POV Bella

Triiiiiiiiim, Triiiiiiiiim

- Mas que droga, ninguém pode pensar em paz não? – murmurava para mim mesma.

Triiiiiiiiim, Triiiiiiiiim

O telefone tocava novamente comecei a me preocupar, ninguém podia ser tão insistente assim, ninguém nunca me ligava, só meus pais, mas... Será que havia acontecido alguma coisa a Charlie? Ou a Renée? Comecei a me desesperar.

- Alô? – respondi trêmula.

- Credo Bella, parece que morreu alguém, que voz é essa? – respondeu a pessoa de voz mais aguda e reconfortante que já ouvi na vida.

- Alice? Que alívio, achei que tinha acontecido algo com Renée, ou até mesmo Charlie, só eles me ligam. – Meu coração se encheu de uma alegria que há muito tempo não sentia. Minha melhor e mais perfeita amiga desde... Hun, acho que desde sempre.

- Claro né? Dããr, quem mais você acha que ia te ligar? – sutil como sempre – Não sou eu que me esqueço dos amigos. Mas seus pais estão bem, eles que me deram seu telefone. – completou ríspida.

- Oh – não saiam mais palavras, eu havia sido muito egoísta durante um bom tempo, e ela estava certa. – Me desculpe, Alice. – murmurei. -

- Você sabe que desculpo Bella, mas só porque te amo. Mas mesmo assim, foram os piores cinco anos da minha vida, tive que ficar longe de você, nem meu primeiro beijo foi tão horrível. Eca, lembra? – ri, só Alice mesmo.

- Eu não, foi uma experiência exclusivamente sua. – ela riu, era tão fácil amar Alice, tão fácil conviver com ela.

- E então Bella? – ela disse.

- E então o que, Alice? – perguntei confusa.

- E então, quando vai sair desse casulo que se enfiou desde que, er..., bem, desde o acontecido. Você já é bem grandinha Bella, deveria encarar seus problemas de frente. Até quando vai fugir isso? Você tem sido um pouco egoísta, sabe? Se escondeu de tudo e de todos, daqueles que te amam. – desembuchou.

- Bem, eu acho que isso não é da sua conta. – falei rápido e sem pensar. Droga, não podia tratá-la assim – Desculpe pela grosseria, Alice. Mas esse assunto ainda me incomoda.

- Ok, Bella. Não falo mais nada. Mas não liguei pra isso, estarei passando uns dias em NY, será que poderia ficar na sua casa. No máximo uma semana, prometo. – ela perguntou alegremente, é óbvio que ela já sabia da resposta.

- Claro, ficarei muito feliz de ter sua companhia, fico muito sozinha aqui – respondi.

- Ótimo Bella, chegarei amanhã às 8h30. Você me busca no aeroporto?

- Claro. Amanhã é meu dia de folga, estarei lá.

E desliguei.

Já haviam se passado alguns anos, pra ser mais exata, hoje se completava cinco anos. Pois é, eu realmente havia contado os dias do meu sofrimento, dias em que, a cada segundo eu despedaçava mais e mais.

Eu, Isabella Marie Swan, tinha 18 anos na época, e fui enganada por quem mais amava, e que dizia que era recíproco, e por isso, me afastei daquele lugar, daquelas pessoas e de tudo aquilo que me lembrava ele.

Foi muito injusto da minha parte me afastar deles, mas eu precisava desse tempo, só para mim. Eu repetia isso incessantemente, como se quisesse me convencer dos meus motivos para o ‘isolamento’, a última conversa que tive com Alice há 10 minutos me incomodou um pouco.

Resolvi tomar um banho de banheira, para pensar um pouco. Enquanto a banheira enchia eu pegava minha camisola, já passavam das nove da noite.

Entrei no banho e comecei a pensar. Eu realmente era uma mulher independente, trabalhava como perita criminal chefe em um dos mais conceituados escritórios terceirizados da área. Eu havia recebido uma proposta tentadora, a empresa abriria uma filial em uma cidade menor e ele havia me chamado para gerenciar essa filial, que de acordo com ele abrangeria o serviço em mais três cidades. Meu salário, que já era bem gordo, iria triplicar, sem pensar duas vezes aceitei, nem mesmo sabia de que cidades ele estava falando, mas essa era a oportunidade que eu esperava.

Segunda - feira acertaria tudo com ele, e toda minha vida mudaria drasticamente, eu podia sentir.

Após o banho, resolvi me deitar, minha baixinha preferida chegaria e eu não teria um dia sossegado. Peguei no sono rápido, e tive um pesadelo, voltei para aquela noite.