Everything escrita por Érica


Capítulo 15
Me solta, Guilherme!


Notas iniciais do capítulo

*-* Oieeeee... Bem, hoje é um capítulo muito especial, muito encantador, bem do jeitinho que eu gosto. Acho que assim como eu, teve muita gente (Hahahaha! Espero!) ansioso por esse momento e como tudo que é muito esperado, também é muito gostoso, vamos nos deliciar com nosso casal!
Ps: Quando eu disse que valeria a pena, é porque valeria, e se a modéstia me permite dizer, o primeiro beijo foi mais que um só primeiro beijo! Hahahahaha! Bem, é isso! Beijos calientes para vocês!



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– Dá para se acalmar? Eu já to tonta de ver você andar de um lado para o outro.

– Nossa, ‘Mila’, ela tá preocupada – Interviu Júlia que também estava apreensiva. Camila se sentiu mal pelo que disse.

– Desculpa, Alice. Você me conhece, eu não reajo bem a momentos estressantes. Droga, cadê o Danilo que não liga? Pra que serve namorado nessas horas, hein?

Camila seguiu para a cozinha, irritada e preocupada. Guilherme sempre foi um imbecil, mas nem ela imaginou que ele seria tão burro a ponto de reagir a um assalto. Ele pode ter escapado dessa, mas ela ia matá-lo por fazer isso com ela.

– Não liga, ela tem esse jeito durão, mas é uma manteiga derretida – Confortou Júlia sentando no sofá. Alice fez o mesmo e recebeu um abraço da amiga.

– Ele foi lá em casa hoje, e a gente brigou – Confessou a loira, culpada.

– Me conta uma novidade.

– A gente sempre briga e eu odeio isso. Sério, eu não suporto mais isso.

– Então para de ser cabeça dura e de inventar mil desculpas pra você. Assume logo e manda o resto se fu... Você me entendeu.

– E a Amanda? – Perguntou Alice desviando o olhar da mais velha. Era fácil falar, dizer que ela tinha que agir, mas como ficava a outra na história?

– O que é que tem ela? – Perguntou Ju confusa. Mas antes que pudesse responder, a porta do apartamento foi aberta e na entrada surgiram três rapazes: Raul, Danilo e por ultimo Gui com o rosto machucado, um curativo relativamente grande acima do olho esquerdo. Não parecia tão grave, mas Alice não pensou assim quando correu para abraça-lo.

– Idiota! – Sussurrou entre lágrimas o apertando forte sem se importar com os demais presentes no local – Idiota, idiota, idiota!

Júlia, menos eufórica, mas também imensamente aliviada foi até Raul e o abraçou. O rapaz sorriu, entre envergonhado e feliz. Ela se preocupava com ele afinal.

– Nunca mais faça isso, tá me ouvindo? – Repreendeu ela, carinhosa.

– Camila... Amor, cadê você? – Chamou Danilo andando pela sala. A ruiva voltou da cozinha, a fúria chispando dos olhos verdes – Amor?

– Melhor você me manter longe dele ou eu nem sei do que sou capaz! – Esbravejou deixando novamente a sala.

– Acho melhor você ficar com ela, a Camila não tá legal – Aconselhou Júlia. Danilo revirou os olhos se perguntando onde é que tinha se mentido enquanto ia atrás da namorada.

– Você já pode me soltar agora – Disse Gui com a voz fria assustando Alice.

– Desculpa... Eu não te machuquei, machuquei?

– Não... – Ele se desvencilhou dela. Raul e Júlia não entenderam nada, mas ficaram calados.

– Como foi que aconteceu, hein?

– Foi bobagem, Ju. Um cara apareceu, anunciou assalto fingindo que tava com uma arma... Eu tava bêbado, ainda to acho, mas não cego. Notei na hora que não era de verdade e bem, aconteceu o que aconteceu – Explicou Guilherme como se fosse tudo muito natural. Em pé, Alice ouvia o relato abismada com a estupidez que ele tinha cometido e mais ainda por ele achar que não tinha sido nada demais.

