Uma Celebridade Em Minha Vida escrita por AndressaS


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Vocês conseguiraaaaaaaaaaaaam! Tenho 16 comentários, 23 leitores e 9 favoritos!! Assim vocês me deixam muuuuuuuuuuito feliz! ♥
Por favor, leiam as notas finais novamente, principalmente a última linha e deem suas opiniões!!
Ah!! Eu escrevi a parte da dança de última hora porque eu achei que ia ficar mais fofinho, então peguem leve comigo hahahaha

E agora, prontos para conhecerem um pouco mais da vida desses dois?

Vamos lá!!



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Capítulo 3.

DEIXEM ESSA MÚSICA CARREGANDO E QUANDO EU DISSER PARA DAR PLAY, DEEM PLAY!

Depois que tudo nos foi explicado eu saí com Alice da agencia. Por incrível que pareça, durante as boas duas horas que ficamos ali plantados, nada tinha saído na internet sobre Edward ter ido ao meu apartamento ou sobre nós estarmos juntos. Carl disse que não teria, já que os paparazzi estavam se preparando para a sua festa à noite, a distração perfeita.

Fui até o shopping com Alice e nós fizemos mais compras do que eu provavelmente teria feito minha vida toda se não tivesse entrado nessa furada e logo depois ela me deixou em casa. No shopping, é claro, havia alguns paparazzi que logo perguntaram quem eu era, se eu estaria na festa à noite e tudo o mais.

Joguei aquele monte de sacolas no chão assim que pisei em meu apartamento, não pensando em nada além da possibilidade de fugir com todas aquelas roupas para um lugar feliz onde eu não precisasse fazer todas essas coisas para consegui-las. E então meu novo celular – até isso Alice tinha comprado dizendo que meu celular não estava com nada – tocou.

- Alô? – eu ainda não o tinha configurado direito porque era um número novo, já que o aparelho tinha rejeitado meu chip antigo.

- Oi Bella, é o Edward. Alice me passou seu numero antes que pergunte. – ele disse rápida e ansiosamente.

- Ah! Oi. – falei com simplicidade.

- Como foi no shopping? Pensando em desistir?

- Estava pensando em fugir com as roupas e não fazer mais nada da vida. O shopping, as compras, foi tudo muito legal. Não ter que se preocupar com o preço das coisas tem suas vantagens. – ri não por causa do que tinha dito, mas porque eu não costumava falar aquele tanto com pessoas praticamente desconhecidas, e eu o fazia com Edward. Se bem que eu também não costumava fingir ser namorada de membros de bandas famosas, mas eu também abri uma exceção para ele. E ele acompanhou minha risada do outro lado da linha.

- É incrível, não é? É uma das melhores partes de ser famoso.

- Isso eu não sei, não sou famosa, mas que é bom não posso negar!

Edward suspirou e desandou a falar:

- Sabe que não sei se arruinei ou ajudei você com essa história toda? Acho que não pensei direito... Talvez você se de bem sendo minha ‘namorada’, mas não se sabe. Desculpe se nada sair como planejado, ok? É que – e lá venho eu com meus pensamentos – o Levi tem a namorada dele, quase noiva, e tem fãs que não gostam dela, chegam até a falar mal dela. Não acontece o mesmo com Alice, que é namorada do Jasper e todas amam.

- Obrigado por se preocupar comigo. – o cortei. – mas você só está me deixando mais nervosa com esse papo todo.

- Desculpe, não consigo frear quando começo. Vamos continuar conversando pra não ficar chato e eu não ficar por aqui pensando em possibilidades? – ele perguntou.

Assenti, mas então percebi que ele não veria.

- Claro. – e um silêncio constrangedor se instalou. Enquanto isso tirei minha roupa e deitei em minha cama, relaxando pela primeira vez no dia.

- Hum... Faça alguma pergunta.

- Tem uma coisa que eu fiquei pensando lá na agencia... – comecei devagar.

- Sim?

