Death Note: Os Sucessores - 2 Temporada escrita por Nael


Capítulo 13
Cap. 12: O Último Beijo


Notas iniciais do capítulo

"Você se lembra das noites em que
Trilhamos o nosso caminho dormindo
Esperando sermos alguém importante
Éramos tão jovens na época
Estávamos apaixonados demais"

Música: We'll Be A Dream - We The Kings feat. Demi Lovato



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Sophie observava as telas a sua frente. Várias mostravam canais de televisão onde o assunto era sempre o mesmo: a sociopata que sequestrou a filha de um grande empresário. Outras tinham os dados da investigação, foi um trabalho árduo, mas ela conseguiu convencer a todos da existência do Death Note através de um vídeo que mostrava nada mais nada menos do que Misa Amane escrevendo nomes no caderno provando sua efetividade.

E naquele exato momento a única folha que havia restado do caderno aprendido por Near e a SPK da época estava indo pro Japão por intermédio da Nevidim. Mesmo antes do aval dos chefes de Estado Near destruiu o caderno na frente de todo mundo, mas escondeu uma única folha preenchida até a metade.

Como um bom jogador sabia quais peças sacrificar e quais peças manter para um problema futuro.

Ela ouviu uma batida na porta.

– Entre Watari. – ela disse convencida de que era seu fiel amigo que havia ligado minutos antes informando que já estava voltando para o QG com a tal encomenda.

O rapaz girou a maçaneta e entrou.

– Na verdade sou eu. – disse Scott. Sophie não se virou e continuou encarando os monitores.

– Entre assim mesmo. – ele obedeceu e fechou a porta atrás de si. O quarto de Sophie mais parecia uma sala de comando com uma cama. – Como posso ajudá-lo?

– Eu... Eu queria conversar com você. É que naquela hora eu estava com a cabeça cheia e você me ensinou que de cabeça quente nada tem bons resultados. Então agora que me acalmei e digeri a notícia queria tratar de algo muito sério com você. – ele parou ao lado da cadeira de rodinhas.

– Sim? – ela continuou estática.

– Sophie. – ele segurou o encosto da cadeira e girou para ficar de frete à garota. – Eu pensei bem e... Acho que seria melhor deixar a investigação.

Eles se encararam prendendo o fôlego. Sophie soltou o ar e tornou a girar a cadeira para as telas.

– Eu discordo, mas se é isso que quer tudo bem. Providenciarei tudo e poderá voltar pra Washington o quanto antes. – ela começou a teclar e Scott ficou lá ao seu lado tentando entender suas palavras. – É só isso? – ela parecia irritada.

– Não. – ele puxou a cadeira para longe da mesa. – Não é só isso. Quero que me explique as coisas, quero saber quanto a gente e acima de tudo quero que pare de tentar ser como o Near. Você é muito melhor do que aquele cretino.

– Agora que ele está morto é fácil criticá-lo, mas se me lembro bem todos nós o adorávamos quando estávamos no treinamento viajando o mundo e conseguindo tudo o que queríamos à custa dele.

– Não me acuse de ser hipócrita eu sempre deixei claro meus sentimentos por ele. E Near não vem ao caso. O assunto é nós dois.

– Não entendo. – ela rebateu.

Como se houvesse algo que não entendesse. Se fazer de boba é a pior das alternativas, Sophie.

– Sophie por favor... – ele suspirou. – No dia em que fui embora nós nos beijamos. – ela desviou o olhar.

– Sim.

– E? Isso não significou nada pra você? Eu não significo nada pra você?

– Eu não disse isso. – ela se virou apressada. – Eu só... Tenho muita coisa na cabeça agora, estou no meio de uma guerra.

– É, eu também. E a melhor parte da historia é que o inimigo é minha irmã. – ele ficou de costas e andou na direção contraria a ela até chegar na cama onde se sentou na beirada. – Minha cabeça esta rodando. Eu achei que poderia evitar o fato de ser um Yagami, mas é como se Light voltasse sempre e sempre pra me atormentar. E até agora a única coisa que eu sempre tive para me prender a realidade e ser quem eu sou, acho que ser uma pessoa boa foi você Sophie.

A garota pareceu surpresa, se levantou da cadeira e caminhou até ficar de frente pra ele.

– Eu?

– Sim. Eu poderia ter odiado o Near, pensar que a justiça não funciona, que o L é sempre uma pessoa vazia e cínica, mas depois de tudo o que aprendi com você... – ele abaixou a cabeça e passou as mãos nos cabelos. – Acho que foi isso que me manteve no caminho certo, fez com que eu não me tornasse o Lig... O meu pai.

– Não fui eu. Se você pensa dessa maneira foi por você mesmo. E por isso... Por isso tenho orgulho de você. Apesar de tudo você continuou sendo aquele rapaz brincalhão que eu conheci na Wammy’s. – ele a encarou. – Você não se rende ao padrão, enquanto todos na Wammy’s eram nerds solitários e calados você era escandaloso e divertia o lugar. E mesmo sabendo quem são seus pais e tendo sempre olhares de preconceito sob você por causa disso você preferiu enfrentá-los a trilhar pelo caminho mais fácil.

– Nunca tinha visto dessa maneira. Você tem razão, mas também me influenciou a ser assim. – ele segurou a mão da garota. – O que estou querendo dizer é que eu nunca esqueci aquele beijo e o que você significa pra mim. Eu... – ele a puxou pra mais perto. – Eu me apaixonei por você Sophie.

