Fazendo Meu Filme 5 - O Casamento Da Fani escrita por Gabriela


Capítulo 32
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Não, não é alucinação! Eu estou realmente aqui!

Demorou, mas chegou, gente! Esse capítulo quase não sai!
Lembra quando eu falei que essa parte já estava quase pronta? MENTIRA! Eu apaguei tudo, TUDO, e reescrevi porque não estava nada como eu queria. E aí, eu tinha um capítulo lindo e o meu notebook resolveu PARAR DE FUNCIONAR! Eu quase tenho um treco!

Enfim, eu sou PÉSSIMA escrevendo no celular, e pra completar a minha escola resolveu que NÃO iria dar férias até Agosto! EU TO QUASE MATANDO ALGUÉM! Mas, de qualquer forma, fiz um esforcinho durante um engarrafamento de OITO HORAS que enfrentei na volta do feriado e escrevi, nas notas do celular, o que vocês estão prestes a ler.

Para completar, não fiquei satisfeita com o capítulo e não postei até que eu escrevesse uma coisa útil. Isso aqui.

Boa sorte!



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Fani

 

Ouvi batidas na porta e corri para atender, dando de cara com o Leo, que trazia nas sacolas as frutas que eu pedi que comprasse. 

— Oi, amor. - falei, selando nossos lábios e pegando algumas das sacolas. 

— Oi, querida. Uau, isso aqui ficou muito bom! - exclamou, olhando a sala da Pri toda decorada para o chá de bebê. 

— Ficou mesmo, não foi? Bom, nós nos esforçamos muito. - respondi, apontando a mãe da Pri, a mãe do Rô e a Gabi, que estavam dando os últimos toques na decoração. 

Fomos direto para a cozinha, onde tirei as futas da sacola e as lavei, entregando uma bacia cheia delas para meu marido, que me olhou confuso.

 – O que? Não achou que ia ficar sentado olhando, achou? 

 Ele suspirou, antes de pegar a bacia.

 – O que eu tenho que fazer?

 – Primeiro, descascar tudo isso. Quando terminar, comece a cortar as frutas em cubinhos. A primeira que terminar lá na sala vem aqui te ajudar. - expliquei.

 Depois de deixar um beijo em seus lábios, saí em direção à sala, para ver se estava tudo em ordem. Pedimos ao Rodrigo que mantivesse a Pri ocupada até às quatro horas, quando o chá começaria. 

 A Aninha e a Tracy ainda estão a caminho, pois não conseguiram um horário mais cedo nos voos.

 Dei uma checada em nossos bebês, que dormiam no quarto do casal. Eles já estavam com quase nove meses e estavam enormes!  

 A Paloma ficou com o Alberto, já que o Victor estava de plantão e meu irmão ia levar meu sobrinho ao cinema. 

 Terminamos de enfeitar a sala e montamos uma verdadeira força tarefa para ajudar o Leo com as frutas para a salada de frutas. Terminamos por volta das duas e meia, o que nos dava tempo de ir em casa e tomar um banho. 

 Os convidados começaram a chegar uma hora mais tarde, e a Pri chegou às quatro e meia. A expressão de surpresa dela ao ver a sala arrumada para a chegada do seu neném foi impagável. Notava-se de longe as lágrimas de alegria que escorriam por sua face.

 Fizemos inúmeras brincadeiras, abrimos os presentes, comemos e demos muitas risadas. 

 O Rô parecia uma criança, de tão feliz. Já a Pri, nem conseguia segurar as lágrimas. 

 Quando todos foram embora, abraçaram os futuros papais e desejaram saúde para o pequeno Nicolas, que estava previsto para daqui a um mês e meio.

 – Gente, eu nem sei como agradecer por essa surpresa maravilhosa! - a Pri começou, sentando-se no sofá - Vocês são os melhores amigos que alguém poderia ter, sério! Nunca estive tão feliz em toda minha vida. 

