Acordo de manhã no meu quarto, não sei como vim parar aqui. Levanto, faço minha higiene e vou para a cozinha.
Na cozinha, estão todos, até Lucas está ali.
– Alguém pode me explicar como eu vim parar no meu quarto? - Pergunto.
– Você estava muito cansada, então eu, Miguel e Lucas concordamos que estava na hora de vir para casa. Então trouxemos você, e já ficamos para descansar um pouco. Já vamos para o hospital, só estávamos esperando você acordar para ir com a gente. - Matheus fala.
– Ah, eu vou com vocês, só vou me trocar. - Falo correndo para o quarto. Me troco e volto para a sala, aonde eles já estão me esperando.
– Miguel não vai com a gente? - Pergunto, assim que vejo que ele não está mais no apartamento.
– Ele tem coisas para resolver, então não vai poder ir, só vamos nos três mesmo. - Responde Matheus.
– Hum, tem como vocês me esperarem um pouquinho? Vou lá falar com ele e já volto, tudo bem? - Pergunto.
– Vai lá, nós vamos encher a pança com a comida da Laura! - Matheus fala, passando a mão na barriga.
É o seguinte, a comida da Laura é maravilhosa, mas ela quase nunca cozinha, então quando ela vai pra cozinha, a cambada toda vai atrás.
Vou até o apartamento dos meninos, entro sem bater mesmo e vejo ele sentado no sofá com a cabeça nas mãos, parecendo tão triste.
Caminho até ele, me sento ao seu lado e pego suas mãos e as coloco no meu colo.
– Qual o problema? - Pergunto, enquanto acaricio suas mãos. Ele se vira e olha para nossas mãos juntas.
– Não tem problema nenhum. Você tem que ir, sua irmã precisa de você agora.
– Não se preocupe, eu vou ver a minha irmã, mas primeiro quero saber porque você está assim.
– Eu estou bem, Natalie.
– Não você não está, e eu quero saber porque.
– Bom, eu e minha namorada brigamos, aí eu tento me desculpar, mas ela não quer nem saber e sai correndo para aquele maldito estúdio, então a irmã dela sofre um acidente e eu vou correndo para o hospital para saber se as duas estão bem e ajudar ela, mas aí quando ela chega, ela vem com um babaca na cola dela, e nem chega perto de mim. E aí, você acha que eu tenho algum problema?
Eu chego mais perto dele e colo nossas testas juntas.
– Eu sinto muito. Eu não sabia que estava sendo assim para você, eu não sabia que você odiava tanto o estúdio e o Leonardo. E o Leonardo só me trouxe, porque eu realmente quase desmaiei no estúdio duas vezes.
– Eu não odeio nada, eu só não gosto desse Leonardo e o estúdio, eu entendo, é o seu trabalho, mas me irrita como você tem vivido em função desse filme.
– Me desculpa, por favor me desculpa. Por tudo, a briga, levar o Leonardo, o jeito como eu tenho te tratado, tudo.
– Eu te perdoo. Vamos esquecer isso, por favor. Agora, você precisa ir ver a sua irmã.
– Eu vou, mas me de um beijo antes. - Eu peço.
Ele vem e me beija suavemente. Depois se afasta, levanta e me puxa pela mão. Coloca o braço na minha cintura, me leva até a porta do meu apartamento e se despede com mais um beijo, então se vira e vai para o estacionamento.
Entro no apartamento, e vejo todos se matando de tanto comer a comida de Laura. E como eu não posso resistir a comida de Laura, decido filar a bóia junto com o pessoal.
Terminamos de comer, e então vamos eu, Lucas e Matheus para o hospital.
Chegando lá, vou direto para o quarto de Sophia e assim que entro, vejo muitas flores ao redor do quarto.
– Te mudaram do quarto para a floricultura? - Eu pergunto.
– Não, é que o pessoal do seu filme decidiu me mandar a floricultura inteira. - Ela me responde com um sorriso no rosto.
– Filme? Que filme? - Lucas pergunta confuso.
– Ah, esqueci que você ainda não sabe. - Soph fala. - A Natalie é a atriz principal de um filme que vai ser lançado.
Lucas vira para mim, espantado e surpreso.
– Sério? Nossa, Natalie, isso é ótimo. Parabéns!
– Obrigada, Lucas! - Falo sorrindo para ele, e então me viro para Soph. - Mas, Soph, que história é essa? O pessoal do filme mandou tudo isso?!
– Sim, e o Leo veio pessoalmente junto com o pessoal que entregou as flores.
– O Leonardo? Sério isso? - Meu deus, eu estou ficando cada vez mais surpresa.
– Seríssimo, e ele ficou aqui comigo por uma meia hora conversando comigo, falando do filme, falando de você... - Ela fala.
– Hum, sobre o que vocês falaram de mim? - Eu pergunto, mega curiosa.
– Ah, falamos que você é chata, feia e irritante. - Ela fala, depois ri. - To brincando, falamos que você é linda e talentosa, ele disse que você é uma atriz maravilhosa e muito talentosa, que você é bonita e carismática, simpática e muito mais.
– Nossa, quantos adjetivos! - Eu falo. - Ahn, depois a gente conversa sobre isso, ta, Soph? - Eu falo, vendo que Lucas e Matheus estão ali, só olhando para nós. - Eu vou ali fora, ligar para o Leo para agradecer as flores. Já volto.
– Espera, Nat! - Fala Soph, quando estou quase na porta. Me viro e espero ela falar. - O Leo deixou flores para você também.
– O que? - Pergunto perplexa.
Ela aponta para um canto com um buquê cheio de rosas brancas e vermelhas, fazendo uma linda mistura.
Pego o buquê e vejo que tem um cartão. Abro o cartão e leio:
" ...
Leo "
Saio do quarto com o buquê na mão, pego meu celular e procuro pelo número de Leo, que gravei no meu celular depois que ele me ligou para contar o resultado do teste para o filme, e ligo.
Ele atende no segundo toque.
– Natalie?
– Ahn, oi Leo. Eu interrompi alguma coisa?
– Não. Ta tudo bem? Me ligou por algum motivo?
– Na verdade, sim. Eu quero agradecer por todas as flores que você e o pessoal do filme mandaram para Sophia. E foi muito legal da sua parte vir pessoalmente na entrega das flores e ficar aqui conversando com ela.
– Ah, isso. Não foi nada.
– E obrigada pelas flores, são lindas. Adorei muito mesmo, mas não entendi muito bem o cartão.
– Ahn, não era mesmo pra você entender muita coisa, eu também não entendi porque escrevi aquilo. Mas fico muito feliz de você ter gostado do buquê.
– Ah, eu tenho que ir. Até amanhã, Leo.
– Até, Natalie.
Desligo, me encosto na parede e deslizo para o chão, com o buquê nas mãos.