Fazendo Meu Filme 5 - O Casamento Da Fani escrita por Gabriela


Capítulo 31
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores! Perdoem a demora, estou atolada de trabalhos na escola!

Queria mandar um agradecimento especial para a linda malaura01, que me deixou uma recomendação tão amorzinho que eu quase morri! Muuuito obrigada, Laura! ♥

Percebi, também, que batemos os 50K de visualizações. 50K MINHA GENTE!!!! EU TO PASSANDO MAL!!! Por isso, à todos que tiram um tempinho para comentar, favoritar, recomendar ou simplesmente ler, os meus sinceros agradecimentos! Nunca teria chegado até o final se não fosse por cada um de vocês!

Enfim, vamos ao capítulo!



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 Priscila

Respirei fundo, tentando acalmar o meu coração, quando ouvi o barulho de chaves na porta do apartamento do Rô, que agora era nosso.

— Ei – cumprimentei meu marido, que veio até o sofá me dar um beijo.

— Oi, amor.

— Como foi o dia na clínica? – perguntei, mordendo os lábios. Eu já estava ansiosa para contar as novidades, mas tinha que me mostrar natural.

Ele ponderou um pouco, dobrando as mangas da camisa social até os cotovelos.

— Tudo bem, só as consultas de rotina. – respondeu, se servindo de uma taça de vinho e sentando ao meu lado no sofá. – Não vai beber?

— Não, obrigada. – virei-me de frente para ele, observando seu pomo de adão subir e descer enquanto bebia o líquido avermelhado – Eu preciso te contar uma coisa...

— Tudo bem. – ele disse, colocando a taça na mesa de centro e sentando-se em uma posição semelhante à minha, me encarando.

— Eu te amo.

— Ok, eu te amo também.

— O que eu vou te falar agora tinha que ser fácil de falar, mas é difícil... – comentei.

— Você está me deixando confuso, vida. Só diz o que é e nós vamos lidar com isso juntos, ok? – ele disse, usando o apelido que ele me chama desde que nos casamos.

Segurei suas mãos em meu rosto, para que não se afastasse.

— Rô, amor, eu estou grávida. – falei, olhando em seus olhos.

Sua expressão estacou e um silêncio se fez presente, enquanto eu esperava o meu marido dizer alguma coisa. Passaram-se alguns segundos, mas o Rô continuava com aquela cara e eu fiquei com medo de que ele não tivesse gostado da notícia.

— Diz alguma coisa, por favor. – implorei, já com lágrimas nos olhos. Ele não estava feliz?

— Desculpe, eu... – tentou formular uma frase – Você tem certeza?

— Sim, eu fiz o teste de sangue.

— Deus, eu... Eu vou ser pai! – ele exclamou. Sua expressão continha algo que eu não conseguia adivinhar. Felicidade?

— Sim, você vai. Está feliz? – perguntei, esperançosa.

— Assustado o inferno fora de mim, mas sim. Eu estou feliz. – ele disse, olhando em meus olhos e abrindo aquele sorriso maravilhoso.

Me desfiz em lágrimas, talvez pelo alívio ou simplesmente pelos hormônios.

— Ei, calma. – falou, enquanto me envolvia num abraço – O que está acontecendo? São os hormônios?

Eu ri.

— Não sei, eu só pensei que você não tivesse gostado. Sua reação me assustou. – expliquei.

— Eu reagi de uma maneira bem ruim, não foi? Me perdoa, vida, eu só fiquei chocado. Quer dizer, eu vou ser pai, isso traz uma responsabilidade imensa e eu tenho medo de te decepcionar. Eu tenho medo de não ser o pai que você esperava, que eu esperava que eu fosse.

— Você não vai. – comecei, acariciando sua bochecha com o polegar da mão que estava em seu rosto – Só por ter se preocupado com isso, enquanto o nosso bebê ainda é um feijãozinho de tão pequeno, mostra que você será um pai incrível.

— Você acha? – perguntou, inseguro. Sorri.

— Eu tenho certeza.

No outro dia, de manhã, quando estava indo na cozinha comer o meu tradicional pão com creme de avelã, me surpreendi com o Rodrigo chegando em casa cheio de sacolas do supermercado.

— Por que você foi ao supermercado tão cedo? Senti sua falta na cama. – reclamei, abraçando-o pelas costas.

— Por que eu queria pegar as frutas frescas. – ele respondeu, se virando e depositando um beijo em minha cabeça.

Chequei as sacolas, procurando por alguma guloseima, mas só achei coisas saudáveis. Logo eu, que achava que ia ter mordomia nessa gravidez... Fiz cara feia, enquanto virava para ele, que guardava as coisas geladeira.