 – Por nada, amiga! Você merece tudo isso! - quem respondeu foi a Gabi, enquanto amamentava o Rafa. A Paloma dormia no quarto, junto com os gêmeos.

 Cansados, estávamos todos espalhados pela sala, a Pri e a Tracy no sofá, a Gabi na poltrona, a Nat na cadeira e eu no tapete, com a Mel dormindo em meu colo. A Ana estava sentada no chão ao meu lado.

 Os maridos estavam espalhados na cozinha, na varanda e o Rô grudado na Pri, que recostava a cabeça em seu ombro.

 Resolvemos estender a comemoração só entre a gente, pedimos comida japonesa e sentamos todos espalhados na sala para comer, conversando e rindo.

 – Sério, como você consegue comer isso? Na minha gravidez eu mal conseguia ver sushi, imagina comer. - perguntei, lembrando os três dias de enjoo que senti por ter comido um temaki. 

 – Ah, eu nem era muito fã de sushi antes da gravidez, acredita? - respondeu, colocando o sashimi de salmão na boca.

 – Já eu sempre fui louca por sushi, depois da gravidez fiquei ainda mais! - observou a Tracy, enquanto sua mão acariciava a barriga.

 – Espera aí. O que? - perguntei, tentando raciocinar.

 O Chris passou o braço pelos ombros da esposa, que sorria emocionada.

 – Estou grávida, amiga! - Tracy disse, abrindo um sorriso imenso.

 Levantei de onde estava num pulo, partindo para lhe dar um abraço. Sorte que minha filhota tinha um sono pesado e nem se mexeu com o pulo que dei.

 – Isso é maravilhoso, Tracy! - falou a Gabi, parabenizando-a.

 – De quanto tempo você está? - perguntou a Pri, depois de dar um abraço no casal. 

 – Vinte e uma semanas. 

 – O que? Como isso é sequer possível? Você está tão magrinha! - perguntou a Nat, abismada. 

— Com cinco meses a Natália já era uma bolinha. - disse o Alberto, o que fez minha cunhada o olhar de cara feia, e ele completou - A minha bolinha linda.  

Nós rimos da cena, antes que a Tracy se pronunciasse novamente.

 – O médico disse que a barriga deve começar a aparecer muito mais a partir de agora, eu já engordei bastante esse mês.

 – Mas porque demorou tanto a contar? - perguntou a Aninha, parecendo meio chateada. 

— Eu queria ter certeza absoluta, não queria que... - minha amiga fez uma pausa, eu sabia o quão difícil era para ela falar sobre o assunto - Eu não queria criar esperança e aí ter tudo arrancado de mim novamente. Mas o obstetra já me confirmou que está tudo ótimo, eu não estou trabalhando, então estamos bem. 

— E nós até já escolhemos o nome. - Chris completou, me fazendo olhar para ele abismada.  

— Vocês já sabem até o sexo? 

 – Sim, o Thomas é meio exibido... - respondeu meu amigo, abrindo um sorriso. 

— Ai meu Deus, que nome lindo! - a Ana exclamou, pondo as mãos na boca. 

— Assim que descobrimos que era um garoto, não conseguimos pensar em outro nome. 

— Então vamos brindar a isso! - disse a Pri, trazendo alguns copos com a ajuda do meu marido, que também trazia uma jarra de suco. 

Todos nós nos servimos e levantamos as taças, ao passo que meu marido disse: 

— Um brinde a nós e a tudo que conquistamos ou nos foi dado de presente.

— Saúde! - falamos juntos, brindando os copos e fazendo uma algazarra.

Conversamos mais um pouco e demos muita risada, felizes por estarmos todos juntos. A Fernanda, namorada do Alan, que até então tinha pronunciado poucas palavras, estava bem mais solta e participativa.

— E vocês dois, como estão? - perguntou a Natália, depois que nossos maridos resolveram ir para a varanda tomar uma cerveja e nos deixaram a sós. 

