Gintama! escrita por Kasu251


Capítulo 45
Dois samurais que bebem sakê ao luar


Notas iniciais do capítulo

Finalmente aqui têm a continuação do capítulo anterior, espero que gostem.



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Mais tarde, no Yorozuya, que continuava com um enorme buraco na parede, todos descansavam.

“Que sorte que os fantas… Quer dizer Stands recuaram.” Suspirou Shinpachi aliviado.

“Pergunto-me porque terão ido todos embora de repente.” Comentou Mizuki pensativa.

“Talvez tenham tido um caso de diarreia coletiva.” Supôs Kagura mascando um pouco de sukonbu.

“Mais importante…” Falou Gintoki bem nervoso e suando frio, enquanto o transparente Karasu estava sentado ao seu lado. “Quem raios é este velhote, Rei?”

“É o tal aliado que falei.” Respondeu Rei indiferentemente comendo alguns amendoins.

“Quem é que estás chamando de velhote, seu moleque mal-agradecido?” Reclamou Karasu irritado. “Devias ter mais respeito por quem te salvou.”

“Eu não pedi para ser salvo!” Respondeu Gintoki estando mais irritado do que assustado.

E assim, os dois começaram a brigar, enquanto os outros continuavam a falar normalmente.

“Já estão brigando outra vez.” Suspirou o Tsukkomi desanimadamente.

“Ele já parecem ser bem próximos, mesmo tendo-se encontrado há pouco tempo.” Afirmou Mizuki sorrindo. “Mas sinto algo de familiar nele.”

“Ele é como uma versão um pouco mais madura do Gin-chan.” Reparou a ruiva continuando a mastigar a sua alga seca.

“Foi por isso que eu achei que ele poderia ser útil para nós.” Explicou Rei. “Além disso, ele é o único Stand revivido que não foi controlado por aquele homem.”

“Já agora, que história é essa dos Stands revividos.” Preguntou Gintoki parando a meio da sua briga com o Stand de olhos vermelhos.

“Estou farto de discutir com um moleque irritante.” Falou Karasu levantando-se. “Vou dar uma volta por aí.”

“Rei-san, tudo bem em deixa-lo a andar pela cidade?” Inquiriu Shinpachi preocupado.

“Sim, nós, Stands, podemos fazer com que ninguém nos consiga ver.” Respondeu a Stand da pousada. “Mas mesmo assim poderemos ser notados por alguém que nos seja bem próximo.”

“Mas então o que está acontecendo?” Voltou Gintoki a perguntar.

“Tudo começou há umas semanas.” Começou Rei a explicar. “Um misterioso homem pareceu no Senboukyou, dizendo-se chamar Tagima Benkei, quando a Gerente o tentou expulsar, já que a pousada só servia Stands, ele fez-lhe qualquer coisa que a fez ficar inconsciente. Depois, ele invadiu o Senboukyou com um exército de Stands revividos e transformou todos os hóspedes em seus servos. Eu escapei por pouco, na verdade fui salva pelo Karasu-san. Por isso, vim cá para vos pedir para salvarem o Senboukyou e a Gerente.”

“Claro que te vamos ajudar, Rei-chan!” Respondeu Kagura confiante.

“Não percebi quase nada, mas também vou ajudar.” Falou Mizuki animada.

“Pessoal.” Murmurou Rei emocionada. “Muito obrigado.”

“O que se passa, Gin-san?” Perguntou Shinpachi ao seu líder que mostrava um ar pensativo.

“Nada, é só que esse nome me parece familiar.” Respondeu Gintoki pensando. “Onde é que eu já ouvi o nome Tagima Benkei?”

“Agora que falas nisso… Acho que também já ouvi esse nome em algum lugar.” Comentou Mizuki confusa.

“Bem, acho que também vou dar uma volta.” Falou Gintoki levantando-se e indo em direção à porta. “Voltarei em breve.”

