Segunda Temporada De Finalmente Juntos escrita por Kriss Chan Dattebayo


Capítulo 40
Capítulo 40: Esse é o fim


Notas iniciais do capítulo

Depois de uma década e meia para trazer o final dessa história eu finalmente estou aqui.
Na boa, fiquei protelando porque eu não sabia como trazer isso pra vocês.
Eu tô muito chateada com o fim, mesmo que seja algo que eu já planejava desde o início da fanfic e meio que me aborreceu porque eu não queria terminar assim, mas teve que ser feito.

Espero que tenha ainda alguma alma caridosa lendo essa história. Desde já agradeço por todo o suporte que recebi de vocês nestes sete anos de longa tortura tendo que aguentar meus sumiços repentinos e demora em atualizações. Eu desejo que no futuro eu tenha vocês lendo outra história naruhina minha aqui. Muito obrigada mesmo pelo suporte gente.

Boa última leitura.



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            Era como se tudo houvesse desmoronado. Eu estava sem chão. Hinata havia ido embora. Seu coração... Seus órgãos ainda estavam ali, mas por quanto tempo? Gaara havia deixado claro que seu estado era crítico e que a recuperação era impossível. Encarei a pequena aliança dourada em meu dedo anelar. Aquela seria a última lembrança feliz que eu havia compartilhado com Hinata? Aquela seria a minha última memória de uma Hinata viva? Fechei meus olhos, forçando para que as lágrimas que eu havia segurado desde o momento em que a recebi a notícia, simplesmente não caíssem por meu rosto.

            Senti uma mão sobre meu ombro e ergui meu rosto apenas para ver minha mãe. Os cabelos ruivos estavam presos em um coque baixo. Seu rosto tinha a mesma expressão que eu vira no dia em meu pai morreu. Ela tentava ser forte por mim, mas eu sabia que era tudo um muro que ela erguera para se proteger. Minha mãe gostava muito de Hinata e, mesmo que ela houvesse dito aquelas coisas para ela quando descobriu sobre a leucemia, eu sabia que ela ainda a amava como a uma filha.

            Encarei a porta entreaberta do quarto de Hinata. Tia Yumi continuava sentada ao lado da cama, segurando a mão de Hinata. Os dedos finos e sem cor, quase transparentes. Ela beijou o topo dos cabelos negros de Hinata e sussurrou algo em seus ouvidos, como se ela ainda pudesse ouvi-la. Eu sabia que as palavras de Gaara ainda retumbavam em sua mente. Que tipo de pais gostaria de ouvir que seu filho se foi? Que tipo de pais gostaria de ser responsável por manter um par de máquinas ligadas apenas para ter um corpo inerte de um ente querido sobre uma cama hospitalar? Hiashi havia chegado com Hanabi a menos de uma hora e estavam lá dentro com Hinata. Hanabi não havia parado de chorar em nenhum momento sequer, desde que entrara no hospital. Elas eram muito unidas, no fim das contas.

            Ergui-me do banco em que eu estava sentado e caminhei para longe deixando para trás os protestos de minha mãe. Eu precisava de um momento sozinho. Eu precisava respirar, nem que fosse por um segundo. Nem sequer prestava atenção por onde ia até que tropecei em um homem. Ele xingava inúmeros palavrões, mas na hora em que nossos olhares se encontraram eu descobri quem era.

[...]

― Eu... ― murmurou ele assim que chegamos no pátio externo do hospital. Hidan retirou um maço de cigarros e me ofereceu um. Aceitei sem pestanejar e o vi acender para mim enquanto soltava um suspiro longo. ― Sinto muito. Hinata... Ela... Ela não merecia partir assim. Tipo, você e ela juntos. Era esse o sonho daquela tola. Mesmo com o estágio avançado da leucemia ela resolveu sair do Canadá e voltar para o Japão por sua causa. Certo que ela disse que havia a família dela, e que o sonho dela era trabalhar lá, mas você sabe melhor do que eu que não foi por causa disso que ela voltou.

