Meu nome é Daichi Matsumoto, eu tenho 16 anos. Eu estou no colegial atualmente, e este é o meu último dia de férias. Bem que elas podiam ser eternas, o tempo passou muito rápido! Então hoje, eu pretendo passar as férias do meu modo para saber que foram as melhores férias da minha vida!

-Daichi! Pode me fazer um favor? - Gritou minha mãe. Mas que merda.

-O que mãe? - Respondi

-As roupas que mandei para a minha costureira já estão prontas, pode ir lá busca-las para mim?

-É que...eu não...

-Se não quiser ir, tudo bem, eu mesma vou. Mas você não terá a surpresa que comprei pra você. - Disse ela com uma caixa na mão.

-Está bem! Eu vou! - Falei emburrado.

Comecei a andar para a casa dessa mulher, de acordo com minha mãe elas são bastante amigas apesar da diferença de idade. Em pouquíssimo tempo eu estava na porta do endereço do papel que minha mãe havia me entregado. A casa era pequena e humilde. Toquei a campainha. Uma mulher de cabelos pretos que nem os seus olhos, baixa que parecia ter uns 50 anos abriu a porta.

-Pois não? - Tinha um sorriso em seu rosto

-Olá, é que eu vim buscar as roupas da minha mãe, Katsu Mats...

-Daichi? Nossa, como você cresceu! - Disse afagando minha cabeça. - Eu te peguei no colo quando você era criança se lembra? Ah, óbvio que não. Que pergunta a minha! Vamos entre!

Nós entramos na casa dela, apesar de pequena como havia dito, era muito bonita e tinha várias porcelanas antigas. Tinha poucos pedaços de tecido no chão, provavelmente ela esquecia de guardar seus tecidos novamente. Me sentei no sofá da sala que em sua frente tinha uma mesa pequena e quadrada.

-Eu vou fazer algo para você comer, espere um minutinho! - Disse a mulher enquanto ia a cozinha.

Eu fiquei olhando os retratos de longe que estavam nas paredes da sala, a maioria das fotos eram de paisagens da primavera, tudo florido e cheio de cor, de repente senti um cheiro ótimo vindo da cozinha. Ela deve estar fazendo algo muito gostoso pra ter um cheiro desse! Do nada, ouvi o barulho de uma porta se abrindo no fundi da casa e a seguir passos lentos, admito que estava assustado, mas quando o barulho dos passos acabaram, eu vi uma garota. Ela parecia ter minha idade mas...tinha cabelos grisalhos e seus olhos eram azuis bem claros, ela estava com uma tesoura em suas mãos e tinha várias rosas em seus cabelos,  usava um óculos grandes e quadriculados, um casaco ainda com etiqueta, uma camiseta preta e uma calça jeans colada e estava descalça. Ela era bonita e era apenas um pouco mais baixa, mas nada exagerado como a altura daquela mulher.

-Vó, o que está preparando? - Falou ela ainda na porta da sala, séria

-Aqueles pães que você gosta, estou fazendo para o nosso convidado, o filho da Matsumoto, mas não se preocupe, terá para você também.

A garota olhou para mim ainda séria, parecia que agora que havia percebido que eu estava ali.

-Daichi...Matsumoto? - Ela perguntou

-Sim, você ouviu falar de mim?

-Ah...claro... - Ela disse com a mesma expressão e ia até a cozinha falar com aquela mulher que como deu para perceber era a sua avó, ela voltou e ia em direção ao seu quarto novamente.

-H-Hey espere! - Disse para ela sem pensar.

-Hm? Algo de errado? - O que responder em um momento desse?

-N-Não quer  ficar aqui? Digo, assim podemos comer juntos!

-Por que eu faria isso? - Toim! Mil marteladas na minha cabeça!

-Ahn, pra gente se conhecer?

-E se eu não quiser? - Como uma menina pode ser tão grossa?

-Faça o que quiser então! - Falei já emburrado. De repente ela se sentou no sofá, ainda sim um pouco afastada de mim.

-Você é estranho, Daichi. - Disse a garota super normal, em? - Eu ficarei um pouco com você. Mas me diga, em que colégio estuda?

-Colégio Sekai. - Disse encarando suas órbitas azuis.

-É divertido? - Ela faria um interrogatório, já estava óbvio.

-Sinceramente, não. 

-Interessante... - Disse olhando para um dos quadros da parede. - Tenho apenas mais uma pergunta...

Antes dela terminar, sua avó foi lá para a sala com um bule de chá e algumas xícaras foram colocadas na mesa, enquanto ela servia, sua avó falou

-Sinto muito, eu terei que sair um minutinho para comprar uma coisinha que está faltando. Mas voltarei logo, enquanto isso bebam.

-Quer que eu vá por você? - Perguntou a garota pegando a xícara de chá.

-Não, não, querida. Faça companhia para o Daichi, por favor. Bem, nos vemos daqui a pouco! - Ela colocou o Bule na mesa, pegou uma bolsa pequena e foi embora.

-Mas então, que pergunta você queria fazer? - Continuei

-O que você pretende fazer? - Ela perguntou...

-Em? Sinto muito, mas...eu não entendi essa... - Ela deu um pequeno riso.