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Enquanto isso, nas movimentadas ruas noturnas de Edo, Karasu caminhava olhando em seu redor.

“Isto realmente mudou bastante.” Comentou o samurai com um olhar distante, aquele já não era o mundo que conhecera há 20 anos. “Então foi isto o que aconteceu por termos perdido para os Amantos.”

Após caminhar mais um pouco, passou por um homem que dormia frente à porta de um bar e que usava um chapéu de monge que lhe cobria metade do rosto.

“Esta é a última cara conhecida que esperava encontrar hoje.” Falou o homem sorrindo.

Karasu simplesmente ignorou, achando impossível estar a falar com ele.

“Nossa, morrer te tornou assim tão frio que já nem cumprimentas um velho companheiro?” Indagou o homem levantando o chapéu com o cabo da sua espada, revelando os seus olhos verdes de réptil.

“Hideo?!” Exclamou o samurai surpreso.

“Yo, Karasu.” Cumprimentou Tokegawa com o seu descontraído sorriso.

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Um pouco depois, no teto de um edifico iluminado pela luz da Lua, os dois samurais estavam sentados observando o belo astro enquanto bebiam sakê.

“Não pareces nada surpreendido por me ver.” Reparou Karasu saboreando a sua bebida.

“Quando se vive tanto tempo como eu, as coisas começam a perder a capacidade de nos surpreender.” Explicou o samurai Amanto sorrindo. “Mas estou muito feliz por te voltar a ver, amigo.”

“Realmente não mudaste nada.” Falou o moreno esboçando um leve sorriso. “Foram tu e o Shouyou que cuidaram do Gintoki?”

“Oh, então percebeste que era ele.” Falou Tokegawa animado. “Nós só o encontramos 8 anos depois e ele não se lembrava de nada antes disso.”

“Entendo, então deve ter sido ele.” Murmurou o antigo Corvo da Ruína bebendo mais um pouco. “E claro que percebi, reconheci-o no primeiro momento que o vi. Ele realmente cresceu muito, mas parece que é tão tapado como a mãe.”

“Não podemos culpa-lo, eu e o Shouyou nunca lhe contamos sobre vocês e aquela noite.” Explicou o velho Taiyo reparando depois numa gota caindo no copo do seu antigo camarada. “Sabes, lágrimas estragam o sabor do sakê.”

“Foi apenas um cisco que entrou no meu olho.” Respondeu Karasu esfregando a vista com a sua manga.

“Também deve ter sido difícil para ti, não é?” Murmurou Tokegawa bebendo um pouco de sakê e observando o céu noturno.

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“Então, o que queres, Gintoki?” Perguntou Katsura nas suas vestes de monge, sentando numa esquina que condizia a um beco, enquanto o albino estava de pé ao lado dele.

“Diz-me, Zura. O nome Tagima Benkei te é familiar?” Perguntou Gintoki encarando o céu noturno.

“Zura janai, Katsura da!” Reclamou o líder Jouishishi. “Se bem em lembro, esse era o nome do líder da fação Sohei.”

“Fação Sohei?” Indagou o samurai de permanente intrigado.

“Eram uma fação Jouishishi toda constituída por monges guerreiros que pegaram nas suas armas para expulsar os Amantos e protegerem os seus templos.” Explicou Katsura com um ar sério. “Infelizmente, durante a guerra, todas essas tropas foram completamente dizimadas, não só os monges, mas também os seus amigos próximos e família. Muito poucos sobreviveram.”

“Entendo.” Falou Gintoki preparando-se para ir embora, mas parando a meio. “Já agora, sabes alguma coisa sobre um samurai apelidado de Corvo da Ruína ou algo assim?”

“Acho que foi um dos Jouishishis da 1ª geração, já ouvi algumas histórias, mas sabe-se muito pouco acerca dele.” Respondeu Katsura com um ar pensativo. “Por que é que precisas de saber isto tudo?”