- Aquela secretária gosta de você. – afirmei. – e eu vi que ela não gostou nada de saber do nosso suposto namoro... Sabe, eu pensei que ela iria contar para Deus e o mundo o acontecido, porque é isso que as mulheres fazem, mas ninguém ficou sabendo de nada...

- Ah. Isso. Bem, não acho que ela goste de mim. E pode ter gostado ou não, não é da conta dela. E nem ela e nenhum outro funcionário da empresa ali tem permissão para falar de coisas relacionadas ao trabalho em redes sociais e tal, nem mesmo quem está namorando quem por causa da mídia e todos os funcionários são rigorosamente monitorados em relação a isso, e se alguma coisa vaza o responsável tem como pena a demissão. Aí, o que tá ali, fica ali.

- Entendi. Então se vaza uma música nova, por exemplo, a pessoa que deixou vazar é demitida?

- Não exatamente. Às vezes é estratégia de marketing. Querem saber se o publico vai gostar do trabalho, se vale a pena e coisas assim, aí pagam para alguém de fora da empresa vazar a música e depois se repercutir bem têm que tirar de circulação e fingir que nada aconteceu. Quando você entrar de vez nesse meio artístico vai perceber que é tudo marketing, o que vende sempre vale mais a pena do que o talento de verdade, entende? Por isso você não é famosa. Ainda.

- Mas você nem sabe se eu sou boa, se tenho talento.

- Você tem paixão, eu pude ver aquela noite no bar. Ter paixão por alguma coisa significa que você se dedica a isso, se dedicar é dar o melhor de si. Por consequência você é muito boa no que faz, logo tem talento sim.

- E porque então eu fiz tantos testes e nunca passei em nenhum?

- Você não tinha contatos bons. A maioria das pessoas que se dá bem conhece alguém do ramo, tem pais que fizeram parte disso ou tem dinheiro e cara de pau. Você não se encaixa na maioria, é a minoria: os que realmente querem isso, não conhecem muitos que vivem nesse ramo, não fazem ideia de como se conectar nisso e não tem dinheiro para investir em pessoas para cuidar da carreira. Você vai ver que quando aparecer mais um pouco, todas as pessoas que fizeram teste com você vão lembrar-se de você.

- Talvez signifique que eu não sou boa o bastante também. Mesmo que eu não tenha contatos, não peguei nem um papel pequeno!

- Você não entendeu Bella, eles colocam atores conhecidos como protagonistas e os menos conhecidos como coadjuvantes porque eles têm fãs, que com toda a certeza vão apoiá-los e irão aos cinemas. Isso vende. Uma pessoa que ninguém conhece não vende.

Finalmente aquilo tudo fez sentido e eu me senti tola por acreditar que conseguiria ser alguma coisa por mim mesma.

- Como eu fui ingênua. Eu nem pensei nessa possibilidade. – disse ainda embasbacada com a veracidade das palavras dele.

- Eu sei. – ele disse. – mas agora vai dar certo pra você, eu te devo isso afinal.

‘Te devo isso’. Aquelas palavras foram difíceis de digerir. Eu não queria conseguir ser atriz, ser famosa, por um favor. Queria entrar no ramo com meu talento. Suspirei.

- Obrigada.

- Tudo bem, eu tenho muito que te agradecer por tudo também. – ele disse gentilmente. – mas vou te agradecer pessoalmente na festa.

- Meu Deus! Já tinha até esquecido! Que hora vai começar?

- Dez, mas vocês vão chegar dez e meia por aí. Você não sabia a hora?

- Não. Com tudo aquilo me esqueci de perguntar. – olhei o relógio, eram sete e meia. – Edward vou ir arrumar minhas roupas, desempacotar e tal. Tenho que achar a roupa que vou hoje, não sei em que sacola está.

- Ok. – ele riu. – te vejo mais tarde?

- Claro, até mais tarde. – falei desligando.

