A Força De Uma Paixão. escrita por Kah


Capítulo 54
Momentos




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— Ainda esta doendo meu amor? – Carlos Daniel perguntou olhando-me quando fechei os olhos com força assim que comecei a amamentar nosso pequeno.

— Um pouco, ele puxa forte. – disse acariciando a cabecinha de Otávio enquanto ele se alimentava em meu seio.

— É normal nos primeiros dias minha filha, - vovó Piedade disse olhando-nos com ternura - Otávio ainda não tem nem uma semana e já está bem espertinho.

—Meu garotão é mesmo muito esperto, – Carlos Daniel disse com orgulho acariciando nosso bebê – já até reconhece a minha voz, não é campeão?

E como para comprovar o que acabara de falar, Otávio abriu seus pequenos olhos, castanhos como o do pai, e encontrou o meu olhar, meu coração se encheu de amor e ternura, Carlos Daniel sorriu e acariciou a bochecha de nosso filho, sua boquinha se curvou num pequeno sorriso.

— E voce esta babando por ele não é meu neto? – vovó perguntou sorrindo, fazendo-me sorrir também.

— Estou sim vovó, - ele disse segurando minha mão e a beijando – e não me canso de agradecer a Deus pela família maravilhosa que tenho.

— Eu fico muito feliz por isso Carlos Daniel, - vovó disse observando Otávio e sorriu ao ver como ele sugava com força – você era igualzinho a ele Carlos Daniel, mamava como um bezerrinho.

Sorrimos de suas palavras e voltei a admirar meu pequeno.

                                                  *** 

Otávio já estava completando três meses, três meses de alegria, de amor, de uma benção divina. Infelizmente não consegui o amamentar mais depois do segundo mês, meu leite parecia não ser suficiente, Otávio não estava ganhando peso, e o pediatra nos aconselhou a dar formula para nosso pequeno. Chorei, me senti culpada, me senti uma péssima mãe por não ter leite suficiente para meu bebê, Carlos Daniel me deu todo o apoio que eu precisava, e acabei descobrindo que eu não seria menos mãe por não amamenta-lo, que aquele vinculo que existia em nós continuaria forte e intacto. Quando segurava a mamadeira para o alimentar, Otávio buscava meu olhar e segurava meu dedo com sua mãozinha, exatamente como fazia quando o amamentava em meu seio.

E então estava tudo perfeito novamente.

Às vezes eu ficava horas admirando meu bebezinho dormir enquanto pensava em tudo o que havia me passado nos últimos três anos... Primeiro a morte de meus pais, depois minha mudança para o México, meu encontro com Lizete e consequentemente com minha mãe biológica, em como me apaixonei por Carlos Daniel, a dor que senti quando nos separamos... E a perda de minha mãe. Minha felicidade quando me casei com Carlos Daniel, a descoberta da minha gravidez, e logo depois a lembrança do meu desaparecimento, em como relatei tudo ao delegado um mês depois do nascimento de Otávio... Parecia que tudo não havia passado de um pesadelo do qual finalmente eu havia acordado.

Carlos Daniel e eu a cada dia fortalecíamos ainda mais nosso amor e nossa união, compartilhávamos um sentimento mutuo e sem reservas.

                                                    ***

— Mãezinha! – Lizete veio correndo ate mim assim que chegou da escola, minha princesinha era um verdadeiro anjinho.

— Oi meu amor... – a abracei apertado e beijei suas bochechas rosadas – Como foi na escola?

— Foi legal mamãe, cadê o Otávio? – ela perguntou sorrindo mostrando as duas janelinhas em sua boca, era incrível pensar que ela já iria fazer 7 anos.

— Ele esta dormindo meu anjo, mas assim que acordar você pode me ajudar a dar banho nele. – respondi sorrindo enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás de sua orelha.

— Oba mamãe! Eu adoro ajudar a cuidar do meu irmãozinho.

—Eu sei Lizete, e fico muito feliz quando voce me ajuda. - a abracei apertado mais uma vez. Lizete podia não ser minha filha biológica, mas eu a amava como amava Otávio, ela foi a primeira a encher meu coração daquele sentimento maternal, daquele amor que transbordava em meu peito.

 *

Numa tarde de quarta feira Paola apareceu. Estranhei ela ter ido justo num horário que Lizete não estava. Desde quando ela veio nos comunicar sobre as visitas que faria a “filha” eu nunca mais havia falado com ela.

— Paola!? – minha indagação quando a vi na sala de visitas foi de total surpresa.

