O Filho Do Fogo & A Filha Da Água escrita por Latoya Lua, Glau Souza VI


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo pra vocês :))

Espero que gostem!



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POV NICO

Estávamos andando pela avenida perto da colina meio-sangue. Ela era praticamente deserta já que havia outra rodovias mais rápidas que fizeram a pouco tempo aqui na cidade. Melhor pra nós. Mas mesmo assim ela não deixa de ser longa.

– Nico... hãm... – Percy tentou dizer. – Você está mesmo querendo esquecer da Samantha não é? – Percy disse calmamente me encarando. Estávamos lado a lado.

– Ela não se preocupou comigo Percy, porque eu deveria continuar tendo esperanças? – Perguntei olhando pro chão.

– Porque a esperança é a ultima que morre. Nunca ouviu falar nisso não?

– Hum. – Resposta inteligente.

– Nico, tenho certeza que ela pensa em você. Já te dissemos isso, e ela vai voltar. Vai saber se quando nós voltarmos do mundo inferior as caçadoras não vão estar no acampamento?

– Acho meio improvável.

– Ué, todo mundo achava improvável meu namoro com Annabeth. Olhe agora, ela está esperando um filho meu e eu estou mais feliz do que nunca.

– Ah Percy... Todo mundo achava isso por que você era... Você.

– O que quer dizer com isso? – Percy me olhou desconfiado.

– Okay, vamos para Los Angeles. – Eu disse olhando para frente.

– Você está brincando? Ia demorar uns dois dias a pé pra chegar, e eu não to afim de deixar a Annabeth sozinha por tanto tempo. – Percy disse num fôlego só. Incrível como ele não percebeu que eu mudei de assunto tão rápido.

– Nossa, calma peixinho dourado, eu estou brincando. – Eu disse me segurando para não rir da preocupação dele.

– Porque você não faz aquela... – Ele fez um gesto estranho com a mão, como se estivesse dizendo “xô” pra um cachorro. – Coisinha de coisar nas sombras?

Eu tive que rir.

– Primeiro, você pareceu um gay mal assumido fazendo esse gesto. – Ele me olhou confuso. – Segundo, essa coisinha de coisar, é viajar pelas sombras, e é óbviu que a gente vai fazer isso pra chegar até meu pai.

– Tá, então vamos logo porque eu to doidinho para quebrar a cara desse seu pai, ninguém mexe com a minha sabidinha, muito menos grávida.

– Ui, deu até medo da sereia agora.

Percy rolou os olhos.

– Vamos logo com isso seu saco de ossos, quanto mais rápido isso terminar, melhor.

Puxei Percy para debaixo de uma árvore. Estava fim de tarde e o sol não estava muito forte, mais eu preciso de um pouco de sombra. Me concentrei e parece que os galhos das árvores começaram a se mexer, o mundo começou a girar rápido. Segurei no braço de Percy e dei-lhe um puxão, antes que ele fique pra trás. E a escuridão tomou posse de tudo.

Parecia que estávamos caindo em queda livre. Sombras nos puxavam para direita, esquerda, e... Pra baixo. Demos de cara com o chão quase quebrando meu nariz. E pra melhorar, Percy caiu em cima de mim. Ele resmungou um pouco de dor mais já se levantou rapidamente enquanto eu ainda tentava desvencilhar do meu sofrimento na coluna e no rosto.

– Até que não foi tão ruim assim. – Percy comentou tirando o pó da roupa.

– Claro, quando se tem algo amortecendo sua queda. – Eu tentei levantar. Até minha voz falhava por causa da dor. - Agora quando um infeliz decide cair em cima de você, já é outros quinhentos.

Percy e eu estávamos de pé olhando ao redor. Respiramos fundo ao mesmo tempo e aquele cheiro de enxofre invadiu nossos narizes. Caímos em meio ao um campo de isolação e eu reconhecia muito bem aquele lugar.

Campo de Asfódelos.

É um lugar imenso, mais muito grande com inúmeras almas vagando sem rumo, andando pra lá em pra cá, esperando o julgamento para ver se vão para o Elísio, ou para os Campos de Punição. Era quente e escuro, um silêncio quase total, só tomado pelos passos das almas na grama preta que era pisoteada por Eras e Eras de existência e gemidos e gritos vindos de muito longe.

Mas caímos em um lugar um pouco mais afastado, no alto de um pequeno morro, e isso nos dava uma visão ainda mais surpreendedora sobre o lugar. Eu fiquei muito cansado por causa da viagem, minhas pernas tremiam.

