O Diário De Uma Aventureira escrita por Luna Kiara


Capítulo 4
Lost Hope




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Capítulo 4 -

987 D. G - 01 de Novembro - dois dias depois....

Quente...
Estava muito quente...

Rosellyta conseguia ver a luz do dia iluminar a caverna onde estava. Não conseguia se mover com todo aquele calor e durante a noite não se atrevia a mover-se com medo das formigas que rondavam aquele túnel, tão grandes quanto suas palmas.
Enquanto olhava para o buraco pelo qual caiu, Rose suspirou e fechou os olhos, sentindo todo seu corpo arder de calor.

∆∆∆

— ARGH! Eu simplesmente odeio esse lugar! Não podíamos deixar isso para lá não? A menina já deve estar morta!

— Continue Alessa, não estamos aqui só pela menina...

— Eu sei disso - A mulher resmungou - A Maya anda causando problemas aos viajantes... Formigas roubando e etc... Eu só odeio esse lugar - resmunga, tirando o cabelo grudado na testa pelo suor - faz mais calor aqui do que lá fora.

— Fique quieta Alessa! - Ordenou e assim a mulher fez assumindo uma postura séria, já preparada para atacar - Estou ouvindo alguma coisa...

No escuro túnel uma sombra se moveu rapidamente, o casal de mercenários ouviu uma risada feminina e segundos depois a figura da Maya-fêmea saltou da escuridão pronta para matar. As enormes garras apontadas diretamente para a cabeça de Alessa.

Mas em questão de velocidade ninguém supera um mercenário. Alessa se abaixou um instante antes das garras da criatura atingir sua cabeça, girando o corpo com graça e flexibilidade a mulher puxou suas armas e desferiu um golpe que acertou no flanco da criatura. A Maya urrou e se afastou enquanto um espaço e gosmento líquido verde, esguicha do corte. Furiosa a Maya avança novamente para Alessa que se esquiva mais uma vez e ataca com uma série de golpes rápidos conseguindo decepar um dos braços do monstro.

— Humm.... Ryuugi? - Alessa chamou pelo marido, praticamente dançando ao redor da Maya - Eu acho que já está na hora de você me ajudar aqui!

Como se estivesse recebendo um sinal de que as coisas viriam a piorar para si, a Maya recuou de novo para as sombras, mas já era tarde. Atrás dela a figura sombria de um assassino pairava já pronto para dar o golpe fatal.
Ele sorriu ao ver o medo nos olhos da mulher acoplada ao corpo da criatura, pressentindo o que viria a seguir a Maya rugiu dolorosamente e avançou em direção a Alessa na tentativa de fugir.

Alessa nem precisou se mover do lugar girando em seus pés golpeou o monstro o fazendo cair e logo atrás Ryuugi veio e a decepou com um golpe quase cirúrgico.

— Essa estava determinada - Alessa assoviou olhando o corpo do monstro sangrar - Um problema já foi resolvido, mas ainda não encontramos a menina... Pobre Emi... - Alessa suspirou sentindo pena da velha amiga.

— Devemos contin- Alessa! - Ryuugi saltou para o lado da esposa a tirando do caminho. O corpo da Maya se ergueu novamente com a fronte vazia, o casal observou o corpo correr pelo túnel buscando um novo hospedeiro - Atrás dela! Rápido!

Seguiram o corpo até fim do túnel, quase chegando tarde.

O monstro tentava acoplar em si o corpo inerte de uma criança. A criança que eles reconheceram como sendo Rosellyta.
Não foi preciso pensar muito, o casal avançou para atacar com golpes rápidos e precisos eles conseguiram neutralizar a criatura.

— Santo Odin... Quem diria que é assim que eles fazem novas rainhas.... - Alessa olhava com nojo o corpo mutilado - Ei... Ela está viva?

— Por um fio... - O mercenário respondeu examinando Rose, que estava pálida com os lábios rachados por falta de hidratação - Dê-me uma poção e vamos tirá-la daqui.

∆∆∆

Emília estava inconsolável, chorava por todos os cantos da casa e se recusava a sequer sair na rua, mas naquele dia não houve mais jeito. Tivera que sair para enfrentar a compaixão dolorosa de todos que conhecia na despedida simbólica de sua filha. O pequeno grupo de pessoas seguiu pelas ruas de Morroc fazendo orações para Odin e Hella pela alma de mais uma criança levada pelo deserto.

Emília soluçava tanto e tremia que Silas tinha que conduzi-la pelas ruas, Robert caminhava a margem em completo silêncio enquanto eram observados das sombras por figuras altas e sombrias.

....Sombras fatais...

∆∆∆

O mundo estava em silêncio e escuro, mas ela sentia em sua pele as patas e garras andarem por sua pele, lhe arranhando. As formigas andavam ao seu redor e por cima de seu corpo imóvel e febril.
O silêncio era estranho e incômodo, ela não sabia a quanto tempo estava naquele bruraco, mas em nenhuma vez o formigueiro estivera em silêncio. O organismo vivo parecia com medo.

Com medo das sombras...

Sombras...

O medo no ar era palpável e se tornou tão real quanto que Rose poderia gritar se tivesse forças. Imagens começaram a surgir em sua cabeça. Sombras que se moviam de forma rápida empunhando uma arma com uma aura e brilho sinistro, mas tão rapidamente quanto começou terminou.

E foi gritando que Rose despertou sozinha no deserto.

Assustada ela agarrou a si mesma, as lágrimas correndo por suas bochechas.

[Rosellyta]: Ma-mã-e - soluçou tremendo ainda sentindo as patas das formigas andarem por seu corpo. Demorou um bom tempo antes que Rose pudesse sentir que poderia ficar de pé e caminhar de volta para a cidade.

A noite já caía quando Rose conseguiu chegar em casa, cansada ela apenas queria uma abraço dos pais, mas não havia ninguém ali. A casa estava escura e silenciosa, fitas pretas estavam penduradas nas janelas e na porta.

Luto...

....Luto...

Odin... Sua mãe pensava que ela tinha morrido?

A conclusão bateu como um soco no estômago roubando todo seu ar e o parco equilíbrio que ainda lhe restava e como qualquer criança assustada e sozinha, Rose correu até não poder mais e cair em algum beco onde chorou e chorou até desmaiar.


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Notas finais do capítulo

Maya-fêmea: > http://www.ragnadb.com.br/img/monstro/1147/maya.gif



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