no que eu digo. – Ele disse abaixando a voz e tomando um pouco do vinho.

– Porque será não é? – Eu disse ironicamente.

– É. – Hades disse indiferente dando de ombros.

– E você? – Eu disse encarando Natália.

– Perdão? – Ela perguntou como se não tivesse entendido a pergunta.

– O que está fazendo aqui? Porque não está no Olimpo? O que te fez se unir a Hades? – Disse em um fôlego só.

– Acha que eu fiquei feliz com o que eles fizeram me tornar? Eles me fizeram uma deusa, mais a deusa da ganância. Ai eu pensei, bom, se eu sou deusa da ganância, eu vou ser gananciosa. – Ela disse sem expressar nenhuma reação.

– Está brincando com a nossa cara não é? – Percy disse.

– Não, não estou brincando. Me sinto muito melhor aqui, do que lá no Olímpo, onde só tem deuses metidos e cheios de “si” e se acham melhores do que todos. Aqui eu gosto de fazer o que eu quero, que é comandar.

– Você acha este inferno, literalmente, melhor do que o Olímpo? O que te deu? – Eu tive que dizer. Eu odiava este lugar.

– É só um pouco mais quente...

– O que acha que Afrodite e Ares, seus pais, pensam? O que Samantha irá pensar? Você se tornou amiga dela. – Percy perguntou.

– Não me diga? Ninguém nem deve ter percebido que eu saí de lá. Afrodite e Ares devem ter dado graças. – Ela respondeu parecendo ficar brava.

– Você está colocando seu orgulho acima de tudo. – Eu disse.

– E você deve saber muito bem Nico. Que quanto mais as pessoas te julgam, mais você fica forte e focado naquilo que você quer.

Não respondi.

Ela pigarreou e abriu um sorriso convencido.

– Pelo menos eu não escolhi o que é pior pra mim.

O sorriso dela desapareceu.

– Tá, enfim. Você veio até aqui só porque te nomearam a deusa da ganância? – Percy disse tirando o foco da nossa conversa. Hades apenas nos observava.

– Não é da sua conta. – Ela respondeu secamente.

– Era apenas isso que vocês vieram esclarecer meus jovens? Já sabem que não fui eu que mandei Luke atacar a gestante filha de Atena, que Natália está como minha comandante por livre e espontânea vontade e está se saindo ótima. Melhor que minha Perséfone, que eu estou pensando em largar, pois não está sendo mais tão útil. Mais alguma coisa? – Ele pronunciou ainda com seu sorriso convencido.

Largr Perséfone?

– Não. Por enquanto é só isso. – Percy respondeu.

– Ótimo então, vou pronunciar a saída de vocês. - Ele se virou para Natália. – Providencie uma carruagem para eles.

– Sim senhor. – Ela disse apenas e sem nos encarar ela saiu da sala com passos rápidos e pesados.

– Foi um desperdício ter deixado ela sair daqui. Está sendo tão útil. – Hades disse sentando em sua poltrona novamente.

– Ela não está sabendo onde está metendo o próprio nariz se aliando a você – Percy comentou amargamente.

– Ah, deve saber. E não faz diferença nenhuma. O importante é que faça o trabalho direitinho.

– Carruagem na porta, senhor. – Natália disse cortando o assunto.

– Até mais crianças. Melhoras para a filha de Atena. Cuide muito bem dela, ta bom papai? – Hades disse piscando no final.

– Não se preocupe - ele respondeu simplesmente e começou a caminhar á minha frente.

– Não ache que engolimos essa tua história. Somos mais espertos que isso. – Eu disse severamente.

– E se cuida você também Nico. – Ele disse me ignorando e bebendo mais vinho com um sorriso no rosto. Me virei e segui Percy.

Natália estava parada um pouco mais a frente.

– Você ainda vai se arrepender do que está escolhendo pra você. – Eu pronunciei baixo.

– Não me arrependo – Ela respondeu ignorante.

Andamos até a porta e tinha uma carruagem fantasma nos esperando do lado de fora. Tinha um cavalo esqueleto na frente. O seu olho era de chamas. E a carruagem preta era aberta, o que dava uma boa visão do caos que é esse lugar. Percy entrou tremendo, e garanto que não era de frio.

Estávamos no ar, eu sentia meu estômago ameaçar fazer uma coisa que eu não preferia comentar. Parece que Percy não estava diferente. O cavalo cavalgava no ar em grande velocidade e chacoalhava bastante.

De repente a velocidade começou a diminuir e quase visualizavamos as coisas, as ruas, as casas, tudo ao nosso redor. Eu poderia até dar um palpite de onde estavámos se a carruagem não tivesse aumentado a velocidade novamente. Percy começou a ficar pálido.

– Eu acabo com você se vomitar em cima de mim - Consegui dizer, minha boca quase descolando do meu rosto.

Ele não conseguiu responder.

Olhei para a frente.

Em um momento tudo começou a ficar escuro e girar. No outro, me senti caindo de bunda no chão e uma dor tomar minhas costas novamente.

A carruagem havia sumido.

– Ué, o cavalo foi embora e nos deixou aqui? – Percy perguntou se levantando.

Me afastei dele com medo de que começasse a vomitar, mas sua expressão era apenas de confusão.

– É o que parece – Eu disse começando a me levantar.

Estava escuro, difícil de enxergar quase. A luz da lua iluminava poucas partes dali. Havia arvores.

Bastante arvores e terra.

Era só o que eu conseguia enxergar.

– Onde estamos? – Perguntei. Percy havia tido missões em todo tipo de lugares. Talvez ele soubesse.

– Parece uma floresta - ele respondeu.

Revirei os olhos.

– Percy, você não poderia ser mais obvio não é? - A terra havia grudado em meus braços e não queria sair.

– O que você quis dizer exatamente? - Ele perguntou.

– Minha nossa, Per... - Fui interrompido por um barulho á nossa frente.

Um galho havia se quebrado, mas era obvio que não sozinho.

Percy e eu nos aproximamos um do outro sem perceber.

– O que foi isso? - ele disse.

– Por que você não vai lá e descobre? - perguntei.

Ele deu um passo e peguei em seu braço puxando- o comigo em direção á um arbusto á nossa direita.

Nos abaixamos.

– Ficou maluco? Enfrentar inimigo sem saber que inimigo é? - perguntei encarando-o fixamente.

– Exato. E se não for um inimigo? - ele respondeu com esperança nos olhos.

– Não tenho certeza...

Mais galhos se quebrando, mas dessa vez atrás de nós. Nos viramos no automatico e ao mesmo tempo.

Figuras escuras andavam em nossa direção, ficamos ali parados sem ter para onde correr.

– Incrivel como você atrai monstros rapido Percy - falei sem virar o rosto para olhá-lo.

– O quê? Você também é filho de um dos três grandes - ele respondeu.

Merda.

As formas escuras seguravam o que distingui ser arcos.

Não.. Não podia ser.

Uma delas deu um passo á frente encarando a mim e Percy. Não consegui distinguir suas feiçoes.

– Semideuses - Era uma garota, falou olhando diretamente em nossos olhos, mas não falava com a gente.

Outra garota deu um passo á frente, mas não se aproximou tanto.

– Conhecemos estes. Nico di Angelo e Percy Jackson, irmãs - A outra disse e meu coração parou reconhecendo aquela voz.

Samantha?

Ela sorriu.


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Notas finais do capítulo

HAHAHAHAHAHAHA!

A Sam finalmente apareceu o que vai acontecer agora? O que vocês sugerem?

Bom, gostaram?

Prometo que o próximo será bem divertido ;)



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