Quando Dois Corações Batem Forte escrita por RJ Vitola


Capítulo 18
O bilhete


Notas iniciais do capítulo

Sinto muito pela demora a postar, mas antes tarde do que nunca, não é? Bom, espero que gostem desse capítulo... A Markov ainda vai surpreender um bocado! E muitíssimo obrigada a todos que estão acompanhando!!
Não esqueçam de me mandar reviews contando o que acharam ;3



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Ravena passou a amanhã inteira pensando no que havia acontecido na noite anterior. Não era uma coisa difícil de entender, ela sabia exatamente o que havia feito, o difícil era acreditar que aquilo era real. Tudo era tão estranho para a empata que aquilo mais parecia um sonho.

Para ela o mundo sempre foi um tanto caótico, a linha entre a realidade e a fantasia sempre foi muito tênue. Porque agora ela se negava a acreditar? Ravena sempre aceitou com facilidade coisas muito mais difíceis de crer. Sendo superheroína e filha de um demônio ela sabia mais que ninguém que tudo era possível.

‘Tudo foi tão de repente!’ a empata repetia em sua mente, como que a tentar justificar sua incredulidade. No fundo, ela sabia que não havia ocorrido tão de repente assim. Sentimentos não nascem de uma hora para a outra, não sentimentos fortes como o que ela sentia pelo metamorfo, eles são cultivados. Ela não viu que o sentimento crescia dentro de si, estava ocupada demais salvando o mundo para nota-lo, mas isso não o impediu de se fortalecer.

Culpar o choque, o impulso, a carne era muito mais fácil do que culpar a própria invigilância. Afinal, não era o choque que deixara a empata a refletir, sim o fato dela ter passado tanto tempo tentando ignorar um sentimento como aquele. Sempre pode sentir o que os outros sentiam, o fato de quase não saber os próprios sentimentos soava um pouco irônico para a empata.

‘O que me diz? Quer dar uma chance a nós dois?’ as palavras de Gar ainda resoavam em sua cabeça. Não podia deixar de se sentir mal por Wally e Tara, mas Garfield podia estar certo e aquela escolha fosse somente deles. Apesar de ser reconfortante o fato de poder contar com o metamorfo, a garota temia que talvez aquela não fosse a escolha certa.

Saindo de seus devaneios, Ravena olhou brevemente para o relógio, já eram quase duas horas da tarde e Gar ainda não voltara. A empata caminhou lenta e preguiçosamente, vestiu suas roupas e se teletransportou para a Torre.

Continuou sua caminhada lenta, espreguiçando-se dessa vez. Nunca em sua existência, tanto nesse corpo, quanto no que habitara antes, se sentira tão cansada.

–Noite difícil? – A garota se virou rapidamente, deparando-se com ninguém mais, ninguém menos que Wally – É melhor se trocar, ou as pessoas vão perguntar onde passou a noite... – Ele falou, em um tom indistinguível.

–Wallace, eu posso explicar isso... – A moça começou, já sentindo a culpa corroer-lhe.

–Nem precisa... Já te disse que você subestima minha inteligência? – Ravena assentiu, sem perceber que aquilo era uma pergunta retórica.

–Me desculpa.

–Não – O rapaz falou ríspido – Eu é que peço desculpas... As coisas ficaram um pouco confusas e sobre a noite passada... – Ele fez uma breve pausa, abrindo um pequeno sorriso – A gente pode, sei lá, apagar isso?

A empata assentiu com a cabeça. Isso era mais que um peso tirado dos ombros, era simplesmente saber que não perdera um grande amigo.

– Obrigada, Wallace... – Disse, dando-lhe um abraço.

O rapaz retribuiu ao abraço, já que esse era um gesto raro vindo da empata.

–Eu é que agradeço... E vê se para de me chamar de Wallace, ok? – West disse, com um sorriso maroto no rosto. A garota riu – Mas eu imagino que você não tenha vindo aqui me procurar.

–Bom...

–Nem precisa responder, eu sei que não... – Wallace a interrompeu, com um sorriso ainda maior – Mas Rae, é serio, troca essa roupa, se alguém mais te vir assim...

