Tarde Demais! escrita por MisaChan


Capítulo 23
Capítulo 23 - Festa Surpresa




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Mas que merda é essa?

Foi à única coisa que passou pela minha cabeça. Metade das pessoas que estavam ali, eu não conhecia, sabia que eram meus parentes, mas nem tinha contado comigo. E só por que são dezesseis anos eles vieram?

Tentei bordar um sorriso no rosto, para não desagradar nem magoar as pessoas que eu amo.

Eu sei que o sorriso saiu meio falso, e caído de lado. Mas eu juro, foi o melhor que eu pude fazer.

– Parabéns!

– Nossa como ela está bonita.

– A Erzinha cresceu.

E esses foram, os poucos comentários que eu consegui escutar, em meio dos milhares.

Todos estavam sentados nas cadeiras, e eu me sentei no lugar vago. Aquelas pessoas me encaravam como se eu tivesse que fazer um discurso, estilo formatura. Mas eu não faria, não mesmo.

– Minha filha, diga algo? – Aquela voz era do meu pai.

Eu o olhei com certa discrição, mas ele entendeu muito bem, eu estava com fúria. Meu olhar era estilo, 43.

Você vai me pagar por isso velho...”

– Ah, o que dizer... – Que tal, saíam daqui, eu odeio aniversário? – Eu estou muito... Feliz. – Menti. – Obrigada à todos. – Me calei, eu não aguentava mais ter que dizer aquelas mentiras.

Todos bateram palmas, parecia que eu tinha discursado para um prêmio Nobel. Oh gente exagerada!

Não era natal, mas, a piadinha do pavê logo apareceu.

– Erzinha, esse pavê é... Pra vê ou pra comer? – E a idosa caiu na gargalhada.

Minha vontade era de falar... É pra você enfiar no seu... Mas enfim, eu sou uma menina educada, e respeito os mais velhos, então, apenas soltei uma bufe de riso.

– Mas me conta ruivinha, você já menstruou? – Perguntou minha tia-avó.

Todos da mesa me olharam, eu corei automaticamente, e sorrir tentando disfarçar.

– O que? – Falei sem graça, em meio de risinhos.

– Já menstruou, já desceu sangue da sua perseguida? – Ela persistiu.

Senti que o Jellal estava se controlando para não rolar no chão de tanto rir da minha cara.

– Acho que a senhora, quer uma bolacha. – Peguei uma cookie, de chocolate.

– Não... Eu quero saber se você já...

– Toma. – Enfio o biscoito na boca dela, e a idosa sossega.

Volto a olhar todos da mesa. Minha vontade era de virar um avestruz e enfiar a minha cabeça no primeiro buraco que eu achasse.

– Erza. – Escuto a voz do meu tio Frank.

’Essa não... O catarata ambulante!’’ (Pensamento involuntário)

Para a minha sorte, ele estava do outro lado da mesa. E aquela catarata de saliva não cairia em mim. Pelo menos isso.

– E os namoradinhos? – Perguntou, e só faltava a galera perto dele pedir um guarda-chuva.

– Ah sim, ta aqui o. – Apontei para o Jellal. – E ele disse que esta louco para conversar com você. – Sorri.

Esse era o meu troco por ele ter rido na minha cara.

Ele sorriu sem graça, e tentou de todas as maneiras, adiar essa conversa.

Enquanto ele evitava meu tio, pude notar que Lucy estava se dando muito bem com a minha tatara, ela era meio maluquinha, acho que elas se entendem assim.

Voltei a dar uma olhada geral na minha festa. Aquilo mais parecia uma festa no asilo, do que de uma adolescente de dezesseis anos. Só tinha idosos, e adultos.

E se não bastasse. Alguém, meu pai, teve a brilhante ideia de botar os vídeos com fotos de quando eu era bebe na Tv.

Definitivamente eu queria sumir. Agora alguém me entende por que eu odeio aniversário? É tipo um pesadelo, pelo menos o meu.

– E então filha, está se divertindo? – Ele pergunta, enquanto olhamos os parentes dançar, Macarena. Mas, parecia que eles estavam tendo uma convulsão ou recebendo uma descarga elétrica. Ou até santo mesmo, por que aquela dança... Só com graves problemas para dança-la.

– Pai, isso aqui tá igual a um apocalipse. – Respondo com sarcasmo.

– E isso é algum tipo de festa maneira? – Ele pergunta.

Meu pai nunca entende meu sarcasmo...

– É pai... Exatamente. – Dei uns tapinhas do ombro dele, e me afastei, indo sentar no sofá onde Jellal estava.

– Que festa animada. – Ele zoa.

– Cala a boca. – Encosto a cabeça no ombro dele.

– Erza... Eu comprei um presente pra você... Aqui. – Ele me entrega uma caixinha azul.

– Jellal. – Olho encantada.

Assim que tiro é um cordão de um controle de vídeo game apenas pela metade. Olho para o pescoço dele, e lá estava a outra parte.

– Viu, só se completa se nós estivermos juntos. – Ele pôs o colar no meu pescoço.

– É lindo... Eu te amo Jellal. – O beijo singelamente.

– Eu também Erza! Te amo muito. – Ele inicia outro beijo.

Agora sim eu estava me divertindo. Estava travando uma batalha de língua com o Jellal, onde o campo era as nossas bocas. Até que... Escuto um gritinho do Jellal.

– Ai.

– Para de tarar a minha neta! – Era a minha vó por parte de mãe. Ela havia chegado agora. – Solta! Solta! – Continuou batendo nele com a bolsa.

Mesmo o Jellal estando já do outro lado do sofá.

– Vó! – Me levanto e dou um abraço forte nela.

– Como você cresceu. Esta parecendo com sua mãe. – Ela acariciou meu rosto.

– Estava com saudades vó... – A abracei de novo.

Ela era a minha única parente por parte de mãe viva... A única que não morreu pelo câncer, como todos os outros... Como minha mãe.

– Vamos partir o bolo. – Meu pai gritou.

Todos se aproximaram, e começou aquelas musiquinhas. E finalmente, eu apaguei as velinhas e o meu desejo foi... Que a minha mãe estava sempre iluminada no reino dos céus.

– Eu te amo mãe. – Sussurrei bem baixinho até apagar as velas.

Escutei todas as palmas, e... Pensando bem... Até que a festa estava ficando legal.

– Para quem vai o primeiro pedaço? – Pergunta alguém.

– Vai para o meu pai. Ele é o meu tudo. – Minhas palavras sinceras surpreenderam a todos e meu pai soltou uma lágrima.

– O Erza, minha florzinha! Você ainda não respondeu! – Era a idosa inconveniente - que perguntou sobre menstruação, em pleno aniversário, e na mesa com visitas. - gritando.

Oh céus... Cadê o porco chumbo nessas horas?

É, pelo visto, vou lembrar por um bom tempo desse aniversário.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Feliz ano novo