Safe & Sound escrita por Gistar


Capítulo 13
Paraíso


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer a quem está favoritando e comentando a fic! E aos meus leitores fantasmas peço encarecidamente que apareçam, eu não mordo sabiam?



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“E não há remédio para a memória

Seu rosto é como uma melodia

Isso não sairá da minha cabeça

Sua alma está me assombrando e me dizendo

Que tudo está bem

Mas eu queria estar morta

Toda vez que fecho os meus olhos

É como um paraíso sombrio”

Sara

Quando acordei já era dia.

– Mandy – chamei – acorda!

Ela abriu os olhos e me olhou.

– Já é de manhã?

– Sim – respondi.

– Estava sonhando com Jac, ele parecia estar sofrendo muito e me pedia ajuda. Estou preocupada.

– Ele está bem, não se preocupe.

Minha barriga deu um ronco alto.

– Já está com fome? – perguntou.

– Hora do café da manhã! – respondi. – Vai ficar tudo bem Mandy, ele não vai nos deixar morrer de fome aqui...

Eu disse isso para tranqüilizá-la, mas eu sabia que ele era bem capaz disso.

O dia parecia não terminar e a fome só aumentava, logo depois veio a sede. Eu não reclamava e Mandy também não, mas eu sabia que ela estava tentando parecer tão forte quanto eu.

A noite chegou finalmente.

– Mandy me dá um comprimido. – pedi.

Eu sabia que aquilo viciava, mas eu não ia conseguir dormir com a sede e a fome que eu estava. Minha garganta ardia e meu estômago doía.

Ela me estendeu um comprimido que a muito custo consegui empurrar pela garganta seca. Ele demorou um pouco mais pra fazer efeito já que estava com o estômago vazio. Por fim adormeci.

*

Pedro

Eu já estava preocupado com Jacson que não voltava. Quando vi, dois caras apareceram carregando-o. Emerson e eu corremos até ele.

– O que fizeram com ele? – perguntei.

Ele estava todo machucado e desacordado, parecia que tinha apanhado até perder os sentidos.

Os caras simplesmente o largaram no chão e saíram do refeitório. Uma multidão já se juntava ao redor. Emerson colocou o dedo no pescoço dele para verificar a pulsação.

– Está fraca – disse – me ajude a carregá-lo.

– Quando eu colocar as mãos naquele desgraçado eu juro que o mato - eu dizia enquanto carregávamos Jacson para o quarto.

O colocamos na cama e Rose e Jessica já estavam chegando com água e panos.

– Para limpar os ferimentos – disse Rosane e se afastou. - Nossa! Fizeram um estrago feio.

– Temos que acordá-lo – disse Emerson – mas antes precisamos de remédio para a dor. A pessoa perde os sentidos quando o corpo tenta se defender da dor, é uma forma de anestesia. Ele deve ter sentido muita dor.

Dava pra sentir o ódio nas palavras de Emerson, Jacson era como um irmão pra nós, éramos inseparáveis. Rosane se afastou para buscar remédios.

– Por que fizeram isso com ele? – perguntou Jessica.

– Vamos saber quando ele acordar. – respondi.

– Isso deve ajudar, – Ângela chegou trazendo um vidro – é álcool. Coloquem no nariz dele.

Emerson colocou um pouco em um pano e fez como Ângela disse. O efeito foi imediato, ele abriu os olhos e começou a gemer.

– Calma cara, está tudo bem. – eu disse – Rose já está chegando com os remédios.

Nesse momento Rose chegou e me estendeu um vidro com alguns comprimidos.

– Acha que consegue pegar os comprimidos? – perguntei.

Ele não respondia, apenas gemia.

Eu tirei dois e tive que colocá-los na boca dele, enquanto Emerson forçava um pouco de água pra dentro de sua garganta. Finalmente conseguimos fazê-lo engolir.

Ele parecia cansado demais para falar alguma coisa.

– Não dá pra perguntar nada agora – eu disse – ele precisa descansar.

Os outros concordaram.

– Eu fico com ele – disse Emerson – vamos nos revezar, depois outro vem. Não podemos deixá-lo sozinho.

– Ok – respondi – daqui a uma hora eu venho e troco com você.

Nós passamos o dia todo nos revezando para cuidar dele que delirava e chamava por Mandy. Procuramos pelas garotas em toda a escola e não achamos nada. Estava começando a considerar a idéia de ir até Daniel e perguntar o que fizera com as duas.