A empata sabia muito bem que não era qualquer alguém a quem seu amigo se referia, e também sabia muito bem a confusão ainda maior em que ia se meter se por acaso encontrasse esse, ou melhor, essa “alguém”.

Ravena assentiu com a cabeça se dirigindo para o seu quarto. Chegando lá pegou seu uniforme e o vestiu, ainda sem pressa.

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Cyborg ainda estava empolgado com a conversa que tivera com o amigo a pouco. Ele mais que ninguém sabia que não era sempre que Gar ficava nas nuvens, e nem era qualquer uma que o deixava assim.

–Era só o que faltava... – O rapaz andava pela Torre com um sorriso no rosto – O Logan apaixonado. Quem diria?

Em meio a seus pensamentos continuou andando, quase sem rumo. Tinha alguma coisa pra fazer, sabia disso, só não se lembrava mais o que . Chegou a sala e viu Karen sentada o olhando inquisitiva.

–E ai? Achou? – Ela perguntou, curiosa.

–Ahhh é... – Ao dizer isso o rapaz se virou e voltou pelo corredor de onde tinha saído a pouco.

Karen apenas sorriu. Absolutamente nada poderia estragar o seu dia, ou pelo menos era o que ela pensava.

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O velocista nem acreditava. O que um pouco de sinceridade não podia resolver? Bom, ele até imaginava algumas coisas, mas no seu caso havia dado completamente certo. Ele olhava perdidamente a vista do topo da Torre enquanto seus pensamentos ainda se encontravam na noite anterior.

# Flashback on #

West chegou a Torre. Sabia que era o único que estava lá, sabia até mesmo antes de chegar que tinha ido para o extremo oposto da direção em que Ravena se encontrava.

Conhecia muito bem a empata, isso é um efeito colateral de passar dias e dias convivendo com alguém. Sabia também que a garota precisava de espaço e tempo para pensar, e até imaginava onde ela estava, a única coisa que afligia o velocista no momento era não saber e o porque de ele estar pensando tanto, quer dizer, os dois sabiam que era só um jeito de adiar um sonoro, e possivelmente triste, não.

Ele sentia que sabia muito, conhecia muito tudo a sua volta, mas ao mesmo tempo ficava confuso ao tentar entender o que se passava nas profundezas de sua mente. Senti-se triste e incomodado com a cena que fizera, ou melhor, planejara para a festa. Um misto de vergonha, raiva e angustia lhe tomou por inteiro e logo lagrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.

“O que eu fiz?” pensou o rapaz.

–Wally!? – Era Donna que o olhava inquisitiva – O que ouve?

–Ah! Donna, que surpresa vê-la por aqui – O rapaz disse um tanto quanto sem graça, enquanto enxugava o rosto úmido.

–Wallace West, se você está tentando desviar o assunto eu acho bom ir parando! – Ela disse, enquanto sentava-se ao lado do amigo.

Donna ficou olhando as estrelas, sem nem olhar de relance para o velocista. Ela imaginava o quanto ele deveria se sentir exposto naquela situação.

–Não sei ao certo de onde vieram essas convenções sociais de que rosa é cor de mulher ou que homens não choram, mas eu realmente acho que elas são uma verdadeira estupidez! Imagina só? Tenho certeza que você iria ficar muito mais arrasado se não pudesse mais usar rosa...

Wally riu.

–Sabe Donna, eu fiz uma grande burrada...

–Então me conte a novidade? – Donna fez uma pausa ao ver o sorriso no rosto do velocista – Ok, e agora? Todos nós fazemos besteiras às vezes, a gente só tem que arrumar um jeito de concertar depois... Mas acho que você já sabia disso.

– Tem razão...

–Olha, Wally, seja o que for você pode contar comigo, ok? – Donna disse, segurando a mão do rapaz.

Os dois continuaram a observar o céu estrelado por mais um longo tempo, somente desfrutando da companhia silenciosa do outro.

#Flashback off#

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Victor fechou a porta de seu quarto, enfim achara o que se esquecera a pouco de procurar. Ele parou por um instante, pensando se não havia se esquecido de mais alguma coisa, mas nada mais passou por sua mente.

