Mantendo O Equilíbrio - Terceira Temporada escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 35
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Não sei quem merece mais um abraço apertado daqueles, se é o vô Luiz ou a dona Helena. Um pra cada então :)
Hoje eles vão ter que aceitar umas realidades que tanto eles lutaram pra não encarar. Mas calma, não é nada TENSO. Quer dizer, não ESSE tipo de tensão.



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O jantar de ano novo na casa de Lucas foi ótimo, bem melhor que o jantar de Natal. Faltavam umas horinhas para a virada do ano e novas perspectivas sobre ele eu já projetava. Foram elas que me fizeram sair da rodinha das mulheres na sala de fininho e ir para a varanda. Diferente do Natal, pra baixo, eu estava reunindo forças para deixar aquilo tudo de ruim para trás, revolver-me de confiança, em mim e nos outros. Principalmente nos outros que era minha maior falta.

Aquela Milena versão 2007-2008 teimava em voltar a cada vez que eu pensava a respeito. Uma Milena ferida, dolorida, preocupada, receosa... eu não consegui apagá-la ao longo desses anos e acho difícil apagá-la tão logo. Se fosse fácil só querer e puff, acabar, eu faria. Ela está logo sob minha pele e a sinto se remexer em proteção de si quando o assunto do passado volta. E dessa vez chegou tão perto... Mais um pouco e tudo aquilo estaria tendo espaço na minha vida. Isso eu não quero. Mesmo que eu não chegue nunca a esquecer, que fique tudo lá no fundo, bem enterrado. Uma nova Milena está para nascer e é minha esperança... que 2012 essa versão esteja mais forte, decidida. Aberta? Não sei bem... espero que o passar dos dias me dê essa resposta.

O calor dos outros dias passou dando margem a uma mudança de tempo, antes sutil, agora bem presente. Não era bem um frio, o vento aos poucos estava ficando gelado. Fazia uns dois dias que mal usava o ar-condicionado. Chuvas logo viriam, percebi pela corrente de ar que passou mexendo na minha saia (visualizar, look do canto esquerdo: http://migre.me/bW9Nh). Mudei até meu look de passagem dessa vez, sem vestidos ou calças, para variar um pouco. A saia era uma laranja que Flávia me deu no dia das nossas compras antes da viagem. Esse dia eu estava tão... feliz. Pareceu-me tão longínquo quanto próximo.

Mas não iria chover, não essa noite, ela ainda estava estrelada, eu podia ver enquanto calmamente percorria a lateral da casa de Lucas, a fim de chegar à varanda. Do lado de dentro, minha família e amigos conversavam às alturas. Logo nos dispersaríamos para a praia para ver a queima de fogos e eu me meteria num luau com os garotos.

– Milena, querida?

– Vô? Oi.

Me virei para ele que abria uma porta lateral. Ficou dividido entre o dentro e o fora me observando.

– O que está fazendo aí sozinha?

– Nada.

– Nada? Tem certeza?

Ele olhou-me com uma sobrancelha duvidosa. Percebi que olhou através de mim também para se certificar, aposto, se eu estava realmente sozinha. A luz do local era baixa por causa de uma luminária pequena que dava certo charme. Ri do quão previsível era esse comportamento do meu avô.

– Sim, vovô. Por que o senhor não senta aqui e conversamos um pouco?

– Tudo bem.

Ele sabia que eu ia tocar naquele assunto. Aquele que eu fiquei enrolando para perguntar e não tinha oportunidades.

– Eu sei, minha neta, não sou seu pai que enrola não, pode ir direto ao ponto.

– O senhor será franco, não?

– Quando não sou? Não responda.

Ele brincou. Vacilou talvez por eu finalmente abordá-lo.

Sentamos na varanda numas cadeiras que lá havia, um de frente ao outro.

– Por que, vovô? O senhor me parece ser o único que se mantém afastado de Vinícius. Até papai está receptivo, para meu choque. É estranho, mas é mais estranho o seu comportamento. Ele lhe fez algo?

Eu tinha uma preocupação tremenda quanto a isso. E quando vovô Luiz balançou a cabeça para falar que sim, eu temi por algo ruim. Se não estivesse sob seus olhos estaria roendo uma unha provavelmente.

