Mantendo O Equilíbrio - Terceira Temporada escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Quando nem tudo são flores e as poucas que tinham, são arrancadas. Afinal, o que Murilo fez? Qual é do mistério sobre a noite da confraternização?

P.S.: Apesar do Murilo ter feito... algo, preciso dizer que ontem assisti ao filme "O Ataque" (White House Down) - lembram que Channing Tatum é a representação dessa peste? - e eu tô MTO orgulhosa desse papel dele. É absolutamente, loucamente, "action-nense" (essa palavra existe?) MASSA! Mto bem indicado!
Quem for ver o filme (e as cenas pai e filha), lembre do Murilo com a Milena ♥ Amei.
*Murilo, todo besta, inflando o peito por minha indicação*

Agora já podem bater nele por causa do cap.
Enjoy.



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Existem umas coisas sobre os sonhos que todos temos que considerar. Sonho pode ser aquela imagem irreal maquinada e arquitetada pelos nossos cérebros numa irracional lógica que o mundo real não consegue decifrar direito. Verdade que tem gente que insiste em simbologias, segredos, correlações ou mesmo significados, avisos. O inconsciente consegue ser tão vago que fascina as pessoas. Já ouvi falar de uns que, de acordo com uns sonhos, fazem umas apostas em jogos de azar. Não se tocam dos “jogos de azar” só pelo nome? Algo mais sugestivo que isso só o azar mesmo que os domina. Mas não é bem isso que estou a ponderar.

É que são efêmeros e bem transitórios. Quando são muito bons, é chato acordar e mal lembrar-nos dele. Mas nada pior que um sonho virar pesadelo. Quer dizer, sim, há algo pior que isso, pois o pesadelo no estado do sono é como se fosse “virtual”, uma versão curta do que é “real”. E quando o pesadelo acontece no estado “real”? Quando não há como acordar? É bem aí que se descarrega o espanto, o choque, o palavrão.

Foi o que me aconteceu. A noite de domingo fechou num sono tranquilo e maravilhado, já este da segunda-feira, não tenho como garantir, porque minha sensação é de que o sonho virou a rua rápido demais para que eu pudesse alcançar e quando eu cheguei onde devia chegar, tinha se tornado pesadelo. Queria eu que fosse apenas uma manipulação do meu cérebro, mas não, foi por conta dos ex-homens de minha vida.

Ainda me pergunto “que porra é essa”.


~;~


Explico.

Inicia-se o bom dia de definitivas férias. Nada melhor que começar fazendo o que mais se esperou por meses a fio depois de tantas idas e vindas, trabalhos, estudos... Descansar. Mornar. Ficar na cama com aquela sensação de forever, de preguiça que você pode ceder, abrir e fechar os olhos num ciclo quase infinito. Se não fosse a fome, poderia ter ficado a manhã toda fazendo nada na cama. Talvez só escutando umas músicas e... É, nada mais que isso. Não é gratificante se esforçar por tanto tempo só por um pouco de paz e de fim, fazer tudo isso só para ter tempo de fazer nada?

Mesmo lavando o rosto no banheiro, a preguiça não sai de mim, sabe ela que está no seu momento de melhor atuação. É a impressão que deixo à dona Bia quando tomo meu café da manhã na sala assistindo Bob Esponja. Sério que isso ainda passa?

Engraçado que depois de um tempo a gente começa a procurar o que fazer, sem pretensões, só para dizer que não enjoou de fazer nada. Vem aquela vontade de perturbar alguém. Liguei para minha família e ainda bem que temos um plano de ligações interurbanas, pois consegui falar com vários deles. Primeiro mamãe, que estava terminando de fazer a lista de compras para nossa noite de Natal. Logo que ela foi ao supermercado, minha avó chegou do jornal.

O coração dela parece cada vez mais fortalecido quando falo com ela. Me contou que essa semana ela seria homenageada no escritório e quis tanto que eu e Murilo estivéssemos lá. Seria na quarta, numa festa à noite, o que não bateria com nossa data de viagem, na sexta. Diz ela que não tem problema se a questão é minha felicidade, o que ela deseja é só poder logo me ver. Tem avó melhor que essa?