— Boa tarde Paulina. – ela disse educada demais, o que me deixou desconfiada.

— Lizete esta na escola, se você quer vê-la é melhor voltar depois. – disse já querendo encerrar aquele assunto e impedir que ela começasse com seus insultos.

— Eu vim falar com você Paulina. – ela disse me olhando.

— Olha Paola, eu não vou mais aceitar suas provocações, você tem o direito de visitar Lizete, afinal ela é sua filha, apesar de não se mostrar muito interessada por ela nessas ultimas semanas... – respirei fundo ao lembrar que já fazia vários dias que Paola não visitava e nem ligava para Lizete – Então é melhor que volte quando ela estiver em casa. Ah e só pra constar, ela sentiu sua falta.

— Eu também senti saudades dela, - ela disse desviando os olhos de mim – e é justamente sobre isso que quero falar com você.

— O que mais você quer? – perguntei cruzando os braços, não deixaria Paola me abater dessa vez.

— Bom Paulina, o aniversário da Lizete esta chegando, e eu quero passar um dia com ela, quero passear com ela, ir ao parque... Essas coisas que mãe e filha fazem.

— Quer passar um dia com ela? – perguntei com desconfiança me sentando no sofá.

— Não sei o porquê do espanto, ela é minha filha. – ela disse me encarando.

— Eu sei que ela é sua filha, só não entendo o porquê de você decidir isso justo agora.

— Esse tempo que tenho passado com ela me fez ver o que perdi, ela é uma criança educada, meiga, e sempre me fala de você com muito orgulho.

— Ela podia ter esse orgulho de você também. Carlos Daniel nunca te proibiu de ver Lizete, muito pelo contrario, você que resolveu viver sua vida livre de tudo e deixou sua filha sem o amor e carinho de mãe.

— Eu me arrependi disso Paulina. – ela disse de cabeça baixa e se sentou no sofá a minha frente.

— Somente você pode ter certeza. – rebati encarando-a.

— Não vim para te fazer acreditar ou não no que sinto. – ela voltou a me olhar – Quero saber se posso pegar Lizete no dia do seu aniversario.

— Acho que não vai ser possível Paola. – respondi.

— Porque? – perguntou um pouco irritada.

— Carlos Daniel e eu vamos fazer uma festinha para ela, com alguns amigos da escola e nossa família. Você pode vir também se quiser.

— Bom, obrigada pelo convite, mas acho que Carlos Daniel não ficaria feliz em me ver.

— Não posso te dizer que ele te receberia de braços abertos Paola. – falei engolindo em seco.

— Posso busca-la outro dia então? - ela perguntou voltando ao assunto de nossa conversa, como não a respondi ela continuou - Eu sei que errei muito Paulina, mas quero mudar, quero estar mais presente na vida da minha filha, só peço um voto de confiança de você e Carlos Daniel.

Pela primeira vez parecia que Paola falava mesmo a verdade, seus olhos tinham algo diferente, arrependimento talvez.

— Paola, eu não posso autorizar que busque a Lizete. É melhor você falar com o Carlos Daniel.

— Se eu for falar com ele, ele não vai nem me receber. – ela me olhou – Mas talvez se você pedir ele acabe deixando.

— Carlos Daniel tem seus motivos, e você sabe melhor do que ninguém.

— Sim eu sei, - seus olhos estavam tristes – por favor, Paulina, fale com ele, eu só quero passar mais tempo com a Lizete, ela é tudo que tenho.

Seus olhos marejaram, senti um aperto no peito por saber que aquilo era verdade, Paola não tinha ninguém além da filha.

— Tudo bem Paola, vou falar com Carlos Daniel, e se ele concordar, avisamos o dia que poderá pegar Lizete.

— Obrigada Paulina. - ela agradeceu com um pequeno sorriso.

— Espero que esteja mesmo arrependida Paola.

— Eu estou Paulina. - ela se levantou e pegou sua bolsa - Eu venho amanha para visitar a Lizete.

— Como quiser. - respondi.

Paola se despediu e saiu, ela parecia mesmo diferente, talvez estivesse amadurecendo, tudo o que eu queria era que as coisas ficassem bem entre nós.

 

Estava sentada na espreguiçadeira no jardim aproveitando os últimos raios de sol enquanto pensava em Paola. Seria bom para Lizete que ela fizesse parte de sua vida. Fui interrompida de meus pensamentos com um suave toque em meus ombros.

