– Não dá, eu não aguento mais!
Eu e Finnick estamos treinando com Jake a mais de 3 horas somente parando para beber água, minha barriga roncava. Eu treinei arco e flecha umas 45 vezes e atirei facas umas 50! Minha mão doía muito e estava machucada, além disso, Jake fez eu e Finn fazermos 25 abdominais toda vez que tomávamos água.
– Daisy, você quer perder? Quer que seus pais morram? E seu irmão? - Jake estava mostrando seu lado cruel - FINNICK MAIS 25 ABDOMINAIS! VAMOS! - berra ele para Finn quando ele desaba no chão - A arena é muito pior, macacos, gaios tagarelas, bestantes, chuva de sangue... Tudo isso pode acontecer! Vocês precisam estar preparados- ele suspira - Daisy..
– O que? - falo começando a me estressar
– Vá até aquele bloco e treine arco e flecha de novo. Ele mostra-ra ologramas para você. RÁPIDO! - ele me lembrava Haymitch
" Cara chato!"
Entro dentro do bloco e pego um arco preto que estava ali. Um olograma de um homem atirando lanças aparece. Eu desvio das lanças e atiro uma flecha nele e ele desaparece. Outro homem, agora preciso atirar duas flechas para que ele "morra". Olho para cima e vejo que a outro passando sobre os pilares de metal que o bloco contém. Atiro exatamente em sua cabeça e ele se parte em pedaços.
– O treinamento acabou, podem ir! - grita Jake
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Depois de eu ter tomado o melhor banho da história e comido 6 pratos de comida e tomado uns 10 copos de água, me retiro da mesa de jantar e vou para meu quarto.
Não parecia que havia passado 1 semana fora de casa, foi tão rápido. Como eu queria estar caçando com mamãe ou assando pães com meu pai, talvez até nadando com Tristan e meu irmão no lago da floresta...
"Sinto tanta falta de vocês"
Sinto meus olhos marejados, mas me recuso a chorar novamente. Não teria outra recaída. O que será que meu irmão estaria fazendo agora?
POV PHILIP:
– Tristan, minha irmã vai ficar bem? - pergunto para o melhor amigo de Daisy logo após nós três, eu, Tristan, tio Gale e tia Madge, sairmos da praça central.
– Ela sabe se cuidar, Phil. Ela vai sair viva de lá e vai trazer os seus pais junto, está bem? - ele passa o braço sobre meus ombros - Agora, vamos para a sua casa! Podemos dormir lá com você?
– Sim, mas não quero que durmam no quarto da Daisy nem do papai e da mamãe, tá? - falo alto para que meus tios escutem
– Claro, querido. - fala Gale - Dormiremos na sala, ok?
– Tá.
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Passado dois dias sem meus pais e minha irmã, resolvi que iria aprender a caçar. Posso só ter 10 anos de idade, mas não sabem como sou bom com um rolo de massa! Uma vez, ajudando meu pai na padaria, eu peguei o rolo e atirei para fora da janela e ele foi em direção de Daisy que estava passando por ali. "EI, PHILIP! VOCÊ QUER ME MATAR COM ISSO? SEU BURRO! " palavras de minha irmã. Eu me matei de rir, mas descobri que tinha força e mira. No outro dia procurei pelas facas de Daisy, acabei achando elas no fundo do seu armário. Ela realmente não sabia esconder as coisas de mim, as vezes mina irmã era tão tonta! Então quando fomos para a escola, em vez de entrar na sala eu fui para a campina. Atirei facas por 2 horas seguidas. Mas Daisy acabou me pegando e disse :
" - Se você quer aprender a jogar facas, tem que pedir permissão para nossos pais, Philip! - pensei que ela iria contar a eles e me deixar de castigo - Venha, vou te ajudar." - ela sorri. Seu sorriso lembrava minha mãe, era caloroso, brilhante, lindo e sincero! Daisy me ajudou a arremessar as facas bem certinho, mas só naquele dia. Depois ela andava meio preocupada e sempre querendo me proteger, então deixou de me ensinar.
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– Philip, acorde! - Tristan estava no meu quarto me sacudindo - Se arrume, vamos caçar.
" Que legal, que legal, que legal!!! CAÇAR, C-A-Ç-A-R!!! "
Me levanto da cama rápido. Tiro meu pijama e coloco minha roupa, uma calça preta, uma blusa verde e botas de lama.
– TO PRONTO, TRIS!
Grito para ele de cima da escada que leva para a sala,escorrego pelo corrimão e me deparo com meu Tio Gale.