Vasculhei todas as sacolas até achar meu vestido tubinho preto. Depois tirei das sacolas todas as caixas de sapato e achei o salto novo que Alice disse que eu precisava: nada básico todo dourado e brilhante. Ainda fui até meu armário pegar uma bolsa que tinha comprado há alguns anos, preta com detalhes em dourado. Meu look estava pronto.

Coloquei meu cabelo em rolos e cobri com meu lenço de cetim, então fui tomar banho e depilei as pernas. Quando saí do banho passei minha loção corporal e vesti uma camiseta grande que eu tinha.

Comi uma salada de frutas que eu fiz na hora ali e escovei os dentes, então coloquei dinheiro e balas de menta dentro de minha bolsa.

Deitei-me na cama e fiquei ali até nove e quinze, quando Alice ligou e disse que passaria dali à uma hora aqui. Com a hora de saída confirmada, levantei da cama e vesti o vestido, coloquei uma toalha seca sobre meu busto e fui fazer a maquiagem: delineador estilo gatinho, bastante rímel e nada mais que protetor labial na boca.

Terminei a maquiagem rapidamente e foi então que eu vi o desastre que minhas unhas estavam. Corri pelo apartamento até achar o removedor e um esmalte que combinasse e então pintei as unhas, que só secaram por completo as dez. Guardei meu celular na bolsa, aqueci os rolos do meu cabelo no secador para fazer que fixassem mais os cachos e então os tirei dos meus fios. Os cachos ficaram sutis e – me permito dizer – chiques. (look da Bella).

Peguei meu trench coat no armário e vesti antes de sair para o ar frio que já estava presente no corredor de meu apartamento. Alice avisou que tinha chegado bem quando eu estava chaveando meu apartamento.

~~

Com toda a certeza eu não estava preparada para aquela festa. Assim que chegamos, percebi que casa na verdade era a definição nova-iorquina para uma cobertura no Upper East Side. E que apartamento! Três quartos, dois andares e tudo muito bem separado. Ali, tudo era de vidro e dava a sensação de estarmos no céu, perto das estrelas. Perguntei-me se todos ali tinham acesso a coisas assim e fiquei convencida de que eu era a única que morava em uma quitinete onde era tudo junto e só tinha o banheiro de privado.

Aquilo tudo não era pra mim, pensei. Quando entramos havia vários paparazzi na rua e perguntaram quem eu era e o que estava fazendo ali. Agora que eu já estava dentro, também me perguntei isso.

- Bella! – Edward chegou em mim enquanto eu estava ao lado da mesa de drinks.

- Oi! – sorri aliviada por estar com alguém que parecia me entender, já que Alice e Jasper – que se encontraram há pouco – foram dançar.

- Está se sentindo deslocada?

- Mais ou menos, estava pensando na grandeza disso tudo perto do meu apartamentinho no Lower.

- Assustador, não é? Quando eu vim aqui antes de fazer sucesso, me apavorei. Você se acostuma com o tempo.

- Espero que sim, tô um pouco assustada agora. Tudo parece chique demais, quebrável demais... E se eu encostar e quebrar algo caro? E se eu não souber me portar? Esse monte de pessoas de terno me intimida.

- Calma, se qualquer coisa acontecer pode me culpar. – ele me fez rir e riu comigo. – você quer dançar?

- Eu não sei dançar. – falei de repente me sentindo envergonhada.

- Uma mulher não precisa saber dançar. O homem é que tem que guia-la. – ele disse pegando o coquetel de minha mão e me puxando para onde estava um monte de gente. – nós vamos esperar a próxima música começar, mas é simples: vou colocar sua mão onde ela deve ficar e você só segue meus passos, ok?

Assenti. Ele pegou minha mão esquerda e colocou sobre seu ombro, segurou minha mão direita com a sua e me puxou para mais perto com sua mão direita e me manteve segura naquela posição.

