Marco's Pov

Eu estava feliz, muito feliz, eu acabara de ganhar um novo escravo. Minha aposta com o Ace especificamente não é para saber se o garoto tem sentimentos ou não, é para ver se o sardento consegue fazer o menor se apaixonar por ele, leva-lo para a cama, e logo em seguida terminar da maneira mais cruel possível, mas eu duvidaria que Ace fizesse uma coisa dessas para uma pessoa que não merecia nada. Ace sempre fora muito mole para fazer tal atrocidade.

Eu estava certo de que o menino chamado Luffy tinha sentimentos, eu podia ver isso em seus grandes olhos negros, mas eles não demonstravam nenhum tipo de emoção calorosa ou intensa, mas sim um olhar triste, como se estivesse omitindo algo bem prejudicial a ele, provavelmente tentando não compartilhar a sua dor, guardando-a para si mesmo.

- Muito bem alunos, estão dispensados, mas não se esqueçam de fazer a lição de casa! - Lembrou o professor de olhos amarelados, que constantemente eram comparados com olhos de uma ave de rapina, usando-os para encarar a turma atentamente com uma expressão séria e ao mesmo tempo fria e autoritária.

Levantei-me vagarosamente demonstrando um pouco do meu cansaço. Eu estava desde a hora do intervalo sentado na carteira da escola, era natural que eu ficasse de preguiça de me movimentar. Já em pé, olhei para o meu material, ainda espalhado sobre a mesa de madeira clara, e o organizei a fim de coloca-lo dentro da minha mochila azul marinho, sem estampa.

Todos os alunos foram saindo aos poucos e de maneira gradativa, pois diversos estudantes já haviam guardado o seu devido material antes que Mihawk anunciasse a saída, fazendo com que muitos saíssem logo, praticamente correndo para casa.

Foram tantos alunos embora de uma vez só que acabou sobrando somente eu e mais outro garoto de cabelos castanhos claros e dono de um penteado estilo Elvis Presley, que era um tanto cafona, além de um cavanhaque negro e pontudo que eu tinha que admitir que ficava muito bem nele. Visualizando-o por alguns segundos, notei que ele provavelmente tinha a mesma idade que eu, mas eu não o conhecia, deveria ser o novo aluno transferido que tanto haviam comentado na semana passada.

Encarei-o por mais alguns instantes, até que ele levantou o rosto em minha direção, percebendo que eu o observava e me lançou um sorriso bobo, e levemente engraçado, fazendo franzir a sua cicatriz de meia lua, que antes eu não havia percebido, que se localizava ao lado de seu olho esquerdo, que vinha de sua sobrancelha até a base de seu olho escuro

"Quem é esse cara?".

Ace's Pov

14:57

"Merda, estou atrasado!" Exclamei para mim mesmo enquanto eu corria em procura de alguma rua com nome de "Grand Line" , que depois de 30 minutos correndo feito um louco para lá e para cá, não a encontrei de jeito nenhum.

Eu me recusava de pedir informações, pois a área onde eu estava passando não era de muita confiança. Todos ali tinham cara de marginais psicopatas malignos estupradores, então resolvi não me meter com eles a fim de evitar confusão.

Passei por mais alguns quarteirões, analisando em cada um o nome da rua, para ver se eu a encontrava, mas eu não a via. Voltei a colocar a minha mão esquerda do meu bolso e peguei o pequeno pedaço de papel que me foi entregue pelo garoto de cabelos negros, e o abri, conferindo se eu havia lido corretamente.

"Rua Grand Line - Cidade Baixa - Water sete

Ponto de referência: Em frente ao posto Ipiranga (desculpa, n resisti em colokar o posto Ipiranga! kkk )

Telefone Celular: (99)9692-6485"

"Aff, onde fica essa droga de posto Ipiranga?" Indaguei bufando um pouco e revirando os meus olhos em sinal de aflição, enquanto eu voltava a guardar o pedaço de papel branco no bolso da minha calça Jeans escura.

Uma forte brisa soprou com força em minha direção, trazendo um cheiro nauseante para o meu nariz, interrompendo completamente o meu raciocínio "Que raios de cheiro horrível é esse?" Olhei em volta a procura da fonte do mal cheiro, e quase imediatamente eu a encontrei.