A mulher me emociona. E se emociona também, porque sinto, pelas suas palavras ora um tanto rápidas, que está ansiosa por essa quarta. Ela, tal como eu, retrai-se quando chama muita atenção. Como esse legado foi destinado a mim, eu que dessa vez a tranquilizo e dou dicas para fugir do microfone. Ela tem marra para fazer isso... Gosto de discutir estratégias com ela.

Meu pai estava meio ocupado com os materiais novos que estavam chegando das gráficas e das distribuidoras. Tinha que manter tudo em ordem para que o trabalho entre os feriados do Natal e Ano Novo não ficassem tão pesados e logo após a virada do ano, ele estivesse em dia para atender os clientes. Então com ele não deu para conversar muito, só gritar minhas saudades dele. O mesmo para meu avô, que o ajudava.

Quando meu irmão chegou cedo para o almoço, fiz inveja a ele por estar fazendo nada enquanto ele ainda estava trabalhando. Também questionei o fato dele ainda estar indo para o centro meteorológico, se esse plano de ficar perto de Aline estava dando certo. Claro que valeu a menção aos belos planos desastrosos dele, que sempre faço com muito gosto de comentar pra ver se ele entende que, quando se trata dele fazendo planos, tem que tomar bastante cuidado. Ele já devia estar aprendendo sobre isso depois de tantos erros. Não é errando que se aprende? Pois então, que saldos melhores viessem.

Durante o almoço chegou a quinta mensagem do dia. Era 12h30 e já estava na quinta de Vinícius. A primeira foi logo que levantei. Dizia que estava tentando fechar uma venda e o senhor que estava analisando tudo parecia testar ele. A segunda falava ainda do velho senhor, que começava a tratar das coisas em detalhes técnicos e nem isso derrubava meu namorado. A terceira era uma narração de drible, que Vini se referia a sua tática persuasiva, pra ver se o cara se impressionava.

A quarta já foi quando Murilo estava no sofá sendo contagiado pela minha preguiça, antes de sentarmos à mesa. Contei-lhe que tinha sido gol e que Pelé teria orgulho, pois assim estava escrito na sms. Meu irmão me tomou o celular e quis responder a Vinícius que ele era muito convencido. Claro que ele teve de mandar do seu celular, pois o meu saldo tinha se esvaído com minhas saudades de casa. Já a quinta mensagem se tratava de um aviso de que ele iria demorar um pouco para sair do trabalho e que não podia ligar porque o chefe estava meio estressado para se provocar fácil. Me ligaria quando chegasse em casa.

– O que, quê que esse folgado disse agora?

Homens e suas referências carinhosas um para com outro. Se bem que esses dois estão num “nível” bom se considerar que por aí os caras se xingam de boa como se fosse a coisa mais normal do mundo. É, homens são estranhos... E Murilo se enquadra nisso mais ainda quando me cutuca com as pontas do garfo dele – preciso dizer sujo e lambido? – porque demoro a responder por tanto olhar as palavras “eu te amo” que finalizavam a mensagem.

– Quer me convencer de fugir com ele essa madrugada pra Polônia. Pediu para verificar uns voos e arrumar as malas. Voltamos a tempo da viagem de sexta.

– Engraçadinha.

– Bom, eu avisei, para o caso de você reclamar que eu não disse nada.

Dei de ombros, brincalhona com um olhar sério. Ele analisou e eu já achava que ia vacilar quando meu celular começou com a batida perfeita do Good Life. Era Djane. Convidava-nos para uma sobremesa “a la Lins Albuquerque” – tradução: gelatinas – na casa de seu Júlio. Aceitamos. Tomei um banho rápido, vesti um short e blusa casual pelo dia quente que se fazia e Murilo me levou. Ele não podia ficar muito, pois teria que voltar para o centro meteorológico. No caminho deixei uma mensagem a Vini pelo celular do meu irmão e lá na casa de seu Júlio o esperei.

Nem Iara, nem Filipe estavam na casa. Deviam estar trabalhando ainda, não perguntei. Enquanto estava no sofá de visitas com meu irmão esperando seu Júlio terminar seu banho e Djane voltar com a sobremesa, cutuquei Murilo sobre a conversa do dia anterior com Iara. Só então me lembrei de abordar. Ele foi direto para minha sondagem.