“Por nada, era apenas curiosidade.” Falou o albino partindo.

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Mais tarde, no Yorozuya, tanto Gintoki como Karasu já tinham voltado e agora todos discutiam sobre como enfrentariam o exército inimigo.

“Por que não vamos simplesmente lá e batemos em todos os que se meterem na nossa frente?” Propôs Kagura cerrando o punho com convicção.

“Não é assim tão simples, Kagura-chan.” Falou Shinpachi. “O inimigo consegue tocar em nós, mas nós não conseguimos tocar no inimigo. Além disso, eles têm a Oiwa-san como refém.”

“A Rei-chan podia colocar amuletos nas nossas armas, assim como fez com o Onii-chan.” Comentou Mizuki pegando na sua espada. “Dessa forma já podemos bater neles.”

“Lamento, mas aquele era o único amuleto de papel que trazia comigo.” Explicou a Stand.

“Então eu e o moleque somos os únicos que podemos lutar.” Conclui Karasu cruzando os braços com um ar pensativo.

“Não gosto de atrapalhar. N-não me importo de passar o meu amuleto p-para alguém.” Falou Gintoki nervosamente.

“Uma vez que o amuleto é colocado, não é possível remove-lo até o efeito passar.” Respondeu Rei um ar tipicamente assustador. “Vais ter de ficar com ele até ao fim.”

“Isto é um amuleto ou uma maldição?” Reclamou o líder do Yorozuya.

“O que foi? Estás com medo de enfrentar um exército revivido?” Indagou Karasu com um sorriso desafiante.

“Não tenho medo nenhum de Stands e vapor!” Respondeu Gintoki irritado. “É apenas que a minha permanente é tão enrolada que a nossa missão pode falhar.”

“Isso não faz nenhum sentido.” Reclamou Karasu. “Não devias culpar o teu cabelo pelo mal que te acontece. O orgulho de um homem é tão grande quanto enrolada for a sua permanente.”

“Hã, quem és tu para falar de permanentes? A tua é apenas cabelo bagunçado!”

“Pelo menos não passo o tempo todo a tirar meleca! O que queres encontrar assim tanto aí dentro? O One Park não está dentro do teu nariz!”

“Tirando meleca de mim, torna o meu corpo mais leve e me deixa mais rápido para poder contra-atacar.”

“Isso é apenas uma desculpa infantil!”

“Ei, dupla permanente, prestem atenção ao plano.” Chamou Rei.

“Nós não somos nenhuma dupla permanente!” Reclamaram os dois em simultâneo.

“Bem, vamos passar à explicação do plano.” Falou Mizuki com um ar intelectual. “Primeiro, a dupla permanente causará confusão na entrada do Onsen.”

“Sério que nos vão continuar a chamar isso?” Reclamou Gintoki.

“Depois, eu, o Shinpachi-kun e a Kagura-chan aproveitaremos a distração para resgatar a Oiwa-san com a ajuda da Rei-chan.”

“Estamos contando convosco, dupla permanente.” Falou Kagura animada.

“Isso mesmo, dupla permanente.” Concordou Mizuki.

“Estão prontos, dupla permanente?” Perguntou Rei.

“Parem de nos chamar assim!” Gritaram os dois samurais.

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Algumas horas depois, nessa mesma noite, no Senboukyou, um homem envergando roupas cerimoniais parecia estar a preparar uma espécie de ritual num dos quartos do Onsen.

“Kaori, Asako…” Murmurou o homem rezando. “Esta noite nos voltaremos a ver.”

“Benkei-sama, temos problemas.” Falou um Stand entrando no quarto.

“O que se passa?” Perguntou Benkei intrigado.

“O portão principal… Ele foi derrubado.” Alertou o Stand.

“O quê?” Indagou o monge preocupado.

