Quando Dois Corações Batem Forte escrita por RJ Vitola


Capítulo 22
Pensando em um plano


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora para postar... Tinha esquecido como uma volta às aulas poderia ser tumultuada!!
Espero que gostem desse capitulo, gostei bastante de escreve-lo ;P
Me contem o que acharam nos reviews, ok? E obrigada por estarem acompanhando!



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Agora, já um pouco mais “descansada”, Ravena se pós a pensar em uma maneira de sair dali com Gar. Um plano tinha que ser bolado, e bem rápido.

Podia ter ido um pouco mais longe se não tivesse que teleportar Gar, mas deixa-lo lá de fato não era uma opção e agora estava demasiadamente enfraquecida para tentar usar seus poderes novamente.

Olhou novamente pela janela, Tara estava cada vez mais perto de encontra-los. Tentou achar alguma coisa útil em volta e somente pode notar anzóis e ferramentas de pesca. Talvez fossem uteis mais tarde, mas agora não via possibilidade de usa-los.

Sentou-se ao lado de Gar, esperando que a loira não os percebesse. Mesmo no chão seus olhos percorriam a sala a procura de uma carta qualquer que pudesse tirar da manga. Entre um olhar e outro o olhar de Ravena passou um vaso com uma flor vermelho viva, mas não se deteve lá, fixando-se em um grande e negro livro que estava debaixo da mesma.

Ravena se aproximou do grande livro com movimentos leves porem um pouco apreensivos. Afastando a flor de com cuidado para não fazer barulho, a empata pode ver o título em letras rebuscadas e douradas com detalhes em vermelho: Ritos e Rituais, a Ordem de sangue. Sem muita cerimonia, pegou o exemplar nas mãos.

–Acho que isso pode ser útil... – Falou, virando-se para Gar.

–Como você... Como você conseguiu nos teleportar? – Garfield a olhou, confuso – Eu achei que eles tinham minado os seus poderes, ou sei lá...

–Não faço ideia – Mentiu a empata. Aquilo não era uma discussão que quisesse abordar no momento – É um livro de rituais da Ordem de Sangue – Disse, desviando o assunto para o que devia ser resolvido.

O metamorfo pareceu tentar disfarçar a perplexidade que sentia pela falta de reação da empata. O tom uníssono de sua voz lhe cortava os tímpanos como uma faca recém amolada, e seu peito doía como se a cada palavra uma mão com uma soqueira lhe deferisse um golpe.

–Sei... E o que devemos fazer com isso? – O metamorfo disse, ainda absorvendo o choque das palavras.

–Não espera que eu deixe que eles abram um portal para Trigon e ainda por cima nos matem, ou espera? – A indiferença na voz dela soava cada vez mais irritante – Temos que pensar em um plano e cada recurso que possamos achar por aqui pode nos ser útil. O livro pode nos ser útil.

–Certo – Gar disse, incapaz de fita-la diretamente nos olhos – Eu vou ver se acho alguma coisa... Você podia ir dando uma olhada nessa coisa velha.

O rapaz nem esperou a resposta, que de fato não obteve, e saiu andando um pouco agachado a procura de qualquer objeto conveniente. Passados alguns instantes retornou com um punhado de anzóis bem afiados, duas ou três redes de pesca, uma lanterna grande, duas pás um tanto quanto pontiagudas e um balde cheio de minhocas.

– E então? Achou alguma coisa? – O rapaz perguntou enquanto deixava os utensílios achados ao lado de Ravena.

–Bom, - Principiou a empata- Acho que é o mesmo de sempre... Eu sou a chave para o portal interdimensional – Concluiu sem levantar a cabeça em nenhum momento para olhar para Garfield.

O metamorfo continuou parado ao seu lado. Qualquer reação lhe escapava, só conseguia mesmo pensar no fato de como aquilo lhe doía. Sentia como se fossem estranhos, mesmo depois de tudo que passaram juntos. Parecia que Ravena não passava de nada mais nada menos que uma boneca de carne, toda a vida e sentimento que um dia habitaram seu corpo pareciam ter se esvaído aos olhos do rapaz. Sentia como se ele próprio fosse uma mera lembrança de uma história a muito contada à empata. Aquilo lhe cortava a alma, mas ele sabia que não era hora de sentir os estilhaços lhe perfurarem o peito.

– E você? – Ravena perguntou, agora mirando a figura ao seu lado – O que achou?

– Alguns anzóis, três redes, duas pás, uma lanterna e um bocado de minhocas - Falou apontando para os objetos.

Ravena passou um tempo encarando os objetos, tentando pensar em alguma utilidade para o conjunto. “Lanterna, anzóis, pás, redes e minhocas” a titã repetiu isso algumas vezes em sua cabeça. Estava com o corpo intacto, apesar de seus poderes e suas emoções terem evaporado, e a força de Gar estava voltando aos poucos. Mas o que fazer?

Catando uma das redes, Ravena identificou dois pregos na porta do quartinho entulhado. Prendendo a rede em cada um dos pregos, pediu a Garfield que lhe passasse o balde de conteúdo particularmente asqueroso. Equilibrado, ou pela sorte ou pela habilidade de Ravena, o balde permaneceu imóvel acima da porta, levando a empata à segunda parte de sua ideia marota. Somente com os olhos, achou uma vara de pescar com o náilon quase intacto e tratou de arranca-lo para prender em um dos anzóis que Gar havia encontrado. Feito isso simplesmente prendeu o anzol à borda do balde e amarrou a outra ponta na maçaneta interior da porta.

–Voilà! E temos uma armadilha... – Brincou o metamorfo, mesmo sabendo que os risos não aflorariam.

Os dois continuaram a tentar se virar com o material que tinham em mãos, mas Gar não pode deixar de pensar o quanto Richard e seu cinto de utilidades seriam convenientes num momento como aquele. Logo, pois afinal o tempo não era uma das coisas mais abundantes no momento, tinham diante de si duas redes farpadas com anzóis, uma lanterna acesa e ainda intacta, e duas pás velhas porem cortantes.

Como em todo bom filme de ação, esse foi o tempo justo de Tara chegar, escancarando a porta com força. Mal pode-se ouvir o estrondo da porta contra a parede e uma centena de minhocas sacolejantes caiu sobre os lisos cabelos de Tara Markov.

–Pra que a surpresa? - Garfield perguntou em tom debochado – Não é mistério que as minhocas procurem a terra – Essa piada teria despertado um divertimento sem igual em Ravena, se, é claro, ela ainda estivessem com algum resquício de humor.

Com a garota ainda tomada pelo choque da surpresa, Rapaz-fera preferiu-lhe um chute no abdome, fazendo-a cair alguns metros à frente. Gar apanhou uma das redes e uma das pás e saiu correndo em direção a área aberta e escura em que Terra estava. Ravena fez o mesmo.

Lutar, esse era o plano, lutar e não deixar que Tara e Sangue os pegassem.


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