Eles se olharam por uma fração de segundos que pareceu durar séculos. Sophie então deu um passo na direção dele e tocou seu rosto se aproximando cada vez mais dele até seus lábios se encontrarem. Scott que continuava sentado na cama segurou sua cintura e a puxou até caírem os dois na cama.

– Eu também me apaixonei por você. - disse Sophie enquanto recuperavam o fôlego. Ele passou a mão pelos cabelos negros dela e a beijou de novo. Ela se agarrou a nuca dele fazendo seus corpos se encontrarem.

– Ainda vai deixar a investigação? – ela perguntou deitada de frente pra ele enquanto ele acariciava seu rosto.

– Acho que será melhor assim. Não sei se posso lutar contra minha própria irmã por mais que ela seja o Kira. Tenho medo de hesitar e então estragar tudo.

– Entendo. Mas não precisa ir embora fique no Japão, pode ficar na investigação sem sair para missões de campo ou se envolver diretamente.

– E aí quando algo der errado serei o primeiro suspeito. – ele disse dando um riso.

– Não. Não deixarei isso acontecer. – ela segurou sua mão.

– Obrigado. Mas devo mesmo voltar pros Estados Unidos. – ele moveu seu corpo abraçando o dela. – Só não se arrisque muito, saia dessa viva e então volte pra mim.

– Está bem. Farei o possível. - ela se aconchegou em seu peito.

– E... Queria te pedir uma coisa. – ele pareceu incomodado e se levantou. Sophie se sentou ao lado dele. – Se capturarem Kira vivo, o que é a intenção, né... Bom, eu... Eu queria conhecer a minha irmã. – ele a encarou serio.

– É uma promessa. – ela sorriu e ele a beijou novamente.

E foi como se voltassem no tempo, na época de seu treinamento, ficaram ali simplesmente conversando, relembrando o passado e perdendo um tempo que não tinham, mas não se importavam. Quando a noite caiu Sophie dormia nos braços de Scott.

A sucessora de Near, herdeira de L nos braços do filho de Kira.

No meio da noite Scott acordou, ou melhor ele não dormiu, tinhas as sobrancelhas cerradas e com cuidado de afastou de Sophie. Se levantou rapidamente e caminhou até as telas de computadores. Tirou um dispositivo preto USB do bolso e conectou na entrada. Depois prestando atenção pra ver se a garota não acordara pegou o mouse e começou a copiar os arquivos. Quando as senhas foram requisitadas ele tirou um outro aparelho, dessa vez vermelho, do bolso e as pastas abriram e os arquivos continuaram a ser copiados.

Ficou ali por cerca de dez minutos até tudo ser transferido, guardou novamente os aparelhos no bolso e caminhou até a porta. Olhou uma última vez para a jovem que dormia tranquilamente, com uma expressão feliz no rosto sem suspeitar de nada.

Quem diria que seria tão fácil enganar o L. É Sophie, pela primeira vez desde que nos conhecemos eu ganhei, este é meu xeque mate.


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Notas finais do capítulo

"Ryuk estava novamente desacordado na cela quando a pequena porta foi aberta. Light esperava que eles jogassem uma maçã para gozar da cara do Shinigami, mas para sua surpresa uma mão pálida colocou um prato branco com uma fatia de torta de morango.

Light se levantou na mesma hora e foi até a porta. No alto havia uma pequena abertura onde os carcereiros abriam a tampa pra olhar os prisioneiros. Quando ela foi aberta Light não teve duvida de quem era aqueles olhos negros.

— Ou você é muito corajoso ou muito burro de vim aqui. – disse para a figura.

— É que não acreditei quando soube das notícias. – disse a voz suave. - Primeiro Kira no Mundo dos Shinigamis, depois que foi capturado e jogado na Prisão de Itami e agora que reencontrou seu antigo amigo.

— Desceu do maldito céu só pra rir da minha cara, Lawliet? – ele ficou furioso.

— Não. Fiz essa torta e pensei que gostaria dela.

Light riu.

— Quanto cinismo. Tome cuidado Detetive se ficar visitando muito este mundo vai acabar perdendo toda sua energia ou ser capturado também. – Light disse ameaçador. – Mas caso isso aconteça será ótimo, teremos uma grande festa. Eu Kira, você L e o Ryuk. Como nos bons e velhos tempos. – Light gargalhou alto e Ryuk começou a se mexer.

— É. Como nos velhos tempos. – respondeu e subitamente Light parou de rir e o encarou.

— Nem tente. – Ryuk começou a focalizar a cena. Light estava com as duas mãos na porta enquanto encarava alguém do outro lado. – Mesmo que você ofereça a salvação, vida eterna ou qualquer que seja a sua propaganda ela não vai aceitar. Ela vai preferir ficar aqui comigo. Misa é minha. Meu trunfo.

— Ei você. – gritou um shinigami no corredor para o homem de roupa clara e cabelos escuros. – Não tem permissão pra atravessar para esta dimensão. Volte pro seu mundo. – ele e tantos outros vieram voando na direção dele.

— Eu não sei de quem tenho mais pena. – Ryuk conhecia a voz embora não se lembrasse exatamente quem era. – Dela por amar um canalha como você ou de você por só conseguir ser amado por ter matado o assassino dos pais dela.

Light o encarou furioso, ele não se mexeu e quando os shinigamis o alcançaram em vez de colidir contra Lawliet eles simplesmente o atravessaram. O homem tinha se dissipado numa espécie de fumaça branca e brilhante, tinha se tornado luz que aos poucos foi sumindo.

— Ainda com a última palavra, maldito seja L."



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