— Ah, estamos bem. O Alan ainda reclama um pouco com saudades da Bahia, mas quando falo que ele pode voltar lá e nós nos encontramos nas minhas férias, ele responde que não me larga nunca mais. - ela confessou, rindo. 

Em resposta, nós pronunciamos um audível "Own, que fofo!".

— Eu devo confessar que nunca vi o Alan assim, tão tranquilo, tão leve e tão apaixonado. - falei, me lembrando de todas as minhas tentativas de arrumar uma namorada para o meu amigo.

— Sim, isso é verdade. Você pegou ele de jeito, Nanda! - a Gabi concordou.

— Cá entre nós, quem me pegou de jeito foi ele! - confessou, dando uma risadinha - Eu realmente não tinha nenhuma vontade de namorar ou estabelecer qualquer relacionamento até o Alan aparecer. 

— Não acredito! - exclamou a Aninha.

— É verdade! 

— Mas e quanto a casamento? - questionou a Tracy - Sabe, eu também não era lá muito fã de relacionamentos, mas tive uns namoros aqui e ali.

— Ah, se eu era alérgica a compromisso, de casamento eu só queria distância! Mas hoje eu aceito a ideia, embora não tenha nenhuma previsão de me casar. - explicou.

— Você e o Alan são almas gêmeas, realmente! - exclamou a Pri, de brincadeira.

— Sinceramente, eu não consigo me imaginar sem ele.

— Ai, isso é tão fofo! Dou no máximo seis meses até que vocês fiquem noivos. - falei.

— Ah, eu acho que nem chega a isso tudo! - exclamou a Gabi.

— Eu dou um mês até que o anel de noivado esteja nesse dedo! - opinou a Nat.

— Então estamos apostando minha vida amorosa agora? - perguntou a Nanda, brincalhona. 

— Parece que sim. - respondeu a Tracy - Dois meses! 

— E quem ganhar, leva o que? - perguntou a Aninha, se divertindo com a situação.

 – Cem reais de cada um dos perdedores, incluindo a noiva. - quem sugeriu foi a própria Fernanda - E eu aposto que até o fim desse ano eu ainda serei namorada do Alan.

 – Um ano para que? - perguntou o Dan, entrando na sala.

 – Estamos apostando para ver quanto tempo vai levar até que os pombinhos fiquem noivos - explicou a Gabi. 

 Ao que parece, a explicação foi ouvida na varanda, pois logo todos estavam de volta à sala, fazendo suas apostas. 

 – Qual foi o tempo máximo? - perguntou o Alan, abraçando a namorada pelas costas. 

 – Sua namorada apostou oito meses. - falei, e ele fez uma careta.

 – Uh, isso é bastante tempo! - observou - Amor, aí você não me ajuda! Como é que eu vou me casar com você com mil reais em jogo? Mantenho o tempo da Fê, oito meses.

 Depois que todos já tinham feito suas apostas, o Alan e a Fernanda foram embora, pois embarcariam de manhã cedo para os EUA, onde passariam duas semanas de férias.

 – Se puderem, vão me visitar! - falei, abraçando o Alan.

 – Ok, daremos uma passadinha antes de ir embora! - garantiu a Nanda, me abraçando.

 Aos poucos, todos foram indo embora, se despedindo da Pri e do Rô. 

 Eu e o Leo fomos direto para o apartamento da minha mãe, que estava vazio, já que ela estava fazendo um tour pela Europa com o meu pai em comemoração ao aniversário de casamento deles.

 Como só tínhamos mais um dia no Brasil, demos uma organizada nas malas, para que ficasse mais fácil a arrumação na manhã seguinte.

 Quando estava prestes a entrar no banho, meu celular tocou e o nome de Jack apareceu na tela.

 Suspirei, pensando se atenderia ou não aquela ligação. Jack era um cara legal, irmão mais novo de uma amiga minha, a Lucy. Mas ele era tremendamente apaixonado por mim, sempre me chamava para sair, mesmo que eu alegasse que não estava interessada, além de que era casada.

 Resolvi atender, porém. Poderia ser um problema com Lucy ou alguma coisa no estúdio de gravação.

