Light A Heart escrita por pink unicorn


Capítulo 1
1. narrador


Notas iniciais do capítulo

Essa capa não lembra alguma coisa? Sim, lembra XD.
P.S.: Eu mudei a cor do cabelo dela, ha-ha.
Enjoy ♥



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Grace soprou uma mecha dos longos cabelos castanhos que lhe caiam sobre o rosto. Ela estava apoiada no parapeito da janela aberta, o rosto sendo respingado pela forte chuva que caía lá fora. Ela abaixou a cabeça para evitar que o rosto fosse mais molhado do que já estava.

– Droga de chuva que nunca para. – Murmurou para si mesma. – Desse jeito, eu nunca vou poder ir até o colégio para as aulas de recuperação.

A quem ela estava tentando enganar? Ela não queria ir para a recuperação, simples. Sua professora era uma velha demoníaca e ela estava sem vontade nenhuma de ir para lá e ser incomodada pelos valentões e patricinhas que faziam recuperação com ela.

Mesmo inconformada com o terrível fato de ter que fazer aulas de recuperação, ela vestiu uma regata preta, um casaco jeans com as mangas dobradas até o cotovelo e uma calça jeans. Calçou o all-star vermelho sujo e já meio rasgado e fez uma trança. Jogou-a pro lado, passou um pouco de rímel e pegou a bolsa de couro marrom gasto.

Saiu do apartamento, trancou a porta e entrou no elevador. Respirou fundo e ficou se olhando no espelho. Ela não entendia o motivo das patricinhas ficarem zoando com ela e a dando apelidos bestas. Ela não era feia, modéstia a parte. Seus olhos eram azuis claros e ficavam castanhos perto das pupilas. Os cabelos eram longos e castanhos, com pequenas ondulações a algumas mechas rebeldes que frequentemente caíam sobre o seu rosto pálido e angelical. As bochechas e o nariz eram salpicados por sardas quase invisíveis e a boca era bem rosadinha. Os cílios eram longos e espessos, bem negros e volumosos, como os cabelos. Ela não precisava de maquiagem para ficar bonita e não achava que tinha um corpo feio, ao contrário, o achava bom até demais.

Talvez as garotas não gostassem dela por causa da personalidade. Não. Não podia ser isso. Grace era tímida, quase não falava com ninguém. E quando falava, não era mal-educada, era gentil e sua voz era bem baixinha. Grace tinha sérios problemas com a escola. Ela era disléxica e tinha TDAH, o que dificultava (e muito) a sua aprendizagem.

Tentou ajeitar um pouco os cabelos no espelho, virou de perfil e fez uma careta. Ela estava parecendo aquelas patricinhas da escola que vão ao banheiro para tirar fotos e postar no Instagram.

Assim que o elevador parou e a porta se abriu, Grace apressou-se em sair do prédio onde morava. Foi para o metrô e, por sorte, o próximo trem levava para perto da sua escola.

– Com licença... – Sua voz saiu quase como um sussurro. – Posso me sentar ao seu lado?

O garoto para quem ela havia pedido tinha cabelos negros e bagunçados, ele olhava para um Iphone que estava em suas mãos e ele estava usando fones de ouvido. Assim que ouviu a voz de Grace (que ele ainda não sabia quem era, óbvio), dirigiu seus olhos castanhos para o rosto dela. Sem falar nada, assentiu.

O caminho até o colégio foi silencioso. O garoto ao lado ouvia música e Grace...Grace ficou quieta, apenas observando as pessoas no trem.

Quando o trem parou, Grace saiu apressada. Sequer lembrou de pegar a bolsa que havia deixado em cima dos bancos imundos.

Grace só foi notar quando estava a 1 quadra da escola. Girou nos calcanhares e a trança que estava jogada sob o ombro direito voou para trás. A garota correu a toda a velocidade na direção do metrô e, na pressa, acabou dando um encontrão com o garoto que havia sentado ao seu lado. Os dois caíram no chão e Grace se surpreendeu ao ver que sua bolsa estava jogada bem ao lado do garoto.

