Death Note: Os Sucessores - 2 Temporada escrita por Nael


Capítulo 31
Cap. 30: Amigo... Ou Inimigo?


Notas iniciais do capítulo

"É hora de esquecer o passado
Passar uma borracha no que aconteceu
Esconda-se atrás de um rosto vazio
Não tem muita coisa a dizer
Porque tudo isto é só um jogo"

Música: A Beautiful Lie - 30 Seconds To Mars



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Ryuk voava a toda velocidade ou pelo menos o quanto conseguia. A dor que sentia percorrer seu corpo era quase insuportável. Logo chegou a torre, a mesma onde recebia suas almas e lá estava ele.

— E-Eu sabia. Então é você. – disse o shinigami sendo um tanto ameaçador. – L estava certa há mesmo alguém controlando Maisy e esse alguém é você Yagami.

— Ora Ryuk. – ele estava sentado no parapeito do prédio redondo. Se levantou e caminhou até ele segurando algo nas mãos. – Não era pra você ter voltado. Quase estragou meus planos.

— Scott... Você é realmente filho do Light. – ele disse ainda se contorcendo. – Enganou Maisy, conseguiu a confiança dela e ainda está cercado de mentiras. – ele o agarrou pela gola com apenas uma mão erguendo-o no ar. Bateu as assas mais uma vez levando-o para a beirada. – Mas agora isso acaba aqui Sr. Sem Nome. Não preciso do caderno para te matar.

Scott se agarrou ao braço dele mostrando o que tinha nas mãos. Era algo claro com uma escrita estranha.

— Se fizer isso nunca vai saber onde está a lápide, aliás ela vai ser destruída. Então pode me jogar, mas esteja pronto para morrer também. – o Deus da Morte pareceu pensar um instante e girou o corpo jogando-o contra o chão. – Até que você não é tão burro.

— O que você quer de mim?

— Fácil. Quero que fique calado. Se não quiser morrer não conte nada do que sabe para Maisy. Nesse exato momento há câmeras no quarto dela, foi assim que logo que você chegou tomamos providências e viemos até aqui pegar a lápide. Quebramos um pequeno pedaço apenas como aviso.

— Mas eu estou a mercê da Maisy também. Preciso que ela me dê as almas só assim me tornarei mais forte que o Rei.

— Isso aí é assunto seu, não vem ao caso. Se quer mesmo dominar o seu mundo bom... Dois Kiras e dois Ls depois você deve ter aprendido algo. Não fique dependendo de coisas como o Death Note ou uma pessoa como a Maisy.

— Tudo bem. Eu não falo nada pra ela, só quero continuar recebendo minhas almas. Não importa quem seja o Kira.

— Receio que isso não será possível. – ele falou suspirando e parecia conter o riso.

— Hã?

— Ah! Ryuk... Eu achei que você tinha entendido, mas você concluiu tudo errado. – Scott se levantou e caminhou para um grande tubo metálico por onde passava a tubulação do prédio. – Deixa eu te explicar umas coisinhas, desenvolver o seu raciocínio que trabalha vagarosamente. – ele se sentou ajeitando o casaco. – Primeiro, eu não estou contra você ou a Maisy. Segundo eu não pretendo fazer nada com você a não ser que me dê motivos para isso. E terceiro a situação não é o que parece. Eu não sou o vilão dessa historia.

— Haha. Sabe o que é o mais gozado disso tudo? Seu pai também achava a mesma coisa, achava que matar criminosos não o transformavam em um assassino.

— Ora, ora, quem diria. Então você não concorda com Kira? Isso é estranho levando em conta que está fazendo tudo para ajudar a Maisy

— Eu não disse isso. Realmente o Mundo dos Humanos teve uma boa melhora acerca da criminalidade graças a Kira, mas sem os crimes isso aqui não é tão interessante. – Scott cerrou as sobrancelhas para ele. – E eu não digo se isso é certo ou errado. Tudo o que eu sei é que se você tira a vida de outro ser isso faz de você um assassino. Não importa se teve a melhor das intenções. Então não me venha com essa de não ser o vilão Scott.

