Dia De Tanabata escrita por Lakali


Capítulo 4
O Desconhecido


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! Foi difícil achar um tempo para poder escrever. Mas para poder compensar um pouco estou postando 3 capítulos hoje. Espero que curtam.

Obrigada a todos pelos comentários, por acompanharem a história e quem favoritou também!

NathaliaKamargo: muito obrigada pela recomendação!! fiquei super feliz! :) :)

Beijos
Kel



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– Veja, diz Megumi apontando para o palco. As apresentações vão começar.

– É verdade, concorda Sano, seu olhar se voltando para o palco.

Eles veem vários dançarinos entrarem no palco, cada um se posicionando em um lugar. Todos estão vestidos com enormes quimonos, alguns seguravam leques, outros estavam com sombrinhas e alguns com espadas. As maquiagens eram bem extravagantes.

– E eles ainda não chegaram. O que será que está acontecendo lá. Acha que pode ser algo ruim? Pergunta Megumi.

– Não creio, diz Sano. Não tenho ouvido rumores de ataques. Aparentemente tudo está em tranquilo.

– Mas então porque será que estão demorando tanto?

– Não se preocupe Megumi. Eles podem ter se atrasado por vários motivos, e eu posso bem imaginar alguns deles, diz Sano com um tom de voz malicioso.

– Ora, não seja idiota Sano. Apesar de tudo que houve, todos sabem que os dois não tem nada um com o outro. E se fosse para ter, já teriam se entendido.

– É verdade que não entendo porque demoram tanto para se acertarem. Kenshin sempre foi um lerdo nesse assunto. Como você mesma disse, todos sabem que os dois não têm nada um com o outro, mas todos sabem também que isso é questão de tempo. Tá na cara de quem quiser ver.

– É incrível como você me surpreende Sano. Cada vez que abre a boca consegue falar mais besteiras.

– Por acaso está com ciúmes Megumi? Pensei que já tivesse superado o Kenshin.

– Isso não é da sua conta.

– Ei! Silêncio vocês dois!

– É, parem de atrapalhar!

Só então Megumi e Sano perceberam que a dança já havia começado. Eles estavam tão entretidos na discussão que nem ouviram as matracas anunciando o início da dança. Além disso, também não perceberam que estavam atrapalhando as pessoas ao redor.

– Desculpem, desculpem. Não iremos mais atrapalhar, diz Sano, enquanto levanta a mão e faz sinal para as pessoas se acalmarem.

– Viu o que você fez?

– O que eu fiz? Ora sua...

Ele então interrompe a frase percebendo que as pessoas voltam a olhar para eles com expressões de impaciência, já que ele estava quase gritando novamente. Ele então solta um suspiro e continua falando com Megumi, agora em um tom mais baixo.

– Tudo bem Megumi. Não irei mais falar o que você já está cansada de saber.

– Olha aqui Sano..

– Me desculpe, está bem? Agora, o que acha de assistirmos aos espetáculos? Ele olha para o palco enquanto fala.

Megumi acompanha a direção do olhar de Sano e vê que os dançarinos no palco executando a dança;

– Tudo bem, você tem razão. Vamos deixar isso pra lá. Já que estamos aqui vamos aproveitar não é mesmo?

– Isso! E agora que está tudo resolvido, Sano fala enquanto volta sua total atenção para os bentôs que Megumi estava guardando, será que pode pelo amor de Deus me passar um bentô? Estou morrendo de fome e não aguento mais esperar aqueles dois para poder comer. Fala sério Megumi, isso não é justo.

Megumi olha para o rosto de Sano, que estava fazendo uma cara de cachorro sem dono. “Hum.. mas a cara dele já é assim!” ela pensa, dando uma risadinha.

– Qual é a graça? Pergunta Sano.

– Nenhuma Sano. Tome, pode comer. Responde Megumi, pegando um bentô e passando para ele.

Sano praticamente arranca o bentô das mãos de Megumi

– Há! Finalmente! Meu estômago já estava se contorcendo.

Sano abre a caixa e já começa a comer.

– Se comer tão rápido assim Sano, vai passar mal.

Sano responde com a boca cheia, e Megumi não consegue entender nada do que ele falou. “Provavelmente deve ser algo como: Quanto mais rápido comer, mais rápido chega ao meu estômago ou então algo do tipo: é impossível passar mal com algo tão bom. Bom, ao menos foi o que ele tentou dizer das outras vezes”. Ela desiste e se vira para prestar atenção à apresentação de dança.

A dança que estava sendo apresentada era do estilo kabuki. A dança era exuberante, acrobática e agressiva. Os dançarinos executavam os movimentos com muita perícia, e os objetos usados tornavam cada movimento mais rico. Em determinados momentos culminantes na apresentação, eles ficavam totalmente estáticos, numa atitude pictórica, possibilitando uma total apreciação de uma beleza estática. Alguns instantes depois voltavam aos seus movimentos, continuando a apresentação.