 – Alô? - atendi, em inglês.

 – Fani? Ainda bem!— respondeu Jack, me fazendo sentar na cama.

 – O que aconteceu? - perguntei, enquanto o Leo me encarava confuso. Tapei o telefone com a mão,  sussurando o nome de Jack, o que o fez revirar os olhos. 

Meu marido não era lá muito fã do Jack, como era de se esperar.

 – Estou aqui na porta da sua casa, mas você não está em casa. É óbvio, você está no Brasil. Burro, burro, burro... - começou a murmurar.

 – Jack, você está bêbado? Vai para casa!

 – Eu te amo, você não entende! 

 – Jack, vá para casa! Não tem ninguém aí! - falei, colocando a mão no telefone e falando pro Leo - Ele está lá em casa! 

— O que? Para mim já deu! - reclamou, tomando o telefone da minha mão antes que eu pudesse protestar - Ei, escuta só. Você não me conhece, mas eu sou o marido da mulher que você está ligando. Estou te dando dez minutos para você sair daí antes que a polícia apareça. 

— Leo! - reclamei, mas ele já tinha encerrado a chamada - O que tem de errado com você? Ele está claramente fora de si.

— Eu não me importo, já estou cheio desse cara te importunando. E você ainda dá margem, pelo amor de Deus!

— Eu dou margem? Eu só estou sendo legal. Ele é meu amigo! Já deixei claro que sou casada e mesmo que não fosse, não estou interessada.

Nossa discussão era baixa, por conta da nossa filha que dormia na cama, cercada por inúmeros travesseiros.

— Pelo visto, não tão claro! - ergueu o tom de voz.

— Por que é sempre esse seu ciúmes que acaba com tudo? O nosso dia foi maravilhoso e aí isso acontece e então de repente eu estou dando mole para outros caras! - perguntei, já nervosa.

Senti meu rosto esquentar, enquanto eu lutava contra as lágrimas. Antes que o meu marido pudesse pensar numa resposta, saí em disparada do apartamento.

A pressa foi tão grande que esqueci tudo: celular, documentos, chave do carro. Eu só precisava espairecer um pouco.

Fiquei andando pelo bairro por um tempo, mas acabei indo na direção do apartamento da Gabi, poucas ruas adiante.

Hesitei em interfonar, já era tarde da noite e eles provavelmente já deveriam estar dormindo, mas eu realmente precisava conversar com alguém.

Alô? - perguntou uma Gabi sonolenta, do outro lado da linha.

— Amiga, sou eu. Você pode abrir o portão, por favor? - pedi, quase chorando.

Sim, é claro. - concordou, abrindo o portão logo em seguida - Sobe que eu vou te esperar na porta.

— Obrigada, amiga. 

Entrei no elevador e subi até o décimo primeiro, o andar que minha amiga morava. Quando a porta se abriu e eu adentrei o corredor, ela já estava na porta, com os cabelos emaranhados e a cara de sono. 

 Corri para abraça-la, sem conter as lágrimas que há tempo tentavam escapar. Sem fazer perguntas, ela apenas me conduziu para dentro do apartamento, me sentando no sofá.

 Depois, saiu por um momento, me deixando sozinha. Quando voltou, trazia em cada mão um copo. 

 Me ofereceu a água, a qual eu recusei:

 – Não tem algo mais forte, não?

 Sem me responder, me ofereceu o outro copo, com algo que parecia uísque dentro. 

Bebi todo o conteúdo de vez, entregando o copo para ela logo em seguida.  

— Obrigada. 

 – Melhor? - perguntou, se sentando ao meu lado no sofá.

 – Sim.

 – Quer falar sobre o que aconteceu?

 Afirmei com a cabeça, narrando os detalhes da minha discussão com o Leo. 

Conversamos um pouco e a Gabi me aconselhou, mas só realmente tomei ciência da situação quando ouvi o choro do Rafael.