- Olhe nos meus olhos enquanto dançamos. Você tem que confiar em mim para fazer os movimentos. – eu assenti novamente e então a música que estava tocando terminou. Algumas pessoas se dispersaram, mas nós continuamos, e então uma nova melodia começou.

(DEEM PLAY NA MÚSICA!!)

Tudo o que eu sabia esta manhã quando acordei

É que sei alguma coisa agora

Sei alguma coisa agora que eu não sabia antes

E tudo o que vi desde 18 horas atrás

São olhos verdes, sardas e o seu sorriso

Na minha mente fazendo com que me sinta bem

Edward me segurou firme quando começou a se mover para os lados no ritmo da música, eu olhava em seus olhos e prestava atenção à letra, que parecia querer dizer algo a nós dois.

Só quero conhecer você melhor, conhecer

Você melhor, conhecer você melhor agora

Só quero conhecer você melhor, conhecer

Você melhor, conhecer você melhor agora

Só quero conhecer você melhor, conhecer

Você melhor, conhecer você melhor agora

Só quero conhecer você, conhecer você, conhecer você

Segurei o impulso de fechar os olhos e parar para apenas prestar atenção na letra. Sim, eu queria o conhecer melhor, queria saber cada coisa sobre ele, queria conhecer cada lágrima que ele tinha derramado, cada pessoa que o tinha magoado, cada lugar que ele tinha ido.

Porque tudo o que sei é que dissemos "olá"

E os seus olhos pareciam como voltar para casa

Tudo o que sei é um simples nome, tudo mudou

Tudo o que sei é que seguramos a porta

Você será meu e eu serei sua

Tudo o que sei desde ontem é que tudo mudou

Fui incapaz de olhar em seus olhos que olhavam com intensidade os meus. O abracei, mas continuei me mexendo a seu ritmo.

E todas as minhas paredes seguiram de pé pintadas de azul

Mas eu vou derrubá-las

Derrubá-las e abrir a porta para você

E tudo o que sinto no meu estômago

São borboletas, da mais linda espécie

Compensando o tempo perdido, voando

Fazendo com que me sinta bem

Minha cabeça estava recostada em seu peito e seu queixo estava sobre minha cabeça. Eu podia ouvir seu coração batendo e ali, nos braços dele, me senti em casa.

Só quero conhecer você melhor, conhecer

Você melhor, conhecer você melhor agora

Só quero conhecer você melhor, conhecer

Você melhor, conhecer você melhor agora

Só quero conhecer você melhor, conhecer

Você melhor, conhecer você melhor agora

Só quero conhecer você, conhecer você, conhecer você

Porque tudo o que sei é que dissemos "olá"

E os seus olhos têm jeito de quererem voltar para casa

Tudo o que sei é um simples nome, tudo mudou

Tudo o que sei é que seguramos a porta

Você será meu e eu serei sua

Tudo o que sei desde ontem é que tudo mudou

Volte e diga-me por que

Me sinto como se tivesse sentido sua falta todo esse tempo

E encontre-me aqui esta noite

E diga-me que isso tudo não é coisa da minha cabeça

Eu voltei a olhá-lo nos olhos durante toda aquela parte e ele também ficou com seus olhos fixados nos meus. Sua mão que antes me segurava firmemente afrouxou e me soltou, vindo para o meu rosto. Edward me fez um carinho que fez meus olhos fecharem automaticamente, era bom estar ali com ele, era bom estar abrindo as portas para algo completamente novo, era bom arriscar e me descobrir completamente feliz com essa decisão.

Só quero conhecer você melhor, conhecer

Você melhor, conhecer você melhor agora

Só quero conhecer você, conhecer você, conhecer você

Porque tudo o que sei é que dissemos "olá"

E os seus olhos têm jeito de quererem voltar para casa

Tudo o que sei é um simples nome, tudo mudou

Tudo o que sei é que seguramos a porta

Você será meu e eu serei sua

Tudo o que sei desde ontem é que tudo mudou

Tudo o que sei é que dissemos "olá"

Então livre-se das suas maiores esperanças

Tudo o que sei é chuva que cai

E tudo mudou

Tudo o que sei é uma claridade recém-descoberta

Todos os meus dias, conhecerei o seu rosto

Tudo o que sei desde ontem é que tudo mudou

Então a música acabou e nós nos separamos. As pessoas ao nosso redor estavam ocupadas consigo mesmas e mal prestavam atenção em nós. Edward colocou sua mão na base de minha coluna para me guiar no meio das pessoas e de repente nós estávamos de novo perto da mesa de bebidas.