— Então você esta aqui esposinha adorada. - Carlos Daniel disse se sentando ao meu lado e logo em seguida me puxando para um beijo cheio de carinho.

— Hum… - gemi em sua boca enquanto nossos lábios se moviam calmamente.

— Senti sua falta. - ele disse colando a testa na minha e segurando meu rosto entre as mãos.

— Eu também senti. - disse com nossas miradas conectadas.

— Acho que temos algum tempo para ficarmos aqui, só nós dois, namorando um pouquinho. - ele disse beijando todo meu rosto e logo descendo por meu pescoço - O que voce acha?

— Hum… É uma ótima ideia. - fechei os olhos aproveitando de seu toque, seus lábios possuíram os meus mais uma vez e nos beijamos por um longo tempo.

— Amor… - disse enquanto ele beijava meus ombros - eu quero conversar com você.

— Pode falar minha vida. - ele disse voltando os beijos para meu pescoço e mordendo o lóbulo de minha orelha.

— Hum… - gemi, sua mão enfiou em meus cabelos e seu rosto se escondeu ali.

— Eu adoro seu cheiro. – ele disse inspirando profundamente e depois seguiu beijando vagarosamente ate encontrar meus lábios novamente.

Outra vez me vi completamente envolvida com seus beijos, só nos separamos quando o ar nos faltou.

— Assim eu não consigo me concentrar no que tenho pra te falar. – disse um pouco ofegante enquanto ele sorria e acariciava meus lábios.

— Você é maravilhosa Paulina. – ainda sorrindo ele me puxou para mais perto de si e me abraçou enquanto uma de suas mãos brincava com meu cabelo que já passava do meio das minhas costas – O que tem pra me falar?

Me aconcheguei em seus braços e suspirei profundamente, conhecendo meu esposo como conhecia sabia que ele ficaria irritado.

— A Paola teve aqui hoje. – comecei a falar e esperei por sua reação.

— O que aquela mulher queria? – ele disse parando a caricia que fazia em meu cabelo.

— Ela veio pela Lizete. – disse e ele se afastou para me olhar.

— Desculpa Lina, sei que ela é sua irmã, mas às vezes desejo que a Paola desapareça pra sempre das nossas vidas, principalmente pela minha filha...

— Carlos Daniel... Não fala assim, você sabe que a Paola é a mãe dela... E você concordou que ela viesse visitar a Lizete. O que esta acontecendo agora? – perguntei quando ele se levantou e ficou de pé em minha frente.

— É que em todo esse tempo a Paola não mudou, ela não demonstra nenhum sentimento maternal pela filha. – ele suspirou fundo e bagunçou os cabelos – Ela ficou dias sem nem ao menos ligar para a menina... Não quero que minha filha sofra por causa dessa mulher.

— Meu amor, - estendi minha mão e segurei a sua - quem sabe deveríamos dar essa oportunidade a relação delas? Hoje pela primeira vez ela veio me pedir que eu falasse com você pra ela passar o dia com a Lizete, disse que o aniversário dela esta se aproximando e ela gostaria de comemorar com ela, fazer coisas que mãe e filha fazem.

— O que? – ele perguntou perplexo e puxou sua mão da minha, outra vez ele suspirou fundo - Não meu amor, me desculpa, mas não vou deixar minha filha sair daqui para passar o dia sabe Deus onde com a Paola que não sabe cuidar nem dela própria.

— Carlos Daniel, você não pode esquecer que ela é a mãe e tem direito a isso... Além do mais pode ser bom pra Lizete construir uma relação com Paola, e acho que ainda está em tempo. – o olhava agitado andando de um lado ao outro – E também acho que se não permitirmos que Paola saia com a Lizete, ela pode entrar com um pedido de visitas na justiça. Ela já nos ameaçou assim uma vez.

—Você acha mesmo? – ele parou e me olhou atento pensando na possibilidade - Não sei Lina... Não sei nem o que dizer... Eu não confio na Paola, antes ela levava Lizete, mas tinha a Paula que estava com ela, agora é diferente.

—Vamos confiar meu amor, tudo vai dar certo... Por todos os defeitos que ela tem, acredito que não fará mal nenhum a filha. – me levantei e me pus a sua frente.

— Você tem razão meu amor... – ele disse segurando minhas mãos e enlaçando seus dedos nos meus – Paola é bem capaz de levar isso ate um juiz. Se Lizete concordar Paola pode busca-la.