– Pelo menos mirei em um lugar melhor, perto da ponta, fica mais fácil e rápido de sair. – Eu disse simplesmente enquanto descia uns 5 passos para descer do morrinho.

– Lugar melhor? Eu odeio esse lugar. – Percy olhava atentamente para o rosto das almas. Nenhuma nos encarava. Fitavam o chão, quase todas de cabeças baixas e andando lentamente arrastando os pés pela grama.

– É, não é um dos meus preferidos também. O meu pai está perto, vamos por aqui. – Eu disse cortando um pouco a multidão na direção para sair dali. O lugar é muito grande, ia demorar muito para irmos reto, então eu preferi ir para o lado.

– Como você sabe que é por aqui que temos que ir? – Percy disse me seguindo.

– Esqueceu que eu sou filho do dono desse lugar? – Eu pronunciei andando mais rápido e vendo o numero de almas ficando cada vez menor até que não tinha mais nenhuma. – Pronto, aqui é um ponto isolado, está bom pra chamar uma ajudante.

Ajudante? – Percy perguntou.

Eu assobiei bem alto e o barulho foi fazendo ecos parecendo até infinitos. Esperamos alguns segundos e elas vieram ao nosso encontro pousando ao nosso lado e nos olhando de cara feia.

– Ah, fúrias... – Percy disse desgostoso.

– Leve-nos para Hades. – Pronunciei gravemente para elas.

As fúrias se entreolharam. Seus rostos eram deformados de uma forma que sua pele parecia mais esticada. Seus dentes apareciam quando falavam e eram verdadeiras navalhas que tinha pontinhas bem afiadas prontinhas para perfurar carnes.

– Eu não tenho tempo para a conversa das duas. Agora. – Pronunciei olhando para elas firmemente. Elas não gostaram muito da ideia e muito menos Percy que odiava essas criaturas. Elas bateram as asas se levantando do chão. Senti suas patas passarem pelos braços e ela me puxar para cima. Estava bem desconfortável, mais era o meio mais rápido prático para não ter que passar pelos portões e ter que dar satisfações para ninguém. Olhei para Percy e ele praticamente se segurava nas patas da fúria meio que nervosamente, pois estávamos voando a uma altura razoável do chão. Outra queda acho que não levantaríamos mais. Eu pelo menos.

Demorou uns 2 minutos até chegarmos a frente dos aposentos de Hades. Estávamos na entrada principal, onde guardas ficavam parados a porta. Guardas esqueléticos só para constatar. Eles nos avistaram chegando e se colocaram a frente da porta apontando suas armas em nossa direção.

– Quem vem lá? – Um deles perguntou.

– Nico di Ângelo. – Respondi simplesmente, mas eles não abaixaram as armas. - Percy Jackson, está comigo. – Disse indiferente.

– O chefe não vai gostar da presença deste garoto aqui. – Outro disse para os companheiros que assentiram.

– Como vocês já sabem eu sou filho do chefe e sei muito bem quem eu coloco e tiro deste lugar. Parem de me fazer perder tempo e saiam daí. – Minha voz tornou-se mais grotesca e forte. Eles guardaram as armas e abriram espaço para passarmos pela porta.

– Como você é ignorante quando quer. – Percy sussurrou em meu ouvido enquanto entravamos.

– Nunca fui diferente. – Pronunciei baixo. Percy deu de ombros e me seguiu.

Andamos reto por um corredor imenso que dava até a sala principal. Ouvimos vozes vindas de lá fazendo eco pelo corredor.

Quero que posicione guardas aqui e aqui.”

Hades.

“Sim senhor.”

– Essa voz... – Percy sussurrou mais pra ele mesmo.

Aparecemos na sala e vimos Hades sentado em sua poltrona, a frente da lareira com uma mesinha a sua frente com um mapa sobreposto em cima.

– Ora, mais não é meu filho querido e o amiguinho dele, filho de Poseidon? Bem que eu senti o cheiro de maresia. – Hades pronunciou abrindo um sorriso e se aconchegando em sua poltrona. – Vieram ver minha nova comandante? – Ela estava a frente da mesinha e olhava atentamente o mapa antes de nos ver. Hades a exibia como um troféu. Ela se dirigiu ao lado da poltrona ficando um pouco atrás de Hades sem mudar nenhuma expressão de seu rosto.

– Viemos esclarecer algumas coisas. – Percy disse serrando os punhos.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?

Bjs e até o próximo !



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