– Ela pode matar minha mãe...

As palavras ditas por Brittany meia hora antes ainda martelavam nas cabeças de Santana e Rachel, agora sentadas em um sofá na cada de Brittany, já que a sra. Pierce continuava na casa da irmã sendo cuidada pela mesma.

As duas encaravam Brittany como se esperando uma explicação no minimo plausivel pelo que ela havia falado a pouco, e se fosse verdade um meio de ajuda-la. Estavam assustadas e ao mesmo tempo confusas com as palavras de Brittany.

– Você... Poderia nos explicar tudo isso Brittany? - Santana pediu finalmente e a loira inspirou o ar profundamente oferecendo duas chicaras de chá pra Rachel e Santana e pegando a sua.

– Eu tinha 15 anos. Era muito nova e eu estava confusa sobre o rumo que minha vida vinha tomando, eu estava mais interessada em olhar pra garotas do que ficar com o meu namorado na época, Henry. - Brittany olhava pra parede, parecia distante. - Era mais um dia comum na escola, St Mary For Girls and Boys, eu estava mais uma vez com minhas amigas. Até que surgiu o assunto...

Brittany havia acabado de sair de sua última aula do dia, Ingles, com o professor mais chato do universo e encontrou quatro amigas de seu grupo conversando na frente da escola, depois de dar uma desculpa esfarrapada pra Henry - que sempre colava quando fazia cara de anjo - se aproximou delas.

A lider do grupo, Anne sorriu maliciosamente para Brittany.

– Olha quem resolve dar o ar da sua graça! - Anne sorriu maliciosamente - Aproveitando que está aqui, queremos te apresentar uma pessoa.

– Que pessoa? - perguntou curiosa e sorrindo.

– Dani. É uma amiga minha, ela é de mais. Dúvido que vá se interessar em você, mas fazer o que né. Não se ofenda B, mas ela é mais... Requintada - Anne gargalhou maldosamente e Brittany se retesou - Sei que gosta de garotas, mas não crie expectativas - sussurrou pra que as outras não ouvissem.

– Tudo bem - Brittany já estava rubra como um tomate.

– Dani! - Juliana, o mais próximo de amiga que Brittany tinha correu para uma mulher baixa e loira, que mais parecia esculpida pelos Deuses de tão linda.

– Julie - a loira parecia intima delas - Estava sentindo saudades! - e por mais que o gesto tivesse sido discreto ela viu Dani pondo a mão muito mais abaixo que deveria da cintura de Juliana.

– Dani, essa aqui é Brittany - Vanessa, outra garota a apresentou - Brittany, essa é a Dani.

– Prazer Dani - Brittany se aproximou para um abraço e Dani sorriu abertamente enquanto repetia o gesto que tinha tido com Juliana em Brittany, que sentiu sua respiração falhar.

– O prazer é todo meu - falou com os olhos todos para Brittany, causando uma cara de nojo em Anne. - Nos vemos hoje na minha festa? - perguntou arqueando a sobrancelha

– Festa...? - Brittany parecia confusa.

– Sim, Anne não convidou ela? - Dani se virou para a garota de longas madeixas enroladas e loiras que apenas negou - Convide-a, tenho surpresas pra você Brittany.

– Que surpresas? - Brittany sorriu largamente

– Segredo, docinho.

Few Hours Later

Brittany checou mais uma vez seu vestido azul royal que ia até um pouco mais da metade da coxa e com a saia não muito colada, mas não em um estilo infantil. Tinha que admitir estava bonita. Desceu as escadas e encontrou os pais sentados no sofá.

– Vai sair abelhinha? - o pai perguntou quando viu ela descer as escadas.

– Ahn... Sim, uma festa. - respondeu nervosa.

– Onde querida? - dessa vez foi a mãe quem perguntou.

– Na cada da Juliana - mentiu - Os pais dela vão estar lá. E vai ser muito legal. - mentiu.

– Tome cuidado, então - o pai foi até ela e a pegou pela mão fazendo dar uma voltinha - Está linda meu doce - eles sorriram.

– Obrigada papai. - Brittany sorriu docemente.

– Agora dê algum dinheiro a ela! - a mãe foi até o marido e o abraçou pelos ombros. - Está linda Little B - sorriu.

– Obrigado mamãe... E não precisam se preocupar. Tenho dinheiro para o táxi! - insistiu, mas o pai deu o dinheiro de qualquer jeito.

Enquanto ela chamava o elevador da cobertura que eles mantinham no West Upper Side se perguntou se não podia simplesmente voltar, assim nunca teria mentido para os pais. Mas desistiu quando lembrou dos olhos cativantes de Dani e de como Anne iria se aproveitar da situação - coisa que se arrependeria anos depois.

Quando chegou ao lugar mal podia acreditar, uma casa de strippers, estava confusa mas mesmo assim entrou no lugar, logo vendo várias garotas se despindo para homens que já pegavam em partes de seus corpos.

Encontrou parte das garotas de seu colégio lá e foi até elas, encontrando uma Dani muito preocupada com alguns papéis.

– Hm... Oi? - Brittany franziu o cenho e uma garota veio se pendurar nela, fazendo Dani finalmente voltar sua atenção pra ela (as outras garotas já se entretiam com as strippers ou com bebidas)

– Ela não Caroline - o olhar de Dani era mandão - Desculpe por isso - pediu quando a tal Caroline já estava longe delas. - Ser a dona as vezes dá trabalho...

