Reescrevendo o Passado escrita por caroolmarques


Capítulo 24
Péssimos dias também tem finais felizes


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, beijoo!

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- Olá, boa tarde. Você deve ser John Macguire. – ele assentiu – Sou Isabella Swan, a perita chefe. Eu vou cuidar do caso da sua namorada. – cumprimentei brevemente o rapaz – Sinto muito o ocorrido, mas infelizmente preciso fazer algumas perguntas. Tudo bem?

- Tudo. É.. é... – ele bufou – eu só preciso que você descubra quem fez isso com a minha Kate.

- Darei o meu melhor. Eu preciso que você me dê detalhes desde a hora chegou em casa até a hora que a encontrou.

- Eu cheguei em casa por volta das 19h30, eu entrei pela porta da cozinha estava tudo tremendamente quieto e escuro e eu imaginei que ela não estivesse em casa. E eu estava tão ansioso para encontrar a Kate. Fui promovido à gerente no banco onde trabalho e eu finalmente poderia realizar o sonho dela de se casar na igreja. Aproveitei a chance dela não estar em casa e fui direto pra cozinha preparar um jantar especial. Terminei o jantar por volta das 20h05. É, foi isso mesmo. Eu lembro de ouvir o celular da Kate tocando então eu finalmente entrei na sala e peguei o aparelho que estava despertando. Ela sempre colocava o celular dela despertar esse horário, por causa da medicação que ela tomava.

- Medicação para que John? – eu questionei.

- Era algum tipo de contraceptivo. Ela não queria engravidar antes de casar e também tinha alguns cistos nos ovários. E pra não correr o risco de esquecer o remédio ela colocava o celular pra despertar esse horário.

- Certo. Depois que você pegou o celular...

- Huun, ok. Eu peguei o celular da mesinha de centro. E eu realmente estranhei o fato do celular estar lá. Eu liguei pra ela por volta das 15h30, no celular e ela disse que estava no mercado e já ia pra casa, o que me fez pensar que ela já estava em casa já que o aparelho estava bem em minhas mãos. Eu fui em direção ao nosso quarto e ouvi o chuveiro ligado e me tranqüilizei, afinal ela só estava tomando um banho. Eu deitei na nossa cama e liguei a TV pra assistir a reprise de um jogo de futebol e acabei pegando no sono. Acordei as 21h30. Ela ainda estava no banheiro, e eu entrei pra dar uma bronca nela. ‘Pra que tanto tempo no chuveiro, Kate?’. E então eu a vi. Caída no chão do Box, o sangue escorrendo pelo ralo. Ela estava tão pálida e eu corri até ela pra pegá-la e carregá-la para o hospital. Tão fria. Tão pálida. Eu me desesperei. – ele já chorava loucamente e eu estava com o coração apertado. Eu acho que morreria se encontrasse a pessoa que eu amo sem vida – Eu saí correndo e liguei pra polícia, eles demoraram 15 minutos pra chegar. É só isso.

- Sinto muito novamente, Sr. Macguire. Eu vou pedir a um policial que o acompanhe. Infelizmente o senhor terá que contar a história novamente a ele. – Acenei para o escrivão da policia que iria tomar o depoimento do moço. E ele prontamente veio e o levou.

Me dirigi a minha equipe e expliquei os detalhes do depoimento. Entramos na casa e fomos direto ao banheiro do casal. Kate estava de roupão dentro do chuveiro, que havia sido desligado. Tirei fotografias da posição do corpo e de todos os sinais de sangue do local.

- Sarah, eu preciso que o legista libere e retire o corpo para que possamos trabalhar no local.

- Tudo bem, Bella. Eu vou chamá-lo.

Continuei observando o local. Estava muito estranho. O tanto de sangue que tinha no Box, e nenhum sinal de luta ou mais marcas de sangue pelo aposento. Me aproximei da moça e percebi um machucado profundo em sua têmpora direita, o que confirmava minhas suspeitas iniciais. Ou o corpo tinha sido movido do local do crime ou o local do crime havia sido limpo.

Sarah voltou com o auxiliar do legista.

- Srta. Swan. – ele acenou brevemente com a cabeça – Sou Alex Montgomery, ajudante do Dr. Owen. Vim dar as considerações inicias e retirar o corpo e liberar o local para vocês.

- Certo, eu vou ficar por perto.

Alex chegou perto do pulso e fez as checagens padrão. Pulso, ausculta. Como já era óbvia a morte, ele fez breves anotações.

- Ei, Srta. Swan. Aqui, na têmpora direita foi o golpe que provavelmente causou a morte. Esse tipo de lesão geralmente sangra muito e eu não estou vendo tanto sangue assim. – disse ele.

- Mesmo que boa parte tenha ido pelo ralo eu não acredito que haja possibilidade da água ter limpado tudo. Mas obrigada mesmo assim. – eu disse.