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Enquanto isso, no lado de fora, a dupla per… Quer dizer dois samurais estavam frente ao portão derrubado, com as suas devidas espadas em mãos.

“Bem, parece que conseguimos a atenção deles.” Comentou Karasu vendo o exército de Stand a aglomerar-se à sua volta. “Vais acobardar-te agora, moleque?”

“Odeio ser arrastado para este tipo de situações.” Suspirou Gintoki. “Mas isto não é altura para ter medo.”

“Estás aterrorizado, não é?” Falou Karasu reparando nas pernas do albino que não paravam de tremer.

“Não estou!” Reclamou Gintoki.

“Parece que a ação vai começar.” Comentou Tokegawa que observava desde um ponto alto do Onsen, acompanhado pelo seu discípulo.

“Sensei, nós não os devíamos ajudar?” Questionou Mamoru.

“Este assunto não nos diz respeito, portanto não devemos interferir.” Respondeu o velho Amanto sem tirar os olhos dos dois samurais. “A única coisa que podemos fazer é observar.”

“Sábias palavras, não podia esperar menos do Tokegawa-san que o nosso capitão aprecia tanto.” Falou um homem de cabelo negro, olhos vermelhos e que usava uma máscara branca que lhe cobria todo o rosto. “Se você tivesse feito isso na altura em que veio para a Terra, o Corvo da Ruína continuaria vivo.”

“Quem é você?” Perguntou Mamoru alarmado sacando a sua espada. “O que está acontecendo? Não consegui sentir a sua presença mesmo ele estando tão perto.”

“Desculpem, voltei a esquecer-me de me apresentar.” Desculpou-se ele com um tom amigável. “Sou o vice-capitão do 13º esquadrão dos Harusame, o meu nome é Kurosuke, mas podem-me chamar de Kuro-san. Voltei à Terra há dois dias e decidi seguir o localizador que o Tao-kun colocou no moleque Taiyo.”

“O quê?” Indagou o jovem Amanto, ele não fazia ideia que o Yato que enfrentara lhe colocara um localizador.

“Vocês do 13º esquadrão estão agindo bastante ultimamente.” Comentou Tokegawa. “Isso não é muito comum.”

“Parece que o nosso capitão finalmente ficou com vontade de agir, espero que ele não decida destruir o Universo, eu quero muito ver o final de um mangá que estou seguindo.” Falou Kurosuke dando um passo em direção ao Taiyo, mas sendo interrompido pela espada do seu aprendiz.

“Não se aproxime do Sensei.” Ameaçou Mamoru seriamente.

“Não apontes armas para as pessoas, é assustador.” Falou o mascarado num tom intimidante, já atrás de Tokegawa e com a espada do loiro na mão.

“Quando é que ele fez isso?” Indagou Mamoru confuso ao ver as suas mãos desarmadas.

“Os meus assuntos hoje não são contigo, Mamoru-kun.” Disse Kurosuke amigavelmente, atirando a espada para perto do Amanto e apontando uma arma à cabeça de Tokegawa. “Podes ir brincar, enquanto os adultos conversão.”

“Então o vosso capitão finalmente decidiu eliminar-me?” Suspirou Tokegawa permanecendo na sua posição.

“Não, o capitão ainda te quer bem vivo, se te matar agora, serei executado pelo 13º esquadrão.” Respondeu Kurosuke ainda com o seu tom amigável. “Mas tenho vontade de te matar… Não. Tenho medo que continues vivo por uma razão pessoal.”

“Que razão é essa?” Perguntou Tokegawa intrigado.

“Foi por tua causa…” Murmurou Kurosuke mudando o seu tom e levando o seu dedo ao gatilho. “Foi por tua causa que o Karasu-nii morreu!”

Tokegawa ficou completamente perplexo ao ouvir aquelas palavras, não conseguindo reagir quando o gatilho foi pressionado.


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Notas finais do capítulo

Este arco será encerrado no próximo capítulo.
Até à próxima!