– Você é dona disso aqui? - perguntou sem esconder o espanto.

– Tudo isso - afirmou com o ar superior - Quer? - ela ofereceu um saquinho branco pra Brittany.

– O que é isso? - perguntou sorrindo inocentemente.

– Cocaina - falou e Brittany a olhou assustada - Relaxa, estamos entre amigos! - Dani gargalhou e Brittany ainda parecia em dúvida - Ou você não quer ser minha amiga?

Horas depois, Brittany já estava chapada, usava apenas uma calcinha de renda, havia esperimentado cocaina e mais algumas drogas, e ingerido muito alcool. Era o começo do declínio dos Pierce. Tudo com a filhinha rebelde.

– Meu Deus! - Santana levou a mão na boca depois de Brittany terminar de falar sobre como havia conhecido Dani - Deve ter sido tão dificil... E...

– Ainda sim foi minha escolha - Brittany colocou a cabeça entre as mãos - Eu escolhi aquilo. E foi por isso que meu pai morreu, ele era um homem influente. Mas Dani conhecia pessoas. Era ainda mais.

– Ela matou seu pai? - dessa vez foi Rachel quem se manifestou.

– Eu ainda me lembro da noite como se fosse hoje...

O senhor Pierce já estava cansado, Brittany já tinha 17 anos e estava cada vez pior. Chegava em casa as cinco horas da manhã, cheirando a alcool e drogada. Isso quando chegava em casa, estava "se divertindo" como dizia ela sendo prostituta.

E o pior, culpava os pais por aquilo.

Estava ele ali, pronto pra dar um fim naquilo, chegou na boate de Danielle Archibald, a herdeira mais rica de Nova York que gastava seu dinheiro em negócios proibidos e na boate.

– Danielle - eles estavam em uma sala particular e ela lhe encarava com desafio no olhar.

– Sr. Pierce - ela fez uma breve saudação - Imagino que por ser tolamente fiel não veio procurar uma das minhas garotas. Mas sua filha está ali... Tão chapada que toparia fazer sexo até com você.

Nesse ponto Brittany ouvia tudo de trás da porta.

– Você é tão baixa, não merece o sobrenome que tem. Seus pais foram pessoas tão boas...

– Sorte que não estão mais aqui... Minha sorte - ela sorriu com desdem. - Agora me diga pra que veio aqui, tenho que cuidar dos meus negócios. E Brittany deve estar me esperando pra nós termos uma noite incrivelmente maravilhosa... Sabe, não gosto da ideia dela com outros homens ou mulheres. Mas ela é muito saidinha!

– Você me enoja Danielle. Mas o que eu quero é simples. Quero minha filha fora disso aqui, sei que você está comandando um sistema forte de trafico de drogas. Se você não deixar minha filha ir, denuncio.

Brittany soube que ela tinha sido pega de surpresa pelo simples fato de não ter dado uma resposta na hora, como sempre fazia.

– Eu não estou obrigando ninguém a ficar aqui. - sibilou depois de algum tempo.

– Danielle... Não me desafie. - ele grunhiu - Fui o melhor amigo de seus pais, tal como minha esposa. Sou seu padrinho. Não faça isso.

Dessa até Brittany não sabia.

– Desculpe, padrinho, mas isso não vai ser assim tão facil.

Uma gaveta foi aberta. Um disparo foi ouvido. No seguinte depois o pai de Brittany estava morto.

Rachel e Santana absorviam cada palavra com o maior cuidado do mundo, e qualquer palavra que dissessem podia não ser adequada. Portanto esperaram Brittany se manifestar.

– Eu não tive a chance de dizer adeus pra ele - lágrimas marcavam os olhos da loira - Eu estava chapada de mais pra isso... Quando cremaram ele eu estava provavelmente em uma cama, fazendo sexo selvagem com alguém por dinheiro e chapada.

– Brittany... - Santana se aproximou da namorada - Isso deve ter sido dificil.

– E quando foi que você mudou? - Rachel perguntou.

– Quando minha mãe ficou doente. Eu parei de beber e me drogar, com a ajuda de Finn. Ele acima de tudo era meu amigo, as vezes comprava um dia todo comigo somente pra me ouvir desabafar e me levar em psicologos. Além de me internar. - ela suspirou - Nós faziamos sexo Rachel, mas isso parou no momento em que ele soube que ia ter você na vida dele - garantio Brittany.

– Porque você não sai disso? - perguntou Santana.

– Dani matou meu pai! - gritou Brittany se levantando do sofá - Ela tem essa paixão obsessiva comigo, desde que eu tinha 15 anos e ela já estava nos 23. Ela é influente, e o que eu ouvi aquele dia era verdade, ela é uma das maiores traficantes daqui.

– E... todo o seu dinheiro? - Rachel fez a pergunta que as duas queriam fazer.

– No dia seguinte todas as contas bancarias estavam vazias, vendemos o apartamento no West Upper Side e nos mudamos pra esse, Finn ajudou com o tratamento da minha mãe contra o cancer - explicou. - Quando se entra nessa vida não há como sair - ela se sentou novamente no sofá.

– Não, não há. Mas quando se tem amigos e uma namorada tão dedicada tudo é possivel.

Brittany e Santana pareciam surpresas e felizes pela declaração de Rachel. E acreditavam nisso.