– Você podia ter morrido!

– Precisa mais do que dois socos para me matar, Alice.

– Ah, claro! Porque você nem é humano, né? Dá próxima vez que quiser ser herói, faz o favor de não preocupar seus amigos!

– Eu não te pedi pra ficar preocupada! – Falou irritado – Aliás, nem sei o que você ainda tá fazendo aqui. Já não passou da hora de criança dormir?

– Debochou com um sorriso irônico. Alice sentiu lágrimas queimarem nos olhos, mas não se abateu.

– Vai com calma, Gui – Pediu Júlia em defesa da amiga.

– Ela é nossa amiga, cara – Acrescentou Raul.

– Amiga... Olha, eu já tive minha cota de paciência esgotada hoje. Não to afim de ficar acalmando ninguém. Eu vou pro meu quarto e, por favor, não me venham com esse discurso de compreensão. O cara já tá preso, minha cabeça tá rachando e já chega de tudo isso.

Ele deixou a sala em direção ao quarto. Alice ficou parada, estática, pela frieza dele. Guilherme nunca, nunca desde que se conhecem a tinha tratado daquela forma tão dura, nem quando ela deu o vexame na social do amigo. Agora sem motivo nenhum aparente, ele era um completo estúpido com ela.

– Alice, não fica assim... Ele tá nervoso também.

– Nervoso ou não, ele não pode falar assim comigo!

– Dá um tempo pra ele – Aconselhou Raul, mas foi inútil.

Decidida, a garota seguiu até o quarto dele. Sem bater na porta, ela entrou de vez encontrando Guilherme já sem camisa e sapatos deitado na cama com o braço direito sobre os olhos. Ela bateu forte a porta ao fechá-la chamando a atenção do rapaz.

– Mas o quê...

– Escuta aqui, seu idiota prepotente do caralho: Você pode ser um imbecil comigo na maioria do tempo, pode me humilhar, me destratar e me chamar de criança, mas não tem nenhum direito de desdenhar dos meus sentimentos, tá me ouvindo? Você pode ser um babaca, mas eu me preocupo com você... Faz ideia do que eu senti quando o Raul ligou dizendo que vocês foram assaltados? Faz ideia das coisas que me passaram pela cabeça? – Alice não queria perder o controle, mas foi inevitável e as lágrimas que tentou a todo custo segurar, acabaram caindo por seu rosto – Não, você não faz. Você é um idiota! – Xingou dando-lhe as costas.

“Droga, Alice!” Repreendeu-se mentalmente passando o encosto das mãos no rosto molhado. Como ela podia ser tão indefesa perante ele?

– Se eu sou tão idiota, o que é que você ainda tá fazendo aqui?

A pergunta foi mais um golpe para a garota. Ela queria dizer algo à altura, dizer que não fazia diferença para ela se ele estava vivo ou morto, jogado por aí sem rumo, mas qualquer coisa que ela dissesse soaria patético, e o pior, apaixonado. E Alice não queria de maneira nenhuma que ele soubesse que ela estava apaixonada por ele e usasse isso para agredi-la ainda mais.

– Eu não sei.

Ela sentiu duas mãos em seu ombro que gentilmente a viraram para que ficasse de frente para ele.

– Você chora por qualquer coisa – Repreendeu Gui, carinhoso, tocando com as pontas dos dedos o rosto vermelho da garota.

– Mais um defeito meu para a sua lista?

– Eu tenho uma lista? – Perguntou com um sorriso de canto de boca.

– Suponho que sim. Afinal, você não perde a oportunidade de apontar algo de errado em mim. A minha pouca idade, meu coração mole, minha baixa estatura, sei lá... – Ela sorriu desgostosa – Você deve me odiar, só isso explica essa aversão que sente por mim.

– Minha pequena tola... – Murmurou ele encostado a sua testa na dela.

– Tola... Mais algum insulto antes de eu ir embora?

