Depois de atar o cavalo na árvore perto de uma pequena casa branca com uma faixa azul, Justin batera à porta, três vezes foram as necessárias para a porta ser aberta, e uma figura conhecida lhe aparecer, Anne ficara, por suas ordens, a cuidar de Anastácia.

– Menino, está aqui – Anne suou espantada por ver seu amo na sua frente. Segurou seu casaco e foi fazer um café para servir.

– Como ela está? – disse sentando-se nas cadeiras da pequena mesa ao centro da cozinha

– Fraca, menino, temo que não aguente este inverno, as condições estão a ficar piores, e o tempo não vai melhorar tão rapidamente, poderá mesmo piorar. Está a ser o inverno mais frio que já tive na minha vida inteira – disse a humilde Anne, seus olhos encararam os de Justin transmitindo algum medo. Este suspirou

– Ela vai melhorar, tenho certeza disso – disse tentando ser seguro nas suas palavras, bebeu um gole do seu café – Por favor Anne diga-lhe que estou aqui – disse bebendo mais um pouco de café e levantando-se

Anastácia estava deitada na sua cama, tentando ler um pouco, sua cabeça estalava, isso fazia com que lê-se mais devagar. Ouviu vozes da cozinha, mas estava demasiado doente para conseguir perceber ou detetar quem quer que fosse, sua visão turva já dificultavam a vista suficientemente.

– Ana, o menino Justin está aqui para a visitar – disse Anne se aproximando da cama, para que Anastácia percebe-se sua voz. Sussurros prolongaram-se até Anne perceber, ajudara Ana a sentar-se, penteou-a, e deu-lhe um pequeno robe para que se cobrisse um pouco mais. – Menino pode entrar

Justin suspirou, tal como Ana. Os olhares cruzaram-se, e ambos sorriram, Anne retirou-se deixando os amantes sozinhos. Jay aproximara-se da cama de Anastácia.

– Está mais magra querida, tem comido? – perguntou ao tocar na pele quente de Ana, esta riu-se e concordou – A doença está a levar tudo de si, oh minha princesa – disse abrigando-a num abraço quente e reconfortante para ambos.

– Jay, finalmente – foi as únicas palavras que conseguiu pronunciar antes de romper num choro de saudade e de desespero.

Para Anastácia aquele abraço era um porto de abrigo, Justin tinha razão ao dizer que aquela doença estava a levar-lhe o melhor. E essa realidade atingiu-lhe cruelmente, levando-a ao desespero total.

Justin, apertava Anastácia contra si, para senti-la viva, e ter certeza que ela estava mesmo ali. Sentimentos de pura tristeza e solidão preenchiam-no à medida que sentia Ana mais fraca e frágil. Já não sentia o coração de Ana a bater forte e acelerado como sempre acontecia quando se abraçavam. Lágrimas percorreram as bochechas de Jay sem dó nem piedade, rasgando-lhe a pele, e transmitindo todo o medo que sentia ao perceber que perderia sua amada a qualquer instante.

Naquela noite Anastácia adormecera tranquilamente enquanto Justin a acariciava dando festas no cabelo. O mesmo não aconteceu com Justin, que quando finalmente se livrou de sua mãe, se dirigiu a quarto, e se deitara na cama. Pesadelos percorriam toda a sua memória, assombrando-o, desejava poder fazer alguma coisa para que sua amada se sentisse bem, e livre daquela maldita saúde frágil que em todos os Invernos ameaçava-a.