- Amanhã pela manhã eu e o Dr. Owen teremos concluído a autópsia. A Srta. Pode passar lá pelas 10h para nós comunicarmos as descobertas feitas. Além de lhe entregar as amostras da garota.

- Certo, às 10h.

- Vou pedir aos meus homens que retirem o corpo e já assino a ordem de liberação para a Srta.

- Vou esperar aqui. – ele se retirou do local atrás dos seus homens – Sarah, Joshua os dois estão comigo nesse caso. Eu preciso que vocês prestem muita atenção a tudo que eu disser. Anotem todas as vírgulas e respirações que eu der. É o primeiro caso que a empresa está trabalhando com a polícia e eu não quero falhas. Assim que liberarem o local você, Joshua, vai a cozinha. Eu preciso de todos os detalhes. Recolha também os aparelhos celulares do casal. Quero a lista de ligações de ambos e preciso saber se houve arrombamento. Cheque todas as janelas e portas. Sarah, você vai trabalhar comigo na cena do crime. Ou melhor, no local onde o corpo foi encontrado. Eu não estou certa se aqui foi mesmo o local da morte. Tudo isso parece muito estranho.

- Certo – eles disseram em uníssono.

Assim que retiraram o corpo da moça nós começamos a trabalhar. Colocamos nossas luvas. Encontramos algumas impressões digitais e desligamos todas as luzes para passarmos o luminol. Como eu esperava a cena do crime foi limpa. Havia manchas de sangue por todo o banheiro, principalmente na quina da pia. Após tirarmos as fotos do local retiramos amostras de sangue. Cheguei perto da pia e percebi uma pequena lasca no porcelanato, mais uma foto.

- Sarah, tire um molde desse pedaço da pia, por favor. – ela retirou – Hey, Bella. Olhe só pra isso. – eu me aproximei – Aqui, perto do ralo tem um pedaço de brilhante, talvez a pessoa que cometeu o assassinato tenha lavado suas mãos e deixado cair a pedra do seu anel. – tirei uma foto e peguei a pequena pedra nas mãos.

- Vê como brilha? Isso é um diamante. Eles geralmente são usados em anéis de compromisso. Terminamos por aqui Sarah. Vá ver se Joshua precisa de ajuda.

Após lacrar a cena eu fui até os dois. Joshua me mostrou que havia mesmo comida no forno, o que provava a versão de que John havia cozinhado. Nenhuma das portas foi arrombada, assim como nenhuma das janelas. O que nos levou a crer que ou o assassino tinha a chave da casa, ou a Kate conhecia a pessoa que a matou. Joshua ligou para o banco onde John trabalhava, ele havia saído do local às 19h, e havia permanecido lá o dia inteiro. Por desencargo de consciência pedi as fitas de gravação ao gerente do banco para provar o álibi, e ele as cedeu de bom gosto. Ao que parece, John era um cara do bem e querido por todos. ‘Não machucaria nem uma mosca’, foram as palavras exatas. Joshua colheu algumas digitais também.

Nos dirigimos ao laboratório da empresa e encaminhamos as provas da perícia para serem analisadas e arquivadas com o caso. Elas ficariam prontas no dia seguinte, o que nos permitia ir pra casa e descansarmos um pouco. O dia havia sido cansativo. Despedi-me da minha equipe e dei uma última checada nos relatórios do dia. Ângela havia deixado post it’s por toda a tela do meu computador.

1 - Edward ligou três vezes. Estará no seu apartamento.

 

2 - Reunião às 8h com John Macguire.

 

3 - As fitas de segurança do banco foram entregues e eu já mandei para análise audiovisual, o relatório estará pronto às 9h.

 

4 - O pessoal do IML ligou confirmando sua ida lá. Estarão te esperando às 10h30.

Após as últimas atribuições ao pessoal do laboratório eu me dirigi ao meu carro. Já haviam se passado três meses que eu estava em Port Angeles e hoje era o primeiro dia de serviço. Muita coisa tinha acontecido nesse período de tempo. Rose e Emm casaram numa linda cerimônia ao ar livre, eu e Edward estávamos noivos e todos apoiaram, inclusive meus pais. Eu estava feliz por voltar ao trabalho. Era o que me realizava e eu estava completa. Não que meu trabalho fosse fácil, coisa que estava longe de ser, mas era bom poder solucionar os problemas para as pessoas que já tinham morrido. Eu me sentia como se devesse isso a eles. Descobrir quem os matou era seu último pedido pra mim, e eu me orgulhava de cumpri-lo bem.