– Que tal ‘Alice, você é cega igual uma porta’? – Ele passou os braços entorno dela, puxando para mais perto. Para a garota de repente, a temperatura do quarto ficou maior e o espaço pequeno demais. E isso não tinha nada a ver com seu corpo tocando o de Guilherme que vestia menos roupa que ela.

– Tola, cega... Dá para me soltar? – Ela tentou empurrá-lo, mas Guilherme a manteve presa a ele. Alice começou a ficar assustada, sua respiração descompassada, seu colo subindo e descendo rapidamente. Gui a olhou como nunca tinha feito... Nas íris escuras surgiu um brilho estranho, novo e desconhecido por ela que ela julgou já ter visto antes, mas muito rapidamente para ter certeza.

– Não.

– Me solta, Guilherme! – Pediu sem muita ênfase. Suas pernas começaram a fraquejar e uma sensação dolorosamente gostosa tomou conta do seu corpo arrepiado.

– Eu preciso tirar uma dúvida... – Falou ele antes de descer a boca até a dela. Guilherme não a beijou imediatamente, seus lábios pairaram bem próximos aos de Alice numa espécie de luta entre se entregar ou recuar. Ela fechou os olhos tão forte que temeu não conseguir mais abri-los. Alice ouviu o riso dele antes de ter a boca esmagada pela de Gui num beijo voraz.

– X –

– Quem vai ganhar esse round?

– Para de ser palhaço, Raul!

– O quê? Já que eles não desistem, pelo menos, podemos nos divertir, não?

– Não fala assim, você sabe, é complicado para eles... – Júlia suspirou pesadamente. Alice e Guilherme não eram os únicos com problemas no relacionamento.

– Que ar de desânimo é esse, hein?

– Não sei do que você tá falando... – Desconversou Ju enrolando uma mexa do cabelo loiro no dedo sem olhar para ele.

– Será? – Questionou pertinente. Júlia o olhou fatalmente, irritada pela intromissão.

– O que quer saber? Certo, certo, eu e o meu namorado acabamos, tá legal? Desculpa se não to soltando fogos por isso nem dançando rumba para seu divertimento. Podemos mudar de assunto?

– Errr... Acabaram? – Raul insistiu e ela afirmou que sim com um leve balançar de cabeça. Ele tentou com muito esforço esconder a satisfação que a noticia lhe trouxe, mas um sorriso zombeteiro aflorou nos seus lábios.

– Hahaha! Bom saber que você tá feliz com isso! – Ela deu um tapa no braço dele de brincadeira e fez cara de brava, mas não conseguiu sentir raiva da ‘insensibilidade’ do rapaz.

– O que eu posso fazer? Ele não era o cara certo pra você.

– Segundo você, nenhum é. Acho que vou acabar encalhada, ficar pra titia. Mas vou ser daquelas velhas bem chatas, que vai te aporrinhar, te encher o saco, fazer da sua vida um inferno. Aí você vai se lamentar por ter torcido tanto contra meus relacionamentos! Quero só ver quando você tiver com alguma garota e eu aparecer para estragar o seu prazer!

– Seria capaz?

– Espera só para você ver! – Ameaçou ela dando uma gargalhada. Por alguns instantes, Raul ficou hipnotizado pelo som emitido pela jovem – Mas enfim... Tá na hora de virar a página. Só sei que por um bom tempo eu não quero me envolver com ninguém.

– Não quer? – Raul baixou a cabeça para esconder a decepção.

– Não! É muito difícil encontrar um cara que entenda e aceite a minha profissão. Não quero que cada cena que eu for gravar se torne uma DR sobre minha interpretação ser real ou não. Por enquanto, eu to bem sozinha.

Raul abriu a boca para falar algo, mas desistiu. Júlia estranhou, mas decidiu não dar atenção.

– Então, por que não me conta toda a história do assalto do inicio?

– Você sabe que eu sou modesto, mas tenho que dizer que eu fui o grande herói da noite!

Esquecendo as questões afetivas, Raul começou a narrar a grande aventura da noite, por assim dizer, enquanto Júlia ouvia a tudo e ria das caras e bocas que o amigo fazia.

