Passei minha manhã com Desmond, apenas conversando. Ele me disse que partiríamos para Alemanha depois que terminasse meu treinamento, iriamos finalmente atrás da nossa “presa”. Então depois que ele foi embora, resolvi que aproveitaria meus últimos momentos de paz, já que só descansaríamos depois que Vietch estiver morto. Isso! Consegui lembrar o nome dele.

Na manhã seguinte acordei com meu celular tocando. Para variar era Desmond, marcando o lugar onde nos encontraríamos para começar a treinar.

– Desmond! Desmond cadê você?

Ele me passou um endereço, disse que o local era vazio então seria melhor. Mas o que eu não esperava é que fosse um lugar tão amedrontador. Era um grande terreno, cheio de mato e havia um grande muro de pedras e quando falo grande, quero dizer gigante mesmo. Como ainda estava muito cedo, o céu estava escuro e uma leve neblina encobria todo o local, deixando tudo mais assustador.

– Será que dá pra você aparecer? - Eu já gritava.

– Com medo boneca? - Levei um susto ao senti-lo tocar suas grandes mãos em minha cintura.

– Seu idiota, me assustou. - Ele soltou uma leve risada. - Por que escolheu este lugar? Aqui me dá medo. - Encolhi um pouco meus ombros.

– Primeira coisa, uma assassino nunca, ouviu bem, nunca deve ter medo, ou melhor, não deve o demostrar.

– Credo, está bem.

– Vamos começar?

– Sim! - Me animei.

– Então a primeira coisa que deve saber fazer é escalar. Isso é um ponto de vantagem para nós assassinos.

– Como?

– Eu vou te ensinar a escalar, ou se você preferir, vou te fazer subir pelas paredes. - Pude notar seu tom malicioso.

– Vou fingir que não escutei isso. - Ele apenas riu.

– Então pode começar.

Aproximei-me do grande muro a minha frente. Minhas pernas tremiam, assim como minhas mãos. Isso era uma loucura. Eu tenho medo de altura!

– Olha Bianca, é fácil, você só precisa se concentrar e manter o foco.

– Ah claro, para você é simples falar.

– Você consegue vai. Eu acredito em você.

– Vou tentar.

– Isso ai. Você não precisa já escalar bem no primeiro dia, isso leva tempo. Hoje você só vai aprender a subir, e só depois iremos trabalhar sua agilidade.

Respirei fundo e apoiei meus pés em duas pedras e logo procurei outras para pode apoiar minhas mãos. Desmond no começo me ajudava um pouco, já que eu havia perdido as contas de quantas vezes tinha caído no chão e tivera que começar de novo.

Eu estava na metade daquela imensidão que parecia não ter fim, minha tremedeira havia parado e eu já estava meio que pegando o jeito. Lá debaixo Desmond gritava algumas coisas para me incentivar e até me elogiava.

Quando percebi já estava quase no final, mas minha respiração desconcertada, meu coração acelerado e a dor que sentia por todo meu corpo me impediram de continuar e a única coisa que lembro é de meu corpo amolecendo e caindo.