— Eu também não me sinto bem com isso Carlos Daniel, amo Lizete como minha própria filha, mas não podemos mudar as coisas, temos que pensar nela. Imagina se daqui alguns anos Lizete nos julgar por não termos deixado ela conviver com Paola? – o olhei profundamente, ele beijou minha testa e me abraçou.

— Sei que é difícil pra você Lina. – ele ficou em silencio por um momento – Vamos conversar com Lizete, e se ela quiser, Paola pode vim busca-la, talvez na outra semana depois do aniversario dela. – ele me encarou – Mas ela tem que traze-la no horário que estipularmos.

— Certo. – respondi o olhando, ele me puxou colando meu corpo ao dele e me beijou ardentemente.

— Agora vamos entrar que já esta ficando escuro. – ele sorriu e de mãos dadas entramos na mansão.

 

Lizete concordou sem pestanejar, ela ficou feliz por saber que passaria um dia inteiro com a “tia Paola”, apesar de saber que Paola era sua mãe, Lizete não conseguia chama-la de outra forma.

 

Decidimos fazer uma pequena comemoração para o aniversario de Lizete, apenas com nossa família e seus amiguinhos, nunca a havia visto tão alegre, ela corria, brincava, nos apresentava aos seus amigos, e falava com entusiasmo de Otávio. Naquela mesma noite, Carlos Daniel e eu a levamos para cama entre muitos abraços e beijos estalados em sua bochecha, seus olhinhos apesar de cansados, ainda brilhavam com a recordação de sua festa. Ela demorou um pouco a dormir, e só depois que li uma de suas historias ela caiu no sono.

— Achei que ela não iria dormir nunca. - Carlos Daniel disse me puxando da cama e me abraçando.

— Ela estava muito contente em nos contar como se divertiu. - Sorri e enlacei meus braços em seu pescoço.

— Humrum… Mas agora eu tenho outros planos para nós senhora Bracho. – ele sorriu beijando meus lábios e logo depois descendo para meu pescoço enquanto nos guiava para fora do quarto de Lizete.

— E que planos são esses? - perguntei sorrindo quando ele me prendeu contra parede no corredor e voltou a beijar meu pescoço.

— Quero fazer amor com você à noite toda. - ele sussurrou em meu ouvido e logo mordeu o lóbulo de minha orelha fazendo-me agarrar suas costas.

— Eu… Eu também quero. - disse estremecendo com suas caricias - Mas primeiro tenho que ver como o Otávio esta.

— Humm… - ele gemeu e beijou meus ombros - Eu vou com você, não quero te deixar hoje nem por um minuto.

Sorri e o beijei ardentemente, e depois de observar Otávio, que dormia serenamente, Carlos Daniel me guiou ate nosso quarto.

Assim que entramos, ele me ergueu em seus braços e entrelacei minhas pernas em sua cintura, ainda me segurando, trancou a porta e caminhou a passos largos ate a cama sem desgrudar a boca da minha, o que me deixou ofegante e ansiosa por senti-lo. Com rapidez ele se livrou de sua camisa e se juntou a mim, sentir seu corpo forte e quente sobre o meu me deixava completamente fascinada, aquele homem maravilhoso era “meu”, minhas mãos o exploravam atentas e eu me deliciava com seus beijos.

— Você é minha perdição Paulina... – ele disse se afastando para me olhar com seus olhos escuros enquanto suas mãos desabotoavam minha camisa.

— Então te deixo perdido? – perguntei ofegando quando uma de suas mãos subiram por meu corpo deslizando por entre meus seios.

— Sim... - ele sussurrou com a voz rouca e seus dedos contornaram meus lábios, seu olhar voltou ao meu - Você é capaz de causar uma erupção dentro de mim, mexe com todos os meus sentidos, - ele deslizou seus dedos por meu rosto - mas também é minha salvação, é meu centro, meu equilíbrio... Você é minha tempestade e minha calmaria.

Meus olhos umedeceram, e Carlos Daniel selou aquele momento com um beijo calmo e dedicado.

— Eu te amo tanto. – foi tudo o que conseguisse dizer, com a voz um pouco embargada.

Carlos Daniel sorriu e beijou cada centímetro de meu rosto, e logo voltou a explorar meu corpo sedento do dele, pertencíamos um ao outro, e seria assim para sempre.

Nos entregamos um ao outro completamente, deixando que cada sensação percorresse nossos corpos suados e em busca daquele prazer inebriante, sentir Carlos Daniel em mim era inexplicável, nossos movimentos ritmados, nossos sons e a batida frenética de nossos corações nos transportava para um mundo particular e nosso.