– Você não me disse ontem se ouviu de fato a conversa. Eu te vi acordado.

– Ouvi, parte dela eu acho. Falava ela de como começou a chamá-lo de pai. Ainda tenho um pé atrás com essa Iara... Vai dizer que te convenceu com aquilo tudo?

Pelo menos Murilo é respeitador, ele não se senta todo largado no sofá, seus cotovelos ficam apoiados nas pernas enquanto suas mãos juntas sustentam sua cabeça. Já não dá para se referir a respeitador quando se trata de seus pensamentos...

Além de ouvir a conversa alheia e fingir que estava dormindo do meio pro final, ele ainda não “engole” as palavras de Iara. Com o rosto virado para mim, faz aquela cara de desconfiado e desacreditado do relato da garota. Nada mais que um revirar de olhos para ele é minha resposta primeira.

– Depois eu que tenho mania de perseguição, né? Acho sim que ela foi sincera, e daí? Certo que é difícil imaginar Filipe como ela o descreveu... No entanto, eu sei o que vi. Digo, o que vejo daquele homem. Isso não quer dizer que isso faz dele uma das minhas pessoas favoritas. A gente nunca sabe o que leva as pessoas a fazerem o que fazem...

– Engraçado como você só vê o lado colorido.

Ele ri um riso debochado, só que sem más intenções. Percebo pelo modo que fala, meio meneando a cabeça e a voz calma. Eu faço o mesmo, também não intentando por uma provocação. Sempre vamos ter ideias divergentes, não tem jeito.

– Engraçado é como você consegue ser bem previsível.

– Alguém tem que manter a ordem, oras.

Aham, ele quer mesmo se gabar? Tá fazendo isso errado, irmãozinho.

– Que claramente não é você, né?

Ele umedece os lábios para evitar manifestar um mínimo riso que ainda consegui captar. Não sabe ele que sempre tenho uma resposta na ponta da língua? Depois de todos esses anos? E previsível... forevermente.

– Não entendo esse seu jeito amoroso incondicional de me colocar em baixa...

– Deve ser porque EU não sou previsível.

Abracei-lhe de lado e dei-lhe um beijo estalado na bochecha. Ele retribuiu com um na minha testa e Djane chegou a tempo para ver a cena. Soltou um “own” e pôs a travessa – meu Deus, era uma travessa inteira de gelatina de morango – sobre a mesa de vidro que ficava a nossa frente no sofá. Deixamos as honras para o dono da casa, que chegou pela sala comentando sobre os benefícios da gelatina.

Acredita que o médico dele indicou? Também pensei que era brincadeira, mas seu Júlio me assegurou. Disse ele que, se consumida regularmente, ajuda na redução de níveis de colesterol, um dos maiores “bandidos” que atacam o coração. Quando ele soube da fascinação de alguém por gelatina... pediu que fizessem a tal sobremesa.

Dado um tempo seu Júlio teve que se ausentar do cômodo para atender uma ligação. Ele ainda é empresário e tem que cuidar de algumas coisas. Vinícius só me falou uma vez que se trata de uma distribuidora alimentícia e que seu Júlio é daqueles que trabalha até dormindo. Filipe parece ser do mesmo jeito... Tal pai, tal filho. Quem sabe “tal neto”?

Murilo já ia se despedindo quando nos avisaram que Vini tinha acabado de chegar. Djane pediu licença e foi recebê-lo ainda no jardim. Eu e Murilo caminhamos até a varanda, de onde podíamos ver de camarote a boa relação que estavam aqueles dois. Cada vez que eu via Djane passar a mão na cabeça do filho num carinho puro, sentia uma felicidade enorme. Encostei a cabeça no braço de meu irmão ao lado ainda parado e soei como a boba apaixonada observando mãe e filho trocarem umas poucas palavras enquanto ele saía do carro.

– Não é lindo?

– Qualé, Milena? Eu sou lá de olhar pra macho?

– Ai, maninho, estava falando da cena mãe-e-filho.