– Onde vocês vão? - Gale pergunta
– A campina, papai. - fala Tristan olhando para mim - Quero mostra-la para Philip!
– É, tio! Vai ser legal! - falo porque sinto que meu tio não pode saber que iriamos caçar
– Tudo bem, voltem cedo. - ele se vira e vai ajudar tia Madge na cozinha
– Tchau. - eu e Tris falamos juntos e saímos correndo para a floresta
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– Olha, eu sei que você é muito novo e tudo mais, mas... - fala Tristan
– Muito novo, uma ova, Tristan! - falo irritado - Eu sei atirar facas melhor que você!
– Tá, tá! Calma, garoto! Seguinte, preciso que você me ajude a caçar, tá legal? - ele pega um arco do tronco da arvore - Vem, vou te mostrar. Silencio, ok?
– Ok. - falo
Ele conseguia caminhar pela floresta em completo silencio, já eu, pisei em galhos e folhas fazendo o maior barulho.
– Philip, pelo amor de Deus, quieto! - fala ele irritado
– To tentando, cara! Poxa.. - estava ficando xatiado
– Desculpe, eu ando meio estressado desde que sua irmã foi embora... - Tristan fala de cabeça baixa
– Ela não foi embora, ela foi salvar meus pais! Nos salvar! - falo olhando para o céu, iria chover logo
– É, to sabendo.
Depois de exatamente duas horas caçando, conseguimos 2 coelhos, uma cesta cheia de morangos e uns 4 pássaros. Tristan e eu acabamos sentando em baixo de uma arvore.
– Você acha que ela vai vencer? - pergunto á ele
– Sim, ela é forte, Phil. Ela vai sair de lá viva e trazer seus pais. Eu prometo - ele olha pra mim sorrindo - Agora vamos, o céu está muito nublado e já consigo sentir os pingos de água.
– Tá. - falo e recolho minhas coisas
O mais estranho de mim é que eu morro de medo de trovões. Eu não sei porque, sério mesmo! Minha irmã sempre se deitava comigo quando chovia, ela cantava para mim até eu pegar no sono. Como era mesmo a música?
Bem no fundo da campina,
Embaixo do salgueiro,
Um leito de grama, um macio e verde travesseiro,
Deite a cabeça e feche esses olhos cansados,
E quando se abrirem o sol já estara alto nos prados,
Aqui é seguro, aqui é um abrigo,
Aqui as margaridas te protegem de todo o perigo,
Aqui seus sonhos são doces e amanhã serão lei,
Aqui é o local onde sempre te amarei,
Bem atrás da campina, bem distante,
Num maço de folhas brilha o luar aconchegante,
Esqueça suas tristezas e aquele problema estafante,
E quando seus olhos se abrirem ele na será mais tão puljante,
Aqui é seguro, aqui é um abrigo,
Aqui as margaridas te protegem de todo o perigo,
Aqui seus sonhos são doces e amanhã serão lei,
Aqui é o local onde sempre te amarei.
É essa mesmo, então eu pego no sono e sonho que estou deitado na campina com Daisy. Como ela não está aqui comigo, eu me deito na sua cama, os lençóis ainda estão com o cheiro dela. Eu me cubro até a cabeça e fecho meus olhos, imagino ela cantando para mim. Está trovejando muito lá fora, mas eu sei que Daisy está comigo, aqui, no meu coração e sempre estará.
POV DAISY:
Está chovendo muito lá fora, e me lembro ainda mais de meu irmãozinho. Ele morre de medo de trovões, eu me deitava com ele nesses dias e cantava a canção do Vale. Eu o amo tanto, faria qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, para protege-lo.
Precisava de algo para ficar perto de meu irmão. As roupas que eu usei na colheita ainda estavam com o cheiro dele... Pego-as e me agarro á elas, o cheiro é fraco, mas me sinto em casa, na cama de Phil e ele abraçado em mim. Um trovão muito auto soa lá fora, então começo a cantar a canção do Vale...
Bem no fundo da campina,
Embaixo do salgueiro,
Um leito de grama, um macio e verde travesseiro,
Deite a cabeça e feche esses olhos cansados,
E quando se abrirem o sol já estara alto nos prados,
Meus olhos estão marejados, não aguento. Começo a chorar e a soluçar... Mas continuo cantando para pegar no sono
Aqui é seguro, aqui é um abrigo,
Aqui as margaridas te protegem de todo o perigo,
Aqui seus sonhos são doces e amanhã serão lei,
O sono começa a chegar e já estou quase dormindo. Mas preciso cantar a última frase da música para meu irmão...
Aqui é o local onde sempre te amarei.
E minha última lágrima caí.