— Por que só tem coisas saudáveis nessas sacolas? Cadê o leite condensado? – perguntei.

— Porque a partir de agora você está proibida de comer porcarias. – ele respondeu, simplesmente pegando o meu pote de manteiga de amendoim e jogando fora. Ainda bem que estava no fim, só tinha as raspinhas.

— Não! O meu creme de amendoim, não! – reclamei.

— Você sabe o quanto de açúcar tem nisso? Você pode acabar com diabetes gestacional!

— Mas era creme de amendoim! Nem tinha muito no pote!

— Exatamente. Se tivesse, eu juntaria com as outras porcarias e sairia por aí distribuindo. – respondeu.

— Por que você está sendo tão malvado comigo? Eu estou grávida de um filho seu, você deveria cuidar bem de mim!

— E é isso que eu estou fazendo. Segundo isto aqui, quanto mais saudável e natural a dieta, menos chance de qualquer coisa acontecer durante a gravidez. – ele explicou, mostrando a tela do celular. Tentei ler o que estava escrito.

— “Mamãe saudável, bebê feliz”, sério mesmo?

— É um ótimo aplicativo, tem receitas, dicas e você pode conversar com outras mães. É como o Facebook para grávidas! – ele disse, parecendo animado.

É, eu estava muito ferrada.

Fani

Dois meses depois

Suspirei, sentindo a minha blusa grudar no corpo. Eu nem sei porque eu insisti em me vestir para o trabalho antes de dar a papinha da Mel. Ela estava com seis meses e estávamos começando a introduzir alimentos mais sólidos em sua dieta, complementando a amamentação, mas sem abrir mão dela.

Enquanto eu pegava o pratinho e tentava limpar o chão, ouvi um gritinho da minha filha. Já imaginando o que era, levantei, dando de cara com o Leo dando risada da situação. A Melissa estava suja de papinha desde os cabelos até onde a minha vista alcançava. Para completar, a danadinha tinha a mãozinha na boca, chupando os dedos sujos da papinha que agora a pouco ela tinha recusado e jogado em cima de mim.

Fechei os olhos, jogando a cabeça para trás e pedindo por paciência para não estrangular o meu marido, que continuava a se divertir com o desastre que era tentar alimentar a nossa filha.

— Precisa de ajuda? – ainda teve a audácia de perguntar. Estreitei os olhos para ele.

— Não, não preciso. Vou limpar nós duas e dar de mamar. Tentaremos de novo amanhã.

— Tudo bem – concordou, se aproximando. Dei um beijo casto em seus lábios, mantendo as mãos em seu peito para que não se aproximasse demais e sujasse a camisa social azul que usava. – Feliz aniversário.

— Feliz aniversário, amor.

Comecei a tirar a roupa da princesinha enquanto ela ainda estava a cadeirinha, tirando também o excesso de comida que estava nela. O resto, só no banho.

— Quer que eu fale com a Jenny ou você liga? – tirando a minha blusa ali mesmo na cozinha.

Meu marido deteve o olhar pouco abaixo do meu rosto por algum tempo, antes de finalmente voltar sua atenção para os meus olhos. Revirei os olhos, ao ver sua cara confusa por me ver esperando uma resposta de uma pergunta que ele sequer tinha ouvido. Refiz a pergunta, colocando a blusinha da Mel na máquina de lavar.

— Hum, sim. Você fala, eu faço as reservas no restaurante. – respondeu, ao me ver voltando para a cozinha.

Jenny era uma adolescente de quinze anos que morava na nossa rua e era apaixonada por crianças. Ela queria uma grana extra para complementar a mesada e eu estava prestes a voltar a trabalhar e não tinha uma alma viva para tomar de conta da minha filhota. Unimos o útil ao agradável e deu nisso: ela é super atenciosa com a Mel, sempre se disponibilizando a vir (quando não é em horário das aulas dela – o que nós respeitamos).

— A que horas você fará a reserva? – perguntei – Vou pedir que ela venha uma hora antes porque aí eu consigo me arrumar com mais calma.

Estávamos fazendo dois anos de casados hoje, então iríamos sair para comemorar.

— Às sete está bom para você?

— Sim, está ótimo. – respondi.

— Tudo bem. Estarei de volta, no máximo, até a cinco. – ele informou, antes de dar um beijo na cabeça da Mel, que estendeu as mãos gorduchinhas para ele, e outro em minha boca – Te amo.

— Também te amo! Bom trabalho! – desejei, antes de vê-lo atravessar a sala e sair pela porta.

Olhei para a garotinha em meu colo, que brincava com os fios soltos do meu coque mal feito. Sorri, pensando no quão sortuda era por ter a minha família.