- Tome um drink. – disse. - eu tenho que te mostrar uma coisa.

 Fiz o que ele mandou o mais rápido que pude louca de curiosidade e então ele pegou minha mão e fomos passando entre as pessoas que o cumprimentavam eventualmente. Nós subimos as escadas e lá em cima tinha um corredor de cinco portas, Edward me mostrou o que tinha em cada uma delas: duas suítes e um quarto comum, um banheiro e no final uma sala enorme, que foi onde ficamos.

A parede da sala era repleta de quadros, quadros que tinham bandas e discos de ouro, platina e coisas assim. No fundo tinha uma mesa de escritório, mas a sala tinha uns três divãs meio espalhados, Edward sentou-se em um deles e me pediu que sentasse ao seu lado.

- Aqui é o escritório de verdade de Carl. Ele gosta muito de trabalhar em casa, passa a maior parte do tempo aqui, mas quando tem de fazer reuniões e coisas assim, ele faz tudo lá onde você foi hoje.

- Legal. Então isso quer dizer que poucos conhecem aqui?

- Exato. Você tem sorte. Olhe ali atrás da parede onde está a mesa, tem três quadros, né? São dos nossos discos de ouro e platina. Vem, vou te mostrar mais de perto. – ele levantou e me levou junto. – o primeiro é do nosso primeiro álbum, disco de ouro. O segundo e o terceiro são do nosso segundo álbum, disco de ouro e de platina.

- Deve ser ótimo receber essas coisas, né? Saber que o público gosta de vocês, que compra discos ainda com toda essa tecnologia.

- É sim, saber que todas essas pessoas, ou metade delas gostam do nosso trabalho é muito bom.

- Edward você poderia me contar como foi pra você? Ser normal e de repente essas coisas acontecerem?

- Claro, mas vamos voltar a nos sentar porque eu tenho que te contar a história da minha vida antes.

Nós nos sentamos novamente, eu fiquei de frente para ele com as pernas em estilo de índio. Ele sentou virado para o meu lado.

- Eu e meus pais morávamos na Califórnia, meus pais nunca foram ricos, pelo contrário, minha mãe fazia faxina na casa de algumas pessoas ricas e meu pai era jornalista/escritor. Minha mãe recebia um bom dinheiro e meu pai recebia razoavelmente bem, eles guardavam metade do dinheiro em uma poupança para o meu futuro, mas um dia de repente, meu pai tinha ido cobrir uma reportagem para o jornal em outra cidade e quando ele voltou estava chovendo... Ele ficou em coma no hospital por três meses até a equipe médica dizer que ele havia tido morte cerebral, eu tinha onze anos. – seus olhos se encheram de lágrimas. – eu estudava em escola particular, tive que sair porque agora só minha mãe sustentava a casa e ela estava triste demais para continuar, então trabalhava menos. Eu quis ajuda-la e achei melhor trocar de escola. Nós sempre tivemos uma boa relação, bem aberta. Lá eu conheci o Emmett, que sonhava em ter uma banda e um dia nós fomos a um karaokê depois da escola e eu cantei e ele disse que eu seria o segundo cantor da banda dele. Depois de uns dois anos nós encontramos Jasper, que sabia tocar teclado muito bem. Então tínhamos uma formação: eu no segundo vocal e guitarra, Emmett primeiro vocal e baixo e Jasper no teclado. Quando começamos a ensaiar em minha casa – minha mãe tinha voltado a trabalhar – descobrimos que a bateria é uma parte fundamental do som de uma banda, então colocamos anúncios no jornal e fizemos alguns testes até achar o Levi: ele tinha nosso estilo, combinávamos bastante e ele era bom. Nós ensaiamos durante um ano todo, eu e Emmett tínhamos quinze anos, Jasper dezesseis e Levi dezoito. Minha mãe conheceu Carl nessa época de garagem, fazia quatro anos que meu pai tinha morrido, mas ela viu nele algo especial e eu sei que ela não teria ficado com ele por qualquer coisa. Carl era um empresário pequeno naquela época, mas ele queria crescer e viu potencial em nós. Ele nos levou em vários lugares, nós tocamos por todo o país, mas ninguém queria assinar contrato porque éramos muito novos. Minha mãe tinha 35 anos e resolveu entrar para a faculdade de psicologia, antes que você pergunte sim, ela e meu pai se casaram cedo. Depois que ela se formou aos 37, eu já tinha dezessete, estávamos dois anos mais velhos, mais maduros, Carl já tinha conseguido empresariar/agenciar dois grupos que o deixaram para contratar alguém menos rígido, talvez não tenha dado certo para eles. – Edward ficou em silencio um pouco, depois perguntou se eu não queria perguntar nada.