– X –

Guilherme apertou mais Alice nos braços enquanto usava a língua para abrir a boca dela, a deslizando por seus lábios. Ainda um pouco chocada, Alice cedeu a pressão da boca dele entreabrindo a sua, tímida, sentindo o corpo tomado por novas sensações excitantes quando a sua própria língua se encontrou com a de Gui.

Ela nunca tinha sido beijada daquela forma, nem em sonho e... Era esplêndido. Não havia descrição para o que acontecia, nenhuma explicação para a força que a puxava para ele que mesmo que Alice quisesse, não poderia escapar. Talvez por ter esperado tanto por isso, como ela esperou, é que o efeito do beijar Guilherme a tenha tirado de orbita. Era o seu momento, o instante que era dela e não de uma personagem de ficção.

Era tão bom, tão delirantemente bom saber que ele a desejava, pois se aquilo não era desejo, Alice não sabia dizer o que era, só pedia que não acabasse nunca e que se estivesse sonhado, que não acordasse. O desejo corria quente por ela, a ânsia de tocar Gui, sentir os seus ombros, a pele... Foi preciso ela se segurar nele para ter apoio, caso contrário, acabaria caindo no chão. Suas pernas não passavam de gelatina e como se soubesse disso, sem interromper o gesto, Guilherme usou as mãos para eleva-la e fez com que a garota passasse as pernas ao redor da sua cintura. Alice agradecia o fato de estar de vestido e não uma das saias apertadas nada confortáveis que costumava usar, ou não conseguiria ficar na posição que ele a colocou. Andando cegamente com ela enroscada ao seu corpo, Gui a apoiou numa das paredes do quarto. Alice sentiu a superfície fria nas costas, mas nem isso foi o suficiente para afastá-la dele. Ambos sabiam que estavam fora de controle, controle esse que ficou fora de alcance dos dois no momento em que uniram seus lábios.

Seus seios pressionados pelo peito dele, sua boca tomada pela dele, os cabelos caindo pelas costas... Era uma completa loucura o que faziam, mas os dois não pensavam em nada, só agiam e reagiam a necessidade de terem um ao outro numa proximidade nunca antes experimentada. Alice gemeu contra a boca de Gui quando ele a imprensou com mais força na parede a fazendo sentir sua excitação por sob a calça jeans.

– Gui – Murmurou perdida nas próprias emoções.

– Cama? – Perguntou sem fôlego, interrompendo o beijo.

– Cama – Respondeu tão ofegante quanto ele, completamente entregue.

Os olhares dos dois se encontraram por alguns segundos, numa pergunta silenciosa, sem que nada fosse dito, mas o que era refletido no brilho dos olhos de cada um era o suficiente. Era preciso, essencial, vital que eles ficassem juntos.

– Hey, vocês não se mataram aí dentro não, né?

A voz bem humorada de Raul do lado de fora do quarto foi como um balde de água fria nos ânimos de Alice que ao recuperar um pouco a sanidade e compreender ate que ponto tinha ido, teve o rosto tomado por uma vermelhidão que nada tinha a ver com a paixão de poucos minutos atrás. O clima havia sido quebrado, e ela estava morta de vergonha pela maneira devassa com a qual ser comportou.


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Notas finais do capítulo

*-* Hahahaha! Adogo escrever capítulos como esse, e quem me conhece sabe que tudo parece ruim no inicio, mas dá uma virada depois, e que virada essa hein? De briga mortal a imprensada na parede foi um piscar de olhos! Sou eu ou a temperatura subiu aqui? Hahahaha! Amo esse casal e essa negação, paixão, emoção que esses dois me proporcionam. Aí gostaram? Mereço reviews? Espero que sim! Beijos e até sexta que vem!

Ps: Sobre a Fic "À espera de você", aviso que to tentando escrever novos caps, mas confesso que ando meio sem inspiração. Vou procurar um tempinho, acionar minha playlist e buscar inspiração para escrever. Em breve to voltando com ela. Bem, é isso. Beijos!



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