― Hinata... ― murmurei baixinho. Tentava até o momento não chorar, mas as palavras de Hidan, que tentavam a todo custo não serem grosseiras, ainda me provocavam e faziam minha garganta fechar. ― Ela sempre foi assim. E eu sempre fui um idiota com ela. Eu levei muito tempo para perceber que a amava. Se eu houvesse percebido antes quem sabe... quem sabe as coisas houvessem sido diferentes.

― Eu sou péssimo com essa coisa de consolar alguém, ela sabe. ― murmurou ele enquanto jogava a bituca do cigarro no chão e pisava nela com o pé. ― Então não vou conseguir consolar você ou qualquer outro. Porra! Acho que eu que preciso ser consolado, então. ― ele deixou uma gargalhada escorregar pelos lábios. ― Por que ela tinha que ser tão idiota?

[...]

            Eu havia perguntado ao Hidan se ele queria ir se despedir da Hinata, mas ele havia negado. Disse que provavelmente ele choraria como um bebê e não queria que ninguém visse isso. Ele tinha suas características tortas, mas era um bom amigo de Hinata. Incrível como os dois eram tão opostos, mas se entendiam tão bem... Encarei a entrada do quarto, ainda do corredor. Minha mãe aproximou-se de mim e apertou minha mão.

― Yumi e Hiashi decidiram por desligar as máquinas, querido. ― ela me falou e eu arregalei meus olhos. ― Mas como você é o marido de Hinata, eles também precisam de você lá. ― eu encarava o nada. Lágrimas que eu tentara inutilmente esconder, agora escorriam livres e soltas. Minha mãe segurou meu rosto em suas mãos, forçando-me a encará-la. ― É hora de se despedir dela, querido. É hora de dizer adeus.

            A cada passo que eu dava, lembranças do passado simplesmente invadiam minha mente. Memórias tão distantes que eu sequer podia me recordar que existiam.

Flashback on

― Sakura não pensou em mim quando beijou Sasuke. ― murmurei friamente. Somente por lembrar-me da cena, uma raiva subia rapidamente por meu corpo. E só com o olhar de Hinata, percebi que fiz besteira ao falar do beijo de Sasuke e Sakura. ― Hinata...

― Naruto você me beijou para se vingar da Sakura? ― perguntou raivosa. Nunca vira Hinata tão irritada assim. ― Não acredito. ― falou virando-se novamente para mim com os braços cruzados e os olhos fechados. ― Como fui uma tola ao me deixar levar desse jeito?

― Não fiz isso por vingança. ― murmurei baixo. ― E não menti para você quando disse que te amo.

Flashback off

            Se eu houvesse sido um pouco mais inteligente eu teria notado desde o começo o quanto eu amava Hinata. Se houvesse sido um pouco menos estúpido eu não teria perdido tanto tempo para estar com ela. Hinata havia me mostrado que eu era especial por ser quem eu era. Ela havia sido a única pessoa que me amava incondicionalmente. Ela havia sido a única que eu nunca quis magoar, mas que acabei magoando a vida inteira.

Flashback on

― Naruto, eu realmente sinto muito por estragar seus sonhos, mas eu não tenho culpa disso. ― murmurou Hinata sem olhar realmente nos meus olhos. ― Eu não escolhi ter essa doença.

― Hinata, seus pais tem o direito de saber sobre a sua leucemia. ― sussurrei irritado ― Eles não podem permanecer na escuridão a vida inteira. Uma hora ou outra, eles irão descobrir.

― É algo complicado, Naruto. ― resmungou Hinata sentando-se na poltrona. ― Não sei como contar. Eu não quero que eles sofram como eu venho sofrendo. Tente me entender pelo menos uma vez, por favor.

Levantei da poltrona onde estava sentado atraindo o olhar perolado de Hinata para mim. Eu estava caminhando em direção à porta quando paro de repente e sem encarar a Hyuuga apenas falei:

― Decida-se. ― murmurei ― Se você não contar a verdade para a tia Yume e o Hiashi em dois dias, eu mesmo contarei. ― olhei para ela. Hinata mantinha o olhar arregalado em minha direção. ― Coloque-se em meu lugar quando descobri do seu caso por um amigo seu. Eles gostariam de saber a verdade por outra pessoa?