Em meio as minhas divagações não percebi que já estava na garagem do prédio. Logo subi e entrei no meu apartamento, as luzes estavam todas acesas. Edward estava deitado no sofá de bermuda caqui e sem camisa, devia estar exausto. Fez um plantão de 36 horas seguidas, os círculos abaixo de seus olhos eram perceptíveis. Tirei meu scarpin vermelho e o coloquei ao lado do sofá. Olhei o relógio na parede 23h45. Deus! Eu estava exausta também. Fui até o meu banheiro e coloquei a banheira pra encher, tirei toda a roupa e coloquei no cesto de roupa suja. Amanhã Lilly viria e organizaria tudo para mim. Fiquei só de lingerie e fui até a cozinha esquentar a comida que a mesma havia feito.

Srta. Bella e Sr. Edward,

Coloquei os bifes temperados na geladeira, é só grelhar.

A Salada também está lá.

Não temperei nem grelhei ambos para não murcharem.

Bom apetite e até amanhã.

 Estava colado na geladeira. Ela era realmente um achado. Alguns dias depois do casamento da Alice, Esme me indicou essa moça para ‘cuidar’ do meu apartamento por mim. Ela lavava, passava, cozinhava e limpava meu apartamento. Como eu disse, um achado.

Abri o microondas e vi que Edward ainda não tinha comido, mas resolvi não chamá-lo, ele parecia estar tão cansado.

Grelhei os bifes, peguei a travessa com a salada e a temperei. Peguei a jarra de suco de maracujá natural que ela também tinha feito e coloquei na mesa. Só quando eu senti o cheiro dos bifes é que percebi o quão faminta eu estava.

 O dia tinha sido cheio, reunião com fornecedores de materiais. Com os chefes de polícia de Port Angeles, Forks ( é, meu pai estava lá ) e Seattle, os médicos legistas responsáveis por esses devidos lugares. A empresa estava se responsabilizando pelo serviço de pericia desses locais, então precisávamos nos entender com as autoridades responsáveis por cada um desses lugares.

- Bella? É você? – ouvi o Edward perguntar da sala.

- Sou eu sim, Edward. Aqui na cozinha. Vem comer alguma coisa.

Ele chegou à cozinha e escancarou a boca, só então eu percebi o porque. Estava só de lingerie, eu corei.

- Nossa, você quer me matar do coração? Porque você vai conseguir, eu juro. – ele sorriu torto e eu revirei os olhos.

- Eu só estava tão cansada que fiquei com preguiça de colocar qualquer outra coisa.

- Eu te agradeço por isso. – ele se aproximou e me deu um selinho – Como foi seu dia amor?

- Ah, foi tão cansativo. A hora que eu estava vindo embora teve um caso urgente pra resolver. E você amor? Como foi o plantão?

- Estressante. Só tinham três médicos de plantão nas madrugadas. E o hospital resolveu lotar, foi um caos. Um verdadeiro caos. Pelo menos eu tenho 3 dias de folga.

- Que bom. – coloquei os pratos, talheres e copos na mesa e me sentei – Vem, vamos comer um pouco. Depois daqui eu vou tomar um banho de banheira e dormir.

- Ok, eu te faço uma massagem enquanto você estiver no banho e depois nós vamos dormir.

- Obrigada amor.

O jantar foi silencioso, ambos estavam cansados demais para conversar. Terminamos de comer e eu recolhi a louça e a coloquei na pia. Em outro dia eu até lavaria a louça e pouparia a Lilly, menos hoje.

Edward me segurou pela cintura e nós fomos até o meu banheiro. Eu entrei na banheira e ele entrou também, se sentando atrás de mim. Eu me encostei nele e comecei a relaxar na medida em que eu sentia seus dedos pressionarem minha nuca e costas em movimentos circulares e precisos. Eu estava tão cansada que acabei adormecendo lá mesmo. Senti Edward me tirando da banheira, me secando e colocando uma camiseta e calcinha em mim, mas meus olhos não conseguiam ficar abertos. Ele me colocou na cama e se deitou ao meu lado e nos cobriu.

Ele cantou uma canção de ninar, uma que ele compôs pra mim a alguns dias.

- Boa noite, Bella. Eu te amo.

- Huun, noite. Eu também te amo. – senti sua risada na minha nuca e sorri também.

Estava tão consciente do corpo do Edward do meu lado que dormi rápido e tive sonhos tranqüilos. Eu estava no meu porto seguro.

 

 


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Notas finais do capítulo

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Gente, mais um... Esse teve um pequeno pulo no tempo.
Minha internet voltou a funcionar.
Última semana de aulaaaas! =D

Espero que vocês tenham gostado desse. Mandem reviews! Eu tô merecendo. Um monte de capítuloos...

Eu tô em débito com vocês, preciso responder suas reviews... Mas eu num tô tendo tempo de responder. Mas leio todas e quero agradecer a todaas vocês.
Juro que vou tentar respondê-las.

Continuem mandando. =D