- Sua mãe então é casada com Carl?

- Sim. E eu aceitei o romance deles desde o começo porque ele me lembra muito o meu pai e não quis substitui-lo, sabe? Enfim, Carl resolveu que deveríamos nos mudar para Nova York, o ‘berço de pessoas talentosas’, como ele diz. Os caras vieram junto, nós alugamos um apartamento com o dinheiro dos shows que fazíamos por aqui, então fomos atrás de gravadoras novamente e dessa vez nos aceitaram, tínhamos dezoito, dezenove e vinte e um, nessa ordem, trabalhamos um ano no primeiro álbum, buscando referencias em todos os lugares, inspiração... Lançamos o álbum e ele vendeu 10 mil cópias. Só fizemos sucesso dois anos depois, quando um produtor de filme achou nossa música e quis usar em um filme famoso. Estouramos, todo o mundo queria aquela música e chegamos ao disco de ouro. Tivemos que contratar uma consultora de moda, que se apaixonou por Jasper, e uma maquiadora que se apaixonou pelo Emmett, dois dos quatro namorando. Demorou mais dois anos para fazer outro álbum, já que o produzimos em um ano, mas demorou mais um para sairmos da turnê do primeiro álbum. Quando lançamos o segundo álbum, um ano atrás, Levi reencontrou uma grande amiga do passado, que agora é sua namorada. Sobrei. Aí aconteceu toda essa confusão.

- Que loucura!

- Pois é. Prazer, meu nome é Edward Anthony Masen Cullen, mais conhecido como Edward Masen, minha vida é uma loucura, eu tenho 23 anos, vou fazer 24 no dia 20 de junho do ano que vem e na verdade não me importo com o que os outros pensam de mim. É bobagem.

- Mas ainda assim quis uma namorada de mentira?

- Pressão do Carl, ele disse que se eu não arranjasse uma namorada eu ficaria com fama de gay ou de mulherengo. Nenhuma dessas coisas ia chamar atenção para a minha música, então ele disse que era melhor eu arranjar uma namorada se não quisesse que só se importassem com minha sexualidade ou frequência que faço sexo.

- O Carl parece ser muito convincente.

- Mais ou menos. – ele piscou. – então, quer saber mais alguma coisa?

- O que você foi fazer no bar aquele dia?

- Foi o dia que o Carl me disse para arranjar uma namorada, aí eu pensei ‘bom, vou beber e pensar em alguma coisa’, aí te conheci e achei você legal pelo que conversamos, você é atriz e bem, podia muito bem fingir ser alguma coisa que não era. Mas enfim, eu te contei da minha vida pessoal, você bem que podia me contar da sua né?