O rapaz sorriu e logo em seguida começou a gargalhar. Mas pela primeira vez Ryuk observou uma diferença entre ele e Light. Ele não ria de modo sarcástico ou maligno apenas ria, a situação era realmente engraçada para ele.

— Ryuk, Ryuk... – ele batia palmas. – Como vocês shinigamis são divertidos. Hahaha. Pare de se achar esperto ou achar que descobriu a verdade e me escute. Eu vou te contar uma historia. Uma historinha que começou seis meses atrás.

— Hã?

— Havia um mês que Sophie estava começando a investigar as mortes, logo depois nos segundo mês Kira se apresentou ao mundo. Então só pra você conseguir acompanhar a cronologia Kira havia voltado fazia dois meses.

— Certo e daí?

— Daí que nesse curto tempo Sophie já havia descoberto a verdade desse quebra-cabeça que você esta tentando montar. Então me escute com atenção e depois disso vou deixar você decidir o que fazer. – o shinigami flutuou no ar cruzando as pernas e ficando de frente para ele concentrado. – Pra falar a verdade tudo começou há 19 anos antes de nós sequer nascermos.

— Se refere a como Misa recuperou a memória?

— Sim.

— Light planejou tudo. Disse que ela acabaria encostando no Death Note e assim se algo desse errado ela seria usada como sempre. Light sempre esteve preparado.

— E você perguntou como ele iria realizar tal proeza?

— Hã? Não. Eu não sou do tipo que fica especulando e... – ele finalmente entendeu. – M-Mas... Todos estavam lá. Todos os membros da investigação e o Mikami. M-Mas você...

— Como eu poderia ser a pessoa por trás de Kira se eu nem era nascido? Preste atenção, Misa Amane foi capturada por Near que suspeitava que ela era o Segundo Kira juntamente com Mogi. No período em que esteve sob vigilância foi quando apresentou os primeiros sinais de gravidez, mas ninguém suspeitou achando que era apenas porque ela estava se alimentando mal. Ela passou por várias consultas e fez exames. Então foi libertada e foi quando recebeu o resultado. Já estava grávida de dois meses e meio mais ou menos. Naquele momento ela também recuperou sua memória tanto é que em vez de ir ao hotel voltou para casa. Ninguém da SPK suspeitou de nada até porque ninguém a estava monitorando nesse momento. Foi perfeitamente calculado.

— Sim. Isso mesmo, eu fui até lá e ela me viu e parecia mesmo se lembrar de tudo.

— Entretanto nem mesmo ela sabe sobre o Death Note desaparecido, mas por ter suas lembranças foi mantida viva. Acontece que Near queria encontrar esse caderno porque assim que percebeu o estado de Misa supôs que havia alguém mais. – ele parou enquanto Ryuk digeria a notícia.

— Estou entendendo. Realmente, eu me lembro de Light dizer que ia sumir com um caderno, me fez ajudar a criar uma cópia perfeita e a trancou no cofre. Sabia que ninguém iria aceitar testá-lo principalmente por causa do pai dele. Mas esse caderno ainda está desaparecido.

— Errado Ryuk. – ele balançou o dedo negativamente. – Ele nunca sumiu. Ele foi escondido.

O Deus da Morte ficou espantando e tentava juntar os fatos enquanto Scott prosseguia.

— Light pensou em tudo. Near acreditava que ele cogitou ser pego, cogitou perder e deixou algo pronto. Algo para caso ele morresse. E esse algo seria um sucessor. Acontece que ele não planejou que Misa poderia engravidar. Mas quando soube disso o sucessor dele resolveu usar isso a seu favor.

— Espera. Então essa pessoa está usando a Maisy porque assim, mesmo que ela seja pega e morta esse sucessor ainda estaria viva para continuar o trabalho do Light?

— Exatamente Ryuk. – ele falou animado. Finalmente as coisas estavam caminhando pelo caminho certo. Ele estava entendendo. O shinigami parou de flutuar e ficou sentado catatônico no chão. – Não foi coincidência seu caderno cair nem ir parar nas mãos da Maisy. Entenda uma coisa Ryuk, não existem coincidências apenas a ilusão delas.