– Não adianta – Emerson dizia – isso só vai piorar as coisas, vamos esperar até amanhã, se elas não voltarem a gente vê o que vai fazer.

Eu concordei em esperar até o outro dia. Apesar de já estar ficando louco com tudo aquilo! Minha mente ia de Sara e Mandy que eu não fazia idéia do que estavam passando para Jacson que ainda estava dormindo e não acordava.

Ele acordou à noite, Emerson e Miguel estavam lá, já passava das onze horas.

– Como se sente? – perguntei assim que ele abriu os olhos.

– Com um pouco de dor ainda.

– O que aconteceu afinal? – perguntou Emerson impaciente.

– Daniel queria saber das saídas...

– Você contou? – perguntei e não consegui conter o desânimo, estávamos perdidos. Adeus liberdade...

– Não! Por que acha que apanhei tanto?

– O cara te surrou e você não disse nada? – Miguel estava boquiaberto.

– Você entregaria nosso plano? – Emerson perguntou.

– Cara eu não sei! Não sei até onde agüentaria...

– Agradeça por ele ter agüentado. Se ele tivesse contado tudo, só Deus sabe quando sairíamos daqui. – falei.

– Eu só pensava na Mandy... Perguntei onde elas estavam, mas ele não disse.

Jacson estava se lamentando.

– Tudo bem cara! Se até amanhã elas não aparecerem, eu vou tentar descobrir o que aconteceu. – eu o tranqüilizei.

*

Sara

Tive uma noite sem sonhos. Acordei com a boca seca, agora meu estômago doía mais do que nunca, por que eu não continuei dormindo?

Cruzei os braços sobre o ventre. Até quando nós ficaríamos ali? Soltei um gemido de dor. Mandy acordou.

– Sara! – Ela estava rouca, fazia dois dias que não colocávamos nada na boca. Nem vontade de fazer xixi a gente tinha.

– Eu... me sinto tão fraca! Vou voltar a dormir...

– Não! Precisamos ficar acordadas, temos que arrumar um jeito de sair daqui.

– Não adianta Mandy, minha cabeça dói, meu corpo dói... não dá pra pensar assim.

– Não se entrega, se você se entregar vai ser pior. Precisa ser forte!

– Força é o que me falta agora...

Meu corpo estava mole, estava tonta e não conseguia raciocinar direito.

– Pense na sua mãe, nos seus amigos, em Pedro... eles precisam de você!

– Pedro...

– Sim o Pedro!

Eu fechei os olhos e lembrei de quando ele me beijou e prometeu que me protegeria. Eu prometi que ia tomar mais cuidado, acho que quebrei minha promessa.

– Sara, acorda Sara.

Eu não queria acordar, estava andando por um campo de girassóis, o calor do sol aquecia meu corpo e uma leve brisa soprava em meus cabelos soltos, eu usava um vestido azul...

– Sara!

Olhei na direção da voz e não pude acreditar que era ele.

– Jared!

Ele veio correndo até mim e me abraçou. Ele estava de bermuda e camiseta branca sem sinal algum de bala. Eu devia estar no céu, podia sentir o perfume dele. Ele estava morto, mas e eu?

– Jared...

Isso não me importava mais, ele estava ali comigo.

– Paraíso...

No Paraíso, onde não havia medo, dor, fome ou sede. Eu estava feliz, tão feliz como nunca me sentira na vida. Eu o abracei e queria perguntar tudo para ele, mas as palavras não saiam certas.

Nós deitamos entre os girassóis, o céu estava vermelho, era hora do crepúsculo, eu olhei para o lado, no fundo dos olhos dele. Ele sorriu, exatamente como eu me lembrava dele. E de repente eu estava olhando para Pedro.

– Pedro.

Ele me beijou e seus lábios tinham gosto de mel. Ele estava tão lindo.

– Lindo...

Eu poderia passar a eternidade toda admirando sua beleza, como ele era belo, parecia um monumento erguido em homenagem a algum Deus esquecido.

– Deus...

Onde estava Deus se eu estava no Paraíso? Não interessava! Eu peguei a mão dele, estava quente do sol, mas era macia.

Eu fui até ele e deitei em seu peito, podia ouvir o bater de seu coração e adormeci sorrindo, eu estava bem. Estava com Pedro e Jared no Paraíso.


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Notas finais do capítulo

Bem, a fic já está na metade e tudo o que eu posso dizer a vocês é que será muito importante as reviews que deixarem a partir de agora, sabem por que? Porque o final dela vai depender totalmente de vocês! Não vou dizer mais nada. Bjs