– Fez.

– O quê? O que ele fez?

– Está roubando minha menina.

Suspirei. Ele estava me deixando inquieta.

– Vovô... estou falando sério.

– Bom, eu também. Ele é a confirmação de que você não vai mais voltar.

– Como assim? Claro que eu vou voltar.

Vovô Luiz parece desconfortável, pesaroso. Esfrega uma mão na outra como se fosse criança com medo de algo. A pouca luz ainda me mostrava seu cenho enrugado, algo lhe afligia. Nem mesmo me olhava mais, estava mais ocupado com suas mãos.

– Não, você mora em outra cidade. Aqui você apenas passa férias. Somos uma viagem, não casa. Você mesma disse a sua mãe que era visita. Você não vai voltar, Lena. Eu tinha minhas poucas esperanças... Agora ele me confirmou.

Ele estava... envergonhado? Vovô Luiz... envergonhado?

– Vovô, senhor sabe que não é bem assim.

Levanta o olhar a mim e segura com firmeza. As mãos se afastam e projetam gestos conforme a insegurança dele vai emergindo. Me impressiono. Quer dizer, não cogitei ser algo desse tipo.

– Lena, é assim sim que eu sei. Seu pai sabe, sua mãe, sua avó. Todos sentimos falta de vocês. Claro que entendemos que os dois têm suas vidas, que lá tem estudo, trabalho, oportunidades... só que isso não diminui em nada o que sentimos quando o coração aperta. Tem dias que sua mãe fica para um lado e outro com o álbum de fotos de vocês crianças, seu pai fica falando para os clientes sobre os filhos que estão na cidade grande para ser alguém na vida, sua avó escreve uma coisa aqui, outra ali, eu sinto o que ela quer dizer... E eu, eu fico aqui pensando sobre os dias que não mais virão. Que nem vou mais separar a briga de vocês como fazia antigamente. Vocês mesmos terão que cuidar disso.

– Vovô... E-e-eu nem sei o que dizer.

Ele segura minhas mãos nas suas numa delicadeza de gesto. Temo por abrir um choro em sua frente, mesmo que seja breve e com umas poucas lágrimas. Tratar desse assunto já tive que fazer várias e várias vezes, forte e peitando tudo e todos, mas aqui, com meu avô, sentir essa melancolia dele... Eu não queria que ele visse.

– Desculpe, minha filha, eu não quis tratá-lo mal. De verdade. É que quando eu o via, isso tudo me vinha à cabeça, e o que era saudade virava certa ira. Acabei culpando por algo que... enfim. Até mesmo quando vi você beijar o Lucas na outra noite – um beijo inocente de amigos, eu sei – eu desejei que fosse ele quem tomasse sua atenção. O que significaria você ficar aqui. Mas eu não poderia deixar o seu irmão sozinho também... Aquele ali não tem muita orientação pra isso, ele também precisa de você. Eu estava sendo egoísta.

Engoli o embargo. Aperto suas mãos nas minhas.

– O senhor só estava sendo meu avô. Egoísta ou não, uma pessoa que me ama.

– Amo, minha Lena. E sentirei muito quando forem embora logo mais. Esse velho aqui tem que se acostumar a deixar vocês irem, eu sei. Não consigo alugar o Lucas... não consigo substituir vocês. Não que sua avó faça isso, mas...

Eu sei que não era bem esse o assunto do momento, só vi que também era hora de trazê-lo. Era um incômodo, de qualquer forma, e eu tinha que colocar para fora.

– Eu entendo. Só que... Vovô, perdoe-me se eu parecer rude por falar isso, mas eu não sou mais criança. Eu tento e tento reforçar isso para cada um e fico nessa porque ninguém parece me aceitar como sou agora. Não quero que me limitem, nem me definam. Eu sou eu. Cresci. No coração pelo menos, porque na altura não foi. Além de intimidada, me sinto rejeitada.

– Oh, querida, não.