— Vamos tomar um banho, minha princesa? – perguntei, com aquela voz infantil que se faz quando fala-se com crianças. Como se me entendesse, Melissa deu um gritinho de alegria, balbuciando coisas que eu não conseguia entender.

Fui para o quarto dela, colocando a banheira para encher com água morna, enquanto terminava de tirar a roupinha dela. Eu dava banho com ela sentada dentro da banheira, enquanto eu a segurava com uma mão e usava a outra para passar o sabonete e enxaguar, do lado de fora da banheira.

Desde que a Mel chegou em casa (com três dias de vida), nós nunca usamos a banheira de plástico. Quando eu não estava no chuveiro com ela (nos primeiros dias, sentada numa cadeira, mas depois sentada no chão mesmo), estava na banheira. Eram poucas as vezes, como agora, em que só ela tomava banho.

Ao contrário do que eu pensava quando li sobre o banho no chuveiro na internet (eu ainda estava com oito meses de gravidez na época), não prejudica o neném, nem a coluna ou ouvido (com os devidos cuidados, é claro), a água vinda de forma contínua, inclusive, ajuda a acalmar os pequenos.

O Leo ficou maluco quando eu contei que não ia usar a banheira dela. Chegou a ligar para a pediatra, perguntando se estava tudo bem. Ela não fez nenhuma objeção, então ele não teve escolha a não ser aceitar a minha ideia. Ele mesmo tentou depois, mas só teve coragem quando a coluna dela já estava firmada, porque tinha medo de machucar a nossa pequena.

Depois que terminei de limpar a pequena, vesti um macacãozinho simples e confortável, já que estava meio frio. Sentei no sofá para dar de mamar e aproveitei para ligar para a Pri, que já estava com quase seis meses.

Oi amiga!— ela disse, assim que atendeu.

— Oi! – respondi – Está ocupada?

Não, estou em intervalo de almoço.

— Ah, ótimo! E aí, como está a vida de mamãe? – perguntei.

Tudo tranquilo, o Rô continua um verdadeiro general quando se trata da minha saúde, já que eu ainda estou trabalhando, mas está tudo certo. Essa guerra ele já ganhou há muito tempo.

— Ah, isso é totalmente normal. Mas e aí, terei um sobrinho ou uma sobrinha?

Esse danadinho não quis mostrar, acredita? Vou ter que fazer o enxoval todo neutro, fiquei adiando as compras e vem essa criaturinha e faz isso!

— Não acredito! E o chá de bebê, vai ser quando?

Eu não sei...— ela fez uma pausa – Queria que vocês todos pudessem vir!

— É só marcar que a gente combina direitinho, amiga! De uma forma ou de outra, vamos dar um jeito, ok?!

Tudo bem, se você diz... Tenho que ir agora, vou passar no fórum para resolver algumas pendências antes de voltar para o escritório.

— Tranquilo, amiga! Se cuida, beijos.

Beijos! — mandou de volta, antes de desligar.

A Mel já dormia no meu peito, então a pus para arrotar e depois a coloquei no berço. Jenny não demorou muito para chegar e nós conversamos um pouco antes que eu fosse para o trabalho. Como a nossa babá estudava de manhã, eu só trabalhava a partir das duas (é a parte legal de ser chefe).

Me despedi delas, depois de conversar com a Jenny sobre a noite de hoje e fui para o trabalho.

—x-

— Ei, você chegou mais cedo que eu – observei, ao fechar a porta e encontrar o meu marido no sofá, brincando com a nossa filha, que balançava os bracinhos e soltava uma risada gostosa.

Sorri, me aproximando.

— Sim, eu consegui sair antes. Como foi seu dia?

— Ótimo, na verdade. Estamos já no fim das filmagens, e aí é só descanso! – comemorei, sentando ao lado dos amores da minha vida, no sofá.

A minha filha fez uma festa ao me ver, estendendo os braços e balbuciando animadamente. Ri, pegando-a no colo e enchendo sua barriguinha de beijos.

— Enquanto vocês duas brincam eu vou tomar um banho e aí fico com ela até a Jenny chegar, depois me arrumo.

— Tudo bem. – concordei.

Jenny chegou por volta das seis, eu tinha acabado de tomar banho e o Leo, quase pronto, estava cuidando da nossa pequena. Meu marido conseguiu terminar de se arrumar em vinte minutos, mas eu ainda tinha toda a maquiagem e o cabelo para arrumar e agora eu poderia fazer sem me preocupar.