— N-Não, não pode ser... – ele colocou as mãos na cabeça enquanto Scott andava em círculos ao seu redor. – Agora entendo, faz todo o sentindo. Isso explica tudo. Maisy não esta louca, essa pessoa que contou tudo a ela fazendo-a acreditar que era Light quem falava com ela. Quando na verdade era... Como ela não percebeu?

— Desde pequena Maisy visitava psicólogos. Enganava a maioria deles porque sempre teve uma grande mente, mas isso só aconteceu porque ela foi controlada e usada. E isso vem se repetindo desde que ela nasceu.

— Eu estava numa banca de maçãs, jurei que ninguém podia me ver, mas naquele exato momento essa pessoa a quem Light confiou todos os seus segredos e o caderno pegou o meu Death Note e o deu a Maisy com a ajuda do seu próprio shinigami provavelmente. – ele esfregava os cabelos. – Então eu já vi essa pessoa. – as imagens daquele dia voltavam meio enevoadas a sua mente. – Quem? Não consigo me lembrar. Eu fiz um acordo de troca com Light e isso passou para a outra pessoa. Assim eu não precisaria ficar acompanhando o humano que o encontrasse, mas em algum momento eu perdi a posse. Outro shinigami deve ter pegado o caderno só que eu nem me importei com isso. Até porque aquele que tentou bancar o Kira acabou se matando. Achei que as coisas tinham realmente acabado.

Scott se manteve em silêncio.

— Mas espera um pouco. Então você... E Misa... – o rapaz acenou positivamente com a cabeça. – Ai! Mais que confusão. – ele se levantou e andou um pouco ficando de costas para Scott.

Foi quando parou e ficaram em silêncio enquanto o vento soprava. Ryuk então começou a rir.

— Tem razão é hilário. – ele gargalhou. – E realmente ela é muito esperta.

— E então Ryuk, o que vai fazer agora que sabe de tudo?

— O de sempre... Observar. – ele riu mais ainda. – Ah! Vocês humanos continuam tão interessantes. E não é como se eu tivesse escolha afinal vocês têm a lápide.

— Exato.

— Mas e você o que vai fazer? Pensei que estava nessa para derrotar Kira ou ocupar o lugar dele só que agora que esclarecemos tudo não é isso, né?

— Não. Estou aqui para salvar a minha irmã.

— Acho isso difícil. Mesmo que lhe mostre a verdade, mesmo que consiga se livrar dessa pessoa como eu disse antes Maisy ainda é uma assassina. Como vai salvá-la disso?

— Vou dar meu jeito. Tentar de tudo. Vou até o limite disso. – ele parecia determinado e Ryuk o observou por um tempo.

— Tenho mais uma pergunta.

— Qual?

— Tem a confiança de Maisy e Misa porque não pegou o Death Note e a matou. Assim tudo estaria resolvido.

— Assim tudo acabaria. Maisy ia continuar como Kira sem falar que não quero matar ninguém, muito menos usar o caderno.

— Me enganei. – Ryuk disse suspirando e parecia haver também uma ponta de desapontamento em sua voz. – Você não é nada parecido com o Light.

Scott se espantou com aquele comentário, mas ouvi-lo de Ryuk o fez se sentir bem.

— Não sei com que intenção você diz isso, mas eu agradeço. Já ouvi isso antes de outras pessoas, mas não sei... Não achava que fosse verdade, parecia uma mentira forçada. Só que vindo de você eu realmente acredito e me sinto aliviado.

Ryuk se levantou e olhou para ele.

— Você é um mistério Scott. Primeiro não tem nome e agora isso. Realmente não consigo te entender por completo e logo eu que sempre fui bom em decifrar as pessoas.

— Discordo disso. Se fosse assim tão bom teria especulado um pouco mais, teria juntado melhor as peças e em vez de suspeitar de mim perceberia que só uma pessoa poderia estar por trás de Kira, só uma pessoa seria confiável. Alguém capaz de criar uma nova religião, acumular seguidores e esperar pacientemente.