Flashback off

            Eu sempre a coloquei contra a parede. Sempre a forcei a coisas inimagináveis. Hinata era como a lua. Singela, única, com um brilho que salvava vidas de uma escuridão imensa. Coberta de fases, de facetas que sequer eu era capaz de reconhecer. Quando ela voltou, cinco anos depois de partir pela primeira vez, ela era uma Hinata completamente diferente daquela garotinha que partiu para o Canadá. Era como se ela houvesse evoluído ao máximo e eu regredido. Voltado a ser aquele adolescente ciumento, possessivo e controlador. Não era isso que eu queria. Não era isso que eu deveria ter feito, não com ela.

            Entrei no quarto. Minhas mãos tremiam e eu sabia que minha mãe notava aquilo, afinal ela continuava apertando-a mesmo que não tivesse forças o suficiente. Aproximei-me da cama, sentindo a atmosfera fúnebre que cobria aquele quarto. Gaara e algumas enfermeiras que haviam se afeiçoado à Hinata estavam na porta pela qual eu acabara de entrar. Meus dedos tatearam o rosto de Hinata. Tão pálido e tão sereno. Minha mão desceu até seus dedos. A pequena aliança dourada que completava o par da minha. O símbolo da união que estava precocemente sendo interrompida. As lágrimas, se assim pudessem, escorreram com mais força naquele momento.

― Nós vamos começar agora. ― Gaara murmurou para todos ali e virou-se na minha direção. ― Pode sentar ao lado dela.

Obedeci e sentei-me na beirada da cama. Gaara atravessou o quarto, parando ao lado dos equipamentos. Uma enfermeira desligou três monitores que controlavam alguns sinais vitais do corpo dela e voltou-se na minha direção para retirar o tubo.

― Espere. ― murmurei. Ouvi que ela queria começar a falar algo, mas eu a interrompi. ― Apenas espera. ― Gaara apenas confirmou para que ela esperasse. ― Hinata... Hinata... ― era como se todas as conversas que eu tive com Hinata durante a vida passassem como um flashback.

Flashback on

⸺ Olá Naruto. Quanto tempo não é mesmo?

⸺ Naruto... Não podemos.

⸺ Eu ainda sinto algo por você. Mas, não consigo entender ainda o que é... Não sei se é somente por vê-lo tantos anos depois ou... ou se ainda sou apaixonada por você em algum lugar escondido do meu peito.

⸺ Vocês se conhecem? Como vocês se conhecem?

⸺ Naruto, o que Hidan te disse... Naruto, me deixa explicar.

⸺ Naruto, por favor, não olhe pra mim dessa forma. Não quero que sinta pena de mim, será que não entendeu?

⸺ Naruto, eu realmente sinto muito por estragar seus sonhos, mas eu não tenho culpa disso. Eu não escolhi ter essa doença.

⸺ Naruto... Obrigada. Por ter me dado aquele prazo de dois dias e não ter falado nada depois que eles passaram. Deu-me um tempo para pensar.

⸺ Não se preocupe com isso, Naruto. Eu sei que deve ser difícil aceitar algo assim. Teve um tempo em que eu não conseguia também. Mas depois de algumas tentativas falhas, você aprende a como sobreviver com isso.

⸺ Desculpa! Desculpa. Nunca vai conseguir usando o espremedor do lado errado. Prontinho.

⸺ Obrigada pelo dia maravilhoso, Naruto. Nos vemos depois, então...

⸺ Agora, Sr. Uzumaki... Pode dizer o real motivo de toda essa produção?

⸺ Também te amo.

Flashback off

 ― Hinata... ― minha mão acariciou seu rosto. ― Está tudo bem... Você pode ir. Vamos ficar bem.

― Está pronto? ― Gaara perguntou assim que eu me ergui da cadeira e segurei a mão de Hinata.

― Não. Mas prossiga.

            A enfermeira então desligou mais uma máquina e retirou o tubo. O peito de Hinata relaxou e a máquina começou a apitar por alguns segundos antes que Gaara a desligasse. Ele virou para a enfermeira e falou:

― Hora da morte: vinte e três e cinquenta e dois.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido até aqui. Convido vocês a lerem o que acontecerá com Naruto um ano após esse capítulo na minha one shot postada:
https://fanfiction.com.br/historia/771742/Lembrancas_de_Um_Passado_uma_historia_de_FJ/



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