Ele alcança meu rosto com sua mão meiga e nessa hora uma lágrima sim me escapuliu. Era um assunto muito delicado para mim, então era bem difícil ter um tratamento diferente. Ele a captura, passa o polegar por debaixo de meu olho. Para meu espanto particular, sinto que espera que eu fale... não emenda uma resposta. De certa forma é um traço bom de esperança. De que as coisas podem vir a mudar mesmo.

– Sim, vovô. É assim que me sinto quando vocês, meu pai, minha mãe, Murilo, às vezes até vovó, ficam me desenhando como outra pessoa. Alguém que precisa de proteção. Alguém que não sabe se cuidar, que não pode tomar uma decisão, que não tem voz suficiente para debater algo, que seja. Vocês veem outra Milena, não eu. Me perco em mim mesma.

– Sinto muito, minha menina.

– Vovô, eu não sou menina.

– Bom, menino você também não é.

Rimos juntos.

– Vovô! O senhor entendeu.

– Eu sei, eu sei... É o hábito, querida. Você já é uma mulher feita. Linda. Admirável. Desculpa se ficamos pasmos por isso, se foi outro dia que você nasceu. Era tão pequena que quase cabia em nossas mãos. “Paralelepípedo” deixou de ser preocupação sua desde que aprendeu como falar. E palavra difícil de aprendermos é “crescer”. Entender que você é adulta faz tempo. Sinto muito por tudo isso... o que nós a fizemos passar.

– Eu sei e entendo. Só queria que vocês entendessem meu lado também. Queria que fosse diferente. Assim eu poderia ser apenas eu, sem demais interrupções.

– Prometo tentar, querida. Falarei com os outros. Pedirei desculpas ao seu... hã... seu namorado. Vejo nos olhos dele que ele é sua felicidade. Tudo o que mais nós queremos para você. Ele é bem persistente também... não é qualquer um que leva um vaso na cabeça e volta pra pedir por mais. Ainda tô de olho nele pra todo caso.

É essa a minha luz no fim do túnel? Fico até sem-graça.

– Obrigada, vovô. Principalmente por me ouvir. Por pelo menos considerar uma chance. É o que mais quero.

– É minha obrigação, Milena. Uma que eu não quis antes.

– Tudo bem.

Fungo, enxugo resquícios, sorrio. Era isso que valia a pena... sorrir.

Nisso, alguém se aproxima. Vovó. Vovó desconfiada.

– O que vocês já estão planejando aqui, hein?

– Marília, você já foi mais educada, querida. Estávamos só conversando.

– Sei. Conheço as duas peças.

– Ora, vovó, senhora sabe que sou sempre do seu lado.

Pisco para vovô e ela acaba nos rebocando de volta à sala.

Parte de minhas preocupações estava se esvaindo, para meu bem. Jogadas ao vento, elas não mais pertenciam só a mim.

Que viesse o ano novo. Que logo viesse.

~;~

Sou adulta. Sou sensata.

Mas por que eu tenho essa expressão de “opa” estampada na minha cara, como se tivesse sido pega num grande flagrante vergonhoso? Não era nada demais, né?

Não para minha mãe, ela me gritou no meu quarto. Estava horrorizada com algo quando entrei e a avistei. Não esperava pelo que ela tinha em mãos ou pelas circunstâncias estranhas que aquilo significava.

– Oi, mã-ãe.

– Isso é o que eu penso que é?

Entre seus dedos ela olhava, virava o objeto para se certificar que tinha observado bem. Estava meio curvada até se sentar. Adentrei mais meu quarto e, sei lá, ela estava me deixando sem-jeito com esse comportamento.

– Provavelmente.

– Onde você arranjou?

– Er... com uma médica.

– Ai, Deus. Me diz que isso é para ajudar a regular a menstruação.

De certa forma, era. O fato de ser contraceptivo só mostra que aqueles comprimidos num tablete eram multiutilitários. Por que negar? Tomei uma golfada de ar e fui mais firme.

– Quer saber, mãe? Não, não é pra isso.

Ela levantou a vista para mim, de pé ao seu lado, e não sei bem o que vi. Indignação? Mágoa? Desgosto? Talvez a ideia que ela tinha de mim estava forçando a se quebrar dentro de sua cabecinha...