-Vocês são lerdos! - Dessa vez ela me olhava ao invés de olhar para a pintura. Como assimvocês? Ela quis dizer "vocês garotos"? - Acho que fiz perguntas demais, sua vez então.

-Por que seu cabelo é Grisalho? - Disse apontando para seu cabelo.

-Ele é assim desde que nasci, não tem uma explicação muito lógica para isso. - Falou enquanto passava a mão em seus cabelos e removia as rosas.

-Entendi. .. - Não era a resposta que esperava, mas de qualquer forma. Ficamos em um breve silêncio.

-Não tem mais perguntar? - Ela disse.

-Na verdade, tenho sim. - Respondi. - E você? Estuda em que colégio?

-A partir de amanhã, no colégio Sekai. - Falou calmamente enquanto pegava a xícara novamente e dava um gole.

-Ah! Que legal! Seremos colegas de classe! - Ela parava de beber. E voltava a encarar o quadro.

-Irá se tornar amigo de alguém como eu?

-Bem....esse não é o objetivo?

-Interessante. - Ela colocava a mão em sua boca tentando esconder o seu sorriso irônico.

-Ainda tenho direito de perguntar?

-A partir dessa pergunta, só tem mais uma. - Disse voltando a olhar para mim.

-Por que essa tesoura? - Ela olhava a tesoura que ainda estava em suas mãos.

-Para cortar tecidos para as roupas, papéis para projetos... - Do nada ela começou a chegar perto de mim no sofá, eu tentei me afastar mas ele já estava no fim, ela ficou em cima de mim e pegou o meu rosto, abriu a minha boca a força e colocou a tesoura dentro dela, se eu me move-se ela iria me cortar. - ...assustar pessoas. - Ela saiu de cima de mim e sorria novamente, mas seu rosto estava bem claro de que ela queria rir bem, bem alto.

-N-Não faça mais isso!

-Não prometo nada. - Disse ainda sorrindo limpando sua tesoura com uns guardanapos em cima da mesa.

-Por que fez isso?!

-As suas perguntas já deviam ter acabado. Não tenho mais tempo para ouvir besteiras saindo da boca de um humano feito você. - Ela falou se levantando e saindo da sala provavelmente indo de volta ao seu quarto, ouvia o barulho da porta fechando e sendo trancada. 2 minutos depois

a sua avó havia voltado com o tal ingrediente.

-Voltei, crianças! Oh, onde está Yukki?

-Yukki? - Pensando bem, não havia perguntado o nome dela.

-Ela deixou uma visita sozinha? Ela nunca fez isso! - Falou ela de fato surpresa. Mas logo deu um sorriso - Acho que você é especial Daichi. Talvez esteja afim de você. - Ela ria de sua própria piada.

A mulher foi para a cozinha e terminou os pães que estava fazendo, ela trouxe um pouco para mim e estavam de fato muito gostosos. Eu guardei um pouco para a minha mãe, para o meu pai e minha irmã. A avó de Yukki disse que iria entregar os pães para a sua neta e voltaria com as roupas prontas para entregar para a minha mãe. Ouvia os passos dela indo até o quarto de Yukki e batia na porta.

-Yukki, trouxe os pães.Espero que goste! - Nenhum barulho saia da porta, ficou um breve silêncio até ouvir um grito de dor de Yukki vindo do quarto.

-Y-YUKKI! VOCÊ ESTÁ BEM!? ESTÁ ACONTECENDO DE NOVO!? ABRA A PORTA YUKKI! - Gritava a avó dela assim que ouvia o seu grito. Eu não sabia se as deixava ou ia ajudar! Eu resolvi ficar lá, qualquer coisa, elas pediam ajuda para mim. Deu pra ouvir o barulho da porta abrindo e logo após sendo fechada novamente. Não deu mais pra ouvir o que aconteceu depois disso. A avó de Yukki apareceu na porta da sala com as roupas dentro de uma sacola com um olhar triste e me entregava nas mãos.

-Hey, meu jovem, posso te pedir uma coisa? - Falava olhando para baixo.

-C-Claro. O que posso fazer?

-Evite ter medo de Yukki. Isso vai... - Ela falou tremendo as mãos - ...Deixa-la muito feliz

-E-Está bem, senhora...

-Kaori...Kaori Megumi. - Falou. Dessa vez havia um sorriso em seu rosto - Agora, vá.

Eu sai daquela casa com uma sacola de pães e outra com as roupas da minha mãe. Eu dei uma olhada para trás e percebi que desta vez uma das janelas estava com um pouco de sangue na janela de um dos quartos. Voltei a olhar para frente acelerando os passos. Cheguei em casa e cumprimentei minha mãe a entregando as roupas.

-O que achou da casa da Kaori, Daichi?

-Bonita, pequena... - ...Estranha

-Conheceu a neta dela, a Yukki?

-Ah, conheci sim...

-Ela é muito simpática e trata todos muito bem. Deveria achar uma namorada decente como ela no lugar de várias vadias que você já trouxe pra essa casa

- Estamos falando da mesma Yukki? - Ela vai entrar no seu colégio este ano, trate de ser gentil com ela!

-Não prometo nada... - Falei baixo.

-Hein?

-Nada, nada. Eu vou para o meu quarto. Tchau! - Disse correndo em direção ao meu quarto me perguntando o que haveria amanhã.