Tirei todo o leite possível e deixei armazenado na geladeira, dentro das mamadeiras. Não deveríamos demorar muito, mas nunca se sabe. Terminei a maquiagem e fiz um penteado simples no cabelo, antes de entrar no meu vestido vinho recém adquirido numa ida ao shopping com a Aninha.

Suspirei, encarando meu reflexo no espelho. A mulher que me encarava de volta era muito mais do que eu sonhava me tornar quando era uma adolescente. Bem sucedida, num relacionamento feliz e próspero e com uma filha maravilhosa, eu tinha muito o que agradecer.

— Ahn, desculpe-me for interrompê-la, senhora Santiago, eu só... – começou Jenny, adentrando o quarto de forma envergonhada.

— Está tudo bem, Jenny. E pare de me chamar assim, eu me sinto velha! – reclamei, lhe oferecendo um sorriso.

Ela aquiesceu com a cabeça.

— É claro, me perdoe, senho... Fani. – riu – Eu só vim avisá-la de que já preparei uma das mamadeiras para a pequena Mel, ela provavelmente dormirá toda a noite.

— Ok, muito obrigada por ficar com ela esta noite.

— É um prazer, a Mel é uma criança adorável, mesmo ainda um bebê.

— É melhor eu ir adiantando... – concluí, pegando minha bolsa e dando um giro, parando com as mãos na cintura – E então, como estou?

— Estonteante. – ela respondeu, sorrindo.

— Obrigada!

Saímos pela porta do quarto, atravessando o corredor em direção à sala, onde o Leo observava nossa garotinha, que estava adormecida em seus braços. Resolvi procurar o cartão do restaurante onde íamos na bolsa para que Jenny pudesse ligar, no caso de não ouvirmos o celular tocar.

— Aqui está o número do restaurante, você pode ligar caso não consiga falar conosco. – estendi o cartão a ela que o pegou da minha mão.

O Leo levantou a cabeça, ao ouvir minha voz junto ao barulho dos meus saltos no chão. Seus olhos brilharam ao encontrar com os meus, seu olhar percorrendo todo o meu corpo em segundos, ao mesmo tempo que um sorriso tomava conta de seus lábios.

— Você está maravilhosa, amor. – disse, levantando e caminhando em minha direção. Sorri, ao passo em que ele se aproximou ainda mais.

— Obrigada. – agradeci, sendo surpreendida com um beijo estalado nos lábios.

— Vamos.

— Nos ligue se algo acontecer. – falei para Jenny, que segurava a minha princesinha nos braços.

— Eu ligarei. Agora vão, aproveitem a noite!

Saímos de casa e entramos no carro, com um silêncio acolhedor se fazendo presente, o rádio soando baixinho nas caixas de som. Nós sorrimos um para o outro quando She, do Elvis Costello, começou a tocar.

O Leo cantarolou baixinho a música inteira, mas subiu o tom na última estrofe, cantando para mim enquanto segurava minha mão na sua:

Ela

Pode ser a razão pela qual sobrevivo

O porquê e o motivo de eu estar vivo

A única que que eu vou cuidar prontamente ao longo dos anos durante as adversidades.

Eu vou pegar as risadas e as lágrimas dela

E farei delas todas as minhas lembranças

Para onde ela for, eu tenho que estar

O sentido da minha vida é

Ela, ela, ela

Ao final da canção, depositou um beijo terno em minha mão, a descansando em seu colo logo em seguida. Sorri, ao ver que já havíamos chegado ao restaurante. The Little Door é um dos mais românticos restaurantes em Los Angeles, famoso pelo seu ambiente charmoso e seu delicioso cardápio francês.

O jantar foi todo à base de sorrisos, beijos e pequenas carícias, num clima romântico perfeito. Nós jantamos um filé mignon grelhado, com cogumelos assados e toques de alecrim, com um bom vinho do porto, acompanhado de batatas fritas, aspargos grelhados ao vinagre balsâmico e cebolas Cipollini assadas.

Estávamos muito cheios, então não pedimos sobremesa. Apenas terminamos o vinho e pagamos a conta, andando um pouco pela rua, aproveitando o clima ameno da noite. Descendo a rua do restaurante, resolvemos ir ao Pan Pacific Park, que ficava no fim da rua.

Por sorte, ainda estava aberto, então resolvemos entrar para dar uma volta, curtir um ao outro mais um pouco. Andamos pelo parque, observando o céu estrelado acima de nossas cabeças. Um grupo de músicos de rua tocava, a melodia de It Had To Be You, de Frank Sinatra logo preenchendo o ambiente.

Meu marido sorriu para mim, parando no meio do caminho a uma distância considerável do grupo de artistas, mas que ainda pudéssemos ouvir a música.