- Eu nasci e cresci em Forks, interior do estado de Washington, eu era muito tímida e recomendaram que eu fizesse teatro para aprender a me soltar mais. Apaixonei-me por aquilo tudo. Quando me formei aos dezessete fiquei até os vinte e um viajando pelo país com um grupo de teatro itinerante, quando completei maioridade, recebi herança da minha bisavó e avó: um pouco de dinheiro que elas tinham, roupas e joias. Com o dinheiro e a venda de algumas joias paguei o aluguel adiantado para três anos. Até o fim do ano não preciso me preocupar com moradia.

- Seus pais estão aonde? Eles não podem te ajudar? Não que você precise de ajuda, vai conseguir dinheiro suficiente para alugar outro apartamento. – ele sorriu.

- Eles ainda moram em Forks. Minha mãe é professora do jardim de infância e meu pai chefe de policia. Eles não ganham muito, considerando que professores não ganham bem e que Forks é uma cidade que pouco precisa de policiais. Eu batalho em busca do que eu quero porque minha mãe sonhava em ser médica, mas não pode porque eu nasci e estraguei os planos dela, meu pai por sua vez sempre gostou de Forks, mas sempre sonhou conhecer a Itália, onde seus avós moraram. Meus bisavôs tinham vários vinhedos lá, dizem que por muito tempo foi o melhor vinho do mundo, mas isso já faz anos e agora todas aquelas terras estão sem dono, já que minha vó foi deserdada por se apaixonar e engravidar de um americano. Dizem que se meu pai for para a Itália e entrar com um processo para comprovar que é um legítimo Bertolini ele poderá ficar com as terras, mas ainda assim é preciso desembolsar bastante dinheiro e ir para lá seria em vão.

- Você espera realizar o sonho deles quando tiver dinheiro e sucesso? – ele perguntou realmente interessado.

- Minha mãe se encontrou ajudando crianças a entrarem nas séries iniciais. Realmente não pensa mais em ser médica e tudo o mais, agora ela tem 40 anos, me teve aos dezessete. Meu pai é mais velho, tem 45 e ainda sonha em sair do emprego e conseguir as terras dele na Itália. Um dia eu perguntei o que ele faria com tudo aquilo e ele disse que renovaria a tradicional fazenda dos avós e produziria vinho. Afinal de americano ele só tem o sobrenome.

Eu e Edward rimos e ficamos ali contando segredos, coisas importantes sobre nós que ninguém mais sabia, e, sem saber, estreitamos os laços um com o outro. Isolados do mundo lá fora que provavelmente continuava o mesmo enquanto nós mudávamos a vida um do outro.


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Notas finais do capítulo

Antes que vocês falem: "ahhhhhhhhh mas não teve beijo nem nada...", eu preciso lembrar vocês que ele têm que se conhecer e descobrir coisas um do outro. Vai ser super importante isso no relacionamento deles!
Ainda vai demorar um pouco para o primeiro beijo DE VERDADE deles, mas vai valer a pena porque eu até já escrevi *tchanananaaaaaaaaaaaaam* hahaha
Espero que vocês tenham gostado porque o próximo capítulo vai depender muito de quantos capítulos mais eu vou escrever... Eu já tenho 6 prontos, mas não quero postar tudo de uma vez, então talvez hoje eu feche o sétimo...
Se eu fechar o sétimo e começar o oitavo até amanhã, posto o quarto capítulo no domingo! E aí ficaremos a semana toda sem post porque tenho vááárias provas na escola...
Que chato, né? Então que tal vocês me alegrarem bastante pra eu poder escrever mais e mais?!

Aliás, gostaria que vocês comentassem se querem que eu poste uma One-Shot que eu estou terminando... Eu to com um pouco de vergonha pra postar ela, é baseada em uma música e eu tirei bastante inspiração do livro Toda Sua, da Sylvia Day... Quem leu sabe como é o livro... (6) hahahaha, o que vocês acham?? Comentem!!!