– Me desculpe. – Ela disse, baixinho.

– Está tudo bem. É que... – O garoto mexeu nos cabelos. – Você esqueceu sua bolsa.

– Muito obrigada. – Grace sorriu, deixando a mostra os seus dentes brancos e perfeitamente alinhados.

Os dois se levantaram e Grace jogou a bolsa sobre o ombro.

– Meu nome é Grace. – Ela disse.

O garoto franziu o cenho, mas depois disfarçou a expressão com um sorriso caloroso, que, Grace tinha quase certeza, ele não mostrava muito.

– O meu é Nico. Pra onde você está indo, Grace?

– Pro meu colégio. É a 2 quadras daqui. – Explicou. – Eu tenho recuperação.

– É mesmo? Eu também.

– Sério?

– É. Eu estudo no mesmo colégio que você.

– Estranho...eu nunca havia te notado.

– Pois é...eu não sou...popular.

Grace, ao perceber que havia cometido um erro, se corrigiu.

– Me desculpe, Nico. Não foi minha intenção te magoar. Eu acho que não temos muitas aulas juntos.

Na verdade, eles tinham sim. E eram muitas aulas juntos.

– E se isso te deixar melhor... – Continuou. – Eu também não sou popular.

– Não se preocupe comigo, eu estou acostumado.

Pela primeira vez, Grace não se sentiu tímida com um desconhecido. Para falar a verdade, Grace era tímida até com a mãe.

Após chegarem no colégio, os dois foram para a sala de recuperação. A professora, os valentões e as patricinhas já estavam lá.

Os dois se sentaram e a aula começou.

[...]

Depois da aula ter acabado, Grace foi guardar as suas coisas no seu armário, que ficava no corredor próximo ao banheiro. Assim que o abriu, ouviu seu celular bipar. Deixou a porta do armário aberta e se encostou no armário ao lado, deixando o lado externo da porta bem ao seu lado. Era uma mensagem da mãe:

“Filha, eu vou me atrasar um pouco no trabalho. Prometo que chego até as 22 horas. Beijos, mamãe”

Grace suspirou. Ela já deveria estar acostumada.

Naquele momento, Nico passava por ali. Ele notou que ela parecia um pouco chateada e se aproximou devagar dela, sem fazer barulho algum.

– Aconteceu alguma coisa? – Perguntou, baixinho e colocando uma das mãos ao lado de Grace, que se assustou e bateu com a cabeça na porta do armário.

– Ai! – Exclamou, colocando a mão na região machucada da sua testa.

– Deuses, me desculpe. – Ele disse. – Machucou muito?

– E-eu não sei.

– Posso ver?

Grace assentiu, sem dizer nada e tirou a mão devagar. O ferimento estava horrível. Roxo e meio amarelado ao mesmo tempo.

Nico recuou.

– Está roxo! Cara...eu sinto muito. Mesmo.

– Está tudo bem, eu...vou no banheiro dar uma olhada.

– Tá. Depois, eu posso te acompanhar para a enfermaria ou algum hospital.

– Não precisa, eu vou ficar bem. – Garantiu e caminhou até o banheiro, deixando Nico sozinho e se sentindo um idiota e burro por a ter machucado.

Grace chegou ao banheiro e parou em frente a pia, largando sua bolsa no chão e tirando um pouco do cabelo para examinar melhor o ferimento. Estava beem feio. Era grande, arroxeado, avermelhado e estava meio saltado. Com certeza um galo se formaria. Grace pegou a maquiagem da bolsa para ajeitar um pouco as coisas, até que ouviu uma voz:

– Ora, ora, ora...vejam só, meninas. É a Grace.


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Notas finais do capítulo

Eu só vou continuar a outra fic quando tiver, pelo menos, 5 comentários no último cap. Então, 2 bjs ♥ e até o próximo cap.