Safe & Sound escrita por Gistar


Capítulo 9
Inferno




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“Você ainda irá me amar

Quando eu não for mais jovem e bonita?

Você ainda irá me amar

Quando eu não tiver nada além da minha alma dolorida?...”

Sara

No outro dia de manhã Rosane estava em pânico.

– O que eles fizeram com meu Emerson? Será que eles o machucaram, será que eles...

– Eles não devem ter feito nenhum mal a eles – dizia Miguel – eles precisam de nós, nós os oito vamos ser os últimos em quem eles vão tocar.

Apesar de Miguel ter razão, isso não afastou nossos temores.

Um dos caras foi até a nossa mesa e falou:

– Rosane Harrison!

– Sou eu. – respondeu Rosane.

– O chefe quer ver você.

– Ótimo – respondeu – assim eu vou saber o que fizeram com meu Emerson.

Ela se levantou e antes de sair, eu disse:

– Rosane – ela se virou – toma cuidado!

Ela deu de ombros e saiu, algo me dizia que isso não era nada bom.

Eu segurei a mão da Mandy.

– Mandy, eu estou com medo. Medo que ele machuque a Rosane e desconte nela o que os garotos fizeram...

– Calma, não vai acontecer nada. Ele provavelmente só quer fazer algum daqueles vídeos idiotas. – disse, mas sua segurança não me convenceu.

*

Pedro

Dois caras nos levaram para baixo, para o porão onde ficava o almoxarifado da escola e nos largaram lá.

– Espero que isso valha à pena! – Emerson disse.

– Ela vale sim cara. Eu estou gostando mesmo da Sara. Ela é doce, ingênua e tão frágil, mesmo quando tenta dar uma de corajosa desafiando o Daniel. Eu não podia deixar aquele monstro machucar ela. Desculpa te colocar nessa mano.

Eu dei uns tapas nas costas dele de camaradagem.

– Você tá mesmo amarradão na mina, hein? Nunca vi você fazer nada por mulher alguma.

– Ela não é qualquer uma, ela é diferente.

– Pelo menos eu pude dar um murro na cara daquele canalha. – disse – só por isso já valeu. Eu sei que você teria feito o mesmo se fosse o contrário.

– Pode crê mano! – Eu nunca deixaria aquele canalha encostar em nenhuma das meninas.

Nós sentamos em duas caixas que estavam ali no chão.

– Sabe Emerson, eu estava pensando. Não dá pra continuar vendo aqueles caras matando e maltratando as pessoas, a gente tem que fazer algo se ninguém lá fora faz pela gente.

– Fazer o quê? Não podemos fugir que eles matam mais pessoas.

– A gente pode lutar!

– Lutar? Fala sério, aquele soco que eu te dei foi tão forte assim que te deixou sequelado?

– Eu sei que parece loucura, mas eu estou cansado de assistir tudo e não fazer nada.

– Nós não podemos fazer nada, cara. Eles podem não ser muitos, mas estão armados até os dentes.

Ele tinha razão, mas eu não ia desistir tão fácil, tinha que ter um jeito e eu ia descobrir.

*

Rosane

O cara me levou até a direção.

– Entre – disse – ele está te esperando.

Eu entrei, ele me esperava com um sorriso nos lábios. Maldito seja!

– Seu namoradinho tentou bancar o espertinho comigo.

Então foi o Emerson que fez aquilo. Ótimo!

– Onde ele está? Ele está bem?

Eu estava preocupada, se o Emerson fez aquilo com ele, não devia estar recebendo tratamento vip.

– Ele está inteiro, por enquanto.

Ele se levantou e chegou perto de mim.

– Depende de você.

Ãhn? Do que aquele louco estava falando?

– O quê?

– O que vai acontecer com ele.

De repente eu entendi e senti um aperto no peito. Ele estava fazendo comigo e com Emerson o mesmo joguinho que ele fez com Sara e Angela. A diferença é que eu não ia cair nessa.

– O seu namoradinho está me devendo uma, mas se você pagar pode ser que eu poupe aquele rostinho de bebê dele de ficar desfigurado.

– Você não se atreveria...

– Duvida? Quer que eu prove? Não posso matá-lo porque preciso dele vivo para outros planos..., mas posso machucá-lo muito.

Eu engoli seco, mas ele só podia estar blefando e se achava que eu iria entrar no joguinho dele, estava enganado.

– Faça o que achar melhor seu porco imundo, eu estou fora!

