A luz do sol entrando pela janela me acorda. Esfrego os meus olhos, ainda embaçados e saio da cama.

Que saco! Ultimamente, nem o solzinho que me alegrava consegue me deixar feliz.

Acho realmente que eu sou uma pessoa estranha. Sou a única pessoa que depois de BEIJAR o garoto que gosta, nem liga.

Não sei. Perdeu a graça, não tem mais o encanto de antes. Mas não quero deixar as meninas depois de tudo.

Hoje é quinta feira. Tem dobradinha de aula de Português e Literatura. Eu que fazia questão de ler os meus textos, vou me esconder bem no fundo da sala.

Abro o armário e coloco um vestido leve e uma sapatilha. Bem, ainda não me acostumei a usar estas coisas de patricinha. Um dia (talvez) eu consiga.

Desço as escadas, pego a mala e saio porta á fora. Não estou com fome, mesmo tento que fazer a tal dieta.

Hm, dieta me lembra corpo. Que me lembra biquíni. Que me lembra sábado-badalado-com-a-turma-do-Solace.

Piper se deu bem. Jason é um babaca e finalmente, outro alguém se interessou por ela. Eu acho justo, pois ela merece.

Chego na escola e cumprimento as meninas. Entro na sala e vou direto pro fundo.

A professora de Português é bem gente boa e ela deu quase a aula inteira para fazermos a poesia. Ela pergunta se quero ler o meu. Eu nego já que o meu está uma bosta e não queria ler, mesmo se estivesse bom.

Octavian se levanta e começa ler o seu. Ele me lança um olhar, que eu logo desvio.

— O meu poema significa muito para mim. — diz ele. — É uma mini história e acho que vocês irão entender:

" Meu coração parece saltar pela boca,
quando eu vejo os olhos dela.
Mesmo eu sendo meio cabeça oca,
queria demonstrar o que sinto por ela.

Seus cabelos flamejantes,
me fazem delirar.
Seu sorriso cativante,
me faz a vida encarar.

E eu queria tanto,
que uma chance ela me desce.
Porque a cada dia,
meu amor por ela só cresce.

Ei, menina linda!
Posso ir ai ficar contigo?
Pelo amor de Zeus, Rachel.
Você aceita namorar comigo?"

Minha boca se abre um O enorme. Todos da sala me olham e começam a aplaudir.

Ele vem em minha direção e o pessoal começa a gritar: "Beija, beija, beija."

Ele me envolve em seus braços e me dá um beijo de amor. É um beijo intenso e eu sinto muita vergonha em estar na frente de todos os meus amigos.

Ele me solta e me encara.

— E aí, eu mereço uma resposta?

— Sim! — respondo á ele em um tom brincalhão.

Ele me abraça e até a professora nos fita com alegria. Entre juras e juras de amor, finalmente algo saiu naquela sala.

— Pessoal, por favor. — diz ela. — Parabéns ao casal. Isso é lindo, entretanto precisamos voltar ao trabalho.

Me sento no meu lugar e ele sorri pra mim. Eu aceitei, o beijei pela 2 ° vez e ainda estou confusa em relação aos meus sentimentos! Meu Deus, eu não posso estar falando sério.

Após a aula, muitos colegas vem me cumprimentar. Eu sorrio para eles e agradeço, assim como o loiro ao meu lado.

— Bem, namorada. — ele diz esta última palavra com ênfase. — Vou te levar para casa hoje.

— Mas por que?

— Ah Rachel. Por favor, né? Somos um casal de poetas, que seguem os velhos exemplos de sempre.

Reviro os olhos e sorrio para ele.

— Claro que sei. Acreditei nisso a minha vida inteira.

Sim, isso é muito virgem. Acreditamos naquelas coisas bobinhas de pegar nas mãos, respeitar um ao outro, coisas bem anos 60. 16 anos nas costas e ainda com o velho pensamento de sexo só depois do casamento. Não consigo mudar isso, fui criada assim.

Ele me da um selinho e caminhamos até a minha casa. Nos despedimos (como namorados) e eu entro.

Começo a refletir tudo o que aconteceu hoje. Fui pedida em namoro pelo garoto que eu gosto há pelo menos uns 7 anos. Odiei o primeiro beijo, mas o segundo foi mágico. Estou confusa porque ele é meio louco e tirano com as pessoas. E ele era assim comigo até eu arrumar o cabelo e tomar um banho de loja. Sou a segunda das minhas amigas á começar a namorar, já que Hazel e Frank ficam só na enrolação. Thalia só quer saber de Luke e meio que esqueceu as amigas. Não quero ser assim, amo minhas bests. O grupo tá perdendo a graça, já que todas nós estamos nos arranjando.

AI MEU DEUS, QUE CAUS!