– Ah. É, então acho que sim.

– Acha?

– É, se eu falar que tenho certeza, você vai começar a se achar demais.

– Ok, eu acho que você acaba de roubar uma fala minha. Acho não, tenho é certeza!

Quando os dois nos alcançaram na varanda, Murilo se despediu e foi embora, estava excedendo seu horário. Então Djane virou pra mim se fingindo de indignada e questionou, apontando para seu filho que trazia aquela expressão impaciente de que era exagero materno:

– Milena, concorde comigo, meu filho acaba de dizer que está até agora sem almoçar, diz que comeu apenas um sanduíche. Ele acha que isso está certo.

– É, só porque ele acha, não quer dizer que seja.

– Ah, qual é, “mamães”, eu comi um sanduíche pelo menos. Hoje tava fogo no serviço. Eu já estava saindo meio-dia quando me chamaram de volta ainda no estacionamento.

Fui o empurrando até chegar à mesa enquanto Djane providenciava um prato para ele melhor se alimentar. Fez um bico pra mim como se fosse funcionar. Nem digo mais que isso não tem os efeitos que ele espera, ele sabe bem que sou imune. Ou costumava ser. Bom, ainda sou, oras! Verdade que algumas vezes ele conseguiu me dobrar, mas foram só essas. Se a gente dá entrada uma vez, eles querem ser como crianças e tentarem todas as vezes que possível. Não vendo bons resultados, ele começa a resmungar.

– Ai, vocês... Isso não vale, duas contra um. Mi, você tem é que ficar do meu lado...

Ele estava na cabeceira da mesa e eu ao seu lado – ironia? – ele indignado por estar perdendo a batalha para duas mulheres e eu linda me fazendo de difícil. Quer dizer, eu sou difícil.

– Opa, lado nada. Sabe que comigo as coisas são diferentes... eu opto pelo justo.

– Pelo que você ACHA justo. E só porque acha, não quer dizer que seja, né?

Ele queria MESMO usar meu argumento contra mim? Ainda não viu nada.

– Aí você ACHA que com esse argumento você me pega, né? Acha também que isso vai me levar para seu “lado”? Pois fique achando, amor.

– Uia, agora sou “amor”? Assim você joga baixo, amor.

– Alguém tinha que jogar.

– Por que não respondeu minhas mensagens hoje?

– Usei meu saldo para falar com minha família. Aí já viu...

– Hum. Pensei que você não queria me dizer – ou diria me escrever? – aquelas três palavras lindas que adoro ouvir de sua boca...

– Quais? “Bom dia, namorado”?

Se expressou só com um “mais tarde”, porque sua mãe trouxera o almoço. Ficamos os três conversando e logo seu Júlio se juntou a nós, falando do Natal e da viagem. Eu avisei tanto a Vini sobre as passagens... Ele conseguiu só para terça-feira, todos os outros ônibus estavam lotados. Era pós-feriado de Natal já chegado ao Ano Novo, o que ele queria, achar grandes vagas? Mas o que importava era que ele iria. Tinha a segurança só por ter nossas mãos juntas – claro, eu não iria desrespeitar a presença de seus familiares à mesa!

Até aí então estava uma maravilha. Estava tudo indo bem. Melhor impossível. Pior? Tão bem possível que de verdade se sucedeu.


~;~


Saindo da casa do avô, Vini disse que ia passar num estabelecimento de manutenção de notebooks. Alguém lhe fez o favor de derrubar café no seu. Adicionaram uma dica de um bom lugar com preço camarada, porque sabe como são esses preços de manutenção tecnológica esses dias... Disse o cara que era garantido. Ficava do lado do Center, perto da minha faculdade. Era meio longe, mas disse ele que valia a pena, então fomos.

Esperando enquanto ele era atendido, aviso-lhe que ia à farmácia ali quase ao lado colocar saldo no meu celular. Se ele queria ler algumas palavras, eu precisaria de alguns créditos para poder mandar. Estava praticamente zerada, tanto que nem mensagem dava para enviar. Chegando ao estabelecimento, sendo recebida por aquele ar geladinho muito querido por causa do dia quente, eu demorei ali debaixo da portaria aproveitando o friozinho. Fingi que estava à procura de algo na bolsa para não notarem minha inconveniência. Foi então que alguém me chamou a atenção.