Minha amiga pediu licença e entrou pelo corredor, trazendo o meu sobrinho nos braços. Imediatamente me lembrei da Mel, que eu tinha deixado no apartamento com o Leo.

E se a minha filha estivesse precisando de mim? 

Levantei do sofá num pulo, o que fez a Gabi se assustar. 

— Onde você vai?

— Voltar para o apartamento da minha mãe. Já fiquei fora tempo demais.

Ela sorriu, assentindo com a cabeça.

— Me avise quando chegar, tudo bem? - pediu.

— Aviso sim. - falei, fechando a porta.

O caminho até a casa da minha mãe foi muito rápido, até porque já era tarde da noite. 

Mal abri a porta do apartamento e senti dois braços me apertarem com força, enquanto beijos eram depositados em várias partes do meu rosto.

— Por Deus, Fani! Onde você estava? - perguntou o Leo, preocupado, segurando meu rosto - Você sumiu, não levou o celular nem os documentos, eu fiquei morto de preocupação! 

— Eu estava na casa da Gabi, me desculpe.

— Me desculpe. - ele pediu, ao mesmo tempo - Não, você não tem porque se desculpar, eu que sou o louco ciumento por aqui.

— Mas eu não deveria ter saído, deveria ter ficado e conversado com você. Nós prometemos nunca dormir brigados e eu deixei você aqui sozinho com a Mel. Que tipo de mãe e esposa eu sou se abandono meu marido e minha filha depois de uma discussão?  

— Você é uma ótima mãe e uma esposa maravilhosa, só estava nervosa, é normal. - ele me abraçou, me apertando com força.

 – Eu prometo não fazer mais isso se você prometer que vai tentar controlar seu ciúmes. - falei, abraçando sua cintura e levantando a cabeça para encará-lo.

 – Combinado. - fechamos o acordo com um beijo.

 – Você tem que entender que nunca, em nenhuma hipótese, eu te trocaria por qualquer outro cara. Você é perfeito para mim, somos Fani e Leo, nós pertencemos um ao outro. E eu te amo. - eu disse, segurando seu rosto e olhando fundo em seus olhos.

 – Eu sei, eu te amo também. É só... Difícil. Quer dizer, você é linda, inteligente e bem-sucedida, é claro que vários caras gostariam de ter você.

 – Pode até ser, mas eu sou toda sua. Para sempre. 

 Nos beijamos lenta e profundamente, e eu podia sentir o amor correndo pelas minhas veias, por baixo da minha pele.

 –x-

 Cinco dias depois...

 Atendi o telefone com uma mão, enquanto mexia a panela com a outra.

 – Fani? Sou eu, Alan!— a voz soou do outro lado da linha.

 – Oi Alan, tudo bem? E Vegas, como está? - perguntei, me lembrando da última foto que a Nanda postou, em Las Vegas.

 – Por aqui está tudo ótimo, nós queríamos saber se podemos passar por aí antes de voltar para o Brasil.

 – Mas é claro que sim! - exclamei.

 – Que bom, pois estamos aqui na porta! 

 – Como assim na porta? - perguntei, me encaminhando para a entrada da casa após desligar o fogo.

 Ouvi uma batida e abri a porta, dando de cara com o Alan e a Fernanda.

 – Surpresa! - falaram os dois ao mesmo tempo, enquanto eu desligava o telefone.

 – Ai meu Deus, vocês estão mesmo aqui! 

 – E não é só isso! - exclamou a Fernanda, me mostrando sua mão, que continha uma aliança - Nós nos casamos!

 – Vocês o que? - praticamente gritei, quase arrancando a mão da Nanda para ver o anel mais de perto.

 – Bem, nós estávamos em Vegas, então decidimos oficializar logo! 

 – Eu não acredito! Vocês dois são malucos! - puxei os dois para um abraço - Eu estou tão feliz por vocês!

 – Então, ninguém ganhou a aposta. - concluiu o meu amigo, enquanto os dois me seguiam para a cozinha.