“É realmente lindo” pensa Megumi. ”As tradicionais danças japonesas foram inspiradas em dois elementos essenciais da nossa cultura: mai – diferenciado por uma conduta cerimonial, introspectiva e tranquila, e o odori – folclórico, exuberante e extrovertido”.

– Sano, você sabe como nasceu a dança? Ela pergunta sem tirar sua atenção do palco.

– Hum? Agora que você me perguntou, eu nunca pensei nisso. Ele responde, já tendo devorado o bentô e colocado à caixa de lado.

– Segundo a lenda, a dança nasceu quando a Deusa do Sol se escondeu em uma caverna depois de brigar com o irmão. Deixados no frio e no escuro, os outros deuses começaram a dançar em volta da caverna para atrair a atenção da Deusa do Sol, e ela, curiosa, saiu da caverna e o sol voltou a brilhar.

– Há, você não acredita nisso não é mesmo.

– Não, mas olhando a dança no palco, convenhamos, é uma bela maneira de pensar.

Sano olhar para a dança que esta sendo executada, cada vez com um ritmo mais frenético, até que eles ficam imóveis novamente, imortalizando a cena. As cores, roupas e objetos, o cenário, tudo contribuindo para uma visão realmente muito bonita.

– Sim, é uma bela maneira.

***

“Será por pouco tempo. Eu prometo”. Foi ha última coisa que ele disse antes de baixar seus olhos para sua boca e a beijar. E foi a última coisa que Kaoru conseguiu pensar, quando fechou seus olhos.

O beijo começou suave. Apenas sondando, experimentando, conhecendo. Nenhum dos dois pensava em nada, apenas sentiam. Kaoru passou suas mãos pelo pescoço de Kenshin. Este ha apertou um pouco mais, na tentativa de se fundir mais ainda com ela.

Após alguns instantes sua boca se movendo gentilmente sobre os lábios dela já não era mais suficiente. Ele queria mais, e ela também. Ele aprofunda o beijo e ela solta um pequeno gemido, sua língua brincando com a dela, seus braços envolvendo possessivamente sua cintura.

Ele desliza sua mão direita por suas costas, até chegar a sua nuca, acariciando a região. Ela sente como que uma eletricidade percorrer seu corpo, ele sente um fogo no seu. Ela firma suas mãos em seu pescoço, puxando mais para si. Ambos se entregando completamente ao beijo. Sem pensamentos, sem noção de tempo, totalmente fora da realidade.

***

Após algum tempo Yahiko virou a esquina da rua do dojo. “Finalmente” ele pensou. “Espero não ter me desencontrado deles”.

Mais alguns passos e ele já estava chegando à entrada do dojo. Ao se aproximar ele percebeu que o portão estava aberto. “Que estranho. Será que aconteceu alguma coisa?” ele pensa.

Ao chegar à entrada e olhar para dentro, por alguns segundos seus olhos se arregalam de surpresa com o que estava vendo. Logo depois ele já está com um sorriso malicioso na boca. “Finalmente” pensa. “Achei que isso nunca fosse acontecer”.

Silenciosamente ele se afasta um pouco do dojo, para que não fosse visto. “Será que espero ou volto? Se bem que vou adorar ver a cara que a Kaoru vai fazer quando sair e me ver aqui. Acho que vou esperar” conclui com uma risadinha silenciosa, já se sentando do lado de fora, encostando suas costas no muro.

***

O maquinista do trem puxou a alavanca. O trem começou a apitar, informando aos passageiros que já estava chegando à estação de Tóquio, e que era para se prepararem para o desembarque.

Ele virou o rosto e observou os passageiros pegarem suas coisas. Muitos deles eram turistas que vieram para ver as famosas cerejeiras e participar dos festivais. Existiam pessoas de todos os jeitos, mas todos estavam ansiosos e eufóricos por estarem ali. Alguns estavam em grupos, sendo orientados por um guia. Outros com alguns amigos apenas, e também tinha os que estavam sozinhos. Mulheres, homens, crianças, idosos. O trem estava lotado.

Os demais passageiros provavelmente eram de cidades vizinhas, que vieram por motivos diversos: ver o festival, alguns trabalhavam na cidade, outros vieram fazer compras, tinham os que visitavam os amigos, e por ai seguiam as possibilidades.

Após suas reflexões, ele também pegou sua bagagem e se preparou para o desembarque, enquanto o trem diminuía cada vez mais seu ritmo, e parava na estação. As portar se abriram, e todos começaram a sair.

Ele se levantou da sua poltrona e saiu do trem. Começou a andar pela estação e parou alguns metros à frente, seu olhar tentando capturar o máximo que informações que ele via.

– Já faz muito tempo.

Ele se encaminha para fora da estação e começa a andar pela cidade. “Muita coisa mudou” pensa. “A cidade está diferente. Também, já faz quase sete anos desde que estive aqui.” Ele olha em volta e observa. Antes um lugar quase sem comércio agora com restaurantes, mercados e lojas. “A cidade está crescendo. Bom, terei tempo para ver tudo isso depois. Agora preciso arrumar um quarto” conclui seus pensamentos, já a procura de uma hospedaria.


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