                                              ***

 Naquela semana Carlos Daniel e Rodrigo haviam fechado negocio com uma grande empresa de exportação, a fabrica Bracho exportaria seus produtos em numero elevado para Europa e Ásia. E para selar aquela parceria, os donos da exportadora dariam uma festa de confraternização entre nossa empresa e a deles no sábado. O problema é que seria em uma pousada, passaríamos a noite lá só voltando na manhã seguinte, e eu não queria deixar Otávio, e também tinha Lizete, que passaria justo aquele sábado, com Paola.

— Bom meu amor, se você não quiser ir não iremos, - Carlos Daniel disse deslizando a mão por minha cintura, estávamos dentro da banheira e eu tinha minhas costas coladas em seu peito – A Patrícia e o Rodrigo já irão, eles podem nos representar.

— A vovó disse para irmos Carlos Daniel. Eu sei que Otávio será muito bem cuidado por todos. Mas fico com o peito apertado só de pensar em deixa-lo, apesar de não ‘mamar’ mais em mim, ele ainda é tão pequenininho. – falei erguendo meu rosto para olha-lo – E também tem a Lizete. A Paola vai busca-la no sábado e não vamos estar aqui quando ela voltar.

— Lina, eu também sinto em deixa-los, mas será apenas por uma noite, e seria bom termos um momento assim. – ele sorriu – Desde que Otávio nasceu não tivemos mais programas de casais.

— Eu também sinto falta disso meu amor. - disse sorrindo.

— Será apenas uma noite, no domingo de manhã estaremos aqui.

— Tudo bem Carlos Daniel, vamos a essa festa, - disse o olhando – afinal o que pode acontecer? É só uma noite.

— Sim meu amor, apenas uma noite, à qual aproveitaremos muito. – ele sorriu e me beijou ardentemente.

*

Na sexta feira à noite, como em tantas outras noites, subi com Lizete para seu quarto, levamos Otávio e o coloquei dentro de seu carrinho enquanto eu penteava os cabelos de Lizete, Otávio balançava freneticamente suas mãozinhas batendo nos brinquedos pendurados em seu carrinho, um largo sorriso iluminou seu rostinho e logo seus pés também entraram no mesmo ritmo.

— Olha mamãe, o Otávio já consegue pegar os brinquedos. – ela disse sorrindo observando o irmão.

— Nosso bebê é muito esperto. – disse derretida pelo meu pequeno.

Depois de Lizete vestir seu pijama, ela pegou um de seus livros e se deitou na cama, eu a cobri e assim que ela estava completamente aconchegada me sentei ao seu lado e começamos a ler a historia juntas, desde que ela havia aprendido a ler fazíamos assim, Otávio continuava a brincar e as vezes conseguia emitir um gritinho que arrancava gargalhadas da irmã.

Passar momentos assim com meus filhos me fazia ainda mais realizada, não demorou muito para Lizete dormir, a cobri melhor e beijei sua bochecha, senti uma estranha sensação em meu peito, levei a mão ate meu coração e pensei que seria porque a veria apenas no domingo de manhã.

— Boa noite minha princesa, a mamãe te ama muito. - sussurrei me inclinando para beijar seu rosto, ela se virou na cama e suspirou profundamente. Peguei Otávio, que ainda estava acordado e já começava a se irritar, e o aconcheguei em meus braços. – Oh meu amor... Agora é a sua vez de dormir rapazinho.

Segui ate a cozinha e preparei sua mamadeira, depois fomos ate o seu quartinho, o troquei e me sentei para alimenta-lo, seus olhos se fixaram nos meus e sua mãozinha segurou meu dedo enquanto o amamentava, aquele momento para mim era magico.

— Amor... – Carlos Daniel disse baixinho parado na porta do quarto.

— Oi... – respondi sorrindo – Está ai há muito tempo?

— Tempo suficiente para admirar vocês dois. – ele sorriu e caminhou ate mim beijando minha testa.

— Otávio estava agitado. – sorri voltando a admirar meu bebê que sorriu ao ver pai.

— Eu pensei que ele já estivesse dormindo. – Ele sorriu e beijou meus ombros, e depois deslizou os dedos pela bochecha de Otávio.

Carlos Daniel continuou ao meu lado em silencio, logo os olhinhos de Otávio amoleceram e não demorou muito para que dormisse. O coloquei em seu berço e depois de cobri-lo e verificar se a babá eletrônica estava ligada, enlacei minhas mãos na de Carlos Daniel e seguimos para nosso quarto.


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