 – Não exatamente. - observei, reacendendo a chama do fogão - Meu marido apostou que vocês ainda ficavam noivos em uma semana. Uma aposta perigosa, se querem saber minha opinião. Mas apenas cinco dias se passaram e vocês estão aqui, casados, então ele ganhou. 

 – Hm, ele apostou que nós ficaríamos noivos, não que nós casaríamos. - contestou a Nanda, sorrindo. 

 – Bem, sim, mas antes de vocês se casarem, teve um pedido certo? - perguntei, formulando o raciocínio.

 – Sim. - confirmou o Alan.

 – E depois do sim, vocês ficaram noivos. Mesmo que tenham se casado uma hora depois, vocês ficaram noivos. Por sessenta minutos, mas ficaram. Então, ele ganhou. - concluí.

 – Fani, você poderia ganhar dinheiro como advogada. - falou a Nanda, finalmente aceitando a derrota. 

 – Poderia, mas acabei de ficar mil reais mais rica hoje. - fiz graça.

 Antes que qualquer um de nós se manifestasse, o choro da Melissa se fez presente na cozinha, lá do cercadinho na sala. Como eu estava terminando o almoço, o Alan se ofereceu para pegar a minha filha, enquanto eu terminava o macarrão e desligava o fogo.

 – Acho que alguém está com fome. - observou o meu amigo, me entregando a Mel.

 – É, já está na hora de ela comer. - percebi, olhando para o relógio fixado na parede.

 Sentei-a na cadeirinha, prendendo a fivela para que ela não caísse e acoplando a mesinha. 

 Coloquei a refeição no pratinho de plástico, amassando as verduras para que ficasse mais fácil para a minha filha comer.

 – Posso? - se ofereceu a Nanda.

 – Claro, é bom que me dá tempo de arrumar a mesa.

 – Quer ajuda? - ofereceu o Alan.

 – Sim, por favor. Pode trazer a panela? - pedi, colocando uma toalha na mesa e depositando os pratos.

 – Claro! - respondeu meu amigo, posicionando a panela em cima do descanso - A que horas o Leo chega? 

 – Deve estar chegando, ele costuma almoçar em casa às sextas. 

 Mal terminei de falar, a porta se abriu e meu marido entrou, colocando as chaves no aparador e vindo em nossa direção.

 – Isso é uma surpresa. - observou, ao cumprimentar o Alan.

 – Você não tem ideia... - murmurei, antes de acrescentar, mais alto - Olá, amor.

 – Oi, querida. - respondeu, se inclinando e selando os nossos lábios - Onde está a minha princesa? 

 – Na cozinha, com a Nanda. 

 Ele se dirigiu para a cozinha, me deixando a sós com o Alan. 

 –Você casado, quem diria... - comentei, dando os retoques finais na arrumação da mesa.

 – Pois é, a Nanda é diferente de tudo que eu já vi. Aquela ruivinha me pegou de jeito.

 – É perceptível. - concordei - Você está mais feliz, meu amigo, e eu realmente espero que ambos continuem assim. 

 Dei um rápido abraço nele, depositando um beijo terno em sua cabeça.

 – Obrigado, Fani. 

 – Ei, vocês dois, venham para a mesa! - chamei.

 Logo, todos estavam sentados, o Alan ao lado da (agora) esposa e a Mel entre o Leo e eu. A Nanda já tinha dado quase metade do almoço a ela, então rapidinho terminei de alimentá-la.

 – Fani, até que você está arrasando na cozinha! - exclamou o meu amigo, pondo mais do macarrão que eu fiz no prato.

 – É, eu fiz umas aulas de culinária a algum tempo. - comentei.

 – Era isso ou morrer de intoxicação alimentar. - murmurou o Leo, me fazendo dar um tapa em seu braço.

 – Eu não cozinho tão mal assim! - reclamei.

 – Não esquenta, Fani! Eu te entendo, não sei nada de cozinha. 

