Tarde Demais! escrita por MisaChan


Capítulo 15
Capítulo 15 - Admitindo sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo queridos! *-*
Esperam que gostem! Beijos,



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/409335/chapter/15

– Você beijou ele, ele te ajudou com as sacolas... Amor isso! - Lucy falou alto e começou a rir.

– Fala baixo. - Dei um leve tapinha no ombro dela. - Não é nada disso.

Eu estava contando para Lucy, tudo o que aconteceu na sorveteria do Bob e na minha ia até o mercadinho. Nós estávamos no banheiro feminino da escola. Faltava dez minutos para sermos obrigadas a entrar na sala.

– Não é nada de amor! Ele apenas me ajudou, e eu só beijei ele por causa que aquela menina estava cheia de marra. - Fiz biquinho após me defender. - Se eu gostasse dele admitiria tá!

– No dia que você admitir que ama aquele garoto, cairá meteoros dos céus no formato de bacons. - Ela me zoou.

– Por que tudo você envolve bacon? - Perguntei.

Já tava de saco cheio dessas doideiras.

– Porque eu amo bacon! - Ela sorriu. - E quando você ama algo ou alguém, você só consegue pensar nisso. - Ela falou sério.

Aquela frase me fez refletir sobre o que eu estava passando. E me lembrei também do lance da Lucy...

– E o seu fofo? - Perguntei.

– Ah, ele está bem. - A voz dela mudou.

De uma voz abestada para entristecida.

– O quê houve Lucy? - Comecei a me preocupar.

– Ele... Ele vai se mudar. - Ela falou triste.

Bem eles já não se veem muito por causa da distância. Mas distância afetaria se eles se falam mais por jogo? Não entendi muito aquela tristeza.

– E porque você está triste? - Perguntei.

– Por que ele vai morar em outro bairro, e ele não me disse qual... Será que ele arranjou alguém? - Ele fez um olhar de peixinho perdido.

Aquele olhar tocou estranhamente meus sentimentos profundos de fofura encubada.

– Não Lucy! Se ele te ama, não importa para onde ele for, ele sempre pensará em você! - Falei com a voz meio de criança.

Ela sorriu.

– Que voz tosca! - Brotou um sorriso em seus lábios.

Caímos na gargalhada. Realmente, eu fui ridícula agora.

O sinal tocou.

Fomos até a sala. Todos já estavam lá. Inclusive o Jellal.

– Oi Erza! - Ele piscou para mim.

Sorri e fiz uma cara de: WTF?

Mas no fundo... Ok! Eu gostei da piscadinha.

Assistimos a aula normalmente. Duas horas seguidas de matemática. Minha cabeça estava fritando com as matrizes.

– Aqui está errado. - Lucy apontou para meu caderno.

Olhei para ela e logo em seguida para o exercício. Analisei ele de novo e realmente ele estava errado.

– Valeu. - Agradeci a ela.

A Lucy era uma espécie de nerd disfarçada pela sua personalidade embaralhada e sonhadora. E ela por isso que eu gostava dela. Ela era pura, era de verdade.

O sinal tocou. Todos estavam preparados para ir ao recreio, até que o diretor entrou com as nossas cadernetas.

– Olá alunos do primeiro ano. Vim aqui pessoalmente, para informar que não haverá mais aulas no dia de hoje. Estamos com um problema na encanação e ficaremos sem aula até de concertem. Avisem aos seus pais e qualquer dúvida é no vim no colégio. As aulas devem voltar na quarta. - O baixinho e gordinho alegre que era o nosso diretor, arrancou o sorriso de todos os alunos.

Todos pegaram seus pertences e saíram da sala de aula alegres.

– Legal! Mas tempo para jogar. - Lucy riu ajeitando sua mochila.

– Verdade. - Coloquei a minha mochila no ombro.

– Erza! - Jellal me chamou da porta.

Ele estava com um grupinho, eu e Lucy nos aproximamos.

– O que foi? - Perguntei.

– Bora ir pro boliche? - Ele sorriu olhando para mim. - Você também. - Ele sorriu para Lucy.

– Quando? - Perguntei.

"Até parece que meu pai vai deixar, mas... Perguntar não arranca pedaço."

– Hoje, agora. Geral está indo para lá. - Ele sorriu.

– Não posso. To sem dinheiro aqui. - Respondi.

– Eu tenho dinheiro aqui! - Lucy levantou a mão.

– Então. Mas não tem problema, eu pago o seu Erza. - Jellal passou a mão no meu braço.

Me vi sem escolhas. Eu queria ir, mas se meu pai descobrisse...

– Ok! Bora então. - Falei.

E dei um sorriso.

"Eu vou me ferrar..."

Todos nós, umas seis pessoas, fomos no carro de uma aluno do terceiro ano, amigo do Jellal.

Estava meio apertado, mas nada insuportável. Ainda bem que não foi na hora da saída e nem depois da aula de educação física. Ficar num carro apertado com pessoas cheirando a ''futum'', seria demais para as minha narinas frágeis.

Chegamos ao boliche rapidinho.

E assim que desci do carro me deparei com uma pessoa que eu não queria ver, junto com outras 5 pessoas.

Mel, a insuportável.

"Eu mereço.''

Ela me olhou com desprezo.

"Como se eu me importa-se, coitada!"

Fui em direção ao entrada, aonde ela estava, infelizmente. Lucy estava do meu lado, e ela sabia de toda a história, mas não sabia quem era.

– Esse que é a vaca. - Cutuquei Lucy.

Ela olhou para mim, e depois olhou para ela. Reparando-a.

– Ora, ora. - Mel falou assim que passei do lado dela. - Quem é que chamou essa coisa? Pensei que o boliche seria bem frequentado. - Ela deu uma risadinha.