– Leninha!

Só poucas pessoas me chamam ou já me chamaram por esse apelido. Por reflexo, olhei ao fundo a mãe do Eric com uma cestinha de compras com umas caixas de remédios e uns papéis em suas mãos. Ela acenava para mim. Não ia fazer desfeita, afinal, mesmo não tendo a conhecido bem durante meu namoro com seu filho, ela parecia gostar muito de mim. Não sei se ele alguma vez falou a ela sobre o que foi a conturbação no nosso relacionamento, só sei que ela é bem gentil comigo. Dizem que uma vez sogra, sempre sogra.

– Oi! A senhora por aqui... fase difícil, é?

Não queria ser indiscreta, mas sua cesta de farmácia estava cheia de caixas, era evidente. Ela olhou para elas e pesarosa suspirou. Sua boca era apenas uma linha desagradada.

– Ai, Leninha... acredita que meu filho se meteu em briga? E ainda torceu o pé! Ele está tão decepcionado... Perdeu sua audição que tanto se preparou esse ano. Esses são alguns dos remédios que o doutor receitou.

– Oh. Que chato. Como foi isso?

– Eu não sei bem. Ele não quis entrar em detalhes. E pra piorar o caso, ele ainda adoeceu, estava muito vulnerável eu acho. Uma gripe lhe acometeu que está só o caco. Tive que praticamente o carregar para sair de casa, de tão desanimado que está. Deve estar no banco do outro lado da farmácia, me esperando.

– Vish. Ele não pode desistir assim. Eu... eu vou lá falar com ele.

– Obrigada, Leninha. Qualquer coisa para que meu menino se anime.

Ela firmou a mão livre sobre a minha com esse seu pedido, me apontou a direção de onde ele estava e eu fui. Ele estava sentado num banco branco como esses de praça de madeira, perto de um caixa de atendimento, perdido em pensamentos. A primeira coisa que vi, na verdade, foram suas muletas e o pé engessado. Estava mesmo abatido e cabisbaixo, fungando da gripe. Uns resquícios de riscos e machucados eu podia ver perto do queixo e perto dos olhos.

Que má sorte a dele. Me deu uma dó... Queria o animar de algum jeito. Minha melhor opção foi achar uma canetinha na bolsa e “chegar chegando” a sua frente:

– Posso assinar?

– Milena?

Estava sem ânimo mesmo, surpreso também. Até demais ante minha presença, o que foi estranho. Ele abriu e fechou a boca por uns segundos tentando encontrar o que falar, sem saber se me olhava ou não. Confusa eu fiquei, não estava entendendo nada. Sentei ao seu lado e ele estava se mostrando bem inquieto... olhava para os lados, procurando alguém, como se minha presença fosse um incômodo.

Sem também pronunciar algo, me expressei facialmente questionando o problema. Vendo que estava meio acuado, finalmente resolveu falar, soando meio derrotado, de voz fraca pela virose:

– Então ele te falou, né?

Foi a minha vez de abrir e fechar a boca sem nada sair. Inclinei a cabeça e imagino ter se formado um vinco incerto em meu aspecto facial. Ele quem o quê? A que se refere? Mas foi sua mãe que me disse...

– Hum?

– Ele está aí também? Olha, Milena, eu não tô pra topar com seu irmão de novo, não. Já chega disso. Melhor você ir antes que ele ache outra coisa. Não precisa vir se desculpar por ele, eu só... eu só não quero me envolver de novo nisso.

Para enfatizar que queria essa distância, Eric se afastou de mim no banco mesmo, chegando mais para a ponta. Eu ainda não estava entendendo o que ele falava, tampouco seu comportamento. Meu irmão? Briga?

Oh, no.

– Espera, o quê? O que está dizendo? Você e... e o Murilo? Vocês brigaram?

– Você não sabia? Não foi por isso que...?

E o “clic” se fez na minha cabeça.


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Notas finais do capítulo

FERROU, apenas.



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