E saí em direção à porta que... estava trancada.

– Abra a porta! – pedi, quer dizer, ordenei.

Ele cruzou os braços e continuou sorrindo.

– Assim você vai complicar as coisas. Então não liga para o que eu vou fazer com o seu namoradinho?

– Não. E se não se importa eu gostaria de sair daqui. Seu cheiro está me dando ânsia.

Ele ficou furioso, avançou pra cima de mim e me jogou no chão. Começou a rasgar minha roupa. Eu comecei a gritar e ele começou a me bater.

– Cala a boca sua vadia! Eu vou te ensinar a me respeitar!

Minha boca estava doendo e eu podia sentir o gosto do sangue. Já que eu não podia gritar comecei a chorar.

Ele estava me machucando. Eu não era virgem, mas ele estava sendo muito rude. Um animal, essa era a palavra certa.

– Para, por favor! – eu implorei entre lágrimas, a dor era demais.

– O que você disse?

OMG! Eu reuni o fôlego que ainda tinha e cuspi na cara dele.

A situação só piorou...

Foi um belo passeio no Inferno!

Eu olhei a minha volta, procurando minhas roupas, mas não havia nada que pudesse me cobrir, estavam todas estraçalhadas.

Daniel pegou uma câmera fotográfica e tirou uma foto de mim.

– Uma lembrancinha para mostrar ao seu pai o tratamento vip que está recebendo aqui. - explicou

Eu vi um casaco sobre a guarda de uma cadeira e ia pegá-lo, mas Daniel foi mais rápido e o tirou de lá.

– O que você quer? – perguntou.

– Mememe cococo bribrir - eu disse entre soluços.

– Não precisa disso, você vai assim. Você vai servir de exemplo para que os outros saibam quem manda aqui.

Ele queria que eu saísse nua? Eu estava morrendo de vergonha, mas não tinha coragem de ficar mais nenhum minuto ali com aquele animal. Eu saí! Os caras que estavam de guarda na porta riram e soltaram piadinhas. Eu continuei andando, apressei o passo, quando percebi já estava correndo, não encontrei ninguém no caminho, mas eu teria que passar pelo refeitório para chegar aos dormitórios. Me veriam de qualquer jeito.

Meu corpo todo doía, minha boca sangrava, o gosto de sangue agora era mais forte e eu continuava chorando e correndo. Aquele corredor parecia não ter fim, minhas lágrimas não tinham fim.

Enfim entrei no refeitório, as pessoas que ainda estavam lá sentadas e conversando pararam completamente o que estavam fazendo ao me verem. Algumas garotas gritaram e muitos se viraram para não me olhar, eu devia estar horrível, mas com certeza nada comparado a como eu me sentia por dentro...

Percebi que Mandy e Sara corriam em minha direção. Jacson vinha atrás, tirou o casaco e me cobriu.

– Rose o quê...

Mandy começou a perguntar apavorada, mas eu a interrompi.

– Não, por favor, não agora, só me tira daqui

Ela me abraçou e me acompanhou até o quarto, Sara e Jacson vinham atrás e logo Jess, Ângela, Miguel e Bruno nos acompanhavam.

Quando chegamos ao quarto, disse:

– Mandy, só você entra.

– Tudo bem Rose. Sara, traga uma bacia com água e alguns panos.

Ela fez sinal para os outros esperarem e entrou comigo.

Assim que fechou a porta, eu desmoronei. Comecei a chorar.

– Foi horrível, foi nojento! Se eu enxergá-lo de novo na minha frente, acho que sou capaz de matá-lo!

– Calma Rose, já passou, está tudo bem.

– Eu quero morrer, eu me sinto suja!

Alguém bateu na porta. Era Sara trazendo o que Mandy pedira, ela pegou as coisas e fechou a porta novamente.

– Tire o casaco Rose.

Eu fiz o que ela pediu e me apavorei com o que vi. Havia hematomas por todo o meu corpo.

Mandy não se importou, pegou o pano, molhou-o e me deu para que eu pudesse me limpar.

– Rose, não quer tomar um banho?

– Não. Não saio por essa porta nem morta!

– Eu vou pedir a Sara para trazer gelo, seus lábios estão muito inchados.

Mandy cuidou de mim, ela era a única amiga que eu tinha. Ela ficou lá comigo todo o tempo, me confortando e me acalmando.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Loucos para matar o Daniel?Deixem seus comentários! Bjs