Pouco tempo se passou desde que Hermione descobrira que estava grávida. Ian finalmente havia acordado do coma, e aparentava estar bem, o transplante não fora rejeitado, e ele ainda continuaria internado por um tempo. Harry contou para o filho, emocionado, que era seu pai. O menino começou a chorar, dizendo que não poderia desejar pai melhor na vida dele, e ele ficou radiante quando soube que iria ganhar um irmão ou uma irmã. Três meses depois do transplante, Ian recebeu alta, Harry e Hermione resolveram marcar a data do casamento. Seria uma cerimônia simples, apenas para a família e os amigos mais íntimos numa igrejinha perto do apartamento deles.

–Como eu estou? – Mione perguntou para a mãe, e para Luna que já estava no oitavo mês de gestação. Ela fazia questão de estar presente naquele dia tão especial na vida da amiga.

–Linda minha filha. Finalmente o seu sonho de criança irá se realizar. – Respondeu a mulher mais velha, com os olhos marejados, olhando para a filha. Hermione usava um longo vestido branco, e uma tiara nos cabelos, sua barriga já estava grande, ela estava no quinto mês de gestação.

–Sua mãe tem razão, está linda. O Harry tem muita sorte mesmo. – Comentou Luna, deixando Mione sem graça.

–Não é pra tanto Luna. Mamãe, ele já está lá?

–Sim, mas seu pai faz questão de lhe entregar para o noivo, vamos.

Foi uma cerimônia emocionante, tanto noivo, quanto a noiva, estavam bastante emocionados. Quando o padre declarou que os dois estavam casados, uma salva de palmas eclodiu no local, os dois se beijaram emocionados, crentes de que ficariam juntos para sempre. Na festa, que aconteceu no apartamento deles, um por um dos convidados fora dar os parabéns para os recém-casados, da família a todos os amigos. O pai da noiva chamou o genro para uma conversa em particular, o que deixara Harry um pouco nervoso.

–Eu espero que você faça-a feliz, porque se eu a ver chorando novamente eu juro que farei algo pior com você. – Brincou o senhor Granger, Harry apenas riu do comentário dele.

–Não se preocupe, nunca mais irá acontecer, pode ficar tranquilo. O que eu mais queria era me casar com ela, o que aconteceu. Não me arrependo de nada disso.

Hermione chegou por trás dele e colocou o braço em seus ombros, olhando para eles, Sr. Granger tinha a certeza de que a filha realmente seria feliz ao lado dele.

–O que você e meu pai estavam conversando? – Perguntou a castanha curiosa, Harry olhou para sua agora esposa e sorriu.

–Nada demais, ele apenas me ameaçou de morte, mas nada demais. – Respondeu com sarcasmo, ela riu.

–Arrepende-se de ter se casado comigo?

–Claro que não, ainda mais agora que mais um filho meu vai nascer. – Respondeu abraçando-a. – Eu te amo.

–Eu também te amo. – Os dois trocaram um beijo apaixonado, com se não houvesse amanhã.

Os meses passaram rapidamente, e a gravidez dela corria normalmente. O que Harry mais gostava era de fazê-la sorrir, ele sempre procurava algo para deixa-la contente, ele não queria vê-la sofrer como na primeira gravidez. O que ele mais gostava também era de conversar com o bebê, ele encostava perto da barriga dela e começava a conversar com ele. Nove meses de gestação passaram e havia chegado a hora de Mione dar a luz. Não parecia, mas Hermione estava mais tranquila do que Harry na hora do parto, por ser marido da paciente, ele não pode fazer o parto, apenas acompanhou a cirurgia. Tempos depois, o bebê nasceu. Uma menina, forte e saudável, o médico foi às lágrimas quando segurou à pequena em seus braços. Eles resolveram chama-la de Lily Rose, eles homenagearam a mãe de Harry, e Rose foi escolha de Hermione, por achar esse nome lindo. As promessas de que eles formariam uma família feliz estavam apenas começando a serem cumpridas.

–Por que olha para Lily desse jeito? – Perguntou Hermione, enquanto Harry segurava a menina.

–É que ela se parece com você. – Respondeu. – Acho que ela vai dar muito trabalho.

–Nem pense em atormentar a menina quando ela crescer.

–Eu não disse isso. Obrigado.

–Por que está agradecendo?

