Saí da casa de Edward e fui para minha casa, demorei meia hora, a casa dele não

era tão longe da minha, mas minha picape não me ajudou muito e eu aproveitei para passar no correio e pegar o ‘presente’ que minha mãe e Phil mandaram de Phoenix.

Cheguei em casa e, MERDA!, esqueci minhas chaves na casa de Edward, lá se vai

mais meia hora.

Alice estava viajando com seus pais, então só Edward estava em casa, eles

confiavam no filho, e eu também.Entrei como sempre sem bater, afinal eu era de casa, chamei meu namorado no andar de baixo, ele não respondeu... estranho.

Vi uma blusa no chão e congelei, não podia ser! Era feminina.

Subi as escadas sem fazer barulho, e comecei a ouvir uma voz feminina.

- Oh, Edward, isso. – Não podia ser verdade.

- Isso mesmo, assim – Era Edward.

Abri a porta devagar, eles nem me notaram, fiquei olhando aquela cena medonha. Meu Edward e Tânya. Senti meu rosto queimar de raiva, e lágrimas teimavam em cair dos meus olhos. E então, achei o que eu queria, no criado-mudo ao lado da cama dele, minha chave. Não sei da onde tirei a coragem, mas fui caminhando lenta e elegantemente até lá, tirei minha aliança coloquei em cima do criado-mudo, peguei as chaves.

A essa altura Edward olhava pra mim com uma cara de espanto, como se não acreditasse no que visse, ou como se não acreditasse que eu não estava fazendo barraco algum.

Tânya gargalhava descontroladamente, aquela vadia. Virei de costas para os dois e quando estava descendo as escadas sinto uma mão no meu ombro.

- Bella, por favor... Escute. – ESCUTAR?

Um minuto em silêncio.

- Bella, você está me ouvindo?

- Sim, estou. – disse friamente, nem eu esperava agir desse jeito. – Tire as mãos de mim Edward, você está me dando nojo.

Ele me virou para encará-lo. Tinha um olhar de ódio.

- Edward, não complique as coisas. Não diga que você pode explicar, porque eu sei que não pode, não diga que me ama, porque eu sei que é mentira. Hoje cedo você conseguiu o que queria, não é? – ele me encarava sem reação, eu podia sentir a minha mão formigando de vontade, do que? Não sei, achei que fosse de bater nele, mas eu não iria bater nele. – Não se preocupe, não vou mais atrapalhar seu sexo.

Me virei e continuei descendo as escadas, degrau por degrau, para poder segurar minhas lágrimas. Ouvi, então, ele dizendo:

- Eu não fiz por mal, eu juro, aconteceu! - HÁ.

- Claro Edward, essas coisas acontecem. – falei cínica – Adeus, espero que até nunca mais.

Todo o caminho de volta eu fui chorando e pensando em como ele podia ter feito isso comigo, nosso relacionamento era tão bom, nós éramos felizes, não éramos? Está certo que ele era dois anos mais velho que eu, mas nós namorávamos a 1 ano, começamos a namorar nas férias do verão passado. Abri a porta de casa, ainda chorando, e encontrei em cima da mesa uma carta de Dartmouth.

Abri e nem acreditei, fui aceita e meu pedido de bolsa também. Partiria amanhã, liguei para Alice aos prantos.

- A...Alice? – perguntei.

- Sim Bella, cheguei em casa mais cedo, Edward disse que vocês brigaram feio e pelo jeito terminaram, mas não me disse o porque. – claro que não disse.

- Pois é Alice, terminamos, o porque? Bom, ele estava claramente se divertindo com Tânia a hora que cheguei aí. - ela ficou um segundo em silêncio e...

- EDWARD SEU OTÁRIO, COMO VOCÊ PÔDE FAZER ISSO COM A BELLA? – e eu pude ouvir ‘Cala a boca Alice, faço o que quiser!’, ele não estava nem um pouco arrependido?

- Alice, calma, liguei pra pedir que venha aqui em casa. Tenho um assunto sério pra tratar com você.

- Me dê 10 minutos e estarei aí Bella.

10 minutos depois.

- Oh Bella, eu sinto tanto – disse a minha baixinha preferida, como sentiria falta dela, de Rose, Emmett e Jasper.

- Tudo bem Alice, ouça. Amanhã estarei partindo pra Dartmouth, e preciso que me ajude a arrumar as malas, pensei em ir até Port Angeles pra fazer umas compras, já que tenho um dinheiro guardado e... – nem precisei terminar e ela já me puxava pelas mãos. Ela era doida por compras, e eu adquiri esse vício.