A cerca de 30 metros a minha esquerda, havia um pequeno grupo de pessoas estavam conversando em um barzinho de esquina velho e meio decadente, porém, pelo o que eu pude observar, era bem badalado. Mas não pude deixar de notar que todos que estavam no local, seguravam um pequeno tubo branco entre os dedos, que constantemente soltava fumaça acinzentada. 

"Cigarro" Foi a primeira coisa que eu pensei, mas logo foi descartado, devido ao odor diferenciado que a fumaça exalava para o ambiente. Era algo diferente e talvez mais mortal "Maconha" logo reconheci enquanto eu voltava a observar os dependentes da droga com mais atenção.

O que mais se destacava entre os viciados era um homem de meia-idade, bem vestido (O que era realmente estranho), moreno, alto e com uma tatuagem tribal vermelha sobre o seu olho esquerdo, dando uma aparência intimidadora, porém ela era completamente quebrada quando ele ria feito um bobo incontrolável "Ele já deve estar sofrendo os efeitos da droga" Deduzi, olhando friamente e somente observando o seu comportamento esquisito. Eu estava a poucos metros de um bando de pessoas idiotas que se entregaram as drogas, e isso com certeza traria consequências graves para o futuro daquelas pessoas.

Eu não dei muita importância aos dependentes e procurei meu celular no bolso e disquei o número do Luffy.

-Alô? – Respondeu a pessoa na outra linha.

-Luffy, é o Ace. Como vai?

-Bem, Ace. E você?

-Também. Eu não consigo achar sua casa.

-Onde você está?

-Estou perto de um grupo de drogados.

-D-DROGADOS??? Sai daí, Ace! Agora! Vai reto, em uns dois ou três quarteirões você vai ver o posto Ipiranga. – Luffy disse quase que desesperado e desligou o telefone logo em seguida.

Franzi o cenho e devolvi o celular ao meu bolso. Dei uma última olhada nos homens e continuei andando. Desci os três quarteirões que Luffy mencionara e vi o posto Ipiranga. Logo em frente dele, havia uma casa bem destruída. Talvez tivesse sido bonita, quando nova. Nela não havia janelas, só buracos tapados por tábuas de madeira.

A tinta, um dia amarela, agora estava desbotada e rachada. “Essa é a casa do Luffy?” Pensei, enquanto me aproximava da porta. Bati levemente nela e esperei um pouco.

Logo a porta foi aberta, com bastante dificuldade pelo garoto, já que ela estava quebrada. Ele estava vestido com uma camiseta preta de mangas compridas, escondendo os seus braços finos, jeans justos e um All Star preto de cano médio e com os cadarços desamarrados. Em volta de seu pescoço, um "headfone" branco com detalhes vermelhos, ainda tocando um rock bem alto, já que eu conseguia ouvir.

Curioso, o menor me analisou sem muita expressão com os seus grandes olhos negros opacos. 

Ele deu um passo para o lado, abrindo espaço para que eu passasse. E assim o fiz. Ao entrar na sala, percebi que não havia um único móvel lá, lâmpadas ou qualquer outra coisa, era como se tudo tivesse sido arrancado à força do local, pois havia indícios de que existiam alguns móveis ali. Ele me guiou até um corredor e no final dele, havia uma porta cheia de trancas para fora e pelo lado de dentro do quarto. Quando ele abriu a porta, seu quarto era diferente do resto da casa.

Tinha uma cama, um pouco bagunçada, uma escrivaninha com um computador antigo em cima, uma estante de livros ao lado da cama, vários posters de bandas de rock e pop estavam espalhados pela parede, demonstrando o seu gosto musical, que era um pouco parecido com o meu. No canto do quarto, podia-se ver ainda um pequeno objeto negro, que quase imediatamente o identifiquei como capa de um violão "Será que ele toca violão?" não deixei de pensar.  Quando eu já estou completamente no lado de dentro,Luffy fechou a porta e trancou todas as trancas o mais rápido possível, como se sua vida dependesse disso.

Caminhou até sua cama e se sentou, desligou sua música e olhou para mim, aparentemente envergonhado.

-Vamos começar, Ace?