– Você tá me dizendo que está “dormindo” com aquele garoto?

O quê, agora ela não sabe mais o nome dele? Até um tempo atrás era Vini-aqui, Vini-acolá. Chamar Vinícius de “aquele garoto” com desprezo é algo que me revolta.

– Mãe, eu sou uma mulher, tá? Não precisa pirar sobre isso.

Um tanto exasperada, ela levanta-se. Se pudesse, aposto que pegaria os comprimidos e jogaria no lixo, na privada, na terra... Se isso significasse sua menina de volta, aposto que ela o faria. Só que isso não é o tipo de coisa que volta. Uma vez para trás, é só uma lembrança. E por ela, mamãe se deixa chorar. Desnorteada, ela nem sabia para onde olhava, bufava, andava de um lado para o outro.

– Mas você é meu bebê! Como você pôde... pôde fazer isso sem nem me dizer? Sua amada mãe? Essas coisas a gente diz. Eu não acredito que minha menininha está...

– Sério, mãe? Faz um tempo que eu...

Ela estaca no meio do quarto, mais horrorizada ainda. Parece até que o ar lhe falta. O significado desse tablete de comprimidos pesa tanto assim no coração dela?

– Que vocês dois estão fazendo? Ai meu Deus.

– Não, faz um tempo que eu digo à senhora que eu cresci, que não sou uma criança mais. Não mais.

– É muito para eu processar ainda.

– É? Porque não deveria, você sabe.

Com passos derrotados, ela volta para minha cama. Senta-se enquanto tenta se recuperar. Eu, no entanto, precisava me manter firme no que estava dizendo, para depois não me alegarem que eu tinha dúvidas sobre o assunto. Fico ao seu lado na cama, abraço-a, que me recebe um pouco contraída. Retiro o “elemento” de suas mãos e coloco de volta à nécessaire.

Ficamos em silêncio por uns minutos. Quase eu conseguia ouvir como tudo maquinava na mente de minha mãe. Algumas coisas saíam num fio de voz.

– Eu só não esperava por isso.

– Eu sei.

– Vim deixar sua roupa limpa. Bati ali, suas coisas caíram, espalharam-se. Era minha menina com nécessaire fofa, agora uma... uma mulher com outras coisas além de maquiagem e remédios dentro da mesma.

– Eu sei.

– Seu irmão já sabe disso? Como que ele não fez nada?

– A senhora realmente acha que eu comentaria isso com ele? Fala sério, mãe.

– Ele devia te proteger, filha.

– Isso não é proteção, mãe, entende. Aconteceria eventualmente.

– Então... hã... então devo falar sobre “proteção”? Devo alarmá-la, não?

Ela estava mais alarmada que outra coisa para falar sobre o assunto. Não, eu não teria essa conversa com ela. É daquelas coisas que a gente melhor sobrevive se não ouvir de nossa mãe.

– Er... outro tópico, por favor.

– Co-o-omo assim? Ele... ele... não te respeita? E-ele parecia tão...

– Calma, mãe, respira. Ele me respeita sim, às vezes até demais.

Como combinado com Vinícius, abrimos as cartas na mesa e continuamos a dar umas pausas no nosso relacionamento. Estamos cuidando de nossos sentimentos, não apenas os mais bonitos, mas os que provavelmente nos trariam brigas. Conversamos muito mais desde então aquele dia que propus isso. Algumas vezes ele é até mais comedido que eu, que sem querer me deixo levar – eu cheguei mesmo a considerar na noite passada combinar um encontro noturno na cozinha porque precisava ficar perto dele. Mas ficamos apenas trocando sms, eu no quarto de baixo, ele no de cima. A palavra era algo entre nós que dava estabilidade, a que tanto precisávamos. E ainda tem muito para ser dito. Devagar.

Num sei por que, mas uma vontade de rir me apareceu. Não tinha graça por assim dizer. Talvez essa atmosfera com minha mãe... Acho que enquanto ela não me visse como me apresentava, não valeria a pena contar algumas coisas intimistas. Se com os comprimidos contraceptivos ela ficou assim, imagine se eu dissesse algum detalhe mais. Ela me via como inocente enquanto na verdade era dona Helena quem era inocente de pensar isso. Pra ver que ela não me ouvia. E tinha muita coisa que eu nem poderia falar.