 – Isso é verdade, a Fê não sabe fritar nem ovo. - observou o Alan, passando o braço pelos ombros da esposa e a puxando para perto - Nem sei como sobreviveu esses anos todos sem mim!

 – Foi sorte. 

 Eles trocaram um olhar apaixonado e selaram os lábios, sorrindo em seguida. 

 – O Alan já te contou que você ganhou a aposta? - perguntei ao meu marido, que arregalou os olhos.

 – Vocês estão noivos?

 – Não, nós já casamos. - a Nanda disse, com uma naturalidade que fez o Leo engasgar.

 Nós rimos, esperando que ele se recuperasse.

 – E a sua mãe, Alan? O que vai dizer para ela? - perguntou meu marido.

 – Eu vou dizer que não consegui me segurar, mas tenho quase certeza de que quando chegarmos vamos ter que nos casar de novo só para agradá-la.

 – Disso eu tenho certeza. - comentei.

 O assunto da mesa durante todo o almoço girou em torno do casamento maluco desses dois, que nos pegou totalmente de surpresa.

 Depois de mais alguns minutos, me levantei, começando a retirar os pratos da mesa.

 – Amor, dá um banho na Mel, está na hora de ela dormir. - pedi, empilhando os pratos e levando-os para a cozinha.

 – Vamos lá, princesinha! 

 – Nanda, você pode me dar uma mãozinha aqui? - pedi, apontando com o pé para a lava-louças.

 Organizei os pratos lá dentro, com o cuidado de deixar os utilizados pela Melissa na próxima leva, pois a temperatura da água era diferente por eles serem de outro material.

 – Obrigada, querida. - agradeci, me levantando. 

 – Não há de que. Tem mais alguma coisa em que eu poderia ajudar? 

 – Não, vamos só levar as coisas de vocês para o quarto de hóspedes. - falei, arrastando uma das malas.

 – Obrigada por nos receber, a propósito. 

 – Está brincando? Eu amo visitas! Quanto tempo vão ficar?

 – Acho que mais dois dias, no máximo. Queremos conhecer Seattle e San Francisco antes de irmos. 

 – Entendo, mas dois dias dá para conhecer bastante coisa. Se precisarem de uma guia turística, eu estou de férias do trabalho! - ofereci.

 – Sim, isso seria ótimo! 

 – Fantástico, vou adorar mostrar a cidade para vocês! - falei, já saindo do quarto. - Agora vamos checar nossos maridos, estou achando que está tudo muito quieto.

 Entramos no quarto da Mel e paramos na porta do banheiro, observando nossos maridos.

 – É simples, cara: você coloca a fralda por baixo para não correr o risco da minha princesa resolver dar um presente antes da hora, passa a pomada anti-assadura e fecha a fralda. - o Leo explicava para o Alan, enquanto fazia. 

 – Meu amigo, você está com uma cara ótima! - tirei sarro, me aproximando e bagunçando os cabelos dele, antes de voltar minha atenção para minha filha - Quer dizer que estão te fazendo de boneca, filha? 

 Peguei a pequena em meus braços, dando beijinhos em sua barriga.

 – Eu só queria saber como ele consegue dar banho e trocar a fralda sem se molhar ou se sujar. - explicou o Alan.

 – São meses de prática. - meu marido respondeu.

 – Agora vamos colocar essa princesinha para dormir. - falei, deixando o banheiro e adentrando o quarto.

 Fiquei sozinha com a minha filha, fechei as cortinas e liguei o abajur, sentando com ela na cadeira de balanço no canto do quarto.

 A Melissa nunca deu trabalho para dormir, se der um banho e deixar tudo escurinho, ela apaga em qualquer lugar. 

 – Amor, nós vamos sentar lá no quintal para não fazer barulho, ok? - informou o Leo, sussurrando, por uma brecha que abriu na porta. 

 – Tudo bem.

 – Precisa de alguma coisa? - perguntou, adentrando o quarto e agachando, ficando de frente para mim.

 – Não, ela já dormiu, inclusive. Daqui a pouco encontro vocês lá. 