— O que você está fazendo? – perguntei, sentindo uma de suas mãos me segurar pela cintura, enquanto a outra segurava minha mão direita.

— Dançando com a minha esposa. – respondeu, começando a se mover.

Eu ri, começando a me mover no ritmo da música. Nos olhamos apaixonados e eu lembrei da nossa primeira dança como marido e mulher, no dia do nosso casamento. Parecia que muito tempo havia se passado, mas foram apenas dois anos.

Fui tirada dos meus devaneios pela voz do meu marido, sussurrando baixinho a letra da música no meu ouvido:

Mas elas não serviam

Porque mais ninguém me deu uma emoção – com todos os seus defeitos, eu ainda te amo

Tinha que ser você, maravilhosa você

Tinha que ser você

Sorri, fechando os olhos e sentindo pequenos beijos serem depositados na base do meu pescoço.

— Já falei que eu te amo hoje? – perguntou, me encarando.

— Hm, não que eu me lembre...

E ele disse. Disse mais de dez vezes, inclusive. Eu era toda sorrisos, como é de se imaginar.

— Obrigada. – falei, chamando sua atenção – Você me deu os melhores dias da minha vida, você me deu uma filha, me deu uma família. Eu te amo tanto que dói.

A essa altura já havíamos parado de dançar, apenas ficamos parados, encarando um ao outro, cada um com um sorriso bobo no rosto.

— Vamos para casa, a nossa filha está nos esperando. – disse, por fim, segurando a minha mão.

Seguimos para a saída de mãos dadas, já sentindo a temperatura começar a baixar.

Chegamos em casa às dez e meia, encontrando a nossa pequena dormindo no cercadinho da sala e a Jenny lendo um livro no sofá.

— Jenny, obrigada por ter ficado com ela hoje. – agradeci, enquanto a ajudava a recolher as coisas.

— Por nada, é realmente um prazer cuidar da Mel.

— Você precisa que eu te acompanhe até sua casa? – ofereceu o Leo, solícito.

— Não é necessário, são só mais quatro casas até a minha.

— Tudo bem, então. – aceitou o meu marido, abrindo a porta para a garota.

— Tenham uma boa noite. – ela desejou, antes de sair pela porta.

— Você também! – desejei, antes que o Leo fechasse a porta.

Bocejei, pegando a Mel no cercadinho e a apoiando em meus braços, para leva-la para o seu quarto.

— Cansada? – perguntou, me abraçando pelas costas assim que coloquei nossa princesa no bercinho e depositando leves beijos no meu pescoço.

— Só um pouco sonolenta. – falei – Provavelmente pelo vinho.

— Você costumava ser mais forte com bebidas... – ele começou.

— Ah, não! Lá vem você jogar na minha cara toda a nossa lua de mel de novo! –reclamei, saindo do quarto e deixando a porta entreaberta, enquanto ia em direção ao nosso quarto.

— O que eu posso fazer? Você entrou no quarto errado! – ele riu, me seguindo até dentro do closet.

— Eu estava bêbada! Você pode, por favor, parar? –eu disse, querendo parecer brava, mas segurando o riso.

— Tudo bem, tudo bem – concordou, os olhos brilhando de tanto rir.

— Você é impossível! – eu falei, seguindo para o espelho, começando a tirar a maquiagem.

— Já vai dormir? – perguntou, me assistindo remover as poucas camadas de maquiagem do rosto.

— Hm, não sei. Você ainda quer fazer algo? – questionei, descartando o algodão no lixo e levando as mãos às orelhas para tirar os brincos.

— Não, não planejei nada, mas podemos assistir um filme, se você quiser. Em homenagem aos velhos tempos.

— Ou a gente podia fazer algo mais interessante... – sugeri, maliciosa, me virando de frente e caminhando em sua direção até ele estar encurralado na parede.

— O que você tem em mente? – perguntou, com um sorriso de lado.

Sorri de volta, o puxando pela mão em direção ao nosso quarto. A noite só estava começando...


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi uma coisinha linda demais, teve Fani e Leo, teve Pri e Rô! ♥

Posso contar um segredo? Eu nem ia postar hoje, porque, na verdade, esse capítulo é metade do que eu planejei (e ainda não terminei), mas quando eu bati o olho e vi as 5000 palavras, decidi dividi-lo em dois para não ficar cansativo.

Isso quer dizer que vou ter mais tempo para deixar a segunda parte do jeitinho que eu quero! De qualquer forma, a segunda parte NÃO tem data certa, mas eu juro que vou dar o meu melhor.

Por enquanto, amem esse casal lindo (qualquer um dos dois) do mesmo tanto que eu amo! Mil beijos!