Foi minha primeira vez, porém não minha primeira tentativa. Pra isso mesmo eu não tinha cara de dizer, se implicava trazer toda aquela história com Eric e as confusões do passado. Essa sempre ficou guardada comigo e por muito tempo mais ficará.

Dois toques na porta aberta. Papai desponta preocupado.

– O que está acontecendo? Algo errado?

– Não, pai... é que... mamãe ficou um pouco emotiva agora. Sabe como é, saudades. Mesmo comigo aqui.

Sempre com uma desculpa na ponta da língua.

– Helena, está tudo bem. Logo eles terão que viajar, eu sei...

– Eu só queria que eles não crescessem...

Se ele soubesse a real razão do choramingo de minha mãe, não sei o que ele faria. Mesmo. De mamãe eu até podia esperar por isso, mas dos outros, é uma resposta que não quero ver tão cedo. Digo, sobre intimidades, não sobre crescimento pessoal.

– Mas cresceram. Ande, ainda temos que voltar para a loja. É pra amanhã aquele relatório do teu projeto, não?

Ele a reboca para fora do quarto, tranquilizando-a. O carinho entre eles é algo que sempre admirei. Um apoio incondicional.

– Sim, amanhã, quarta.

Quando transpassam para o corredor, papai me grita.

– Filha, vem conosco?

– Eu vou, mas irei no carro de Murilo.

~;~

– E quando você vem? As rematrículas começam semana que vem.

– E as aulas?

– Na semana seguinte.

Prevejo outro surto de minha mãe quando souber que logo terei que ir. Passar umas 3 horas dentro de um carro na estrada com os dois homens de minha vida era de se pensar também. Com Murilo as coisas estão do mesmo jeito, não tão indiferente, só não sabemos bem como nos portar um com o outro. Às vezes abria umas exceções para ele, e então, tão logo, aquela mágoa dava um jeitinho de aparecer. Estava sendo difícil perdoá-lo, não tinha previsões quanto a isso. Contudo, não o machucava mais. Pelo menos.

Estava na sala olhando o calendário para me ambientar das datas. Os dias estavam passando tão rápido que nem eu acreditava que já era 3 de janeiro. Era pós-jantar, me levantei da mesa para atender a ligação de Flávia. Logo terei que ligar pra Djane, tenho que lembrar. Na nossa primeira semana de aulas seria o aniversário de Vinícius, ia combinar algo com ela. Já tinha uma ideia do que ele queria, e seu Júlio ou Djane não estavam bem nos planos dele. Pensei em um jeito de contornar isso.

A folhinha do calendário também me dizia que dia 6, sexta, faria 1 mês desde aquela noite no salão, em que uns amigos mataram aula e a noite me rendeu um relacionamento como Vini... No dia seguinte faria dois meses que ele acordara do acidente. As coisas parecem tão longínquas agora. Foi tanta coisa em tão pouco tempo.

– Vou falar com meu irmão e ver quando podemos pegar estrada. Se não sábado, domingo. Vou preparar mamãe para a despedida também. Como está tudo por aí?

– Cara, a cidade está um rio. Em dilúvio, melhor dizendo. Choveu tanto ontem que amanheceu carros empacados na avenida hoje. Melhor vocês virem no fds mesmo, talvez até lá já deve ter diminuído.

– Aqui as chuvas ainda não começaram. Tô sentindo que logo começarão. Acho que hoje cai algo, não tão forte pelo menos. Odeio temporada de chuva.

– Pergunta pro Murilo, ele deve saber, não?

– Er... Flávia. As coisas ainda estão naquelas, lembra?

– Ah, sim. Sorry. Preciso puxar tua orelha?

– Acho que não. Tô consciente.

– Bom que esteja mesmo. Agora deixa eu ir senão minha irmã e meu cunhado afogam na rua. Tá chovendo de novo e eles estão sem chave. Dá um abraço em todos por mim, ok? Tchau.


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Notas finais do capítulo

Acho que a Milena tá lidando bem.
Há esperanças afinal.



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