Cheguei em casa e estava com tudo pronto, Alice tinha me prometido vender minha picape e a casa e me mandar o dinheiro, nunca mais voltaria pra cá. Eu tinha  chorado a maior parte do dia, na realidade chorei até experimentando roupas. Estava totalmente inchada. A campainha tocou quem seria a essa hora? Devia ser a Alice, devia ter esquecido alguma coisa. É, só podia ser, eu não tinha contato com meus vizinhos e já que eu agora morava sozinha eles não viriam aqui, pois é, Charlie havia se mudado para Port Angeles com Renée, e me deixou a casa de Forks, para eu poder concluir meus estudos por aqui mesmo.

- Alice, entre! O que quer que você tenha esquecido eu não sei onde está - falei com a voz meio embargada, eu estava chorando, oras.

- Bella, você não vai embora! Eu não permito. E porque você está chorando? – e lá estava aquele canalha possessivo e mandão. Porque eu estava chorando? Boa! – Nem que eu tenha que te amarrar Isabella Marie Swan.

Droga, paciência esgotada.

- SAIA DAQUI! COMO OUSA APARECER AQUI E TOMAR DECISÕES POR MIM, EU TE ODEIO EDWARD. O-D-E-I-O. – e dei um tapa nele. Eu sei, foi uma péssima idéia, mas pelo menos o formigamento passou.

E então sem nenhuma piedade ele disse:

- Por isso que te traí! Você é toda cheia de maniazinhas irritantes, decisões espontâneas, eu que te odeio. Você deveria lutar por mim, ouviu? Você sabe que eu não fiz por mal, mas eu sou homem eu tenho vontades. – e começou a me chacoalhar.

- COMO VOCÊ OUSA? – eu comecei a chorar descontroladamente, ele ouviu o que ele acabou de dizer – VOCÊ ESTÁ ME CULPANDO POR TER ME TRAÍDO? EU ME ENTREGUEI À VOCÊ EDWARD, DE CORPO E ALMA. VOCÊ USOU E ABUSOU DOS DOIS E ESTÁ JOGANDO FORA COMO SE FOSSE ALGUMA COISA QUALQUER. EU TE ESPEREI EDWARD.

POV Edward

E eu estava tendo aquele maldito pesadelo de novo, aquele que me acompanhava a um bom tempo.

- Alice, entre! O que quer que você tenha esquecido eu não sei onde está – ela disse com uma voz esquisita, devia estar chorando, droga o que eu fiz?

- Bella, você não vai embora! Eu não permito. E porque você está chorando? – O que? Eu disse isso mesmo? – Nem que eu tenha que te amarrar Isabella Marie Swan. – agora que já falei merda, deixa eu terminar.

PLAFT. Aaaau!

- SAIA DAQUI! COMO OUSA APARECER AQUI E TOMAR DECISÕES POR MIM, EU TE ODEIO EDWARD. O-D-E-I-O. – ela me deu um tapa ardido. Eu sei, eu merecia, mas fiquei com ódio por isso e falei:

- Por isso que te traí! Você é toda cheia de maniazinhas irritantes, decisões espontâneas, eu que te odeio. Você deveria lutar por mim, ouviu? Você sabe que eu não fiz por mal, mas eu sou homem eu tenho vontades. – e comecei a chacoalhá-la. Que merda eu estava fazendo, ela é a mulher da minha vida. Eu não podia estar dizendo isso, eu errei,transei com uma mulher sem valor nenhum pra mim e estou perdendo por causa da minha teimosia e orgulho.

- COMO VOCÊ OUSA? – ela começou a chorar descontroladamente – VOCÊ ESTÁ ME CULPANDO POR TER ME TRAÍDO? EU ME ENTREGUEI A VOCÊ EDWARD, DE CORPO E ALMA. VOCÊ USOU E ABUSOU DOS DOIS E ESTÁ JOGANDO FORA COMO SE FOSSE ALGUMA COISA QUALQUER. EU TE ESPEREI EDWARD! – ela estava certa, eu estava jogando ela fora, e ela era a melhor coisa que eu tinha nesse mundo.

E então eu acordei, chorando. Eu nunca havia me perdoado por isso, e nem ela.

Eu estava com ela há um ano, mesmo durante meu ano letivo na universidade de Medicina ela me esperou, quando cheguei a Forks nas férias era como se meu mundo tivesse voltado a ter cor, ela era a minha Bella, e tinha me esperado. Como eu a amava. E percebi que ela também. Lembro perfeitamente do dia em que a traí, ela tinha se entregado a mim e depois de uns 10 minutos que sair, Tânia chegou, se esfregando em mim e me seduzindo, eu era um fraco, que achava que deveria saciar meus desejos a qualquer custo. Foi tudo muito rápido, ela chegou do nada, pegou uma chave no meu criado-mudo e me tratou com tamanha frieza que eu não esperava, fiquei com muita raiva por isso.