A indireta era tão forte, que ela olhou para mim quando terminou a frase.

Não tive nem vontade de responder aquela ridícula. Mas Lucy me surpreendeu respondendo-a na lata, do nada.

– Pois é né queria, e ninguém aqui invocou os capetas, e olha você ai! Se toca. - Lucy respondeu ela.

Fiquei boquiaberta, surpresa com a reação dela.

A Mel olhou para ela com desdenho.

– E quem é você? - Ela perguntou.

– Sou amiga da Erza. - Ela deu as costas. - Vamos amiga! - Lucy foi me puxando para o outro lado, deixando Mel com cara de tacho.

Quando nós já estávamos em uma boa distância, comentei o ocorrido.

– Isso foi demais Lucy! - Falei, elogiando-a.

– Obrigada! E ela mereceu. - Ela riu.

– Vamos gente. - O loiro do terceiro ano chamou todos para entrar no boliche.

Jellal pagou o meu e o dele. Depois me deu o tênis de lá. Lucy já estava com os dela no pé.

Sentamos nos bancos em frente a pista. E o jogo começou. Os meninos apostaram algo entre si. Já as meninas só estavam jogando por diversão.

– Eu não faço a mínima ideia de como se joga isso! - Falei baixo com Lucy.

Mas Jellal estava perto o suficiente para ouvir.

– Eu te ensino. - Ele propos.

Olhei para Lucy, ela estava sorrindo, depois devolvi meu olhar par Jellal.

– Ok. Obrigada. - Respondi sem graça.

Ele se posicionou atrás de mim. Nossos braços estavam juntos, ele estava guiando meu movimentos, como se fossemos um só.

Meu coração estava batendo rápido, o que sempre acontecia quando eu estava perto demais do Jellal.

– Você tem que segurar na bola junto ao corpo, na altura do peito. Coloque os quadris e os ombros paralelos em relação aos pinos. Procure ficar bem relaxada pois os movimentos devem ser os mais naturais possíveis. - Ele me explicava, e me guiava.

Jogamos a bola juntos.

– Strike! - Ele falou surpreso e sorrindo.

Todos os pinos derrubaram. Eu fiquei surpresa e feliz ao mesmo tempo. Me virei e abracei Jellal.

Seus braços seguraram fortemente minha cintura, como se não quisesse mais me soltar.

– Não sei o que está acontecendo comigo. - Ele sussurrou no meu ouvido. - Toda vez que eu estou perto de você, é como se não faltasse mais nada.

Meu coração bateu mais forte ainda. Senti meu estômago estremecer.

– Jellal... - Sussurrei no ouvido dele.

– Tudo bem, se você não sente o mesmo. Mas eu queria dizer, eu queria dizer que... - Ele travou.

– O quê? O que Jellal? - Perguntei, querendo desesperadamente ouvir a resposta.

– Eu estou apaixonado por você Erza.

Nossos olhares de encontraram. Eu não estava acreditando no que estava ouvindo.

Levei minhas mãos no rosto dele acariciando-o.

Eu prometi algo impossível pro meu coração, e agora é inútil negar que eu não estou apaixonada por ele. Eu não posso mais fingir que não.

– Jellal eu... Eu sinto o mesmo. - Falei envergonhada e engasgada.

Seus olhos se arregalaram, uma confusão de surpresa alegria. Como se não houvesse mais ninguém ali, criamos uma dimensão só nossa, onde só havia eu e ele.

Juntamos nossos rostos, e sorrimos. Era a minha primeira declaração, eu não sabia direito o que fazer.

Jellal passou a mão na minha bochecha. E levou meu rosto delicadamente até ele. Acabando com a distância dos nossos lábios. Nossos lábios se encontraram delicadamente, como se nunca estivessem se sentido antes. Eles colaram e descolaram, até acharem a melhor maneira de se encacharem.

Diferente de todos. Aquele estava sendo definitivamente o meu melhor beijo.

– Po Jellal! Era quem ganhasse. - O garoto do terceiro ano falou.

Paramos o beijo e voltamos para a realidade. Todos estavam nos olhando, principalmente Lucy, que só sorria.

– Do que ele está falando Jellal? - Perguntei sem entender.

– Nós fizemos uma aposta. Quem ganhasse no boliche, ficava a mina mais gata daqui. - O garotou completou.

– Aposta? - Falei decepcionada.

Uma confusão de pensamentos surgiram para mim.

"Ele me usou em uma aposta? Ele mentiu para mim?"

– Pensei que fosse real. - Olhei para ele, meus olhos demonstram a minha tristeza e minha fala, a decepção.

– Erza, eu não estava participando disso. Erza! - Ele segurou meu braço.

Eu estava me sentindo frágil e quebrada.

– O que eu disse foi verdadeiro! Eu juro Erza! - Ele continuou.

– Eu preciso de um tempo. Me solta. - Me soltei dele.

– Jeff, fala a verdade. Eu estou apaixonado por essa garota cara. Fala! - A voz do Jellal se alterou.

Todos olharam para ele, e ele estava apontando para mim.

Eu voltei a olhar Jellal nos olhos, ele parecia tão verdadeiro falando. E o nosso beijo, ele teve sim sentimentos, não parecia mentira.

– Era só uma brincadeira cara, foi mal gente. - O menino voltou atrás.

Saí de lá, e puxei a Lucy para o banheiro. Deixando o Jellal lá sozinho... Eu precisava pensar, e tomar um rumo. Não podia mais ficar nessa situação de, gosto ou não gosto? Fico ou não fico?

Tenho que me decidir, e tem que ser agora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!