–Pelos dois filhos lindos que você me deu, muito obrigado.

Se não fosse pelo choro de Lily, os dois teriam trocado um beijo ali mesmo. Mas a bebê estava com fome e Mione foi alimentá-la. Harry não se cansava de ver a cena de mãe e filhos juntos, Ian dizia que iria proteger a irmã do perigo a qualquer custo. Eles eram uma família unida.

Seis anos haviam se passado, Ian James se curara totalmente da leucemia, cresceu, era bonito, alto e inteligente como o pai. Lily Rose era uma cópia de Hermione quando menor, cabelos castanhos olhos cor de mel, a única diferença era que ela também era inteligente como o pai, uma criança muito avançada para a idade. Eles ainda tiveram um terceiro filho. Um menino, de cabelos negros e olhos verdes como o pai. Seu nome era Albus. Ele tinha um ano, um menino muito arteiro, os dois amavam muito os três filhos.

Naquela tarde de verão, Harry estava em seu escritório no apartamento, estava de folga naquele dia, depois de uma dura semana no hospital onde trabalhava. Depois de resolver alguns assuntos, ele viu que estava na hora de fazer uma coisa. Aquele era um dia muito especial, era o aniversário de Ian e Hermione, e ele pretendia fazer uma surpresa para a esposa.

–Chamou a gente, papai? – Ian entrou cautelosamente no escritório do pai, seguido da irmã que estava segurando Albus.

–Sim, venham aqui todos os três.

As três crianças entraram no escritório e ficaram encarando o pai, que estava mexendo nuns papéis que estavam em uma gaveta. Após terminar, ele voltou-se para os filhos.

–Como sabem, hoje é o aniversário não só do Ian, mas da mãe de vocês também.

–Sim, nós sabemos. – Confirmou Lily Rose.

–Eu quero dar o seu presente Ian, afinal você está fazendo onze anos. Aqui está.

O menino abriu o embrulho e tirou de lá muitos livros, ele ficou muito feliz com o presente, já que ele era louco por livros, igual à mãe.

–Puxa papai, muito obrigado. – O garoto abraçou o pai calorosamente que retribuiu o gesto de carinho do filho.

–Mas eu ainda não acabei. Eu quero fazer uma surpresa para a mãe de vocês, então eu pedi para o avô de vocês, meu pai, vir buscá-los para ficar lá essa tarde.

As crianças vibraram, uma das coisas que elas mais gostavam era de passar a tarde inteira com o avô, brincando e se divertindo. Depois que eles saíram, Hermione veio atrás das crianças.

–Querido, onde as crianças estão?

–Mandei meu pai buscá-las para ficarem com ele, algum problema?

–Não, mas por que isso agora?

–Esqueceu-se que dia é hoje? – Perguntou encarando-a sugestivamente.

–O que tem de especial hoje?

–Como pôde esquecer seu próprio aniversário?

Hermione riu com o fato, ela realmente não se lembrava de que era seu aniversário. Mas sabia que era o aniversário do Ian. O homem se pôs de pé, e pegou uma venda que estava na gaveta, depois caminhou até a esposa.

–O que vai fazer? – Perguntou espantada com a atitude do marido.

–Calma, isso faz parte do seu presente de aniversário.

Após vendá-la, Harry conduziu a esposa até seu carro. Fechou a porta e foi para o banco do motorista, colocando o cinto e ligando o carro para leva-la até a surpresa.

–Meu amor, por que eu ouço o motor do carro? – Perguntou confusa. Harry olhou para ela e sorriu.

–Eu vou te levar para um lugar muito especial. Confie em mim.

Após esse comentário, Mione sorriu e Harry começou a dirigir. Aos poucos, o cenário de condomínios, foi dando lugar a um lugar mais calmo e tranquilo, mas ainda na cidade. Ele estacionou o carro, pegou na mão dela e continuou a conduzi-la pelo lugar verdejante. Uma praça, calma, tranquila e serena. Ao retirar a venda, Hermione analisou cautelosamente o lugar, as árvores, os bancos, as flores, ela reconheceu o lugar logo depois.

–Eu pensei que esse lugar não existisse mais! – Exclamou maravilhada.

–Então, ainda lembra-se desse lugar?

–É claro que sim. Aqui foi onde a gente se conheceu.