O rapaz saiu caminhando alegremente pelo corredor, brincado de girar o CD, que acabara de pegar, entre os dedos.

–Victor! – Gritaram de atrás dele, fazendo-o se virar rapidamente.

–Olá Tara! – Stone respondeu com entusiasmo, enquanto a loira parava ofegante ao seu lado.

–Você me faria um grande favor? – A garota perguntou, ainda um pouco ofegante.

–Claro! Mas qual seria esse enorme favor? – Victor perguntou, curioso.

–Na verdade não é um favor tãão grande assim... Eu só queria que você entregasse isso para Ravena – Ela disse, entregando-lhe um livro - Ela me emprestou, e eu queria devolver logo pra ela, mas acho que vou passar a tarde fora, tenho um compromisso marcado.

–Sem problemas.

–Obrigada Vic! – Tara disse isso e logo olhou no relógio – Agora deixa eu ir que já estou atrasada...

–Ok! Até mais...

O rapaz caminhou sua caminhada no sentido oposto ao que a loira havia ido e logo chegou à sala de estar.

–Dessa vez eu trouxe – Ele disse estendendo o CD para Karen.

–Aleluia senhor! – A morena brincou enquanto colocava o CD no aparelho de DVD da Torre.

Logo, varias fotos da estreia da noite anterior começaram a passar na tela. Algumas com atores famosos, diretores de cinema e coadjuvantes do filme, mas a maioria absoluta era com os Titãs que estiveram presentes lá.

–Olha a cara do Dick! – Cyborg falou, quase chorando de rir.

–Essa sou eu?! Que horror! – Abelha falou quando passaram para a próxima foto – Podiam ter caprichado um pouquinho mais nessas fotos...

–Ainda acho que está linda.

Karen se virou pra Victor, aproximando-se para beija-lo, porem logo se afastou do rapaz.

–Ei Ravena! – A garota gritou – Vem ver as fotos da estreia com a gente – Disse quando a empata já se encontrava mais perto.

–Eu realmente adoraria... – Ravena respondeu, meio sem graça – Mas eu tenho que resolver uma coisa antes.

–Tem certeza? – Insistiu Victor.

–Tenho sim – A garota respondeu com firmeza – Quem sabe mais tarde?

Os dois acenaram positivamente com a cabeça enquanto Ravena se dirigia apressada para o corredor. Quando a empata já estava quase chegando à saída Cyborg a alcançou.

–Rae! – Ao ouvi-lo ela o olhou inquisitiva – Irmãzinha, eu tava quase esquecendo... A Tara pediu para eu te devolver o livro que ela tinha pegado com você.

‘Que livro é esse? Não me lembro de ter emprestado nada para a Tara...’ a empata pensou.

–Obrigada Victor! – Ravena sorriu, como se soubesse de que se tratava.

Assim que Victor se sentou novamente Ravena saiu caminhando apressada pelo corredor até que chegou em seu quarto.

Depois de entrar e se certificar que estava tudo fechado, Ravena sentou-se na cama colocando o livro a sua frente. Sabia que conhecia esse livro, assim como também tinha certeza que ele não era seu, e com tudo isso não podia deixar de pensar que alguma coisa estava errada.

Com muita relutância abriu o livro e folheou-o lentamente até que sentiu uma folha solta no meio das páginas. Era um pequeno pedaço de papel dobrando ao meio e aparentemente não muito antigo.

Ravena abriu o papel e começou a ler o que ali estava escrito. Quando terminou levou a mão a boca para conter um pequeno grito que quase lhe escapara.

A empata olhou para o relógio, 22:27, e saiu apresada deixando a amostra o bilhete em sua cama.

Ele esta comigo. Se você quer vê-lo novamente vai ter que vir busca-lo hoje às 23h no píer de Jump. Venha sozinha ou o verdinho vai sofrer as consequências.

Ass.: Tara Markov


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Notas finais do capítulo

Alguém notou a minha sigila homenagem a "A Culpa é das Estrelas"? Espero que sim :3