- Dr. Edward Cullen, por favor, compareça a recepção do hospital! – disse o viva-voz me tirando dos meus devaneios. - - Dr. Edward Cullen, por favor, compareça a recepção do hospital! - Já vou, merda!

POV Bella

AAAAAAAAAAAH.

Acordei suada, merda de pesadelo que me acompanha há cinco anos, é como se eu ficasse assistindo a mesma porcaria de filme seguidamente.

Olhei no despertador. 7h50!

Estava um pouco atrasada já que Alice estaria no aeroporto as 8h30, levantei num pulo, coloquei uma roupa mais casual e mais leve, porém chique, meus gostos por moda não haviam passado. Acho que por viver sozinha, a única coisa na que me apeguei de verdade foi me manter sempre bonita, e eu estava bem melhor do que aquela adolescente de Forks. Meus cabelos que eram curtos, na altura do queixo, agora estavam lisos até um pouco abaixo do ombro e terminavam em lindas e naturais ondas, sua cor ainda era de um castanho intenso. Meu rosto, que antes vivia pálido, sempre carregava um pouco de maquiagem, hoje eu estava mais clean, afinal era de manhã. Meu corpo, bom, meus seios haviam crescido e não estavam nem grandes e nem pequenos, mas na medida certa, minhas coxas eram um pouco mais grossas do que antes, o resto estava igual à antes, não tinha um corpo de modelo, mas era bem bonita a minha maneira.

Mais meus olhos, ah, esses não tinham e nunca voltariam a ter o brilho de antes, o brilho da época de..., bem, por que estou pensando nele mesmo? Ah, já sei, porque daqui a alguns minutos iria ver a irmã dele. Aquilo me trazia a tona todas as minhas noites mal dormidas de cinco anos pra cá, eu ainda sofria muito por ele, eu o amava muito. Ele foi meu primeiro amor, meu primeiro namorado, o menino com quem eu perdi minha virgindade (e que carregava ela até hoje, já que eu nunca me relacionei com mais ninguém), ele foi e sempre vai ser meu tudo. Mas eu não consigo perdoá-lo, nem esquecer. Eu tinha uma aparência perfeita por fora, roupa sempre bonita, maquiagem e sapatos, unhas bem feitas, mas eu era oca, vazia, e durante esse tempo que me isolei eu fiquei assim, vivia sozinha, me sentia sozinha, ou seja, era a solidão em pessoa. Alice era a primeira que viria a meu apartamento.

Parei com esses pensamentos depressivos, já estava com lágrimas nos olhos, era sempre assim, eu pensava em Edward e parecia que um punhal me rasgava de fora a fora no peito. Saí de casa no meu carro já eram 8h20, ótimo, estou atrasada.

15 minutos depois.

Cheguei ao aeroporto e, por sorte, o vôo estava atrasado 10 minutos. Fiquei esperando por algum tempo e então ouvi o aviso de desembarque. Cheguei onde Alice provavelmente estaria e me deparei com uma baixinha olhando o relógio impaciente, só podia ser ela. Alice estava diferente, seus cabelos que eram bem maiores que o meu há uns tempos atrás estavam bem curtos e com as pontas espetadas em um corte moderno, típico dela, ela era a própria modernidade, ela estava muito bonita, com uma roupa incrível, ela realmente tinha o dom de usar uma roupa simples e parecer que estava na passarela.

- Alice? – perguntei ao chegar mais perto. Ela me olhou e seus olhinhos brilharam, lágrimas começaram escorrer em ambas as faces. E então... Ela se jogou no meu pescoço naquele estilo saltitante e tão Alice de ser. – Oh, que saudades minha baixinha, quanto tempo. – nos abraçamos por um longo tempo.

- Bella? – ela disse se separando de mim - Você está terrivelmente sexy e bonita. Como está diferente! Mas vejo que ainda é uma viciada em moda que nem eu – eu ri, ela também.

- Vamos? – eu disse pegando uma de suas três malas – Três malas, Alice? Pra uma semana, que exagero.

- Sou uma mulher prevenida meu bem. – rimos.

Com a ajuda de um moço bem simpático eu pude acomodar as bagagens de Alice no porta-malas do meu carro. Logo que entramos, ela ligou o rádio numa música bem calma pra podermos conversar. Depois de cinco anos sem notícias do pessoal eu puxei assunto.

- Como estão todos Alice? – ela me olhou espantada, acho que ela pensou que eu queria saber sobre Edward. Eu queria, mas não daria meu braço a torcer. – o Ursão, a Rose, e Jazz – ela corou depois do último. – Ah, não! Você e o Jazz? Que fofo, Alice. – ela sorriu timidamente e começou a falar.