–Venha aqui, a surpresa está aqui.

Ele a levou até um lugar mais calmo e mostrou o que era o presente. Um piquenique, uma toalha quadriculada estendida sobre a grama, com a cesta de vime em cima, cheia de guloseimas, o que ela mais gostava. Os dois se sentaram sobre a toalha macia e começaram a comer o que tinha ali, pareciam crianças, hora derrubando a comida no chão, hora jogando uma uva ou outro pedaço de fruta na cara do outro. Após terminarem de comer, ele disse que a surpresa ainda não havia acabado e que queria leva-la para outro lugar. Ela levantou-se e vendou a si mesma, não deixando o marido o fazer. Ele dirigiu um pouco mais que antes dessa vez, agora eles estavam um pouco mais distantes da praça e já estavam perto de um parque ambiental que existia em Londres. Após caminharem um pouco, ele pediu para ela retirar a venda e assim o fez. O susto que ela teve ao ver o lugar foi imediato.

–Esse lugar ainda existe? – Perguntou.

–Eu andei reformando ele, mas ele sempre esteve aqui. Mesmo depois que você foi embora pra Liverpool naquela época.

–E eu posso saber o que o senhor andava fazendo aqui, quando eu não estava?

–Nada, somente continuei esperando você voltar. Quer ver como ficou a reforma? – Perguntou maliciosamente para ela.

–Não só a reforma meu bem, eu lembro-me muito bem o que foi que aconteceu aqui quando eu tinha dezesseis anos.

Após terminarem de se amar, Hermione vestiu a regata branca que usava, e algumas peças íntimas e deitou-se ofegante do lado do marido, que tinha acabado de vestir sua roupa íntima. Ela se aproximou e deitou-se sobre o peito dele, acariciando os cabelos, enquanto que ele a abraçava com força.

–Sabe. – Harry começou a falar, ainda ofegava, mas não se importava com isso. – Eu estive pensando, e eu queria ter mais um filho.

–Mais um? Não acha que três não estão de bom tamanho? – Perguntou rindo.

–O que custa ter mais um?

–Hum, vou pensar, depois eu te dou a resposta.

Ele tentou despi-la mais uma vez, quando estava quase tirando a simples regata branca, ela o impediu, no meio do caminho, deixando-o triste.

–Mais tarde, a gente continua, e então treinaremos para ter esse filho. – Disse sugestivamente. – Agora vamos, as crianças devem estar preocupadas.

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–Papai, Mamãe, estávamos com saudades. – Choramingou Lily de mãos dadas com os irmãos. Hermione olhou os filhos e chamou-os para um abraço.

–Espero que eles não tenham dado trabalho, pai. – Harry virou-se para encarar o pai, que sorriu ao ver os netos abraçando a mãe deles.

–Eles não deram trabalho nenhum. E Hermione, eles fizeram uma surpresa pra você.

–O que é?

–Nós fizemos um bolo com a ajuda do vovô, venha ver. – Disse Ian puxando sua mãe pelo braço, os cabelos castanhos do menino estavam mais belos do que nunca.

–A mamãe já vai, agora vão com o vô de vocês lavarem as mãos.

As três crianças seguiram o senhor pelo corredor do apartamento depois da ordem do pai. Ele virou-se para ver a esposa e encontrou-a chorando silenciosamente.

–Por que está chorando? – Perguntou preocupado.

–É que, eu me pergunto o que eu fiz para ter um marido e três filhos tão maravilhosos. – Respondeu enxugando o rosto. Harry chegou perto dela e a envolveu em um abraço.

–Eu é que me pergunto o que foi que eu fiz pra merecer você e os nossos filhos. Sabe, às vezes eu penso que tudo o que vivemos lá atrás, antes do Ian nascer foi como um teste.

–Um teste? – Perguntou confusa.

–Sim, para o destino avaliar se depois de cinco anos longe um do outro, se o nosso amor ainda iria sobreviver.

–Então fomos aprovados, eu não me arrependo de ter me casado com você, não me arrependo de nada do que eu fiz com você. Eu te amo, e vou te amar pelo resto da minha vida.

–Eu também te amo.

Os dois trocaram um beijo apaixonado, sim, agora a vida deles estava no rumo certo, depois de muito sofrimento, a felicidade acompanharia o casal para sempre.

FIM