 – Ah, eu espero.

 Levantei devagar, colocando a Mel no berço com cuidado, para que não acordasse. 

 Fiquei parada ao lado do berço, olhando minha filha com carinho. Meu coração se enchia de amor quando eu colocava os olhos nela.

 – Ela não é linda? - perguntou o Leo, me abraçando pelas costas.

 – Absolutamente. - concordei.

 – O que está pensando? 

 – Você não vai acreditar, mas eu estava aqui pensando em ter outro filho. Queria um menino dessa vez... - comentei.

 – Está falando sério? - perguntou, me virando para olhar nos meus olhos.

 – Sim, quero essa casa cheia de crianças. Mas acho que está muito cedo, a Mel não tem nem um ano...

 – Bem, sim. Está cedo. Mas se você quiser mesmo, por mim tudo bem. 

 Sorri com ternura. Eu tinha o melhor marido do mundo. 

 – Está tudo bem, eu posso esperar mais um pouco. - concordei, acariciando seu rosto com minha mão. - Mas obrigada por isso.

 – Eu sempre vou te apoiar, não importa a loucura que quiser fazer. Eu te amo. 

— Eu também te amo, amor. - trocamos um beijo carinhoso - Mas agora precisamos ir, nossos amigos estão esperando! 

Fomos para o quintal, onde passamos a tarde conversando sobre tudo: desde nossa adolescência a nossos planos para o futuro.

O Alan e a Nanda foram embora dois dias depois, pois ainda queriam conhecer algumas cidades antes de voltar ao Brasil.

Assim que fechei a porta, o Leo me empurrou contra a parede, assaltando minha boca com um beijo de tirar o fôlego e me fazendo oerder o ar.

Me entreguei ao beijo, passando meus braços pelo seu pescoço e puxando-o ainda mais para mim. 

Quando nos separamos, ofegantes, ele disse:

— Até que enfim eles foram, não aguentava mais não poder te agarrar em qualquer lugar.

Ri, dando um selinho em seus lábios.

— Bom, estamos sozinhos agora... - falei.

— Vamos aproveitar, então. - concluiu, antes de me pegar pela cintura, me fazendo cruzar as pernas em suas costas, enquanto dava risada.

Nós seguimos para o quarto, derrubando algumas coisas no caminho, o que nos fez rir ainda mais alto, antes de lembrar que a Mel dormia no quarto dela.  

As risadas foram se tornando mais baixas e menos longas até que entramos no quarto num silêncio total, mas confortável. 

A janela estava aberta, então não acendemos a lâmpada, apenas deixamos a luz da lua iluminar pela metade o ambiente. 

— Você fica ainda mais linda assim, à luz do luar. 

Sorri, sem graça. Mesmo depois de todos esses anos, o Leo ainda me fazia corar e ficar sem graça com apenas um comentário.

— É uma graça eu ainda conseguir te deixar sem jeito. - comentou, se aproximando e tocando minha bochecha com a ponta do indicador.

— Pois eu não acho. - murmurei, acabando com a distância entre nossos corpos.


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Notas finais do capítulo

Eu abusei do caps lock ali em cima, sinto muito, mas só assim que eu consigo me expressar. Comentem, por favor, o próximo capítulo é o último e há duas coisas que eu NECESSITO avisar:
1. O próximo VAI DEMORAR e não vai ser pouco. Porque? Semana de provas. É, aquela maldita semana na qual você deseja ter nascido uma ameba.
2. Teremos uma PASSAGEM DE TEMPO grande deste para o próximo (e último) capítulo. Não estranhem, mas não posso continuar escrevendo mais capítulos da Mel pequenininha, SORRY I JUST CAN'T.

Espero, de todo o meu coração, que amem o último capítulo como eu vou amar assim que eu escrevê-lo. Ah, mais uma coisinha: os fantasminhas bem que podiam aparecer, hein? Estamos tão perto do fim!

Um beijo!

PS: abusei do caps lock de novo, eu sei.