POV Alice

- Como estão todos Alice? – ela me perguntou, eu a olhei espantada. Ela com certeza queria saber do meu irmão do meio. – o Ursão, a Rose, e Jazz – eu corei. – Ah, não! Você e o Jazz? Que fofo, Alice. – eu sorri timidamente e comecei a falar sobre TODOS.

- Bom, Emmett e Rose estão morando juntos, minha cunhada é realmente corajosa, eu não agüentava mais o Emmett. – ela riu e eu continuei. – Er... Eu e Jazz estamos juntos há três anos e estamos noivos. – agora viria à melhor parte, quero só ver e sorri triunfante. – E Edward, bem ele está aqui em NY – ela engasgou com o ar e eu gargalhei - continuando, ele está fazendo residência num hospital por aqui. Ele me perguntou de você, sabe? – Ela corou, BINGO. Mesmo ficando tanto tempo longe eu conhecia Bella, ela ainda amava o cabeção do Ed.

- Sério? Er... Quer dizer, eu não queria saber sobre ele Alice. – Seus olhos encheram de lágrimas e nessa hora eu descobri o que estava diferente em Bella.

– Já sei o que está diferente em você – ela me olhou confusa eu continuei. – seus olhos, eles não brilham mais. E seu sorriso é vazio, e forçado. – ela abaixou a cabeça e começou a chorar, ela o amava muito, e era nítido em seu rosto que ela ainda sofria por ele. Ficamos em silêncio e eu fiquei pensando em como poderia ajudá-la, afinal ele era minha amiga, e quem havia deixado ela assim era meu irmão. Eu sabia que ele também sofria, porque aqueles olhos verdes que conquistavam muitas garotas, também não tinham o mesmo brilho de quando estava com Bella. Tentaria ajudá-los, não pelo meu irmão, ele foi um cachorro mesmo, mas por Bella, ela era nova, e merecia reconstruir seu coração. Sorri – nossa, eu era mesmo um gênio.

POV Bella

Merda, mil vezes merda! Eu tinha me esquecido como essa baixinha pode ser insuportável quando ela vira vidente.

Eu estava chorando, e pronto, ela já sabia que eu ainda o amava e o pior, ainda sofria por ele. Ela ficou por um instante em silencio, deveria estar pensando em como ajudar, mas eu não queria ser ajudada, já tinha me acostumado a conviver com essa dor insistente, era difícil ficar um dia sem pensar no meu Edward. E sempre após ficar pensando e relembrando dele, vinha a enxurrada de lágrimas, eu vivia com um nó no peito, e uma angústia incessante.

- Vamos tomar um café? – perguntei enxugando minhas lágrimas e tentando desviar o rumo dos meus pensamentos – ainda não comi nada. – ela assentiu com a cabeça.

Seguimos até o café conversando sobre amenidades, matando as saudades e rindo muito, mas ela ainda me olhava com aquela cara de pena. O celular dela começou a tocar.

- Alô? – alguém deve ter falado alguma coisa na outra linha. – Sim, já cheguei e estou bem, não se preocupe eu ficarei na casa de Bella – O QUE? Eu ouvi uma voz masculina berrando. Credo, pesavam que eu era tão má companhia assim? Mas eu nem saia de casa. – Tudo bem, Edward! A gente se vê na quinta-feira. Agora tenho que desligar. Te amo, beijos. – Eu também te amo Edward, e meu coração doeu.

Ela deve ter percebido alguma coisa, pois o sorriso que ela tinha no rosto simplesmente murchou quando ela me olhou. Chegamos no café, fizemos nossos pedidos e então veio Jacob, o gerente simpático.

- Olá Bella, e... hun...

- Alice, prazer! – ela disse estendendo a mão e dando um sorriso.

- E Alice. – ele riu.

Jacob era meu único amigo por aqui, era tão fácil gostar dele. Ele era casado com uma moça simpática, a que ficava no balcão, se chamava Leah, hoje ela deveria estar de mau-humor, por que sua cara estava péssima. Eles compraram esse café, e desde que eu comecei a freqüentar converso muito com Jacob, sobre tudo, menos ele.

Ele anotou nossos pedidos e então saiu... Falei com Alice que amanhã tinha marcado horário no salão de cabelereiro pra nós duas ela ficou extasiada. Eu ia começar essa nova semana com o pé direito, e como meu plantão amanhã começava às 14h, eu tinha tempo de sobra pra cuidar do meu visual externo, pelo menos esse.

Chegamos em casa, ela se instalou no quarto de hóspedes e eu a deixei descansar, a noite saímos pra comer qualquer coisa, logo que chegamos, fomos dormir.

Não sei o porquê, mas após cinco anos de torturas. Tive uma noite com um sonho bom, não me lembro o que era, mas Edward estava nele, e estava me beijando.