— Tem razão. Pensando bem agora se eu tivesse mais umas informações talvez eu pudesse ter percebido há anos atrás que apenas ela poderia ocupar esse cargo. E talvez até teria ficado por aqui. Pense em quanta diversão eu perdi. – ele voou até a beirada do prédio sob o olhar fulminante de Scott ficando agachado. – A pessoa por trás de Kira, a garantia de Light, a sua verdadeira sucessora. Sayu Yagami. – ele fez uma pausa e Scott pode sentir que ele sorria. Julgou aquilo um tanto doentio. – Qual será o seu próximo passo?

Ele coçou o queixo e o rapaz não pode definir se ele havia lhe dirigido a pergunta ou se pensava sozinho no que sua tia faria em seguida. Aquela era uma das perguntas que vinha lhe atormentando. A outra era tão imprevisível quanto à primeira. O que aquelas crianças estão tramando?


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Notas finais do capítulo

"Mello: Depois de contar tudo à Lawliet e fazer minha proposta ele continuava sentado daquele seu jeito com o polegar na boca me encarando. Estava começando a ficar sem paciência.

— E então? – perguntei logo.

— Você é bem ambicioso Mello. – ele me fitava, desceu da pedra onde se encontrava e ficou de frente para mim. – Matt tem razão, é um excelente plano, entretanto duas coisas me preocupam. – ele ergueu os dois primeiros dedos da mão. – Você e Ryuk.

Como pensei. Ele realmente não confiaria em mim tão fácil.

— Não temos nenhuma garantia de que Ryuk aceitaria esse novo modo de vida, por assim dizer. E muito menos você... Não sei se gosto da ideia de você andar livremente entre os humanos de novo.

— Com medo de que algo aconteça ao seu querido Near? – eu não pude perder a oportunidade – Essa fase já passou, isso não é mais do meu interesse. De qualquer maneira você terá que decidir se quer se arriscar.

— Eu aceito. – ele disse simplesmente. – E farei tudo como você planejar. Só peço uma coisa em troca. – sabia, lá vem.

— O que é?

— Me responda com sinceridade uma coisa.

— Sim?

— Por que mudou de ideia e agora quer ajudar os shinigamis? – eu sorri.

— Só isso? – por um instante me senti impressionado pelo grande detetive não ser capaz de deduzir isso. – É simples L. Eu vou me tornar um. – ele não pareceu surpreso nem espantado.

— Isso é muita ousadia. – ele voltou a roer a unha e esboçou um sorriso. – Mas pode dar certo. Pode ser a única maneira. Como não pensei nisso? – ele fitou o vazio. – Estou impressionado Mello.

— Não tente me ganhar com elogios. Temos um acordo então?

— Claro. – ele esticou a mão e eu apertei um tanto receoso. Ele ainda poderia estar planejando alguma coisa. – Vai ser bom trabalhar com você Mello. E estou ansioso para saber como vai convencer Ryuk a voltar.

— Convencê-lo? Não acho que seja capaz disso. – me virei e comecei a andar. – Mas não se preocupe ele estará aqui no dia previsto. Vou arrastá-lo se for preciso ou matá-lo. Seja como for, não deixarei ele estragar meu plan.

Pude sentir que ele sorria às minhas costas e me virei.

— Sendo assim mande lembranças à Lissana.

— Hã?

— Matt não te contou? Que estranho. – ele começou a andar de uma lado para o outro enquanto me explicava que a garota que conheci no internato era sua irmão. – Parece que o destino é mesmo irônico, não acha Mello?

— Não. Acho que é um tremendo filho da mãe sarcástico. – Matt sabia daquilo? Por que então não me contou? O que Lawliet planejava com isso? – Isso não vem ao caso. Não poderei ser visto por ninguém, sabe disso. Nos encontramos no dia e local combinado então.

— É mesmo. Falha minha. Faça uma boa viagem então, Mello. – havia um tom diferente em sua voz quando disse meu nome falso, mas não soube determinar o que era exatamente. Então apenas segui meu caminho de volta.

Matt... Eu te mato. Por que...? – enfiei a mão na jaqueta e foi quando me lembrei. Ótimo além de desconfiar de Matt também estava sem meu chocolate. Isso sim que é inferno.“



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